segunda-feira, 1 de novembro de 2021

ENEM_Ling_Codigos_2021_1ªAp

ENEM 2021 - 1ª APLICAÇÃO
ENEM 2021 - LINGUAGENS E CÓDIGOS - 1ª APLICAÇÃO

01
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

Disponível em: www.deskgram.org. Acesso em: 12 dez. 2018 (adaptado).

A associação entre o texto verbal e as imagens da garrafa e do cão configura recurso expressivo que busca

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    A frase final, na publicidade institucional, “Abandono é crime” ratifica o conteúdo do texto verbal e do não verbal que buscam atingir a sensibilidade do público para que não se abandonem animais de estimação.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


02
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

HENFIL. Disponível em: https://medium.com. Acesso em: 29 out. 2018 (adaptado).

Nessa tirinha, produzida na década de 1970, os recursos verbais e não verbais sinalizam a finalidade de

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    Na tira de Henfil, nota-se que a mulher que vai tornar-se mãe pretende renunciar à vida social, aos projetos individuais para se dedicar integralmente ao filho. Esse papel de total doação existencial à criança cabe à mãe, não ao pai. Há, portanto, ironia em relação às condições de igualdade entre os gêneros.

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


03
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

A crise dos refugiados imortalizada para sempre no fundo do mar

TAYLOR, J. C. A balsa de Lampedusa. Instalação. Museu Atlântico, Lanzarote, Canárias, 2016 (detalhe)

    A balsa de Lampedusa, nome da obra do artista britânicos Jason de Caires Taylor, é uma das instalações criadas por ele para compor o acervo do primeiro museu submarino da Europa, o Museu Atlântico, localizado em Lanzarote, uma das ilhas do arquipélago das Canárias.

    Lampedusa é o nome da ilha italiana onde a grande maioria dos refugiados que saem da África ou de países como Síria, Líbano e Iraque tenta chegar para conseguir asilo no continente europeu.

    As esculturas do Museu Atlântico ficam a 14 metros de profundidade nas águas cristalinas de Lanzarote.

    Na balsa, estão dez pessoas. Todas têm no rosto a expressão do abandono. Entre elas, há algumas crianças. Uma delas, uma menina debruçada sobre a beira do bote, olha sem esperança o horizonte. A imagem é tão forte que dispensa qualquer palavra. Exatamente o papel da arte.

Disponível em: http://conexaoplaneta.com.br. Acesso em: 22 jun. 2019 (adaptado).

Além de apresentar ao público a obra A balsa de Lampedusa, essa reportagem cumpre, paralelamente, a função de chamar a atenção para

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    A reportagem sobre a obra A balsa de Lampedusa, além de fazer um comentário sobre a escultura, cumpre, paralelamente, a função de clamar a atenção para a arte como perpetuadora de episódios marcantes e trágicos da humanidade que têm de ser relembrados para que não tornem a acontecer, como aponta ao título do texto “A crise dos refugiados imortaliza para sempre no fundo do mar.”

   Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


04
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

    O skate apareceu como forma de vivência no lazer em períodos de baixa nas ondas e ficou conhecido como “surfinho”. No início foram utilizados eixos e rodinhas de patins pregados numa madeira qualquer, para sua composição, sendo as rodas de borracha ou ferro. O grande marco na história do skate ocorreu em 1974, quando o engenheiro químico chamado Frank Nasworthy descobriu o uretano, material mais flexível, que oferecia mais aderência às rodas. A dependência dos skatistas em relação a esse novo material igualmente alavancou o surgimento de novas manobras e possibilitou a um maior número de pessoas inexperientes começar a prática dessa modalidade. O resultado foi a criação de campeonatos, marcas, fábricas e lojas especializadas.

ARMBRUST, I; LAURD, G, A, A. O skate e suas possibilidades educacionais. Motriz, jul-set, 2010 (adaptado).

De acordo com o texto, diversos fatores ao longo do tempo

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    De acordo com o texto, a descoberta do “uretano”, material mais flexível para a composição do skate, possibilitou o surgimento de “novas manobras” e o engajamento de “maior número de pessoas” nesta prática esportiva. Logo, houve uma “democratização” desse esporte.

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


05
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

Estojo escolar

    Rio de Janeiro — Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas, bastava telefonar e eu receberia um notebook capaz de me ajudar a fabricar um navio, uma estação espacial.

    […] Como pretendo viajar esses dias, habilitei-me a comprar aquilo que os caras anunciavam como um top do top em matéria de computador portátil.

    No sábado, recebi um embrulho complicado que necessitava de um manual de instruções para ser aberto.

    […] De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos, houve um corte na memória e vi diante de mim meu primeiro estojo escolar. Tinha 5 anos e ia para o jardim de infância.

    Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa que corria nas bordas do corpo principal. Dentro, arrumados em divisões, havia lápis coloridos, um apontador, uma lapiseira cromada, uma régua de 20 cm e uma borracha para apagar meus erros.

    […] Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que nunca esqueci e que me tonteava de prazer. […]

    O notebook que agora abro é negro e, em matéria de cheiro, é abominável. Cheira vilmente a telefone celular, a cabine de avião, a aparelho de ultrassonografia onde outro dia uma moça veio ver como sou por dentro. Acho que piorei de estojo e de vida.

CONY, C. H. Crônicas para ler na escola. São Paulo. Objetiva, 2009 (adaptado).

No texto, há marcas da função da linguagem que nele predomina. Essas marcas são responsáveis por colocar em foco o(a)

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    O texto, narrado em primeira pessoa, evidencia as impressões do autor diante da abertura da embalagem de seu computador, cujas sensações fizeram-no relembrar as emoções que teve quando recebeu seu primeiro estojo escolar. Fica evidente, portanto, que predomina no texto a função emotiva da linguagem, em que há ênfase no enunciador da comunicação.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


06
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

LEMONS, A. Artistas brasileiras. Belo Horizonte Miguilim,2018.

O que assegura o reconhecimento desse texto em quadrinhos como prefácio é o(a)

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    Prefácio é um texto breve colocado no início do livro com explicações acerca do seu contudo, objetivos e feitura. Diante disso, é possível afirmar que a função dos quadrinhos é a “apresentação do livro”.

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


07
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

Disponível em: hhtps://g1.globo.com. Acesso em: 18 jun. 2019 (adaptado)

No texto, os recursos verbais e não verbais empregados têm por objetivo

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    Os recursos verbais e não verbais empregados no texto têm por objetivo influenciar o leitor a mudar atitudes e hábitos considerados prejudicais às crianças, como demonstra o infográfico.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


08
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

Singular ocorrência

    — Há ocorrências bem singulares. Está vendo aquela dama que vai entrando na igreja da Cruz? Parou agora no adro para dar uma esmola.

    — De preto?

    — Justamente; lá vai entrando; entrou.

    — Não ponha mais na carta. Esse olhar está dizendo que a dama é uma recordação de outro tempo, e não há de ser muito tempo, a julgar pelo corpo: é moça de truz.

    — Deve ter quarenta e seis anos.

    — Ah, conservada. Vamos lá; deixe de olhar para o chão e conte-me tudo. Está viúva, naturalmente?

    — Não.

    — Bem; o marido ainda vive. É velho?

    — Não é casada.

    — Solteira?

    — Assim, assim. Deve chamar-se hoje D. Maria de tal. Em 1860 florescia com o nome familiar de Marocas. Não era costureira, nem proprietária, nem mestra de meninas; vá excluindo as profissões e chegará lá. Morava na Rua do Sacramento. Já então era esbelta, e, seguramente, mais linda do que hoje; modos sérios, linguagem limpa.

ASSIS, M. Machado de Assis: seus 30 melhores contos. Rio de Janeiro: Aguilar, 1961.

No diálogo, descortinam-se aspectos da condição da mulher em meados do século XIX. O ponto de vista dos personagens manifesta conceitos segundo os quais a mulher

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    As duas personagens que dialogam, na descrição da figura feminina, orientam-se pelo estado civil dela — se é casada, viúva ou solteira. Dessa forma, a identidade que essa mulher possui, assim como o lugar que ocupa na sociedade são “referendados pelo homem”.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


09
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

Falso moralista

Você condena o que a moçada anda fazendo

e não aceita o teatro de revista

arte moderna pra você não vale nada

e até vedete você diz não ser artista

Você se julga um tanto bom e até perfeito

Por qualquer coisa deita logo falação

Mas eu conheço bem o seu defeito

e não vou fazer segredo não

Você é visto toda sexta no Joá

e não é só no Carnaval que vai pros bailes se acabar

Fim de semana você deixa a companheira

e no bar com os amigos bebe bem a noite inteira

Segunda-feira chega na repartição

pede dispensa para ir ao oculista

e vai curar sua ressaca simplesmente

Você não passa de um falso moralista

NELSON SARGENTO. Sonho de um sambista. São Paulo: Eldorado, 1979.

As letras de samba normalmente se caracterizam por apresentarem marcas informais do uso da língua. Nessa letra de Nelson Sargento, são exemplos dessas marcas

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    São marcas da informalidade na língua expressões populares, como “falação”, e reduções como a contração “pros” em “pros bailes”, já que são próprias da oralidade.

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


10
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

Introdução a Alda

    Dizem que ninguém mais a ama. Dizem que foi uma boa pessoa. Sua filha de doze anos não a visita nunca e talvez raramente se lembre dela. Puseram-na numa cidade triste de uniformes azuis e jalecos brancos, de onde não pôde mais sair. Lá, todos gritaram-lhe irritados, mal se aproximava, ou lhe batem, como se faz com sacos de areia para treinar os músculos.

    Sei que para todos ela já não é, e ninguém lhe daria uma maçã cheirosa, bem vermelha. Mas não é verdade que alguém não a possa mais amar. Eu amo-a. Amo-a quando a vejo por trás das grades de um palácio, onde se refugiou princesa, chegada pelos caminhos da dor. Quando fora do reino sente o mundo de mil lanças, e selvagem prepara-se, posta no olhar. Amo-a quando criança brinca na areia sem medo. Uns pés descalços, uma mulher sem intenções. Cercada de mundo, às vezes sofrendo-o ainda.

CANÇADO, M. L. O sofredor do ver. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

Ao descrever uma mulher internada em um hospital psiquiátrico, o narrador compõe um quadro que expressa sua percepção

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    Ao afirmar que a personagem feminina encontra-se em uma “cidade triste de uniformes azuis e jalecos brancos, de onde não pôde mais sair”, o narrador imprime lirismo à condição da mulher internada num hospital psiquiátrico em um espaço marcado pela segregação e estigma.

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


11
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

O pavão vermelho

  Ora, a alegria, este pavão vermelho,

  está morando em meu quintal agora,

  Vem pousar como um sol em meu joelho

  quando é estridente em meu quintal a aurora.

  Clarim de lacre, este pavão vermelho

  sobrepuja os pavões que estão lá fora.

  É uma festa de púrpura. E o assemelho

  a uma chama do lábaro da aurora.

  É o próprio doge a se mirar no espelho.

  E a cor vermelha chega a ser sonora

  neste pavão pomposo e de chavelho.

  Pavões lilases possui outrora.

  Depois que amei este pavão vermelho,

  os meus outros pavões foram-se embora.

COSTA, S. Poesia completa: Sosígenes Costa. Salvador: Conselho Estadual de Cultura, 2001.

Na construção do soneto, as cores representam um recurso poético que configura uma imagem com a qual o eu lírico

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    A conquista da plenitude e da alegria existencial do eu lírico é metaforizada na imagem do pavão vermelho. As expressões metafóricas “uma festa de púrpura”, “é o próprio doge a se mirar no espelho”, entre outras, conotam a êxtase em que está o eu poético.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


12
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

LICHTENSTEIN, R. Garota com bola. Óleo sobre tela, 153 cm x 91,9 cm. Museu de Arte Moderna de nova York, 1961. Disponível em: www.moma.org. Acesso em: 4 dez. 2018.

A obra, da década de 1960, pertence ao movimento artístico Pop Art, explora a beleza e a sensualidade do corpo feminino em uma situação de divertimento. Historicamente, a sociedade inventou e continua reinventando o corpo como objeto de intervenções sociais, buscando atender aos valores e costumes de cada época.

Na produção desses preceitos, a erotização do corpo feminino tem sido constituída pela

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    O corpo é resultado de pressão social, tanto que sua representação é construída socialmente. Essa construção se dá por meio do gesto, da vontade e do comportamento, como representado na imagem “Garota com bola”, construída historicamente, atendendo “aos valores e costumes de cada época”.

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


13
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

Intenso e original, Son of Saul retrata horror do holocausto

    Centenas de filmes sobre o holocausto já foram produzidos em diversos países do mundo, mas nenhum é tão intenso como o húngaro Son of Saul, do estreante em longa-metragens László Nemes, vencedor do Grande Prêmio do Júri no último Festival de Cannes.

    Ao contrário da grande maioria das produções do gênero, que costuma oferecer uma variedade de informações didáticas e não raro cruza diferentes pontos de vista sobre o horror do campo de concentração, o filme acompanha apenas um personagem.

    Ele é Saul (Géza Rohrig), um dos encarregados de conduzir as execuções de judeus como ele que, por um dia e meio, luta obsessivamente para que um menino já morto — que pode ou não ser seu filho — tenha um enterro digno e não seja simplesmente incinerado.

    O acompanhamento da jornada desse prisioneiro é no sentido mais literal que o cinema pode proporcionar: a câmera está o tempo todo com o personagem, seja por sobre seus ombros, seja como um close em primeiro plano ou em sua visão subjetiva. O que se passa ao seu redor é secundário, muitas vezes desfocado.

    Saul percorre diferentes divisões de Auschwitz à procura de um rabino que possa conduzir o enterro da criança, e por isso pouco se envolve nos planos de fuga que os companheiros tramam e, quando o faz, geralmente atrapalha. “Você abandonou os vivos para cuidar de um morto”, acusa um deles.

    Ver toda essa via crucis é por vezes duro e exige certa entrega do espectador, mas certamente é daquelas experiências cinematográficas que permanecem na cabeça por muito tempo.

    O longa já está sendo apontado como o grande favorito ao Oscar de filme estrangeiro. Se levar a estatueta, certamente não faltará quem diga que a Academia tem uma preferência por quem aborda a 2ª Guerra. Por mais que exista uma dose de verdade na afirmação, premiar uma abordagem tão ousada e radical como Son of Soul não deixaria de ser um passo à frente dos votantes.

Carta Capital. n. 873, 22 out. 2015.

A resenha é, normalmente, um texto de base argumentativa. Na resenha do filme Son of Saul, o trecho da sequência argumentativa que se constitui como opinião implícita é

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    Ao afirmar que a abordagem do filme “Son of Saul” foi “tão ousada e radical”, o emissor assume um ponto de vista implícito valorativo em relação ao longa-metragem de László Nemes.

   Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


14
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

Sinhá

    Se a dona se banhou

    Eu não estava lá

    Por Deus Nosso Senhor

    Eu não olhei Sinhá

    Estava lá na roça

    Sou de olhar ninguém

    Não tenho mais cobiça

    Nem enxergo bem

   

    Para que me pôr no tronco

    Para que me aleijar

    Eu juro a vosmecê

    Que nunca vi Sinhá

    […]

    Por que talhar meu corpo

    Eu não olhei Sinhá

    Para que que vosmincê

    Meus olhos vai furar

    Eu choro em iorubá

    Mas oro por Jesus

    Para que que vassuncê

    Me tira a luz.

CHICO BUARQUE; JOÃO BOSCO. Chico. Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2011 (fragmento).

No fragmento da letra da canção, o vocabulário empregado e a situação retratada são relevantes para o patrimônio linguístico e identitário do país, na medida em que

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    O vocabulário empregado (“Sinhá”, “vosmecê”, “vosmincê”, “ioruba”, “vassuncê”) exemplifica o patrimônio linguístico e a condição subalterna dos escravos. Os versos “Para que me pôr no tronco”, “Por que talhar meu corpo” e “Meus olhos vai furar” demonstram a violência praticada contra os povos escravizados.

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


15
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

    Um asteroide de cerca de um mil metros diâmetro, viajando a 288 mil quilômetros por hora, passou a uma distância insignificante — em termos cósmicos — da Terra, pouco mais do dobre da distância que nos separa da Lua. Segundo os cálculos matemáticos, o asteroide cruzou a órbita da Terra e somente não colidiu porque ela não estava naquele ponto de interseção. Se ele tivesse sido capturado pelo campo gravitacional do nosso planeta e colidido, o impacto equivaleria a 40 bilhões de toneladas de TNT, ou o equivalente à explosão de 40 mil bombas de hidrogênio, conforme calcularam os computadores operados pelos astrônomos do programa de Exploração do Sistema Solar da Nasa; se caísse no continente, abriria uma cratera de cinco quilômetros, no mínimo, e destruiria tudo o que houvesse num raio de milhares de outros; se desabasse no oceano, provocaria maremotos que devastariam imensas regiões costeiras. Enfim, uma visão do Apocalipse.

Disponível em: http:/bdjur.stj.jus.br. Acesso em: 23 abr. 2010.

Qual estratégia caracteriza o texto como uma notícia alarmante?

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    O cenário assustador, caso o asteroide colidisse com a Terra, aparece nas orações iniciadas pela conjunção subordinada “se”: “se ele tivesse sido capturado pelo campo gravitacional do nosso planeta e colidido, o impacto equivaleria a 40 bilhões de toneladas de TNT”; “se caísse no continente, abriria uma cratera de cinco quilômetros, no mínimo, e destruiria tudo”; “se desabasse no oceano, provocaria maremotos”. Observar também o uso do pretérito imperfeito do subjuntivo e do futuro do pretérito do indicativo, que corroboram o caráter hipotético.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


16
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

A draga

    A gente não sabia se aquela draga tinha nascido ali, no porto, como um pé de árvore ou uma duna.

    — E que fosse uma casa de peixes?

    Meia dúzia de loucos e bêbados moravam dentro dela, enraizados em suas ferragens.

    Dos viventes da draga era um o meu amigo Mário-pega-sapo.

    […]

    Quando Mário morreu, um literato oficial, em necrológico caprichado, chamou-o de Mário-Captura-Sapo! Ai que dor!

    Ao literato cujo fazia-lhe nojo a forma coloquial.

    Queria captura em vez de pega para não macular (sic) a língua nacional lá dele…

    […]

    Da velha draga

    Abrigo de vagabundos e de bêbados, restaram as expressões: estar na draga, viver na draga por estar sem dinheiro, viver na miséria

    Que ora ofereço ao filólogo Aurélio Buarque de Hollanda

    Para que as registre em seus léxicos

    Pois o povo já as registrou.

BARROS, M. Gramática expositiva do chão: poesia quase toda. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1990 (fragmento).

Ao criticar o preciosismo linguístico do literato e ao sugerir a dicionarização de expressões locais, o poeta expressa uma concepção de língua que

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    Mário-Pega-Sapo foi homenageado em um necrológio por um literato oficial, que alterou seu nome para Mário-Captura-Sapo por defender a norma culta.

    Esse fato desagradou ao narrador, amigo do morto, por ser favorável ao uso da linguagem coloquial. Ele chega a sugerir que o filólogo Aurélio Buarque de Hollanda registre, em seus dicionários, estruturas lingüísticas consagradas pelo uso popular.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


17
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

Que tal transformar a internet em palco para a dança?


    O coreógrafo e bailarino Didier Mulleras se destaca como um dos criadores que descobriram a dança de outro ponto de vista. Mini@tures é uma experiência emblemática entre movimento, computador, internet e vídeo. Com os recursos da computação gráfica, a dança das miniaturas pode caber na palma da mão. Pelo fato de usar a internet como palco, o processo de criação das miniaturas de dança levou em consideração os limites de tempo de download e o tamanho do arquivo, para que um número maios de “espectadores” pudesse assistir. A graça das miniaturas está justamente na contaminação entre mídias: corpo/dança/computação gráfica/internet. De fato, é a rede que faz a maior diferença nesse grupo. Mini@tures explora uma nova dimensão que descobre o espaço-tempo da web e conquista um novo território para a dança contemporânea. A qualquer hora, dança on-line.

SPANGHERO, M. A dança dos encéfalos acesos. São Paulo: Itaú Cultural, 2003 (adaptado).

Considerado o primeiro projeto de dança contemporânea concebido para a rede, esse trabalho é apresentado como inovador por

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    Mini@tures é uma experiência artística que incorpora elementos do movimento (dança), computação, internet, vídeo, processo qualificado como “contaminação entre mídias”. Trata-se, portanto, de um trabalho de “arte multimodal” capaz de ampliar as possibilidades de sincretismo de modos de expressão estética.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


18
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

Texto I

O mito da estiagem em São Paulo

    Os estoques de água doce são inesgotáveis, na medida em que são alimentados principalmente pelos oceanos, infinitos via evaporação e precipitação, ou seja, pelo ciclo hidrológico, que depende de forças físicas as quais o homem nunca poderá interromper. Enquanto existirem, o ciclo funcionará e os estoques de água doce nos continentes serão repostos indefinidamente.

    Obviamente que a água não se distribui equitativamente pelo planeta. Há regiões com muita água, normalmente na zona tropical, na qual a evaporação é maior, e regiões áridas, onde, por razões específicas da dinâmica climática, as taxas de evaporação são maiores do que a precipitação, gerando déficit de reposição de estoques de água doce.

Disponível em: www.cartanaescola.com.br. Acesso em: 17 jan. 2015 (adaptado)

Texto II

    O processo de sedimentação no fundo do lago de reservatório é um processo lento. Os sedimentos vão formando argila, que é uma rocha impermeável. Então, a água daquele lago não vai alimentar os aquíferos. Mesmo tendo muita quantidade de água superficial, ela não consegue penetrar no solo para alimentar os aquíferos. Se não for usada no consumo, ela vai simplesmente evaporar e vai cair em outro lugar, qual os aquíferos não conseguem recuperar seu nível, porque não recebem água.

Disponível em: www.jornalopcao.com.br. Acesso em: 17 jan. 2015 (adaptado)

Os textos I e II abordam a situação dos reservatórios de água doce do planeta. Entretanto, a divergência entre eles está na ideia de que é possível

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    O texto I defende a ideia de que “os estoques de água doce são inesgotáveis”, pois estão subordinados ao “ciclo hidrológico”, que não pode ser alterado pelo homem.

    O texto II apresenta ideia discordante: se a água não desaparece no planeta, pode, no entanto, deslocar-se e se depositar em outras partes do globo, o que indica um comprometimento na manutenção do seu estoque.

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


19
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

TEXTO I

    Correu à sala dos retratos, abriu o piano, sentou-se e espalmou as mãos no teclado. Começou a tocar alguma coisa própria, uma inspiração real e pronta, uma polca, uma polca buliçosa, como dizem os anúncios. Nenhuma repulsa da parte do compositor; os dedos iam arrancando as notas, ligando-as, meneando-as; dir-se-ia que a musa compunha e bailava a um tempo. […….] Compunha só, teclando ou escrevendo, sem os vãos esforços da véspera, sem exasperação, sem nada pedir ao céu, sem interrogar os olhos de Mozart. Nenhum tédio. Vida, graça, novidade, escorriam-lhe da alma como de uma fonte perene.

ASSIS, M. Um homem célebre. Disponível em: www.biblio.com.br. Acesso em: 2 jun. 2019.

TEXTO II

    Um homem célebre expõe o suplicio do músico popular que busca atingir a sublimidade da obra-prima clássica, e com ela a galeria dos imortais, mas que é traído por uma disposição interior incontrolável que o empurra implacavelmente na direção oposta. Pestana, célebre nos saraus, salões, bailes e ruas do Rio de Janeiro por suas composições irresistivelmente dançantes, esconde-se dos rumores à sua volta num quarto povoado de ícones da grande música europeia, mergulha nas sonatas do classicismo vienense, prepara-se para o supremo salto criativo e, quando dá por si, é o autor de mais uma inelutável e saltitante polca.

WISNIK, J. M. Machado maxixe: o caso Pestana. Teresa: revista de literatura brasileira, 2004 (adaptado).

O conto de Machado de Assis faz uma referência velada a maxixe, gênero musical inicialmente associado à escravidão e à mestiçagem. No Texto II, o conflito do personagem em compor obras do gênero é representativo da

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    A música popular, a polca, não era o ideal almejado por Pestana, mas a sua inspiração o levava a contragosto a compor esse tipo de música. Isso o angustia, pois ele preferia ser compositor clássico inferior a famoso e importante autor de maxixe, música sem prestígio intelectual, mas preferida pelo povo.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


20
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

Devagar, devagarinho

    Desacelerar é preciso. Acelerar não é preciso. Afobados e voltados para o próprio umbigo, operamos, automatizados, falas robóticas e silêncios glaciais. Ilustra bem esse estado de espírito a música Sinal fechado (1969), de Paulinho de Viola. Trata-se da história de dois sujeitos que se encontram inesperadamente em um sinal de trânsito. A conversa entre ambos, porém, se deu rápida e rasteira. Logo, os personagens se despedem, com a promessa de se verem em outra oportunidade. Percebe-se um registro de comunicação vazia e superficial, cuja tônica foi o contato ligeiro e superficial construído pelos interlocutores: “Olá, como vai? / Estou indo, e você, tudo bem? / Tudo bem, eu vou indo correndo, / pegar meu lugar no futuro. E você? / Quanto tempo… / Pois é, quanto tempo… / Me perdoe a pressa / é a alma dos nossos negócios… / Oh! Não tem de quê. / Eu também só ando a cem”.

    O culto à velocidade, no contexto apresentado, se coloca como fruto de um imediatismo processual que celebra o alcance dos fins sem dimensionar a qualidade dos meios necessários para atingir determinado propósito. Tal conjuntura favorece a lei do menor esforço — a comodidade — e prejudica a lei do maior esforço — a dignidade.

    Como modelo alternativo à cultura fast, temos o movimento slow life, cujo propósito, resumidamente, é conscientizar as pessoas de que a pressa é inimiga da perfeição e do prazer, buscando assim reeducar seus sentidos para desfrutar melhor os sabores da vida.

SILVA, M. F. L. Boletim UFMG, n. 1 749, set. 2011 (adaptado).

Nesse artigo de opinião, a apresentação da letra da canção Sinal Fechado é uma estratégia argumentativa que visa sensibilizar o leitor porque

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    O texto “Devagar, devagarinho” argumenta sobre o modo como a cultura do fast está presente em nossa sociedade. Para ilustrar esse posicionamento é apresentado um diálogo entre dois sujeitos, presentes na canção “Sinal Fechado” de Paulinho de Viola, que conversam de maneira fortuita, entrecortada e rápida num farol de trânsito, ilustrativa dos argumentos do texto.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


21
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

    A história do futebol brasileiro contém, ao longo de um século, registros de episódios racistas. Eis o paradoxo: se, de um lado, a atividade futebolística era depreciada aos olhos da “boa sociedade” como profissão destinada aos pobres, negros e marginais, de outro, achava-se investida do poder de representar e projetar a nação em escala mundial. A Copa do Mundo no Brasil, em 1950, viria a se constituir, nesse sentido, em uma rara oportunidade. Contudo, na decisão contra o Uruguai sobreveio o inesperado revés. As crônicas esportivas elegiam o goleiro Barbosa e o defensor Bigode como bodes expiatórios, “descarregando nas costas” dos jogadores os “prejuízos” da derrota. Uma chibata moral, eis a sentença proferida no tribunal dos brancos. Nos anos 1970, por não atender às expectativas normativas suscitadas pelo estereótipo do “bom negro”, Paulo César Lima foi classificado como “jogador – problema”. Ele esboçava a revolta da chibata no futebol brasileiro. Enquanto Barbosa e Bigode, sem alternativa suportaram o linchamento moral na derrota 1950, Paulo César contra-atacava os que pretendiam condená-lo pelo insucesso de 1974. O jogador assumia as cores e as causas defendidas pela esquadra dos pretos em todas as esferas da vida social. “Sinto na pele esse racismo subjacente” revelou a imprensa francesa: “Isto é, ninguém ousa pronunciar a palavra ‘racismo’. Mas posso garantir que ele existe, mesmo na seleção Brasileira”. Sua ousadia constituiu em pronunciar a palavra interdita no espaço simbólico do discurso oficial para reafirmar o mito da democracia racial.

Disponível em: https://observatorio racialfutebol.com.br. Acesso em: 22 jun. 2019 (adaptado)

O texto atribui o enfraquecimento do mito da democracia racial no futebol à

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    A declaração de Paulo César, “jogador-problema”, “sinto na pele esse racismo subjacente”, além de mostrar uma atitude contestadora, derruba o mito da democracia racial no Brasil.

   Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


22
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

MEIRRELES, V. Moema, Óleo sobre tela, 129 cm x 190 cm. Masp, São Paulo, 1866. Disponível em: www.masp.art.br. Acesso em: 13 ago. 2012 (adaptado).

Nessa obra, que retrata uma cena de Caramuru, célebre poema épico brasileiro, a filiação à estética romântica manifesta-se na

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    O quadro Moema, do pintor brasileiro Victor Meireles, retrata a morte da personagem homônima da obra Caramuru, do Frei Santa Rita Durão. No poema, Moema morre afogada ao tentar alcançar o navio em que se encontra o homem amado. No quadro em questão, a morte da personagem é representada de forma “dramática”, como se pode verificar pela disposição de seu corpo, e “idealizada”, pela beleza de sua imagem após a morte trágica.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

    Coincidindo com o Dia Internacional dos Direitos da Infância, foram apresentados diversos trabalhos que mostram as mudanças que afetam a vida das crianças. Um desses estudos compara o que sonham e brincam as crianças hoje em relação às dos anos de 1990. E o que se descobriu é que as crianças têm agora menos lazer e estão mais sobrecarregadas por deveres e atividades extracurriculares do que as de 25 anos atrás. As crianças de hoje não só dedicam menos tempo para brincar, como também, quando brincam, a maioria não o faz com outras crianças no parque, na rua ou na praça, mas em casa e muitas vezes sozinhas. E já não brincam tanto com brinquedos, mas com aparelhos eletrônicos, entre os quais predomina o jogo individual com a máquina.

OLIVIA, M. P. O direito da criança ao lazer… e a crescer sem carências. El País, 20 nov. 2015 (adaptado).

O texto indica que as transformações nas experiências lúdicas na infância

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    O texto apresenta a mudança no comportamento infantil em relação ao lúdico, ao brincar. Segundo as informações apresentadas, as crianças de hoje estão “sobrecarregadas por deveres e atividades extracurriculares”, não têm, portanto, “tempo para brincar” e nem vão a “parques, ruas ou praças”, dedicados ao lazer. Logo, elas ficam restritas ao âmbito doméstico e ao entretenimento com “aparelhos eletrônicos”, resultando em “uma vivência corporal menos ativa”.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


24
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

    Os velhos papéis, quando não são consumidos pelo fogo, às vezes acordam de seu sono para contar notícias do passado.

    É assim que se descobre algo novo de um nome antigo, sobre o qual já se julgava saber tudo, como Machado de Assis.

    Por exemplo, você provavelmente não sabe que o autor carioca, morto em 1908, escreveu uma letra do hino nacional em 1867 — e não poderia saber mesmo, porque os versos seguiam inéditos. Até hoje.

    Essa letra acaba de ser descoberta, em um jornal antigo de Florianópolis, pelo pesquisador independente Felipe Rissato.

    “Das florestas em que habito/ Solto um canto varonil:/Em honra e glória de Pedro/ O gigante do Brasil”, diz o começo do hino, composto de sete estrofes em redondilhas maiores, ou seja, versos de sete sílabas poéticas. O trecho também é o refrão da música.

    O Pedro mencionado é o imperador Dom Pedro II. O bruxo do Cosme Velho compôs a letra para o aniversário de 42 anos do monarca, em 2 de dezembro daquele ano - o hino seria apresentado naquele dia no teatro da cidade de Desterro, antigo nome de Florianópolis.

Disponível em: www.revistaprosaversoearte.com. Acesso em: 4 dez 2018 (adaptado).

Considerando-se as operações de retomada de informações na estruturação do texto, há interdependência entre as expressões

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    Nesse texto, as operações de retomada de informações são desenvolvidas a partir expressões de sentidos equivalentes, como “O Pedro mencionado” e “O gigante do Brasil”. No hino escrito por Machado de Assis, este aposto explicativo é associado a Dom Pedro II, cuja identificação é feita com a retomada do termo “Pedro”. Assim, são interdependentes, colaborando para a construção semântica textual.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

RODRIGUES, S. Acervo pessoal.

    A revolução estética brasiliense empurrou os designers de móveis dos anos 1950 e início dos 1960 para o novo. Induzidos a abandonar o gosto rebuscado pelo colonial, a trocar Ouro Preto por Brasília, eles criaram um mobiliário contemporâneo que ainda hoje vemos nas lojas e nas salas de espera de consultórios e escritórios.

    Colada no uso de madeiras nobres, como o jacarandá e a peroba, e em materiais de revestimento como o couro e a palhinha, desenvolveu-se uma tendência feita de linhas retas e curvas suaves, nos moldes da capital no Cerrado.

CHAVES. D. Disponível em: www.veja.abril.com.br. Acesso em. 29 ju1. 2010

Na reportagem sobre os 50 anos de Brasília, de Débora Chaves, com a reprodução fotográfica de cadeiras e poltronas de Sérgio Rodrigues, verifica-se que os elementos da estética brasiliense

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    O texto de Chaves apresenta a foto da “revolução estética brasiliense”, visto que há um abandono de gosto rebuscado em prol de um mobiliário com design mais contemporâneo. As cadeiras e poltronas da foto revelam a simplicidade dos traços adotados por muitos designers (“linhas retas e curvas suaves”) da segunda metade do século XX no Brasil.

   Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

Thumbs Up

    Ponto positivo para o Facebook, que vai dar uma ajeitada na casa para, quem sabe, não ser mais conhecido como espaço da treta. Durante a F8, sua conferência anual, a empresa anunciou a maior mudança de design do serviço em 5 anos. Agora, o polêmico feed de notícias deixa de ser o protagonista, e o queridinho da rede social se torna o segmento de Grupos (é o Orkut fazendo escola?). Segundo Mark Zuckerberg, mais de 1 bilhão de usuários mensais entraram nessa aba do aplicativo, e 400 mil deles já estão integrados em grupos de “assuntos significativos”. O objetivo agora é aumentar o tráfego, oferecendo mais sugestões e ferramentas especiais para quem gerencia essas comunidades. Além disso, o Marketplace, que já tem mais de 800 milhões de usuários, vai ganhar mais atenção e integração. Com isso, parece que há um novo padrão se montando na rede social: sai o feed, entra a segmentação, que pode ser uma boa porta para monetização nos próximos anos. No mesmo evento, Zuckerberg também disse que o futuro do Facebook é a privacidade, mas não deu muitos detalhes de como vai proteger seus clientes daqui para frente. Evitar que vazamentos de dados dos usuários aconteçam é um bom começo.

    #FicaaDica

Disponível em: https://thebrief.us16.list-manage.com. Acesso em: 3 maio 2019 (adaptado).

O texto relata que uma rede social virtual realizará sua maior mudança de design dos últimos anos. Esse fato revela que as tecnologias de informação e comunicação

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    As transformações de design realizadas recentemente nas redes sociais têm acompanhado as condutas dos usuários, que buscam uma maior interação em grupos, assim como uma maior privacidade ao navegar nas redes. Essas mudanças acabam por assimilar e refletir comportamentos e interesses dos usuários.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


27
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

TEXTO I

HAZOUMÉ, R. Nanawax. Plástico e tecido. Galerie Gagosian, 2009. Disponível em: WWW.actuart.org. Acesso em: 19 jun. 2019.

TEXTO II

    As máscaras não foram feitas para serem usadas; elas se concentram apenas nas possibilidades antropomórficas dos recipientes plásticos descartados e, ao mesmo tempo, chamam a atenção para a quantidade de lixo que se acumula em quase todas as cidades ou aldeias africanas.

FARTHINGS, S. Tudo sobre arte

Romuald Hazoumé costuma dizer que sua obra apenas manda de volta ao oeste o refugo de uma sociedade de consumo cada vez mais invasiva. A obra desse artista africano que vive no Benin denota o(a)

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    Ao utilizar materiais descartados como lixo, para criar obras artísticas que representam máscaras, o artista plástico Romuald Hazoumé ressignifica esses materiais, dando-lhes uma nova função, nesse caso, estética, para criticar o consumo e o descarte do lixo.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


28
(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

Comportamento geral

  Você deve estampar sempre um ar de alegria

  E dizer: tudo tem melhorado

  Você deve rezar pelo bem do patrão

  E esquecer que está desempregado

  Você merece

  Você merece

  Tudo vai bem, tudo legal

  Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé

  Se acabarem com teu carnaval

  Você deve aprender a baixar a cabeça

  E dizer sempre: muito obrigado

  São palavras que ainda te deixam dizer

  Por ser homem bem disciplinado

  Deve pois só fazer pelo bem da nação

  Tudo aquilo que for ordenado

  Pra ganhar um fuscão no juízo final

  E diploma de bem-comportado

GONZAGUINHA. Luiz Gonzaga Jr. Rio de Janeiro: Odeon. 1973 (fragmento).

Pela análise do tema e dos procedimentos argumentativos utilizados na letra da canção composta por Gonzaguinha na década de 1970, infere-se o objetivo de

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    A letra da canção de Gonzaguinha tematiza o comporta mento resignado de um interlocutor hipotético, a quem se refere como “seu Zé” e por meio do pronome de tratamento “Você”. Os versos destacam de modo irônico ideias de passividade e obediência diante de situações de desfavorecimento por meio de expressões como “Você merece”, “você deve aprender a baixar a cabeça” e “dizer sempre: muito obrigado”.

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

  Se for possível, manda-me dizer:

  — É lua cheia. A casa está vazia —

  Manda-me dizer, e o paraíso

  Há de ficar mais perto, e mais recente

  Me há de parecer teu rosto incerto.

  Manda-me buscar se tens o dia

  Tão longo como a noite. Se é verdade

  Que sem mim só vês monotonia.

  E se te lembras do brilho das marés

  De alguns peixes rosados

  Numas águas

  E dos meus pés molhados, manda-me dizer:

  — É lua nova —

  E revestida de luz te volto a ver.

HILST, H. Júbilio, memória, noviciado da paixão. São Paulo: Cia das Letras, 2018.

Falando ao outro, o eu lírico revela-se vocalizando um desejo que remete ao

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    O eu lírico expressa o desejo de estar com o ser amado, momento em que a autorrealização deixaria de ser apenas sonho revestido por memórias e se concretizaria como o último verso declarado “E revestida de luz te volto a ver.”

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

    O documentário O menino que fez um museu, direção de Sérgio Utsch, produção independente de brasileiros e britânicos, gravado no Nordeste em 2016, mais precisamente no distrito Dom Quintino, zona rural do Crato, foi premiado em Londres, pela Foreign Press Association (FPA), a associação de correspondentes estrangeiros mais antiga do mundo, fundada em 1888.

    De acordo com o diretor, O menino que fez um museu foi o único trabalho produzido por equipes fora do eixo Estados Unidos-Europa entre os finalistas. O documentário conta a história de um Brasil profundo, desconhecido até mesmo por muitos brasileiros. É apresentado com o carisma de Pedro Lucas Feitosa, 11 anos.

    Quando tinha 10 anos, Pedro Lucas criou o Museu de Luiz Gonzaga, que fica no distrito de Dom Quintino. A ideia surgiu após uma visita que o garoto fez, em 2013, quando tinha 8 anos, ao Museu do Gonzagão, em Exu, Pernambuco. Pedro decidiu criar o próprio lugar de exposição para homenagear o rei e o local escolhido foi a casa da sua bisavó já falecida, que fica ao lado da casa dele, na rua Alto de Antena.

Disponível em: www.opovo.com.br. Acesso em: 18 abr. 2018.

    No segundo parágrafo, uma citação afirma que o documentário “foi o único trabalho produzido por equipes fora do eixo Estados Unidos-Europa entre os finalistas”.

No texto, esse recurso expressa uma estratégia argumentativa que reforça a

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    No segundo parágrafo, ao mencionar que o documentário O menino que fez um museu “foi o único trabalho produzido por equipes fora do eixo Estados Unidos-Europa entre os finalistas”, evidencia-se, no texto, como estratégia argumentativa, a façanha de tal premiação, uma vez que se trata de uma história ambientada no interior do Nordeste do Brasil.

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

A volta do marido pródigo

    — Bom dia, seu Marrinha! Como passou de ontem?

    — Bem. Já sabe, não é? Só ganha meio dia. [...]

    Lá além, Generoso cotuca Tercino:

    — [...] Vai em festa, dorme que-horas, e, quando chega, ainda é todo enfeitado e salamistrão!...

    — Que é que hei de fazer, seu Marrinha... Amanheci com uma nevralgia... Fiquei com cisma de apanhar friagem...

    — Hum...

    — Mas o senhor vai ver como eu toco o meu serviço e ainda faço este povo trabalhar...

    [...]

    Pintão suou para desprender um pedrouço, e teve de pular para trás, para que a laje lhe não esmagasse um pé. Pragueja:

    — Quem não tem brio engorda!

    — É... Esse sujeito só é isso, e mais isso... — opina Sidu.

    — Também, tudo p’ra ele sai bom, e no fim dá certo...

    — diz Correia, suspirando e retomando o enxadão. — “P’ra uns, as vacas morrem ... p’ra outros até boi pega a parir...”.

    Seu Marra já concordou:

    — Está bem, seu Laio, por hoje, como foi por doença, eu aponto o dia todo. Que é a última vez!... E agora, deixa de conversa fiada e vai pegando a ferramenta!

ROSA, J. G. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967.

Esse texto tem importância singular como patrimônio linguístico para a preservação da cultura nacional devido

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    O trecho do conto “A volta do marido pródigo”, de Guimarães Rosa, evidencia o uso do seguinte ditado popular: “P’ra uns, as vacas morrem ... p’ra outros até boi pega a parir...”. A fala destacada pertence ao patrimônio cultural linguístico brasileiro e tem a função de difundir “memórias e saberes coletivos” como se nota também em “Quem não tem brio engorda!”

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

D’SALETE, M. Cumbe. São Paulo: Veneta. 2016, p. 10-11 (adaptado)

A sequência dos quadrinhos conjuga lirismo e violência ao

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    A sequência de quadrinhos incorpora as crenças dos povos escravizados no Brasil e o seu desejo de retornar à terra de origem, atravessando “o mar que não acaba” para ficar “longe daqui”, “longe disso tudo”. Assim, tanto a linguagem verbal quanto não verbal confirmam a “resistência identitária dos povos escravizados”.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

    Naquele tempo, ltaguaí, que, como as demais vilas, arraiais e povoações da colônia, não dispunha de imprensa, tinha dois modos de divulgar uma notícia; ou por meio de cartazes manuscritos e pregados na porta da Câmara, e da matriz; — ou por meio de matraca.

    Eis em que consistia este segundo uso. Contratava-se um homem, por um ou mais dias, para andar as ruas do povoado, com uma matraca na mão. De quando em quando tocava a matraca, reunia-se gente, e ele anunciava o que lhe incumbiam, — um remédio para sezões, umas terras lavradias, um soneto, um donativo eclesiástico, a melhor tesoura da vila, o mais belo discurso do ano, etc.

    O sistema tinha inconvenientes para a paz pública; mas era conservado pela grande energia de divulgação que possuía. Por exemplo, um dos vereadores desfrutava a reputação de perfeito educador de cobras e macacos, e aliás nunca domesticara um só desses bichos; mas tinha o cuidado de fazer trabalhar a matraca todos os meses. E dizem as crônicas que algumas pessoas afirmavam ter visto cascavéis dançando no peito do vereador; afirmação perfeitamente falsa, mas só devida à absoluta confiança no sistema. Verdade, verdade, nem todas as instituições do antigo regímen mereciam o desprezo do nosso século.

ASSIS, M. O alienista. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 2 jun. 2019 (adaptado).

O fragmento faz uma referência irônica a formas de divulgação e circulação de informações em uma localidade sem imprensa. Ao destacar a confiança da população no sistema da matraca, o narrador associa esse recurso à disseminação de

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    A circulação de informações, segundo o texto, dava-se por meio do uso da matraca, em que o anunciante divulgava tanto informações verdadeiras, quanto não fidedignas, mas o povo confiava tanto no sistema que até os maiores absurdos eram tidos como inquestionáveis.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

    No ano em que o maior clarinetista que o Brasil conheceu, Abel Ferreira, faria 100 anos, o choro dá mostras de vivacidade. É quase um paradoxo que essa riquíssima manifestação da genuína alma brasileira seja forte o suficiente para driblar a falta de incentivos oficiais, a insensibilidade dos meios de comunicação e a amnésia generalizada. “Ele trazia a alma brasileira derramada em sua sonoridade ímpar. Artur da Távola, seguramente seu maior admirador, foi quem melhor o definiu, ‘alma sertaneja, toque mozarteano’”. O acervo do músico autodidata nascido na mineira Coromandel, autor de 50 músicas, entre as quais Chorando baixinho (1942), que o consagrou, amigo e parceiro de Pixinguinha, com quem gravou Ingênuo (1958), permanece com os herdeiros à espera de compilação adequada. O Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro tem a guarda do sax e do clarinete, doados em 1995.

    Na avaliação de Leonor Bianchi, editora da Revista do Choro, “a música instrumental fica apartada do que é popular porque não vai à sala de concerto. O público em geral tem interesse em samba, pagode e axé”. Ela atribui essa situação à falta de conhecimento e à pouca divulgação do gênero nas escolas.

FERRAZ, A. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 22 abr. 2015 (adaptado).

Considerando-se o contexto, o gênero e o público-alvo, os argumentos trazidos pela autora do texto buscam

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    O texto de Ferraz enfatiza o valor artístico de Abel Ferreira, clarinetista que compôs chorinhos de grande “riqueza estética” e que, em 2015, faria 100 anos.

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

Reaprender a ler notícias

    Não dá mais para ler um jornal, revista ou assistir a um telejornal da mesma forma que fazíamos até o surgimento da rede mundial de computadores.

    O Observatório da Imprensa antecipou isso lá nos idos de 1996 quando cunhou o slogan “Você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito”. De fato, hoje já não basta mais ler o que está escrito ou falado para estar bem informado. É preciso conhecer as entrelinhas e saber que não há objetividade e nem isenção absolutas, porque cada ser humano vê o mundo de uma forma diferente. Ter um pé atrás passou a ser a regra básica número um de quem passa os olhos por uma primeira página, capa de revista ou chamadas de um noticiário na IV.

    Há uma diferença importante entre desconfiar de tudo e procurar ver o maior número possível de lados de um mesmo fato, dado ou evento. Apenas desconfiar não resolve porque se trata de uma atitude passiva. É claro, tudo começa com a dúvida, mas a partir dela é necessário ser proativo, ou seja, investigar, estudar, procurar os elementos ocultos que sempre existem numa notícia. No começo é um esforço solitário que pode se tornar coletivo à medida que mais pessoas descobrem sua vulnerabilidade informativa.

Disponível em: www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em 30 set. 2015 (adaptado).

No texto, os argumentos apresentados permitem inferir que o objetivo do autor é convencer os leitores a

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    Ao afirmar que “é preciso conhecer as entrelinhas e saber que não há objetividade e nem isenção absolutas”, o autor tem por objetivo convencer os leitores a desenvolverem uma postura crítica em relação às informações recebidas.

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

    Não que Pelino fosse químico, longe disso; mas era sábio, era gramático. Ninguém escrevia em Tubiacanga que não levasse bordoada do Capitão Pelino, e mesmo quando se falava em algum homem notável lá no Rio, ele não deixava de dizer: “Não há dúvida! O homem tem talento, mas escreve: ‘um outro’, ‘de resto’...” E contraía os lábios como se tivesse engolido alguma cousa amarga.

    Toda a vila de Tubiacanga acostumou-se a respeitar o solene Pelino, que corrigia e emendava as maiores glórias nacionais. Um sábio...

    Ao entardecer, depois de ler um pouco o Sotero, o Candido de Figueiredo ou o Castro Lopes, e de ter passado mais uma vez a tintura nos cabelos, o velho mestre-escola saía vagarosamente de casa, muito abotoado no seu paletó de brim mineiro, e encaminhava-se para a botica do Bastos a dar dous dedos de prosa. Conversar é um modo de dizer, porque era Pelino avaro de palavras, limitando-se tão-somente a ouvir. Quando, porém, dos lábios de alguém escapava a menor incorreção de linguagem, intervinha e emendava. “Eu asseguro, dizia o agente do Correio, que…” Por aí, o mestre-escola intervinha com mansuetude evangélica: “Não diga ‘asseguro’, Senhor Bernardes; em português é garanto”.

    E a conversa continuava depois da emenda, para ser de novo interrompida por uma outra. Por essas e outras, houve muitos palestradores que se afastaram, mas Pelino, indiferente, seguro dos seus deveres, continuava o seu apostolado de vernaculismo.

BARRETO, L. A Nova Califórnia. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 24 jul. 2019.

Do ponto de vista linguístico, a defesa da norma-padrão pelo personagem caracteriza-se por

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    O personagem Pelino funciona como uma caricatura ao purismo linguístico que desconsidera os diferentes níveis de formalidade que marcam as situações de comunicação.

   Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

    Os linguistas têm notado a expansão do tratamento informal. “Tenho 78 anos e devia ser tratado por senhor, mas meus alunos mais jovens me tratam por você”, diz o professor Ataliba Castilho, aparentemente sem se incomodar com a informalidade, inconcebível em seus tempos de estudante. O você, porém, não reinará sozinho. O tu predomina em Porto Alegre e convive com o você no Rio de Janeiro e em Recife, enquanto você é o tratamento predominante em São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Salvador. O tu já era mais próximo e menos formal que você nas quase 500 cartas do acervo on-line de uma instituição universitária, quase todas de poetas, políticos e outras personalidades do final do século XIX e inicio do XX.

Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. acesso em: 21 abr. 2015 (adaptado).

No texto, constata-se que os usos de pronomes variaram ao longo do tempo e que atualmente têm empregos diversos pelas regiões do Brasil. Esse processo revela que

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    A possibilidade de ser usar tanto o pronome reto “tu” quanto o pronome de tratamento “você”, em diversas regiões, para se referir ao interlocutor, é uma característica da diversidade linguística do País.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

    O solo A morte do cisne, criado em 1905 pelo russo Mikhail Fokine a partir da música do compositor francês Camille Saint-Saens, retrata o último voo de um cisne antes de morrer. Na versão original, uma bailarina com figurino impecavelmente branco e na ponta dos pés inter preta toda a agonia da ave se debatendo até desfalecer.

    Em 2012, John Lennon da Silva, de 20 anos, morador do bairro de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, elaborou um novo jeito de dançara coreografia imortalizada pela bailarina Anna Pavlova. No lugar de um colã e das sapatilhas, vestiu calça jeans, camiseta e tênis. Em vez de balé, trouxe o estilo popping da street dance. Sua apresentação inovadora de A morte do cisne, que foi ao ar no programa Se ela dança, eu danço, virou hit no YouTube.

Disponível em: www.correiobraziliense.com.br. Acesso em: 18 jun. 2019 (adaptado).

A forma original de John Lennon da Silva reinterpretar a coreografia de A morte do cisne demonstra que

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    A coreografia de “A morte do cisne”, imortalizada por Anna Povlova no início do século XX, ganha uma nova configuração no século XXI, ao ser reinterpretada pelo dançarino de origem popular John Lennon da Silva, que a partir de um figurino transgressor em relação a dança clássica (“vestiu calça jeans, camiseta e tênis”), reconfigura a apresentação dessa obra. Tais elementos reforçam o encontro entre essas duas realidades socioculturais distintas.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

    Seus primeiros anos de detento foram difíceis; aos poucos entendeu como o sistema funciona. Apanhou dezenas de vezes, teve o crânio esmagado, o maxilar deslocado, braços e pernas quebrados; por fim, um dia ficou lesionado da perna quando foi jogado da laje de um pavilhão. Nem todas as vezes ele soube por que apanhou, muito menos da última, quando foi deixado para morrer, mas sobreviveu.

    Seu corpo, moído no inferno, aguarda o fim dos seus dias. Já não questiona mais. Obedece. Cumpre as ordens. Baixa a cabeça e se retira. Apanha, às vezes com motivo, às vezes sem. Por onde passou, derramaram seu sangue. Seu rastro pode ser seguido. Intriga ter sobrevivido durante tantos anos. Pouquíssimos chegaram à terceira idade encarcerados.

MAIA, A. P. Assim na terra como embaixo da terra. Rio de Janeiro: Record 2017

A narrativa concentra sua força expressiva no manejo de recursos formais e numa representação ficcional que

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E

    A personagem do texto é exposta a uma série de situações agressivas que vão além da capacidade de resistência humana, quando se aborda o tratamento dado a um prisioneiro. Há uma sequência de situações que atingem o absurdo, exemplos: “jogado da laje de um pavilhão”, ter o “crânio esmagado”, ser “moído no inferno”, ter sangue derramado, e “sobrevivido durante tantos anos”.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2021 - 1ª Aplicação).

    — O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar num troço chamado autoridades constituídas? Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada Exército Brasileiro, que o senhor tem de respeitar? Que negócio é esse? [...] Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: “dura lex”! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o General, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor. [...] Foi então que a mulher do vizinho do General interveio:

    — Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido? O delegado apenas olhou-a, espantado com o atrevimento.

    — Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não é gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso importunaram o General, ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos importunando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um Major do Exército, sobrinha de um Coronel, e filha de um General! Morou? Estarrecido, o delegado só teve força para engolir em seco e balbuciar humildemente:

    — Da ativa, minha senhora?

SABINO, F. A mulher do vizinho, Os melhores contos. Rio de Janeiro: Record, 1986.

A representação do discurso intimidador engendrada no fragmento é responsável por

A
B
C
D
E

    O desfecho assumiu um tom anedótico, ou seja, engraçado, jocoso.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)