quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

ENEM_Humanas_2019_1ªAp

ENEM 2019 - 1ª APLICAÇÃO
ENEM 2019 - CIÊNCIAS HUMANAS - 1ª APLICAÇÃO

01
(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade pondo em risco a própria integridade física, tal resolução diz respeito apenas a sua pessoa. Mas se esse mesmo homem é um chefe de Estado, os critérios pessoais não são mais adequados para decidir sobre ações cujas consequências se tornam tão amplas, já que o prejuízo não será apenas individual, mas coletivo. Nesse caso, conforme as circunstâncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o melhor para o bem comum seja mentir.

ARANHA, M. L. Maquiavel: a lógica da força. São Paulo: Moderna, 2006 (adaptado).

O texto aponta uma inovação na teoria política na época moderna expressa na distinção entre

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Maquiavel propõe, como inovação na análise da política, uma análise realista das dinâmicas dessa esfera. Assim, seu pensamento é crítico ao idealismo do pensamento político que vigora até então, baseado nas teorias clássicas, e aborda a moral do príncipe por uma perspectiva pragmática.


02
(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) como uma política para todos constitui-se uma das mais importantes conquistas da sociedade brasileira no século XX. O SUS deve ser valorizado e defendido como um marco para a cidadania e o avanço civilizatório. A democracia envolve um modelo de Estado no qual políticas protegem os cidadãos e reduzem as desigualdades. O SUS é uma diretriz que fortalece a cidadania e contribui para assegurar o exercício de direitos, o pluralismo político e o bem-estar como valores de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, conforme prevê a Constituição Federal de 1988.

RIZZOTO, M. L. F. et al. Justiça social, democracia com direitos sociais e saúde: a luta do Cebes. Revista Saúde em Debate, n. 116, jan.-mar. 2018 (adaptado).

Segundo o texto, duas características da concepção da política pública analisada são:

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Levando em conta que o Brasil tem uma estrutura democrática, entre cujas diretrizes principais está a igualdade de direitos entre os cidadãos, o direito à assistência da saúde, oferecido pelo Estado a todos os cidadãos por meio do SUS, cumpre os princípios do universalismo e do igualitarismo.


03
(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

TEXTO I

   Considero apropriado deter-me algum tempo na contemplação deste Deus todo perfeito, ponderar totalmente à vontade seus maravilhosos atributos, considerar, admirar e adorar a incomparável beleza dessa imensa luz.

DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

TEXTO II

    Qual será a forma mais razoável de entender como é o mundo? Existirá alguma boa razão para acreditar que o mundo foi criado por uma divindade todo-poderosa? Não podemos dizer que a crença em Deus é “apenas” uma questão de fé.

RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.

Os textos abordam um questionamento da construção da modernidade que defende um modelo

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Apesar de abordar um tema fundamentalmente religioso, Descartes chega à conclusão de que Deus existe apoiado na razão, através de sua dúvida hiperbólica. Esse é o passo seguinte à conclusão do “cogito ergo sum”. Sua abordagem racional é a base das transformações da modernidade.


04
(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    A comunidade de Mumbuca, em Minas Gerais, tem uma organização coletiva de tal forma expressiva que coopera para o abastecimento de mantimentos da cidade do Jequitinhonha, o que pode ser atestado pela feira aos sábados. Em Campinho da Independência, no Rio de Janeiro, o artesanato local encanta os frequentadores do litoral sul do estado, além do restaurante quilombola que atende aos turistas.

ALMEIDA, A. W. B. (Org.). Cadernos de debates nova cartografia social: Territórios quilombolas e conflitos. Manaus: Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia; UEA Edições, 2010 (adaptado).

No texto, as estratégias territoriais dos grupos de remanescentes de quilombo visam garantir:

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Na cartografia social do território brasileiro, grupos remanescentes de quilombos, de aldeamentos indígenas, e outros tantos arranjos de grupos minoritários, adotam estratégias de valorização de sua tradicional produção e autossustento como forma de se inserir na economia regional e nacional sem perda de sua identidade.


05
(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

TEXTO I

    Ouve o barulho do rio, meu filho

    Deixa esse som te embalar

    As folhas que caem no rio, meu filho

    Terminam nas águas do mar

    Quando amanhã por acaso faltar

    Uma alegria no seu coração

    Lembra do som dessas águas de lá

    Faz desse rio a sua oração.

MONTE, M. et al. O rio. In: . Rio de Janeiro: Sony; Universal Music, 2006 (fragmento).

TEXTO II

    O atrativo ecoturístico não é somente o banho de cachoeira, sentar e caminhar pela praia, cavalgar, mas conhecer a biodiversidade, às vezes supostamente em extinção. Observar baleias, nadar com o golfinho, tocar em corais, sair ao encontro de dezenas de jacarés em seu hábitat natural são símbolos que fascinam um ecoturista. A natureza é transformada em espetáculo diferente da vida urbana moderna.

SANTANA, P. V. Ecoturismo: uma indústria sem chaminé? São Paulo: Labur Edições, 2008.

São identificadas nos textos, respectivamente, as seguintes posturas em relação à natureza:

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Ao longo das revoluções industriais, a concepção do homem sobre a natureza se modificou. Se antes ela era intrínseca a vivência humana, depois ela passa a ser entendida como meio de apropriação. Posterior a isso, consequência da poluição urbana, a natureza passa a ser vista como moralmente boa, como uma conexão romântica e distante. Essa ideia de que o homem seria separado da natureza fica cada vez mais presente na modernidade.


06
(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    A maior parte das agressões e manifestações discriminatórias contra as religiões de matrizes africanas ocorrem em locais públicos (57%). É na rua, na via pública, que tiveram lugar mais de 2/3 das agressões, geralmente em locais próximos às casas de culto dessas religiões. O transporte público também é apontado como um local em que os adeptos das religiões de matrizes africanas são discriminados, geralmente quando se encontram paramentados por conta dos preceitos religiosos.

REGO, L. F.; FONSECA, D. P. R.; GIACOMINI, S. M. Cartografia social de terreiros no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2014.

As práticas descritas no texto são incompatíveis com a dinâmica de uma sociedade laica e democrática porque

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Um Estado de direito laico e democrático é baseado em princípios de igualdade de liberdade. Isso inclui a dimensão religiosa da vida e uma sociedade baseada nesses preceitos deve assegurar a livre prática de credo. Nesses termos, o Estado não deve defender uma religião em si, mas garantir essa liberdade no interior da sociedade e combater a intolerância religiosa.


07
(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

TEXTO I

    A centralização econômica, o protecionismo e a expansão ultramarina engrandeceram o Estado, embora beneficias sem a burguesia incipiente.

ANDERSON, P. In: DEYON, P. O mercantilismo. Lisboa: Gradiva, 1989 (adaptado).

TEXTO II

    As interferências da legislação e das práticas exclusivistas restringem a operação benéfica da lei natural na esfera das relações econômicas.

SMITH, A. A riqueza das Nações. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (adaptado).

Entre os séculos XVI e XIX, diferentes concepções sobre as relações entre Estado e economia foram formuladas. Tais concepções, associadas a cada um dos textos, Confrontam-se, respectivamente, na oposição entre as práticas de

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Enquanto o texto I caracteriza o mercantilismo, sistema no qual a adoção de práticas protecionistas e a defesa do monopólio régio; o texto II apresenta características do liberalismo, onde há o apoio à livre concorrência através da lei da oferta e da procura.


08
(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    A lenda diz que, em um belo dia ensolarado, Newton estava relaxando sob uma macieira. Pássaros gorjeavam em suas orelhas. Havia uma brisa gentil. Ele cochilou por alguns minutos. De repente, uma maçã caiu sobre a sua cabeça e ele acordou com um susto. Olhou para cima. “Com certeza um pássaro ou um esquilo derrubou a maçã da árvore”, supôs. Mas não havia pássaros ou esquilos na árvore por perto. Ele, então, pensou: “Apenas alguns minutos antes, a maçã estava pendurada na árvore. Nenhuma força externa fez ela cair. Deve haver alguma força subjacente que causa a queda das coisas para a terra”.

SILVA, C. C.; MARTINS, R A. Estudos de história e filosofia das ciências. São Paulo: Livraria da Física, 2006 (adaptado).

Em contraponto a uma interpretação idealizada, o texto aponta para a seguinte dimensão fundamental da ciência moderna:

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No texto observamos a descrição no processo de produção de uma conclusão inicial que é consequência da observação de um fenômeno natural. No método científico, essa etapa é conhecida como a formulação da hipótese que fundamentará as experiências. Se confirmadas, as hipóteses passam por generalização e se transformam em leis. Se negadas, o cientista volta etapas no método.


09
(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    A hospitalidade pura consiste em acolher aquele que chega antes de lhe impor condições, antes de saber e indagar o que quer que seja, ainda que seja um nome ou um “documento” de identidade. Mas ela também supõe que se dirija a ele, de maneira singular, chamando-o portanto e reconhecendo-lhe um nome próprio: “Como você se chama?” A hospitalidade consiste em fazer tudo para se dirigir ao outro, em lhe conceder, até mesmo perguntar seu nome, evitando que essa pergunta se torne uma “condição”, um inquérito policial, um fichamento ou um simples controle das fronteiras. Uma arte e uma poética, mas também toda uma política dependem disso, toda uma ética se decide aí.

DERRIDA, J. Papel-máquina. São Paulo: Estação Liberdade, 2004 (adaptado).

Associado ao contexto migratório contemporâneo, o conceito de hospitalidade proposto pelo autor impõe a necessidade de

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A alteridade compreende-se como um dos princípios fundamentais para que o homem na sua vertente social tem uma relação de interação e dependência com o outro. Dessa maneira, a hospitalidade com os demais seria um exercícios de alteridade no contexto migratório.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    Em sentido geral e fundamental, Direito é a técnica da coexistência humana, isto é, a técnica voltada a tornar possível a coexistência dos homens. Como técnica, o Direito se concretiza em um conjunto de regras (que, nesse caso, são leis ou normas); e tais regras têm por objeto o comportamento intersubjetivo, isto é, o comportamento recíproco dos homens entre si.

ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

O sentido geral e fundamental do Direito, conforme foi destacado, refere-se à

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Na análise do texto, o direito seria uma vertente com o objetivo de criar regras , leis e propostas para regular o convívio social.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    O processamento da mandioca era uma atividade já realizada pelos nativos que viviam no Brasil antes da chegada de portugueses e africanos. Entretanto, ao longo do processo de colonização portuguesa, a produção de farinha foi aperfeiçoada e ampliada, tornando-se lugar-comum em todo o território da colônia portuguesa na América. Com a consolidação do comércio atlântico em suas diferentes conexões, a farinha atravessou os mares e chegou aos mercados africanos.

BEZERRA, N. R. Escravidão, farinha e tráfico atlântico: um novo olhar sobre as relações entre o Rio de Janeiro e Benguela (1790-1830). Disponível em: www.bn.br. Acesso em: 20 ago. 2014 (adaptado).

Considerando a formação do espaço atlântico, esse produto exemplifica historicamente a

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Ao longo do processo de colonização portuguesa, o comércio tornou o Atlântico um espaço de conexões entre Europa, América e África. A chegada da farinha de mandioca, através do comércio transatlântico, aos mercados africanos, exemplifica que as relações estabelecidas permitiram a difusão de hábitos alimentares.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

Brasil, Alemanha, Japão e Índia pedem reforma do Conselho de Segurança

    Os representantes do G4 (Brasil, Alemanha, Índia e Japão) reiteraram, em setembro de 2018, a defesa pela ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) durante reunião em Nova York (Estados Unidos). Em declaração conjunta, de dez itens, os chanceleres destacaram que o órgão, no formato em que está, com apenas cinco membros permanentes e dez rotativos, não reflete o século 21. “A reforma do Conselho de Segurança é essencial para enfrentar os desafios complexos de hoje. Como aspirantes a novos membros permanentes de um conselho reformado, os ministros reiteraram seu compromisso de trabalhar para fortalecer o funcionamento da ONU e da ordem multilateral global, bem como seu apoio às respectivas candidaturas”, afirma a declaração conjunta.

Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 7 dez. 2018 (adaptado).

Os países mencionados no texto justificam sua pretensão com base na seguinte característica comum:

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Os países pretendentes a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU são considerados, nas suas regiões, os mais dinâmicos economicamente, assumindo um protagonismo que em tese os credenciaria para se juntarem a China, Rússia, Estados Unidos, França e Reino Unido como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    Tratava-se agora de construir um ritmo novo. Para tanto, era necessário convocar todas as forças vivas da Nação, todos os homens que, com vontade de trabalhar e confiança no futuro, pudessem erguer, num tempo novo, um novo Tempo. E, à grande convocação que conclamava o povo para a gigantesca tarefa, começaram a chegar de todos os cantos da imensa pátria os trabalhadores: os homens simples e quietos, com pés de raiz, rostos de couro e mãos de pedra, e no calcanho, em carro de boi, em lombo de burro, em paus-de-arara, por todas as formas possíveis e imagináveis, em sua mudez cheia de esperança, muitas vezes deixando para trás mulheres e filhos a aguardar suas promessas de melhores dias; foram chegando de tantos povoados, tantas cidades cujos nomes pareciam cantar saudades aos seus ouvidos, dentro dos antigos ritmos da imensa pátria... Terra de sol, Terra de luz... Brasil! Brasil! Brasília!

MORAES, V.; JOBIM, A. C. Brasília, sinfonia da alvorada. III — A chegada dos candangos. Disponível em: www.viniciusdemoraes.com.br. Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado).

No texto, a narrativa produzida sobre a construção de Brasília articula os elementos políticos e socioeconômicos indicados, respectivamente, em:

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O apelo simbólico é representado no texto pela exaltação da necessidade de construir uma nova cidade, que representará um novo Tempo. Esse processo será realizado pelos humildes, que, deslocando-se dos mais diferentes cantos do Brasil (a migração inter-regional), construirão a nova cidade.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    Saudado por centenas de militantes de movimentos sociais de quarenta países, o papa Francisco encerrou no dia 09/07/2015 o 2º Encontro Mundial dos Movimentos Populares, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Segundo ele, a “globalização da esperança, que nasce dos povos e cresce entre os pobres, deve substituir esta globalização da exclusão e da indiferença”.

Disponível em: http://cartamaior.com.br. Acesso em: 15 jul. 2015 (adaptado).

No texto há uma crítica ao seguinte aspecto do mundo globalizado:

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A questão solicita a indicação de alternativa que faz uma crítica à globalização a partir do discurso do sumo pontífice católico, que aponta para a necessidade de redução das diferenças na sociedade, as quais também são resultado da disparidade econômica.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    A Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada pela Assembleia Geral da ONU na Resolução 217-A, de 10 de dezembro de 1948, foi um acontecimento histórico de grande relevância. Ao afirmar, pela primeira vez em escala planetária, o papel dos direitos humanos na convivência coletiva, pode ser considerada um evento inaugural de uma nova concepção de vida internacional.

LAFER, C. Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). In: MAGNOLI, D. (Org.). História da paz. São Paulo: Contexto, 2008.

A declaração citada no texto introduziu uma nova concepção nas relações internacionais ao possibilitar a

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A Declaração Universal dos Direitos Humanos acrescentou, aos direitos políticos e civis reconhecidos desde a Revolução Francesa, o conceito de direitos de natureza pessoal ou de coletividades menores – direitos esses muitas vezes desrespeitados ou ignorados pelos grupos hegemônicos. Como decorrência desse novo enfoque humanista, os direitos dos grupos minoritários religiosos, étnicos, culturais ou de outra natureza foram reconhecidos como inerentes ao gênero humano.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

“Nossa cultura não cabe nos seus museus”.

TOLENTINO, A. B. Patrimônio cultural e discursos museológicos. Midas, n. 6, 2016.

Produzida no Chile, no final da década de 1970, a imagem expressa um conflito entre culturas e sua presença em museus decorrente da

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A história presente dos museus retratou durante muito tempo a cultura das elites. A partir dos anos 1970, renovações nas Ciências Sociais passaram a valorizar o papel de grupos até então esquecidos. Foi a partir desse movimento que se passou a criticar o papel até então desempenhado pelos museus e seus critérios na definição dos acervos.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    A ocasião fez o ladrão: Francis Drake travava sua guerra de pirataria contra a Espanha papista quando roubou as tropas de mulas que levavam o ouro do Peru para o Panamá. Graças à cumplicidade da rainha Elizabeth I, ele reincide e saqueia as costas do Chile e do Peru antes de regressar pelo Oceano Pacífico, e depois pelo Índico. Ora, em Ternate ele oferece sua proteção a um sultão revoltado com os portugueses; assim nasce o primeiro entreposto inglês ultramarino.

FERRO, M. História das colonizações. Das colonizações às independências. Séculos XIII a XX. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.

A tática adotada pela Inglaterra do século XVI, conforme citada no texto, foi o meio encontrado para

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Como a Inglaterra, no século XVI, praticamente não participou da conquista de colônias ultramarinas, procurou aumentar suas reservas de ouro (um preceito mercantilista) saqueando embarcações e cidades coloniais espanholas.

Essa estratégia, estimulada pela rainha Elizabeth (Isabel) I, processou-se tanto por meio da guerra de corso (atividade oficial) como da pirataria (atividade ilegal). Aliás, Francis Drake atuou ora em uma, ora em outra condição, dependendo das relações de momento entre Inglaterra e Espanha.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) realizou 248 ações fiscais e resgatou um total de 1 590 trabalhadores da situação análoga à de escravo, em 2014, em todo o país. A análise do enfrentamento do trabalho em condições análogas às de escravo materializa a efetivação de parcerias inéditas no trato da questão, podendo ser referenciadas ações fiscais realizadas com o Ministério da Defesa, Exército Brasileiro, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Disponível em: http://portal.mte.gov.br. Acesso em: 4 fev. 2015 (adaptado).

A estratégia defendida no texto para reduzir o problema social apontado consiste em:

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O texto da questão mostra que, principalmente, a articulação de diversos órgãos públicos – como o Ministério do Trabalho, o Ministério da Defesa, o Exército Brasileiro, o Ibama e o ICMBio – torna-se apta a combater o trabalho análogo à escravidão.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    O bônus demográfico é caracterizado pelo período em que, por causa da redução do número de filhos por mulher, a estrutura populacional fica favorável ao crescimento econômico. Isso acontece porque há proporcionalmente menos crianças na população, e o percentual de idosos ainda não é alto.

GOIS, A. O Globo, 5 abr. 2015 (adaptado).

A ação estatal que contribui para o aproveitamento do bônus demográfico é o estímulo à

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O bônus ou janela demográfica é o momento em que se observa o maior percentual de PEA (população economicamente ativa) e proporcionalmente a menor de PEI (população economicamente ativa). Isso significa um ótimo momento para gerar riqueza no país pois existe um menor gasto com dependentes e para isso é necessário investir na qualificação de mão de obra a partir de universidades e institutos técnicos.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

Os moradores de Utqiagvik passaram dois meses quase totalmente na escuridão

    Os habitantes desta pequena cidade no Alasca — o estado dos Estados Unidos mais ao norte — já estão acostumados a longas noites sem ver a luz do dia. Em 18 de novembro de 2018, seus pouco mais de 4 mil habitantes viram o último pôr do sol do ano. A oportunidade seguinte para ver a luz do dia ocorreu no dia 23 de janeiro de 2019, às 13 h 04 min (horário local).

Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 16 maio 2019 (adaptado).

O fenômeno descrito está relacionado ao fato de a cidade citada ter uma posição geográfica condicionada pela

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A ausência de luz solar nessa cidade do Alasca se deve à sua localização em altas latitudes. As áreas situadas entre os círculos polares e os polos possuem elevada amplitude anual de brilho solar. No Hemisfério Norte, onde se localiza o Alasca, o solstício de inverno caracteriza-se pela ausência de brilho solar, en quanto no solstício de verão, o sol brilha por 24 horas.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    A fome não é um problema técnico, pois ela não se deve à falta de alimentos, isso porque a fome convive hoje com as condições materiais para resolvê-la.

PORTO-GONÇALVES, C. W. Geografia da riqueza, fome e meio ambiente. In: OLIVEIRA, A. U.; MARQUES, M. I. M. (Org.). O campo no século XXI: território de vida, de luta e de construção da justiça social. São Paulo: Casa Amarela; Paz e Terra, 2004 (adaptado).

O texto demonstra que o problema alimentar apresentado tem uma dimensão política por estar associado ao(à)

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A evolução técnica das atividades agropecuárias possibilitam uma produção de alimentos como nunca antes visto. Todavia, a fome ainda persiste como um problema e isso se deve a questão de acesso, a desigualdade/distribuição de renda.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    A pegada ecológica gigante que estamos a deixar no planeta está a transformá-lo de tal forma que os especialistas consideram que já entramos numa nova época geológica, o Antropoceno. E muitos defendem que, se não travarmos a crise ambiental, mais rapidamente transformaremos a Terra em Vênus do que iremos a Marte. A expressão “Antropoceno” é atribuída ao químico e prêmio Nobel Paul Crutzen, que a propôs durante uma conferência em 2000, ao mesmo tempo que anunciou o fim do Holoceno — a época geológica em que os seres humanos se encontram há cerca de 12 mil anos, segundo a União Internacional das Ciências Geológicas (UICG), a entidade que define as unidades de tempo geológicas.

SILVA, R. D. Antropoceno: e se formos os últimos seres vivos a alterar a Terra? Disponível em: www.publico.pt. Acesso em: 5 dez. 2017 (adaptado).

A concepção apresentada considera a existência de uma nova época geológica concebida a partir da capacidade de influência humana nos processos

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O antropoceno descrito no texto é caracterizado pela enorme capacidade que o homem atualmente possui de alterar o meio em seu entorno. Isso pode ser exemplificado pela alteração do relevo da superfície terrestre e sua influência no clima e, por isso, nos processos exógenos.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 11 dez. 2018 (adaptado).

A geração de imagens por meio da tecnologia ilustrada depende da variação do(a):

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A questão ilustra o funcionamento do sensoriamento remoto que ao utilizar um sensor passivo depende da taxa de reflectância dos objetos mapeados, isto é, depende do albedo que consiste em uma relação de absorção e reflectância dos corpos físicos.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    Dizem que Humboldt, naturalista do século XIX, maravilhado pela geografia, flora e fauna da região sul-americana, via seus habitantes como se fossem mendigos sentados sobre um saco de ouro, referindo-se a suas incomensuráveis riquezas naturais não exploradas. De alguma maneira, o cientista ratificou nosso papel de exportadores de natureza no que seria o mundo depois da colonização ibérica: enxergou-nos como territórios condenados a aproveitar os recursos naturais existentes.

ACOSTA, A. Bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos. São Paulo: Elefante, 2016 (adaptado).

A relação entre ser humano e natureza ressaltada no texto refletia a permanência da seguinte corrente filosófica:

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A questão evoca o racionalismo, como instrumento de superioridade do ser humano. O texto relembra teorias que viriam a justificar o domínio de continentes e povos considerados “menos evoluídos” que o europeu. O racionalismo cartesiano relativiza o aspecto do humano incompleto de todos os significados.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está investigando o extermínio de abelhas por intoxicação por agrotóxicos em colmeias de São Paulo e Minas Gerais. Os estudos com inseticidas do tipo neonicotinoides devem estar concluídos no primeiro semestre de 2015. Trata-se de um problema de escala mundial, presente, inclusive, em países do chamado primeiro mundo, e que traz, como consequência, grave ameaça aos seres vivos do planeta, inclusive ao homem.

IBAMA. Polinizadores em risco de extinção são ameaça à vida do ser humano. Disponível em: www.mma.gov.br. Acesso em: 10 mar. 2014.

Qual solução para o problema apresentado garante a produtividade da agricultura moderna?

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Entre os muitos recursos empregados para assegurar a produtividade agrícola, o controle biológico da produção é o mais compatível com esforços para mitigar os impactos causados pela “pegada ecológica”.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    O cristianismo incorporou antigas práticas relativas ao fogo para criar uma festa sincrética. A igreja retomou a distância de seis meses entre os nascimentos de Jesus Cristo e João Batista e instituiu a data de comemoração a este último de tal maneira que as festas do solstício de verão europeu com suas tradicionais fogueiras se tornaram “fogueiras de São João”. A festa do fogo e da luz no entanto não foi imediatamente associada a São João Batista. Na Baixa Idade Média, algumas práticas tradicionais da festa (como banhos, danças e cantos) foram perseguidas por monges e bispos. A partir do Concílio de Trento (1545-1563), a Igreja resolveu adotar celebrações em torno do fogo e associá-las à doutrina cristã.

CHIANCA, L. Devoção e diversão: expressões contemporâneas de festas e santos católicos. Revista Anthropológicas, n. 18, 2007 (adaptado).

Com o objetivo de se fortalecer, a instituição mencionada no texto adotou as práticas descritas, que consistem em

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Após a reforma protestante a igreja católica ameaçada pelo surgimento de novas religiões cristãs adotou uma série de práticas para se fortalecer. Uma delas foi a apropriação de cerimônias seculares, como as celebrações em torno do fogo. Associando-a a doutrina cristã, a igreja buscava se aproximar dos fiéis.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    Penso que não há um sujeito soberano, fundador, uma forma universal de sujeito que poderíamos encontrar em todos os lugares. Penso, pelo contrário, que o sujeito se constitui através das práticas de sujeição ou, de maneira mais autônoma, através de práticas de liberação, de liberdade, como na Antiguidade — a partir, obviamente, de um certo número de regras, de estilos, que podemos encontrar no meio cultural.

FOUCAULT, M. Ditos e escritos V: ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.

O texto aponta que a subjetivação se efetiva numa dimensão

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Foucault é um pensador estruturalista para quem o homem é adestrado por instituições para se adequar em dada sociedade. No texto, Foucault fala sobre a construção do sujeito pelas interações sociais.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

TEXTO I

    Os segredos da natureza se revelam mais sob a tortura dos experimentos do que no seu curso natural.

BACON, F. Novum Organum, 1620. In: HADOT, P. O véu de Ísis: ensaio sobre a história da ideia de natureza. São Paulo: Loyola, 2006.

TEXTO II

    O ser humano, totalmente desintegrado do todo, não percebe mais as relações de equilíbrio da natureza. Age de forma totalmente desarmônica sobre o ambiente, causando grandes desequilíbrios ambientais.

GUIMARÃES, M. A dimensão ambiental na educação. Campinas: Papirus, 1995.

Os textos indicam uma relação da sociedade diante da natureza caracterizada pela

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Ao longo da história, o homem sempre produziu ferramentas para facilitar seu trabalho ou ajudá-lo a superar suas limitações físicas. Assim o homem, um ser que facilmente seria vencido pela natureza, passou a produzir meios que possibilitaram a objetificação do espaço físico.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    Essa atmosfera de loucura e irrealidade, criada pela aparente ausência de propósitos, é a verdadeira cortina de ferro que esconde dos olhos do mundo todas as formas de campos de concentração. Vistos de fora, os campos e o que neles acontece só podem ser descritos com imagens extraterrenas, como se a vida fosse neles separada das finalidades deste mundo. Mais que o arame farpado, é a irrealidade dos detentos que ele confina que provoca uma crueldade tão incrível que termina levando à aceitação do extermínio como solução perfeitamente normal.

ARENDT, H. Origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 1989 (adaptado).

A partir da análise da autora, no encontro das temporalidades históricas, evidencia-se uma crítica à naturalização do(a)

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Em sua obra “A origem do totalitarismo” Hannah Arendt vai criticar a banalização do mal a partir da segregação humana. Essa segregação é alimentada pela biopolítica – políticas de adestramento da vida humana.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

Disponível em: https://hypescience.com. Acesso em: 1 dez. 2018 (adaptado).

A divisão política do mundo como apresentada na imagem seria possível caso o planeta fosse marcado pela estabilidade do(a)

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Na imagem observamos todos os países juntos como se formassem um supercontinente. Isso seria possível se não tivéssemos o movimento das placas tectônicas, isto é, se tivéssemos uma estabilidade da estrutura geológica.


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    A cidade medieval é, antes de mais nada, uma sociedade da abundância, concentrada num pequeno espaço em meio a vastas regiões pouco povoadas. Em seguida, é um lugar de produção e de trocas, onde se articulam o artesanato e o comércio, sustentados por uma economia monetária. É também o centro de um sistema de valores particular, do qual emerge a prática laboriosa e criativa do trabalho, o gosto pelo negócio e pelo dinheiro, a inclinação para o luxo, o senso da beleza. É ainda um sistema de organização de um espaço fechado com muralhas, onde se penetra por portas e se caminha por ruas e praças e que é guarnecido por torres.

LE GOFF, J.; SCHMITT, J.-C. Dicionário temático do Ocidente Medieval. Bauru: Edusc, 2006.

No texto, o espaço descrito se caracteriza pela associação entre a ampliação das atividades urbanas e a

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A descrição das cidades medievais feita por Le Goff enfatiza a importância do controle sobre o acesso à cidade, protegida por muralhas e um certo número de portas fortificadas. Esse aparato defensivo, necessário em uma época extremamente belicosa quanto o período citado, foi copiado dos castelos medievais, tão significativos no contexto do feudalismo.


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    Dificilmente passa-se uma noite sem que algum sitiante tenha seu celeiro ou sua pilha de cereais destruídos pelo fogo. Vários trabalhadores não diretamente envolvidos nos ataques pareciam apoiá-los, como se vê neste depoimento ao The Times: “deixa queimar, pena que não foi a casa”; “podemos nos aquecer agora”; “nós só queríamos algumas batatas, há um fogo ótimo para cozinhá-las”.

HOBSBAWM, E.; RUDÉ, G. Capitão Swing. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982 (adaptado).

A revolta descrita no texto, ocorrida na Inglaterra no século XIX, foi uma reação ao seguinte processo socioespacial:

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O processo de cercamento (enclosurement) das terras comunais, isto é, de uso coletivo dos camponeses ingleses (open fields), teve início no século XVI, mas se prolongou até princípios do século XIX, contribuindo para agravar a miséria do campesinato. Nesse contexto, cujo grande pano de fundo é a Re volução Industrial, a fome, representada pela carência de batatas — um alimento popular — assumiu um aspecto particularmente dramático, conforme explicitado no texto.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    Entre os combatentes estava a mais famosa heroína da Independência. Nascida em Feira de Santana, filha de lavradores pobres, Maria Quitéria de Jesus tinha trinta anos quando a Bahia começou a pegar em armas contra os portugueses. Apesar da proibição de mulheres nos batalhões de voluntários, decidiu se alistar às escondidas. Cortou os cabelos, amarrou os seios, vestiu-se de homem e incorporou-se às fileiras brasileiras com o nome de Soldado Medeiros.

GOMES, L. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.

No processo de Independência do Brasil, o caso mencionado é emblemático porque evidencia a

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A sociedade colonial foi marcada pelo escravismo, autoritarismo e patriarcalismo. Este último pode inclusive ser percebido pela proibição de mulheres nos batalhões. Foi deste modo a rigidez da estrutura social patriarcal que levou Maria Quitéria a precisar se vestir de homem para se alistar nos batalhões que lutaram nas guerras de independência.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    A reestruturação global da indústria, condicionada pelas estratégias de gestão global da cadeia de valor dos grandes grupos transnacionais, promoveu um forte deslocamento do processo produtivo, até mesmo de plantas industriais inteiras, e redirecionou os fluxos de produção e de investimento. Entretanto, o aumento da participação dos países em desenvolvimento no produto global deu-se de forma bastante assimétrica quando se compara o dinamismo dos países do leste asiático com o dos demais países, sobretudo os latino-americanos, no período 1980-2000.

SARTI, F.; HIRATUKA, C. Indústria mundial: mudanças e tendências recentes. Campinas: Unicamp, n. 186, dez. 2010.

A dinâmica de transformação da geografia das indústrias descrita expõe a complementaridade entre dispersão espacial e

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O texto traz a ideia da descentralização industrial feita de forma desigual, assimétrica, quando comparado os países do leste asiático e os países latino-americanos. O comando da questão pede a complementaridade entre essa dispersão espacial e outro aspecto geográfico. Essa dispersão, como texto diz, é acompanhada da concentração econômica, que gera a assimetria das relações de poder, consequente da distribuição da produção internacional.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

Regiões áridas e semiáridas do mundo

SALGADO-LABOURIAL, M. L. História ecológica da Terra. São Paulo: Edgard Blucher, 1994 (adaptado).

No Hemisfério Sul, a sequência latitudinal dos desertos representada na imagem sofre uma interrupção no Brasil devido à seguinte razão:

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As áreas desérticas destacadas na figura correspondem àquelas situadas na faixa latitudinal de alta pressão atmosférica, entre os trópicos e 30°. No Brasil, a não ocorrência de extensas áreas desérticas deve-se a uma complexa interação de fatores como a evapotranspiração do grande bioma amazônico; a ocorrência de sistemas atmosféricos que favorecem chuvas frontais e o deslocamento de umidade amazônica em direção a maiores latitudes; a ausência de grandes obstáculos de relevo impedidores de deslocamento de umidade.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    De fato, não é porque o homem pode usar a vontade livre para pecar que se deve supor que Deus a concedeu para isso. Há, portanto, uma razão pela qual Deus deu ao homem esta característica, pois sem ela não poderia viver e agir corretamente. Pode-se compreender, então, que ela foi concedida ao homem para esse fim, considerando-se que se um homem a usa para pecar, recairão sobre ele as punições divinas. Ora, isso seria injusto se a vontade livre tivesse sido dada ao homem não apenas para agir corretamente, mas também para pecar. Na verdade, por que deveria ser punido aquele que usasse sua vontade para o fim para o qual ela lhe foi dada?

AGOSTINHO. O livre-arbítrio. In: MARCONDES, D. Textos básicos de ética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

Nesse texto, o filósofo cristão Agostinho de Hipona sustenta que a punição divina tem como fundamento o(a)

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O filósofo defendia que o livre arbítrio foi dado ao homem, contanto que utilizasse de acordo com a ética da responsabilidade, ou seja, caso o homem usasse sua liberdade para pecar, receberia a punição divina e isso comprovaria sua insuficiência moral.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    Localizado a 160 km da cidade de Porto Velho (capital do estado de Rondônia), nos limites da Reserva Extrativista Jaci-Paraná e Terra Indígena Karipunas, o povoado de União Bandeirantes surgiu em 2000 a partir de movimentos de camponeses, madeireiros, pecuaristas e grileiros que, à revelia do ordenamento territorial e diante da passividade governamental, demarcaram e invadiram terras na área rural fundando a vila. Atualmente, constitui-se na região de maior produção agrícola e leiteira do município de Porto Velho, fornecendo, inclusive, alimentos para a Hidrelétrica de Jirau.

SILVA, R. G. C. Amazônia globalizada — o exemplo de Rondônia. Confins, n. 23, 2015 (adaptado).

A dinâmica de ocupação territorial descrita foi decorrente da

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O texto fala da ocupação territorial decorrente da expansão de frentes pioneiras, que no caso, envolve os movimentos de camponeses, madeireiros, pecuaristas e grileiros. Devido à passividade governamental, ocorreu a demarcação e a invasão de terras na área rural.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    Em nenhuma outra época o corpo magro adquiriu um sentido de corpo ideal e esteve tão em evidência como nos dias atuais: esse corpo, nu ou vestido, exposto em diversas revistas femininas e masculinas, está na moda: é capa de revistas, matérias de jornais, manchetes publicitárias, e se transformou em sonho de consumo para milhares de pessoas. Partindo dessa concepção, o gordo passa a ter um corpo visivelmente sem comedimento, sem saúde, um corpo estigmatizado pelo desvio, o desvio pelo excesso. Entretanto, como afirma a escritora Marylin Wann, é perfeitamente possível ser gordo e saudável. Frequentemente os gordos adoecem não por causa da gordura, mas sim pelo estresse, pela opressão a que são submetidos.

VASCONCELOS, N. A.; SUDO, I.; SUDO, N. Um peso na alma: o corpo gordo e a mídia. Revista Mal-Estar e Subjetividade, n. 1, mar. 2004 (adaptado).

No texto, o tratamento predominante na mídia sobre a relação entre saúde e corpo recebe a seguinte crítica:

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Assim como a padronização e homogeneização dos gostos, também há, na sociedade, uma padronização sobre como devem ser os corpos, baseados em noções ideológicas e estéticas. Uma dessas noções está arraigada num senso comum de que ser magro é melhor porque é mais saudável. O texto, assim, apresenta um contraponto a formação desse estereótipo.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    No sistema capitalista, as muitas manifestações de crise criam condições que forçam a algum tipo de racionalização. Em geral, essas crises periódicas têm o efeito de expandir a capacidade produtiva e de renovar as condições de acumulação. Podemos conceber cada crise como uma mudança do processo de acumulação para um nível novo e superior.

HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005 (adaptado).

A condição para a inclusão dos trabalhadores no novo processo produtivo descrito no texto é a

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Atualmente o novo processo produtivo e identificado a partir das características do toyotismo, que exige constantemente o aperfeiçoamento da produção e do trabalhador. Nesse sentido, a qualificação profissional é condição fundamental para inserção do trabalhador da atual lógica produtiva.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    Art. 90. As nomeações dos deputados e senadores para a Assembleia Geral, e dos membros dos Conselhos Gerais das províncias, serão feitas por eleições, elegendo a massa dos cidadãos ativos em assembleias paroquiais, os eleitores de província, e estes, os representantes da nação e província.

    Art. 92. São excluídos de votar nas assembleias paroquiais:

    I. Os menores de vinte e cinco anos, nos quais se não compreendem os casados, os oficiais militares, que forem maiores de vinte e um anos, os bacharéis formados e os clérigos de ordens sacras.

    II. Os filhos de famílias, que estiverem na companhia de seus pais, salvo se servirem a ofícios públicos.

    III. Os criados de servir, em cuja classe não entram os guarda-livros, e primeiros caixeiros das casas de comércio, os criados da Casa Imperial, que não forem de galão branco, e os administradores das fazendas rurais e fábricas.

    IV. Os religiosos e quaisquer que vivam em comunidade claustral.

    V. Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio, ou emprego.

BRASIL. Constituição de 1824. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 4 abr. 2015 (adaptado).

De acordo com os artigos do dispositivo legal apresentado, o sistema eleitoral instituído no início do Império é marcado pelo(a)

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A Constituição outorgada de 1824 dividiu os votantes brasileiros em “eleitores de paróquia” e “eleitores de província”, cabendo aos primeiros eleger os segundos, que por sua vez escolheriam os deputados provinciais. Essa característica fazia com que as eleições para a Câmara dos Deputados do Império fossem realizadas em dois graus, ou seja, de maneira indireta. Ademais, exigiam-se níveis de renda diferenciados para que o cidadão se tornasse eleitor de paróquia ou pudesse se candidatar a eleitor de província, deputado provincial ou senador, – o que configura um sistema eleitoral censitário.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    Fala-se aqui de uma arte criada nas ruas e para as ruas, marcadas antes de tudo pela vida cotidiana, seus conflitos e suas possibilidades, que poderiam envolver técnicas, agentes e temas que não fossem encontrados nas instituições mais tradicionais e formais.

VALVERDE, R. R. H. F. Os limites da inversão: a heterotopia do Beco do Batman. Boletim Goiano de Geografia (Online). Goiânia, v. 37, n. 2, maio/ago. 2017 (adaptado).

A manifestação artística expressa na imagem e apresentada no texto integra um movimento contemporâneo de

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A manifestação artística contemporânea expressa na imagem trata da apropriação dos espaços públicos e urbanos para desenvolver sua arte de inscrição nas paredes.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

TEXTO I

    Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre crescentes: o céu estrelado sobre mim e a lei moral em mim.

KANT, I. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, s/d (adaptado).

TEXTO II

    Duas coisas admiro: a dura lei cobrindo-me e o estrelado céu dentro de mim.

FONTELA, O. Kant (relido). In: Poesia completa. São Paulo: Hedra, 2015.

A releitura realizada pela poeta inverte as seguintes ideias centrais do pensamento kantiano:

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Para Kant a moral é baseada na racionalidade humana e as ações são frutos da análise fundamentada no imperativo categórico, um dispositivo moral que se realiza na subjetividade do indivíduo. Além disso, outro conceito importante para Kant é a impossibilidade de conhecimento pleno sobre o mundo, que se dá através da interação com os fenômenos. Essa é a base da revolução copernicana de Kant.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    A soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era imprescindível para a existência da cidade-estado. Segundo os regimes políticos, a proporção desses cidadãos em relação à população total dos homens livres podia variar muito, sendo bastante pequena nas aristocracias e oligarquias e maior nas democracias.

CARDOSO, C. F. A cidade-estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.

Nas cidades-estado da Antiguidade Clássica, a proporção de cidadãos descrita no texto é explicada pela adoção do seguinte critério para a participação política:

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Nas oligarquias e aristocracias só votavam os cidadãos proprietários, ou seja, o controle da terra era um elemento para a participação política. Já na democracia, a participação política era confundida com a ideia de cidadania. Em Atenas, por exemplo, votavam todos os homens adultos, filhos de pais e mães atenienses.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    A Revolta da Vacina (1904) mostrou claramente o aspecto defensivo, desorganizado, fragmentado da ação popular. Não se negava o Estado, não se reivindicava participação nas decisões políticas; defendiam-se valores e direitos considerados acima da intervenção do Estado.

CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Cia. das Letras, 1987 (adaptado).

A mobilização analisada representou um alerta, na medida em que a ação popular questionava

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Embora outros fatores (remodelação do centro do Rio de Janeiro e sequelas da política de “Saneamento Financeiro” de Campos Sales) tenham contribuído fortemente para aumentar o descontentamento da população carioca de baixa renda, o fator catalisador da Revolta da Vacina foi a obrigatoriedade da vacinação antivariólica, executada com truculência e sem esclarecer previamente as classes populares.

Tais procedimentos, que incluíam invasão de residências com apoio policial e constrangimento físico dos moradores, demonstraram que o governo Rodrigues Alves estava agindo com arbitrariedade, exorbitando suas limitações legais.


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(ENEM 2019 - 1ª Aplicação).

    A partir da segunda metade do século XVIII, o número de escravos recém-chegados cresce no Rio e se estabiliza na Bahia. Nenhum lugar servia tão bem à recepção de escravos quanto o Rio de Janeiro.

FRANÇA, R. O tamanho real da escravidão. O Globo, 5 abr. 2015 (adaptado).

Na matéria, o jornalista informa uma mudança na dinâmica do tráfico atlântico que está relacionada à seguinte atividade:

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Com a descoberta do ouro em finais do século XVII, percebemos uma mudança do eixo comercial na América portuguesa: do nordeste para o sudeste. Essa transformação influenciou, por exemplo, mudanças na dinâmica do tráfico atlântico, já que a extração de metais preciosos demandava grande quantidade de mão de obra.




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