Quiz 08: PORTUGUÊS - 2ª Série - Ensino Médio
Leia o texto e, a seguir, responda as questões 1 e 2.
Uns braços
Machado de Assis
Inácio estremeceu, ouvindo os gritos do solicitador, recebeu o prato que este lhe apresentava e tratou de comer, debaixo de uma trovoada de nomes, malandro, cabeça de vento, estúpido, maluco.
— Onde anda que nunca ouve o que lhe digo? Hei de contar tudo a seu pai, para que lhe sacuda a preguiça do corpo com uma boa vara de marmelo, ou um pau; sim, ainda pode apanhar, não pense que não. Estúpido! Maluco!
— Olhe que lá fora é isto mesmo que você vê aqui, continuou, voltando-se para D. Severina, senhora que vivia com ele maritalmente, há anos. Confunde-me os papéis todos, erra as casas, vai a um escrivão em vez de ir a outro, troca os advogados: é o diabo! É o tal sono pesado e contínuo. De manhã é o que se vê; primeiro que acorde é preciso quebrar-lhe os ossos… Deixe; amanhã hei de acordá-lo a pau de vassoura!
D. Severina tocou-lhe no pé, como pedindo que acabasse. Borges expetorou ainda alguns impropérios, e ficou em paz com Deus e os homens.
Não digo que ficou em paz com os meninos, porque o nosso Inácio não era propriamente menino. Tinha quinze anos feitos e bem feitos. Cabeça inculta, mas bela, olhos de rapaz que sonha, que adivinha, que indaga, que quer saber e não acaba de saber nada. Tudo isso posto sobre um corpo não destituído de graça, ainda que mal vestido. O pai é barbeiro na Cidade Nova, e pô-lo de agente, escrevente, ou que quer que era, do solicitador Borges, com esperança de vê-lo no foro, porque lhe parecia que os procuradores de causas ganhavam muito. Passava- se isto na Rua da Lapa, em 1870.
Durante alguns minutos não se ouviu mais que o tinir dos talheres e o ruído da mastigação. Borges abarrotava-se de alface e vaca; interrompia-se para virgular a oração com um golpe de vinho e continuava logo calado.
Inácio ia comendo devagarinho, não ousando levantar os olhos do prato, nem para colocá-los onde eles estavam no momento em que o terrível Borges o descompôs. Verdade é que seria agora muito arriscado. Nunca ele pôs os olhos nos braços de D. Severina que se não esquecesse de si e de tudo.
[...]
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br /download/texto/ ua000233.pdf/ . Acesso em: 06 abr. 2017.
01
(SEDUCE-GO).
No trecho “(...) sim, ainda pode apanhar, não pense que não. Estúpido! Maluco!”, o ponto de exclamação reforça o/a
Alternativa "B".
(Créditos da resolução: ??.)
Leia o texto e, a seguir, responda as questões 3, 4 e 5.
Como catástrofes naturais afetam a saúde mental
Podemos até sobreviver a uma catástrofe, mas dificilmente sairemos "inteiros" — e não, não estamos falando de lesões físicas.
Por Vanessa Barbosa, de Exame.comaccess_time5 abr 2017, 12h51 - Atualizado em 5 abr 2017, 14h56.
Os custos dos desastres naturais e catástrofes climáticas normalmente são traduzidos em perdas de vidas humanas e imensos prejuízos econômicos. Mas, nos últimos anos, os cientistas têm se debruçado.
Sobre um dos efeitos mais perversos e, talvez, mais difíceis de se quantificar: os impactos sobre a saúde mental.
Difíceis de curar, os impactos psicológicos de um desastre natural são como “feridas abertas na mente”, e como toda ferida, precisa de tratamento — o que nem sempre acontece.
O alerta vem de um novo relatório divulgado pela Associação Americana de Psicologia intitulado “Saúde Mental e Nosso Clima em Mudança: Impactos, Implicações e Orientação”.
Afetados por catástrofes climáticas ou naturais, de enchentes a terremotos, são expostos a inúmeras fontes de sofrimento, que podem vir na forma de trauma e choque devido a lesões pessoais, perda de entes queridos, dano a bens pessoais ou mesmo a perda de meios de subsistência, como um pescador que se vê impossibilitado de acessar o rio de costume por causa do rompimento de uma represa, apenas para citar um exemplo.
O estudo explica que, em um primeiro momento, emoções negativas intensas como terror, raiva e choque podem dominar a resposta das pessoas a um desastre. Com o tempo, esses sentimentos podem eventualmente diminuir, dando lugar a transtornos de estresse pós-traumático.
Como exemplo dos impactos que os desastres naturais podem ter, entre uma amostra de pessoas que vivem em áreas afetadas pelo furacão Katrina em 2005, as taxas de suicídio e de pessoas que já pensaram em tirar a própria vida mais do que duplicaram.
Não para aí. Segundo o relatório, uma em cada seis pessoas apresentou sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e 49 por cento desenvolveram ansiedade ou transtorno de humor, como depressão.
Altos níveis de estresse e ansiedade também estão ligados a efeitos sobre a saúde física, como um sistema imunológico enfraquecido. A preocupação com os impactos reais ou potenciais das mudanças climáticas pode, ainda, levar a problemas relacionados ao estresse, como o abuso de substâncias químicas, álcool e outras drogas.
[...]
Disponível em: http://super.abril.com.br/sociedade/como-catastrofes- naturais-afetam-a-saude-mental/. Acesso em: 06 abr. 2017.
03
(SEDUCE-GO).
O texto tem como tema o(s)/a
Alternativa "A".
(Créditos da resolução: ??.)
06
(SEDUCE-GO). Leia o texto e, a seguir, responda.
Check-in online
O check-in online é feito através da Internet. A maioria das companhias aéreas oferece aos passageiros essa possibilidade.
O check-in online, passo a passo:
1. O check-in online é feito no site da companhia aérea.
2. Vá para o site da linha aérea e clique no link "check-in online". A companhia pedirá que digite o código da reserva, o nome, cidade de partida e de chegada ou outros dados, tais como o seu e-mail ou o número do cartão de crédito.
3. Após a digitação dos dados, será mostrado o cartão de embarque que deve ser impresso e levado até o aeroporto. Algumas companhias não disponibilizam o cartão de embarque para impressão no ato do check-in online, sendo necessário o comparecimento do viajante ao guichê da empresa, no aeroporto.
Disponível em: https://www.edestinos.com.br/dicas- de-viagem/passagens-aereas/check-in-e- servico-de-bordo/check-in-online>. Acesso em: 06 abr. 2017.
A finalidade deste texto é
Alternativa "B".
(Créditos da resolução: ??.)
Leia o texto e, a seguir, responda as questões 7, 8 e 9.
Meninas fora da escola
Ana Paula Padrão
Não posso dizer que seja surpreendente. Ou inesperado. Mas certamente o dado é revoltante. É desanimador para quem, como eu, acredita que só a educação, especialmente de meninas, pode mudar o curso da história.
São as mulheres, na maioria das famílias, que criam as crianças. É um fato que mães bem educadas transformam crianças em adultos seguros, com autoestima firme e capacidade de realizar boas escolhas. Mas a quem isso interessa, me pergunto depois de ler os números a seguir.
Relatório da Unesco recém-divulgado diz que a paridade de gênero nas matrículas da educação primária, meta mundial que deveria ter sido alcançada em 2005, está muito longe de se tornar realidade. O atraso é tão abismal que apenas 69% dos países vão chegar a ter meninos e meninas em igual número nas escolas primárias em 2015!
Quem puxa o índice para baixo são, é claro, os países mais pobres. Neles, meninas que nunca foram à escola (cerca de 43% do total no terceiro mundo!) jamais terão chance de ir — é o que conclui a Unesco. Por preconceito, ignorância e questões econômicas e/ou culturais as famílias preferem manter as meninas em casa se tiverem que escolher entre educá-las ou aos meninos.
Outro fator que limita a educação de mulheres é o casamento precoce. Dados do período 2000-2011 mostram que, em 41 países, 30% ou mais das mulheres de 20 a 24 anos estavam casadas ou comprometidas desde os 18 anos. É o caso da Indonésia, onde uma lei que proíbe os matrimônios de menores de idade está em vigor desde 1974, mas isso não mudou em nada o índice de casamentos de meninas ou de escolaridade delas. O governo tende a não interferir no comportamento secular das famílias.
Um dado bastante relevante é que, quando vão à escola, as meninas progridem tanto quanto os meninos — ou mais. Em 58 países citados no relatório por terem apresentado dados confiáveis a taxa de permanência delas na quinta série é igual ou maior que a deles. Isso apesar de as meninas nem sempre encontrarem o ambiente ideal para o aprendizado.
Material didático que estimula a discriminação, o viés machista dos currículos e até mesmo a violência sexual contra meninas exigem delas uma determinação extra para continuar os estudos. Não por acaso a paquistanesa Malala, atingida por um tiro na cabeça por ter enfrentado a perseguição talibã e insistido em estudar, ganhou o Nobel da Paz.
Professoras que fossem exemplos para as meninas também ajudariam a mudar essa tendência, mas ainda segundo o relatório da Unesco, a porcentagem de mulheres no corpo docente da educação primária aumentou, desde 1999, de 58% para 63% na média global. É menos que pouco. É quase nada.
Mulheres arrastam atrás de si uma sina nefasta. São, regra geral no mundo, seres invisíveis cujo único papel é referendar o protagonismo masculino. Mas apesar de atávica essa sentença não precisa ser definitiva e cabe a cada um de nós, mulheres e homens, sentir o incômodo da indignação. Torço para que seja doloroso para você, leitor, como foi para mim, enfrentar os dados desse relatório. A dor nos lança a mudanças que o conforto jamais permitiria.
Disponível em: http://istoe.com.br/416169 _MENINAS+FORA+ESCOLA/. Acesso em: 05 abr. 2017.
07
(SEDUCE-GO).
O principal objetivo desse texto é
Alternativa "A".
(Créditos da resolução: ??.)
Leia os textos e, a seguir, responda as questões 11 e 12.
Texto 1
O AMOR
O sentimento não afeta só o nosso ego de forma figurada, mas está presente de forma mais concreta, produz reações visíveis em nosso corpo inteiro. A dopamina produz a sensação de felicidade, a adrenalina causa a aceleração do coração e a excitação. A noradrenalina é o hormônio responsável pelo desejo sexual entre um casal, nesse estágio é que se diz que existe uma verdadeira química, pois os corpos se misturam como elementos em uma reação química. Mas acontece que essa sensação se desgasta e não dura muito tempo, pois o organismo se mostra indiferente a ela ao longo do convívio do casal.
Texto 2
BILHETE
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
11
(SEDUCE-GO).
Sobre as informações contidas nos textos, conclui-se que
Alternativa "D".
(Créditos da resolução: ??.)
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