segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Quiz 9: PORTUGUÊS 8° ANO

Quiz 09: PORTUGUÊS 8° ANO
QUIZ 09: PORTUGUÊS 8° ANO

(SEDUCE-GO - 2ª P.D - 2017). Leia o texto e, a seguir, responda as questões 01, 02, 03 e 04.

O diamante

Fernando Sabino

   Em 1933, Jovelino, garimpeiro no interior da Bahia, concluiu que ali não havia mais nada a garimpar. Os filhos viviam da mão pra boca, Jovelino já não via jeito de conseguir com que prover o sustento da família. E resolveu se mandar para Goiás, onde Anápolis, a nova terra da promissão, atraía a cobiça dos garimpeiros de tudo quanto era parte, com seus diamantes reluzindo à flor da terra. Jovelino reuniu a filharada, e com a mulher, o genro, dois cunhados, meteu o pé na estrada.

   Longa era a estrada que levava ao Eldorado de Jovelino: quase um ano consumiu ele em andança com a sua tribo, pernoitando em paióis de fazendas, em ranchos de beira caminho, em chiqueiros e currais, onde quer que lhe dessem pasto e pousada.

   Vai daí Jovelino chegou aos arredores de Anápolis depois de muitas luas e ali se estabeleceu, firme no cabo da enxada, cavando a terra e encontrando pedras que não eram diamantes. Daqui para ali, dali para lá, ano vai, ano vem, Jovelino existia de nômade com seu povinho cada vez mais minguando de fome. Comia como podia — e não podia. Vivia ao deus- dará — e Deus não dava. Quem me conta é o filho do fazendeiro de quem Jovelino se tornou empregado:

   — Ao fim de dez anos ele concluiu que não encontraria diamante nenhum, e resolveu voltar com sua família para a Bahia onde a vida, segundo diziam, agora era melhorzinha. Não dava diamante não, mas o governo prometia emprego seguro a quem quisesse trabalhar.

   Jovelino reuniu a família e botou pé na estrada, de volta à terra de nascença, onde haveria de morrer. Mais um ano palmilhado palmo a palmo em terra batida, vivendo de favor, Jovelino e sua obrigação, de vez em quando perdendo um, que isso de filho é criação que morre muito. Foi nos idos de 43:

   — Chegou lá e se instalou no mesmo lugar de onde havia saído. Governo deu emprego não. Plantou sua rocinha e foi se aguentando. Até que um dia…

   Até que um dia de noite Jovelino teve um sonho. Sonhou que amanhava a terra e de repente, numa enxadada certeira, a terra escorreu… A terra escorreu e aos seus olhos brilhou, reluziu, faiscou, resplandeceu um diamante soberbo, deslumbrante como uma imensa estrela no céu — como uma estrela no céu? Como o próprio olho de Deus! Jovelino olhou ao redor de seu sonho e viu que estava em Anápolis, no mesmo sítio em que tinha desenterrado a sua desilusão.

   E para lá partiu, dia seguinte mesmo, arrastando sua cambada. Levou nisso um entreano, repetindo pernoites revividos, tome estrada! Deu por si em terra de novo goiana. Quem me conta é o filho do fazendeiro:

   — Você precisava de ver o furor com que Jovelino procurou o diamante de seu sonho. A terra de Goiás ficou para sempre revolvida, graças à enxada dele. De vez em quando desmoronava, Jovelino ia ver, não era um diamante, era um calhau. Até que um dia…

   — Encontrou? — perguntei, já aflito.

   — Encontrou nada! Empregou-se na fazenda de meu pai, o tempo passou, os filhos crescidos lhe deram netos, a mulher já morta e enterrada, livre dos cunhados, os genros bem arranjados na vida. Um deles é coletor em Goiânia.

   O próprio Jovelino, entrado em anos, era agora um velho sacudido e bem disposto, que tinha mais o que fazer do que cuidar de garimpagens. Mas um dia não resistiu: passou a mão na sua enxada, e sem avisar ninguém, o olhar reluzente de esperança, partiu à procura do impossível, do irreal, do inexistente diamante de seu sonho.

Disponível em: http://contobrasileiro.com.br/o -diamante-cronica-de-fernando-sabino/. Acesso em: 24 jan. 2017.

01
No trecho: “Jovelino reuniu a filharada, e com a mulher, o genro, dois cunhados, meteu o pé na estrada.”, a linguagem é
A
B
C
D


02
De acordo com o texto, o motivo que fez Jovelino voltar para Goiás foi o fato de
A
B
C
D


03
O que deu origem à história narrada foi o fato de Jovelino
A
B
C
D


04
Em “Daqui para ali, dali para lá, ano vai, ano vem, Jovelino existia de nômade com seu povinho cada vez mais minguando de fome. Comia como podia — e não podia. Vivia ao deus-dará — e Deus não dava.”, significa que, para realizar seu sonho, Jovelino
A
B
C
D


(SEDUCE-GO - 2ª P.D - 2017). Leia o texto e, a seguir, responda as questões 05, 06, 07, 08, 09 e 10.

Conheça o aposentado que já fez mais de 2 mil telescópios

   Quando abre o portão de sua oficina, Bernardo Riedel tem as mãos ainda molhadas. Acabara de consertar uma parte do encanamento que estourou no galpão onde fabrica telescópios no bairro do Horto, em Belo Horizonte.

   Aos 74 anos, tem aparência frágil, mas está longe de precisar de descanso. Chega todos os dias ao trabalho por volta de 8 horas da manhã e, caso o céu esteja convidativo para observações, pode estender o expediente pela madrugada. “Minha mente não para, não posso parar de criar”, afirma. Em 1954, ao se apaixonar pelos mistérios do céu, Riedel construiu seu primeiro telescópio, de estrutura de madeira — para aprender a técnica de fabricação, utilizou um livro escrito pelo inventor francês Jean Texereau.

   Formado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal de Minas Gerais, instituição onde foi professor, também trabalhou como ótico em um observatório astronômico de Belo Horizonte antes de fundar, em 1978, a B. Riedel Ciência e Técnica, fabricante de telescópios, refletores, cúpulas e lentes. “Dei um jeito de fazer do meu hobby a minha profissão”, diz o inventor, que já produziu mais de 2 mil telescópios em sua empresa.

   [...]

   “Quando me lembro das pessoas que vêm até aqui e trazem seus filhos, penso que não posso parar”, afirma.

   [...]

   De qualquer forma, planos para o futuro não faltam: projetos para uma sala de aula, telescópios computadorizados e um observatório na parte superior da oficina aguardam sua vez para que o sonho de Riedel continue a se tornar realidade.

   Além do arsenal de ferramentas básicas para uma oficina, Riedel garimpou equipamentos em ferros-velhos, como motores de sorveteiras e polias de máquinas de costura, modificando-os para a fabricação dos instrumentos óticos.

   Com o auxílio de três funcionários, o inventor constrói os equipamentos de modo personalizado: monta os telescópios com tubos de PVC e trabalha artesanalmente com retalhos de vidro grosso, utilizados nas lentes.

Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Revista/ noticia/2016/06/conheca-o-aposentado-que- ja-fez-mais-de-2-mil-telescopios.html>. Acesso em: 25 jan. 2017.

05
Qual é a finalidade deste texto?
A
B
C
D


06
Esta reportagem tem como tema
A
B
C
D


07
No trecho: “(...) Riedel garimpou equipamentos em ferros-velhos, como motores de sorveteiras e polias de máquinas de costura, modificando-os para a fabricação dos instrumentos óticos.”, o termo “os” refere-se a
A
B
C
D


08
No trecho “Acabara de consertar uma parte do encanamento que estourou no galpão onde fabrica telescópios no bairro do Horto, em Belo Horizonte.”, a palavra “onde” dá ideia de
A
B
C
D


09
No trecho: “Aos 74 anos, tem aparência frágil, mas está longe de precisar de descanso.”, qual é a relação estabelecida pelo conectivo “mas”?
A
B
C
D


10
Em qual dos trechos abaixo, o termo destacado estabelece uma relação de finalidade?
A
B
C
D


11
(SAEGO). Leia o texto abaixo.

De bem com a vida

   Filó, a joaninha, acordou cedo.

   – Que lindo dia! Vou aproveitar para visitar minha tia.

   – Alô, tia Matilde. Posso ir aí hoje?

   – Venha, Filó. Vou fazer um almoço bem gostoso.

   Filó colocou seu vestido amarelo de bolinhas pretas, passou batom cor-de-rosa, calçou os sapatinhos de verniz, pegou o guarda-chuva preto e saiu pela floresta: plecht, plecht...

   Andou, andou... e logo encontrou Loreta, a borboleta.

   – Que lindo dia!

   – E pra que esse guarda-chuva preto, Filó?

   – É mesmo! – pensou a joaninha.

   E foi para casa deixar seu guarda-chuva. De volta à floresta:

   – Sapatinhos de verniz? Que exagero! – Disse o sapo Tatá. Hoje nem tem festa na floresta.

   – É mesmo! – pensou a joaninha.

   E foi para casa trocar os sapatinhos. De volta à floresta:

   – Batom cor-de-rosa? Que esquisito! – disse Téo, o grilo falante. – É mesmo! – pensou a joaninha. De volta à floresta:

   – Vestido amarelo com bolinhas pretas? Que feio. Por que não usa o vermelho? – disse a aranha Filomena. – É mesmo! – pensou Filó. E foi para casa trocar de vestido.

   Cansada de tanto ir e voltar, Filó resmungava pelo caminho. O sol estava tão quente que a joaninha resolveu desistir do passeio.

   Chegando em casa, ligou para tia Matilde.

   – Titia, vou deixar a visita para outro dia.

   – O que aconteceu, Filó?

   – Ah! Tia Matilde! Acordei cedo, me arrumei bem bonita e saí andando pela floresta. Mas no caminho...

   – Lembre-se, Filozinha... Gosto de você do jeitinho que você é. Venha amanhã, estarei te esperando com um almoço bem gostoso.

   No dia seguinte, Filó acordou de bem com a vida. Colocou seu vestido amarelo de bolinhas pretas, amarrou a fita na cabeça, passou batom cor-de-rosa, calçou seus sapatinhos de verniz, pegou o guarda-chuva preto, saiu andando apressadinha pela floresta plecht, plecht, plecht... e só parou para descansar no colo gostoso da tia Matilde.

RIBEIRO, Nye. De bem com a vida. In: Contos. Nova Escola. Edição especial. p. 51.

Nesse texto, o diminutivo na palavra “bolinhas” (5° parágrafo) reforça a ideia de

A
B
C
D


12
(SEDUCE-GO). Leia o texto para responder a questão abaixo:

A CHUVA

   A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios. A chuva molhou os transeuntes. A chuva encharcou as praças. A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu as marés. A chuva e seu cheiro de terra. A chuva com sua cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a favela. A chuva de canivetes. A chuva enxugou a sede. A chuva anoiteceu de tarde. A chuva e seu brilho prateado. A chuva de retas paralelas sobre a terra curva. A chuva destroçou os guarda-chuvas. A chuva durou muitos dias. A chuva apagou o incêndio. A chuva caiu. A chuva derramou-se. A chuva murmurou meu nome. A chuva ligou o pára-brisa. A chuva acendeu os faróis. A chuva tocou a sirene. A chuva com a sua crina. A chuva encheu a piscina. A chuva com as gotas grossas. A chuva de pingos pretos. A chuva açoitando as plantas. A chuva senhora da lama. A chuva sem pena. A chuva apenas. A chuva empenou os móveis. A chuva amarelou os livros. A chuva corroeu as cercas. A chuva e seu baque seco. A chuva e seu ruído de vidro. A chuva inchou o brejo. A chuva pingou pelo teto. A chuva multiplicando insetos. A chuva sobre os varais. A chuva derrubando raios. A chuva acabou a luz. A chuva molhou os cigarros. A chuva mijou no telhado. A chuva regou o gramado. A chuva arrepiou os poros. A chuva fez muitas poças. A chuva secou ao sol.

Todas as frases do texto começam com "a chuva". Esse recurso é utilizado para

A
B
C
D




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