quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Quiz 8: PORTUGUÊS 7° ANO

Quiz 08: PORTUGUÊS 7° ANO
QUIZ 08: PORTUGUÊS 7° ANO

(SEDUCE-GO - 2ª P.D - 2016). Leia o texto e, a seguir, responda as questões 01, 02 e 03.

   Mudanças estranhas estão acontecendo com meu filho. Afinal, ele só andava de bermudas e jogava bola o dia inteiro, só estudando — um pouco — nos intervalos das babas*. Nunca ia a festas, não dançava e não ligava para roupas. Jamais se preocupou com aniversário de ninguém, a não ser com os de "Magic" Johnson e de Michael Jordan. Banho só na base de muita ameaça. Telefone? Podia morrer de tocar do lado dele, e ele não estava nem aí.

   De uns tempos pra cá, no entanto, tudo mudou. Nessa semana, em pleno jogo da seleção brasileira — um jogão — e olha ele lá na janela, com o olhar perdido em algum ponto do horizonte...

   Banho agora é o contrário: tenho que vigiar pra ele não tomar tantos, que é pra não gastar a pele; é de manhã, é na hora de ir pro colégio, é à noite. Se o telefone toca, sai de baixo! Lá vai ele, picado, derrubando o que encontra pela frente, para atender antes que as irmãs. Tudo isso sem contar as conversas atravessadas como essa:

   — Meu pai, eu queria comprar uma camisa preta pra ir numa festa aí, e tal — disse ele com aquela voz pra dentro de quem não quer contar tudo, ciscando o chão com o olhar falsamente distraído.

   — O que, rapaz?

   — Sabe o que é, meu pai, é uma festa e todo mundo tem que ir de preto!

   — Festa? E desde quando você vai a festas?

   — Não, é porque jrfxwzfzy (ininteligível) me convidou, é aniversário dela.

   — Quem?

   (Murmúrios dissonantes e ininteligíveis.)

   — Fala direito, cara, oxen!

   — Poxa, meu pai, é aniversário "de minha colega" e eu tenho que ir!

   — Ah, bem, legal, e aí?

   — É que eu vou dançar a valsa com ela e tenho que ir de camisa preta, e não tenho camisa preta.

   — Você? Dançar valsa? Roupa? Meu filho, você tá com algum problema?

   — Ih, meu pai, lá vem você com suas teorias! Eu só quero uma camisa preta e pronto!

   — Não, tudo bem, tudo bem! Mas me fale mais de "sua colega". Como é ela? É bonitinha? (Começo a cercá-lo)

   — É.

   (Não digo nada, esperando mais detalhes.)

   (Não vem mais detalhe nenhum.)

   — E você vai dançar com ela?

   — É.

   Você...

   — É.

   Quando percebi que ele não queria dar nenhuma colaboração ao diálogo, apelei:

   — Você tá namorando essa "sua colega"?

   Aí o telefone tocou. Fui empurrado por um furacão que passou ao meu lado, derrubando o resto da cerveja e o jornal. Ele nem precisou me responder... E ainda ganhou a camisa preta.

*babas — jogos de futebol em campo improvisado, peladas.

LARIÚ, Nivaldo. Confissões de um pai de adolescente. Rio de Janeiro: Relume, 1996.

01
No trecho “- Você? Dançar valsa? Roupa? Meu filho, você com algum problema?”, o termo “” é próprio da linguagem
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02
De acordo com o texto, o adolescente queria uma camisa preta para
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03
Em “— Não, é porque jrfxwzfzy (ininteligível) me convidou, é aniversário dela.”, a palavra “porque” indica
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04
(SEDUCE-GO - 2ª P.D - 2016). Leia o texto e, a seguir, responda.

Sebo

   — Moça, eu nunca pisei aqui. Preciso comprar um livro...

   — Qual? – ela perguntou. – Mistério, suspense, romance, ficção, livro didático, paradidático, ocultismo, religioso, de psicanálise, psicologia, médico, língua estrangeira, tradução, periódico, revista, tese, enciclopédia...

   Ela estava querendo me gozar. Pra falar a verdade, tinha um livro certo pra comprar sim... Mas não sei por que, me ouvi falando:

   — Quero olhar, escolher, ver o que gosto mais... Mas começar por onde? Lado direito, esquerdo, subo a escada em caracol? Preciso de instruções de trânsito aqui dentro. Tem muito livro aqui...

   — Esperava o quê? Múmias?

   Perdi a paciência.

   — Moça, eu quero saber onde posso achar um livro-lindo-maravilhoso-espetacular-romântico para eu dar de presente...

   — Ah, para a namoradinha que só lê Revista Desejo... Já sei o tipo: frases doces, propostas delicadas, abraços, beijos, mais abraços, mais beijos, final feliz. Andar de cima, prateleira 15-A. Os preços que ficam na ponta da prateleira são indicados por letras, que ficam na contracapa do livro. Edições filetadas a ouro têm um outro preço...

   Ia dizer pra ela que... Mas achei melhor não falar nada. Dei-lhe as costas e subi a escada.

ANDRADE, Telma G.C. Mistério no sebo de livros. São Paulo: Atual, 1995.

No trecho “Dei-lhe as costas e subi a escada.”, o termo “lhe” refere-se à/ao

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05
(SEDUCE-GO - 2ª P.D - 2016). Leia os textos e, a seguir, responda.

Texto I

Pombos-correio: mensageiros eficientes

   Essas aves já desempenharam a importante função de levar mensagens quando não havia correio nem internet.

   Os pombos-correio podem ser soltos em pontos a 900 quilômetros de distância, mas sempre conseguem retornar ao lugar onde nasceram.

   A capacidade, a resistência e a memória dessas aves são extraordinárias! Voam até 800 quilômetros por dia em velocidades superiores a 100 quilômetros por hora.

   Durante a Segunda Guerra Mundial, mais de 30 mil pombos-correio foram usados pelos aliados para mandar mensagens aos seus exércitos. Reconhecendo o perigo que as aves representavam, os alemães ordenaram que todos os pombos fossem abatidos.

Disponível em: www.revistaescola.abril.com.br/ciencia/ fundamentos/como -pombo-correio. Acesso em: 22 jan. 2016.

Texto II

Pombo Correio

Moraes Moreira

   Pombo correio

   Voa depressa

   E esta carta leva

   Para o meu amor

   Leva no bico

   Que eu aqui

   Fico esperando

   Pela resposta

   Que é pra saber

   Se ela ainda

   Gosta de mim

   Pombo correio

   Se acaso

   Um desencontro

   Acontecer...

Disponível em: https://www.letras.mus.br/moraes-moreira/47522/. Acesso em: 22 jan. 2016.

Os dois textos falam sobre os pombos-correio. No entanto, o aspecto que é tratado apenas no texto II é o fato de os pombos-correio

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(SEDUCE-GO - 2ª P.D - 2016). Leia o texto e, a seguir, responda as questões 06 e 07.

Os quatro ladrões

   Diz que era uma vez quatro ladrões muito sabidos e finos. Num domingo de manhã estavam deitados, gozando a sombra de uma árvore, quando viram passar na estrada um homem levando um carneiro grande e gordo. Palpitaram furtar o carneiro e comê-lo assado. Acertaram um plano e se espalharam por dentro do mato.

   O primeiro ladrão foi para o caminho, encontrando o homem do carneiro e saudou-o:

   — Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

   — Para sempre seja louvado!

   — O senhor, que mal pergunto, para onde leva este cachorrinho?

   — Que cachorrinho?

   — Esse aí que está amarrado numa corda! Bem bonitinho!

   — Isso não é cachorro. É carneiro. Repare direito.

   — Estou reparando, mas é cachorro inteiro. Vigie o focinho, as patas, o pelo. É cachorro e dos bons.

   Separaram-se e o dono do carneiro ficou olhando o animal meio desconfiado. Adiante saiu o segundo ladrão, deu as horas, e foi logo entrando na conversa:

   — Cachorro bonito! Esse dá para tatu e cutia. Focinho fino, bom para farejar. Perna fina corredeira. É capaz de correr veado. Onde comprou o bicho?

   — O senhor repare que não é cachorro. É um carneiro. Já outro cidadão ali atrás veio com essa palúxia para meu lado. Bote os olhos direito no bicho. — Homem, desde que nasci que conheço cachorro e carneiro. Se esse aí não é o cachorro eu ando espritado. Deixar de conhecer cachorro?

   O homem seguiu sozinho, mas não tirava os olhos do carneiro, quase convencido de que comprara o bicho errado. O outro ladrão apareceu e fez a mesma conversa, misturando os dois animais, e ficando espantado quando o dono dizia que era um carneiro. Discutiram um bom pedaço e o terceiro ladrão espirrou para dentro do marmeleiro.

   O quarto camarada veio e puxou conversa, oferecendo preço para o cachorro que dizia ser bom caçador de preás. Deu os sinais de cachorro de faro que encontrava no bicho que o homem ia levando.

   Assim que despediu, o dono do carneiro, que ia comendo o animal com os olhos, parou, desatou o laço da corda e soltou o carneiro, certo e mais que certo que o carneiro era cachorro.

   Os quatro ladrões que vinham acompanhando por dentro da capoeira agarraram o carneiro e fizeram dele um almoço especial.

CASCUDO, Luís da Câmara. Contos tradicionais do Brasil. 13. ed. São Paulo: Global, 2009.

06
A finalidade desse texto é
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07
Os ladrões conseguiram o carneiro porque o
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08
(SEDUCE-GO - 2ª P.D - 2016). Leia o texto e, a seguir, responda.

História de bem-te-vi

Cecília Meireles

   Com estas florestas de arrranha-céus que vão crescendo, muita gente pensa que passarinho é coisa de jardim zoológico; e outros até acham que seja apenas antiguidade de museu. Certamente chegaremos lá; mas por enquanto ainda existem bairros afortunados onde haja uma casa, casa que tenha um quintal que tenha uma árvore. Bom será que essa árvore seja a mangueira. Pois nesse vasto palácio verde podem morar muitos passarinhos.

   Os velhos cronistas desta terra encantaram-se com canindés e araras, tuins e sabiás, maracanãs e “querejuás todos azuis de cor finíssima…”. Nós esquecemos tudo: quando um poeta fala num pássaro, o leitor pensa que é literatura…

   Mas há um passarinho chamado bem-te-vi. Creio que ele está para acabar.

   E é pena, pois com esse nome que tem – e que é a sua própria voz – devia estar em todas as repartições e outros lugares, numa elegante gaiola, para no momento oportuno anunciar a sua presença. Seria um sobressalto providencial e sob forma tão inocente e agradável que ninguém se aborrecia.

   O que me leva a crer no desaparecimento do bem-te-vi são as mudanças que começo a observar na sua voz. O ano passado, aqui nas mangueiras dos meus simpáticos vizinhos, apareceu um bem-te-vi caprichoso, muito moderno, que se recusava a articular as três sílabas tradicionais do seu nome, limitando-se a gritar: “…te-vi! …te-vi!”, com a maior irreverência gramatical. Como dizem que as últimas gerações andam muito rebeldes e novidadeiras, achei natural que também os passarinhos estivessem contagiados pelo novo estilo humano.

   Logo a seguir, o mesmo passarinho, ou seu filho ou seu irmão – como posso saber, com a folhagem cerrada da mangueira? – animou-se a uma audácia maior.

   Não quis saber das duas sílabas, e começou a gritar daqui, dali, invisível e brincalhão: “…Vi! …Vi! …Vi!”, o que me pareceu divertido, nesta era do twist.

   O tempo passou, o bem-te-vi deve ter viajado, talvez seja cosmonauta, talvez tenha voado com o seu team de futebol – que se há de pensar de bem-te-vis assim progressistas, que rompem com o canto da família e mudam os lemas dos seus brasões? Talvez tenha sido atacado por esses crioulos fortes que agora saem do mato de repente e disparam sem razão nenhuma no primeiro indivíduo que encontram.

   Mas hoje ouvi um bem-te-vi cantar. E cantava assim; “Bem-bem-bem-bem… te-vi!” Pensei: ‘É uma nova escola poética que se eleva da mangueira!”Depois, o passarinho mudou. E fez: “Bem-te-te-te … vi!” Tornei a refletir: “Deve estar estudando a sua cartilha… Estará soletrando…”. E o passarinho: “Bem-bem-bem … te-te-te … vi-vi-vi!”

   Os ornitólogos devem saber se isso é caso comum ou raro. Eu jamais tinha ouvido uma coisa assim! Mas as crianças, que sabem mais do que eu, e vão diretas aos assuntos, ouviram, pensaram e disseram: “Que engraçado! Um bem-te-vi gago!”

   (É: talvez não seja mesmo exotismo, mas apenas gagueira…!)

Disponível em: http://www.blogsoestado.com/josejorge/ category/sem-categoria/page/10/. Acesso em: 28 jan. 2016.

A principal informação do texto é que

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(SEDUCE-GO - 2ª P.D - 2016). Leia o texto e, a seguir, responda.

ESPERTEZA

   Poucas coisas incomodam tanto quanto choro de gato com fome. Parece que ele vai morrer se você não der comida na hora. Mas não se desespere: pode ser um truque do bichinho. A cientista Karen McComb, da Universidade de Sussex, na Inglaterra, descobriu que alguns gatos emitem uma súplica de alta frequência, similar ao choro de um bebê, que dispara um senso de urgência no cérebro humano. Resultado: os donos se sentem compelidos a alimentá-los. Isso é um instinto que animais domésticos desenvolvem. Eles nascem sabendo isso. Então não é indício de inteligência para valer, certo? Errado: "Dos gatos que analisamos, só choravam assim os que viviam em casas habitadas por uma só pessoa. Ou seja: gatos aprendem a enfatizar dramaticamente o choro quando vivem com humanos numa relação de um para um", diz McComb.

   Com esse miau histérico, Garfield e sua turma dão um show de inteligência emocional: eles sacam a fraqueza do dono para manipulá-lo. Cachorros não são menos malandros. Eles também fazem suas demandas de acordo com o público da casa. "Cães aprendem rápido quem são as pessoas que podem colaborar e as que não lhes dão bola", diz Horowitz.

   [...]

Disponível em: http://super.abril.com.br/ciencia/cientistas -descobrem-o-que-passa-pela-cabeca-dos-animais. Acesso em: 01 fev. 2016.

Qual o tema do texto?

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(SEDUCE-GO - 2ª P.D - 2016). Leia o texto e, a seguir, responda.

Epitáfio

Titãs

   Devia ter amado mais, ter chorado mais

   Ter visto o sol nascer

   Devia ter arriscado mais e até errado mais

   Ter feito o que eu queria fazer

   Queria ter aceitado as pessoas como elas são

   Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração

   

   O acaso vai me proteger

   Enquanto eu andar distraído

   O acaso vai me proteger

   Enquanto eu andar

   

   Devia ter complicado menos, trabalhado menos

   Ter visto o sol se pôr

   Devia ter me importado menos com problemas pequenos

   Ter morrido de amor

   Queria ter aceitado a vida como ela é

   A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier

   

   O acaso vai me proteger

   Enquanto eu andar distraído

   O acaso vai me proteger

   Enquanto eu andar...

   

   Devia ter complicado menos

   Trabalhado menos

Disponível em: https://letras.mus.br/titas. Acesso em: 26 jan. 2016.

A repetição da palavra “Devia” no início de alguns versos sugere

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(Prova da cidade 2012). Leia o texto a seguir, para responder as questões 11 e 12.

MEU ANIVERSÁRIO

   Neste sábado, é meu aniversário. Dá uma sensação estranha fazer 56 anos. O mundo mudou muito no espaço da minha vida. Às vezes, dou palestras em escolas. É difícil explicar às crianças como era minha infância. Não havia celular nem computador doméstico. Naquele tempo, nem se imaginava o que seria a internet. Na cidade em que eu morava, Marília, no interior do estado, não existia transmissão televisiva. Só conheci televisão muito mais tarde, aos 15 anos, quando mudei para São Paulo. Ter telefone em casa era difícil e demorado. Era preciso se inscrever e aguardar cinco, seis anos até que instalassem a linha – luxo reservado a poucos! Quando explico, os alunos me observam como se eu fosse um ser estranho, vindo de um planeta esquisito. Como seria um mundo sem internet? – imaginam eles! No entanto, é a minha vida! E o pior: a idade parecia pesar tanto! [...]

Fonte: CARRASCO, Walcyr. Revista Veja, 5 de dezembro de 2007. São Paulo: Editora Abril, 2009. Adaptado.

11
O narrador afirma que “dá uma sensação estranha fazer 56 anos” porque
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12
A expressão que indica quando o narrador faz aniversário é
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