Quiz 05: PORTUGUÊS - 2ª Série - Ensino Médio
Leia o texto e, a seguir, responda as questões 1, 2, 3, 4 e 5.
Botem as mulheres no lugar. No lugar em que se tomam as decisões.
Botem as mulheres no lugar. No lugar em que se tomam as decisões. O mundo ainda é dos homens porque as mulheres não conseguem chegar ao topo. E as mulheres não chegam ao topo porque o mundo ainda é dos homens. Não dá para esperar a igualdade de gênero cair do céu.
Karin Hueck
O alemão Hans Schulz é um dos vice-presidentes do Banco Interamericano de Desenvolvimento, uma instituição que empresta dinheiro para empresas da América Latina melhorar a vida de suas comunidades. Todos os anos, Schulz é convidado a dar palestras em dezenas de eventos ao redor do mundo: só no ano passado foram 22 conferências em 11 países. Mas, desde o começo deste ano, o alemão vem recusando convites e já perdeu a conta de quantos eventos deixou de ir. Tudo porque Schulz decidiu que não falaria mais em painéis que fossem compostos apenas por homens. Para ele, que defende a igualdade em seu trabalho, não faz mais sentido apoiar eventos que não dão voz para metade da população.
A iniciativa não é dele. Surgiu nos EUA há uns dois anos existem aqui no Brasil também (procure por “Não tem conversa”) e qualquer homem pode participar: se não houver uma mulher escalada, basta recusar o convite para falar em público e explicar por que aos organizadores. A ideia é parecida com outra que ganhou o Brasil nas últimas semanas, o #agoraéquesãoelas, no qual homens com espaço na mídia cederam suas colunas para mulheres escreverem.
Quem organiza eventos ou contrata colunistas para escrever nunca vai admitir que existisse machismo na escolha. Geralmente, justifica-se o excesso de homens pela competência deles: “queremos apenas os mais importantes e os melhores”. Mas é inocência supor que o machismo não age quando deixamos o mundo seguir a ordem natural das coisas – e que é só a capacidade dos homens que os leva aos lugares de destaque. Duvida? Dá só uma olhada em quem manda no planeta. No topo do mundo, há menos mulheres do que em borracharia de beira de estrada. Apenas 4% dos CEOs são do sexo feminino. 8% dos diretores executivos de empresa são mulheres. 17% dos vencedores do Nobel. 1% dos diretores que levaram o Oscar. Até em trabalhos tradicionalmente “de menina”, o cume é todo masculino. Quem é o melhor cozinheiro do mundo? Um homem. O maior costureiro? Um homem. O mais famoso bailarino? Um raio de um homem. Mesmo que algum acaso do destino tenha feito com que esses homens tenham competido com mulheres muito mais fracas pelas vagas, é muito implausível que toda essa diferença venha da nossa falta de competência, né?
Como esta é a SUPER, não custa falar um pouco de ciência. Não há nenhum motivo biológico ou evolutivo que prove que mulheres são menos capazes do que homens. Cientistas já cansaram de derrubar qualquer teoria sobre limitações intelectuais. Mesmo aquela velha história que diz que eles têm melhor desempenho em raciocínio lógico é lorota. A pesquisa mais recente feita sobre o assunto analisou os resultados matemáticos ao redor do mundo descartando, finalmente, as diferenças culturais, como o acesso à educação. (Como se sabe, em boa parte do mundo, meninas não são incentivadas a estudar.) Num passe de mágica, as diferenças caíram para zero — especialmente em países com maior igualdade, como a Suécia e a Noruega. Até aqui no Brasil mulheres já estudam mais do que homens. Somos a maioria em universidades. Tiramos notas mais altas nas provas. Ou seja, é injusto dizer que apenas homens têm capacidade de chegar ao topo. Foi alguma coisa que tirou as mulheres de lá (uma mistura de coisas, na verdade, que são assunto para outro texto e que tem a ver com machismo, sim).
O problema é que é o topo que ainda toma as decisões — para todo mundo que está abaixo. O caso do nosso Congresso é exemplar. No Brasil, apenas 9% dos representantes são mulheres. Temos menos parlamentares femininas do que países como Paquistão, Afeganistão e Arábia Saudita. Mas “tudo bem”, você pode dizer, “o gênero não é relevante para votar em leis”. Isso é óbvio: ambos os sexos podem ser igualmente incompetentes na hora de aprovar o próprio aumento salarial, por exemplo. O problema está em votar questões que interferem mais na vida de um ou de outro gênero.
[...]
Acredite, sei do que estou falando. Trabalho aqui na SUPER há sete anos. Não escrevo apenas sobre questões femininas. Tenho milhares de interesses diferentes, na verdade: gosto de exobiológica, mistérios da medicina, evolução humana, literatura, ficção científica. Mas sou a única mulher do time de editores aqui (nunca houve mais de uma, aliás) e, se eu não defender reportagens que são importantes para o gênero todo, ninguém vai. Fiquei um ano tentando convencer meus colegas de que deveríamos fazer uma capa que combatesse a violência sexual, até que enfim ela saiu, em julho deste ano, com o título de “Estupro”. Foi à edição que mais gerou repercussão positiva dos últimos anos, alcançou 20 milhões de pessoas nas redes sociais e ajudou centenas de mulheres a lidarem com seus traumas. Foi também uma reportagem conectada com o tempo: a igualdade de gênero virou tema de redação do Enem e levou milhares de mulheres às ruas justamente contra o corrupto Cunha. Não estou no cargo mais alto aqui, nem posso tomar decisões para igualar os gêneros em lugar nenhum, mas em janeiro saio de licença-maternidade. Vou me afastar por alguns meses e, se não entrar uma mulher no meu lugar, a SUPER vai ser mais um lugar onde apenas homens palpitarão. Espero que escolham uma colega — porque, se depender da “ordem natural das coisas”, nossa voz não vai ser ouvida, não.
Disponível em: http://super.abril.com.br/ideias/ botem-as-mulheres-no-lugar-no- lugar-em-que-se-tomam-as-decisoes. Acesso em: 22 fev. 2016.
01
(SEDUCE-GO).
O argumento que melhor sustenta a tese de que as mulheres não são inferiores aos homens é
Alternativa "E".
(Créditos da resolução: ??.)
06
(SEDUCE-GO). Leia o texto e, a seguir, responda.
Espelho no cofre
De volta de uma longa peregrinação, um homem carregava sua compra mais preciosa adquirida na cidade grande: um espelho, objeto até então desconhecido para ele. Julgando reconhecer ali o rosto do pai, encantado, ele levou o espelho para sua casa. Guardou-o num cofre no primeiro andar, sem dizer nada a sua mulher. E assim, de vez em quando, quando se sentia triste e solitário, abria o cofre para ficar contemplando “o rosto do pai”. Sua mulher observou que ele tinha um aspecto diferente, um ar engraçado, toda vez que o via descer do quarto de cima. Começou a espreitá-lo e descobriu que o marido abria o cofre e ficava longo tempo olhando para dentro dele. Depois que o marido saiu um dia ela abriu o cofre, e nele, espantada, viu o rosto de uma mulher. Inflamada de ciúme, investiu contra o marido e deu-se então uma grave briga de família. O marido sustentava até o fim que era o seu pai quem estava escondido no cofre. Por sorte, passava pela casa deles uma monja. Querendo esclarecer de vez a discussão, ela pediu que lhe mostrassem o cofre. Depois de alguns minutos no primeiro andar, a monja comentou ainda lá de cima: — Ora, vocês estão brigando em vão: no cofre não há homem nem mulher, mas tão somente uma monja como eu!
ESPELHO no cofre. In: Os cem melhores contos de humor da literatura universal. Seleção e tradução de Flávio Moreira da Costa. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. p. 29-30.
Pode-se perceber um tom de humor no fato de
Alternativa "D".
(Créditos da resolução: ??.)
07
(SEDUCE-GO). Leia o texto e, a seguir, responda.
Mãe sem dia
Carlos Drummond de Andrade
AS MÃES que já o eram antes de ser instituído o Dia das Mães não se importam muito com ele, e até dispensam homenagens sob esse pretexto. Mas as que cumpriram a maternidade após a sua criação, pensam de outro modo, e amam a data.
Edwiges, mãe recente, com filho de ano e meio de idade, não tinha quem celebrasse o seu Dia, pois a criança estava longe de poder fazê-lo.
Comprar para si mesma um presente não tinha graça, e além do mais não havia dinheiro para isso. Aderir à festa das outras mães, que tinham filhos grandes e recebiam homenagens, era como furtar alguma coisa, o que repugnava a Edwiges.
Adormeceu e teve um sonho. O filho crescia velozmente diante de seus olhos e, chegando aos 18 anos, levava para ela o mais lindo ramo de crisandálias e pequeno estojo de veludo.
Abriu-o com sofreguidão e deparou com uma aliança em que estava gravado um nome diferente do seu. Notando-lhe a surpresa, o filho pediu desculpas. O anel era para a namorada, só as flores lhe pertenciam. E saiu correndo com o estojo e o anel para entregá-los à moça.
Mãe solteira, Edwiges ficou com as crisandálias o tempo daquele sonho. Seu Dia das Mães consistiu em lembrar o sonho.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis.,São Paulo:Companhia das letras, 2012.
Qual é o desfecho do texto?
Alternativa "B".
(Créditos da resolução: ??.)
08
(SEDUCE-GO). Leia o texto e, a seguir, responda.
Eu odeio a Internet
Jerônimo Teixeira
Jamais joguei paciência com um baralho de verdade. Se tentasse, nem saberia arranjar as cartas. Dei-me conta disso ao receber, tempos atrás, um e-mail com o título "Você é escravo da tecnologia quando...". A paciência sem baralho era apenas um dos itens de uma longa lista, e não o mais absurdo. Em todas as situações, havia esse efeito de desproporção e despropósito: a mais alta tecnologia mobilizada para o mais estúpido dos fins (se o leitor já jogou paciência no Windows, sabe do que falo).
Quis recuperar o e-mail para citá-lo mais extensamente, mas não consegui: perdeu-se no meio de outras tantas e piores piadas, de correntes, de simpatias, de pirâmides, de abaixo-assinados e de inúmeras mensagens que eu deveria remeter a mais 100 pessoas para ganhar ações da Microsoft ou para salvar aquela menina de 8 anos que sofre de leucemia.
A anedota resume meu recado: a Internet é a propagação indiscriminada da besteira. Alguém dirá que, com essa crítica à cyberabobrinha, estou abordando o problema pela periferia. Ocorre que os gurus da nova era — Nicholas Negroponte, do MIT, para ficar com um exemplo célebre — afirmam, com razão, que a internet não tem centro.
Surge daí outra grande bobagem que se tem divulgado não só por fibra ótica, mas também por meio do velho e sujo papel de imprensa: a Internet democratiza o conhecimento. Se o leitor me perdoa a etimologia rasteira, direi que na verdade a rede tem muito demos para pouco cratos. Que poder efetivo uma página pessoal representa para seu autor? Na falta de um centro, somos todos periferia.
Israelenses e palestinos, petistas e tucanos, pornógrafos e evangélicos, gremistas e colorados, punks e skin-heads — todos podem ter seu site. O internauta surfa — isto é, passa pela superfície — por todos sem que isso implique o mínimo compromisso ou mesmo interesse. A "harmonia mundial" (Negroponte, mais uma vez) que essa diversidade sugere é enganosa.
Podemos jogar paciência sem baralho, mas ainda vivemos em um mundo prosaicamente físico no qual o hardware para abrigar nosso software segue inacessível para a maioria. No mínimo, ainda é cedo para se falar em uma revolução sem precedentes. Gutenberg apresentou sua famosa Bíblia em 1455, mas a imprensa como instituição pública levaria séculos para se desenvolver.
Uma objeção previsível é a de que, afinal, eu uso a Internet. O presente texto foi produzido em Porto Alegre, onde moro, e transmitido via e-mail para a redação da SUPER, em São Paulo. E estou, admito, muito feliz de não ter que sair de casa em um dia frio para enfrentar fila nos Correios. Ainda assim, sustento o título aí em cima. Muita gente vai de carro todos os dias para o trabalho, mesmo detestando dirigir.
Fico com as velhas bibliotecas de papel, cujo autoritarismo secular pelo menos não vende ilusões de igualdade tecnopopulista.
Jornalista, mestre em Teoria da Literatura pela PUC/RS, autor da novela As Horas Podres (Artes e Ofícios, 1997).
Disponível em: http://super.abril.com.br/ tecnologia/eu-odeio-a-internet. Acesso em: 07 mar. 2016.
Com o questionamento “Que poder efetivo uma página pessoal representa para seu autor?”, infere-se que o autor pretendeu ser
Alternativa "B".
(Créditos da resolução: ??.)
09
(SEDUCE-GO).
Releia o texto da questão 8, “ Eu odeio a Internet” e a tirinha abaixo e, a seguir, responda.
Disponível em: https://www.google.com.br/imgres?i mgurl==http://bichinhosdejardim.com/. Acesso em: 09 mar. 2016.
As opiniões dos autores “Eu odeio a Internet” e da tirinha acima em relação ao uso da internet para publicações banais são
Alternativa "A".
(Créditos da resolução: ??.)
10
(SEDUCE-GO). Leia o texto e, a seguir, responda.
Botões de reação do Facebook devem ir ao ar nas próximas semanas
O Facebook está a apenas algumas semanas de, literalmente, aprender a amar, a ficar triste e a se irritar. A rede social, que fechou o ano passado com lucro de US$ 3,69 bilhões e 1,6 milhão de usuários, anunciou que lançará os novos cinco “botões de reação” nas próximas semanas, em escala global.
Em vez de simplesmente curtir as coisas, os usuários poderão se expressar pelos botões “Love” (amor), “Haha” (o equivalente a ter morrido de rir), “Wow” (que expressa surpresa), “Sadness” (tristeza) e “Anger” (irritação). Quem estiver usando o Facebook pelo computador só precisará passar o cursor pelo joinha do botão “Curtir” para ver as novas opções. Os usuários de dispositivos móveis precisarão manter o botão “Curtir” pressionado para utilizar as novas funções.
A rede social revelou o novo recurso, que se chama “Reações”, em outubro do ano passado. Testes foram realizados com usuários de diversos países e, durante esta fase, o emoji “Yay” (um rostinho fofo) foi retirado, com o argumento de que não era universalmente reconhecido.
Disponível em: http://revistagalileu.globo.com//Tecnologia/ noticia/2016/01/botoes-de-reacao-do- facebook-devem-ir-ao-ar-nas -proximas-semanas.html. Acesso em: 07 mar. 2016.
Em qual trecho está expressa a principal informação do texto?
Alternativa "A".
(Créditos da resolução: ??.)
11
(SEDUCE-GO). Leia o texto abaixo para responder as questões 11 e 12.
Menina que nasceu sem as mãos ganha concurso de caligrafia nos Estados Unidos
Uma menina de 7 anos, que nasceu sem as mãos, ganhou nesta quarta-feira (18) um prêmio de caligrafia nos Estados Unidos. Annie Clark, que estuda em uma escola da região de Pittsburgh, foi a primeira ganhadora da premiação Nicholas Maxim, concedida por uma editora.
Além de escrever, a garota também aprendeu a pintar, desenhar e colorir. Annie também nada, se veste, come e abre latas de refrigerante sozinha. A menina, que também consegue usar o iPod touch e computadores sem ajuda, quer escrever um livro sobre animais no futuro.
Annie foi adotada por Tom e Mary Ellen Clark e tem oito irmãos — cinco deles, adotivos. Ela, assim como os irmãos, são chineses. Quatro dos adotivos têm deficiências que afetam as mãos ou os braços. Outras duas irmãs de Annie, Alyssa, 18, e Abbey, 21, têm síndrome de Down.
“Nós não estávamos procurando adotar crianças com necessidades especiais (sic), mas foi o que aconteceu”, disse Mary Ellen. “Essa foi a família que Deus quis que tivéssemos.”
www.bol.com.br - Acessado em 19/04/2012
Segundo a notícia, Nicholas Maxim era o nome
Alternativa "B".
(Créditos da resolução: ??.)
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