quarta-feira, 1 de março de 2017

Quiz 16: PORT. - 3ª Série (Ens. Médio)

Quiz 16: PORTUGUÊS - 3ª Série (Ens. Médio)
Quiz 16: PORTUGUÊS - 3ª Série (Ens. Médio)

01
(SPAECE). Leia o texto abaixo.

Eduardo e Mônica

    Quem um dia irá dizer que existe razão

    Nas coisas feitas pelo coração?

    E quem irá dizer

    Que não existe razão? [...]


    Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer

    E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer

    Foi um carinha do cursinho do Eduardo que disse

    – Tem uma festa legal e a gente quer se divertir

    Festa estranha, com gente esquisita [...]

    E a Mônica riu e quis saber um pouco mais

    Sobre o boyzinho que tentava impressionar [...]


    Eduardo e Mônica trocaram telefone

    Depois telefonaram e decidiram se encontrar

    O Eduardo sugeriu uma lanchonete

    Mas a Mônica queria ver o filme do Godard

    Se encontraram então no parque da cidade

    A Mônica de moto e o Eduardo de camelo

    O Eduardo achou estranho e melhor não comentar

    Mas a menina tinha tinta no cabelo


    Eduardo e Mônica eram nada parecidos

    Ela era de Leão e ele tinha dezesseis

    Ela fazia Medicina e falava alemão

    E ele ainda nas aulinhas de inglês [...]

    E, mesmo com tudo diferente

    Veio mesmo, de repente

    Uma vontade de se ver

    E os dois se encontravam todo dia

    E a vontade crescia Como tinha de ser [...]

RUSSO, Renato. Eduardo e Mônica. In: LEGIÃO URBANA.Dois. Rio de Janeiro: EMI, 1986. Faixa 4. Disponível em: https://www.vagalume. com.br/legiao-urbana/eduardo-e-monica.html. Acesso em: 11 nov. 2015.

Esse texto demonstra que Eduardo e Mônica

A
B
C
D
E


02
(SAERO). Leia o texto abaixo e responda.

Doce bem salgado

    Em restaurantes finos, sobremesas comuns têm preço de prato principal.

    Foram-se os tempos em que quem pagava a conta no restaurante se preocupava apenas com o preço do prato principal e da bebida. Agora, em casas elegantes do Rio de Janeiro e de São Paulo, os doces podem ser a parte mais salgada da notinha. E não se está falando, necessariamente, de sobremesas sofisticadas ou criações originais dos chefs. Uma torta de morango do Massimo, em São Paulo, abocanha 17 reais do cliente. Só para fazer uma comparação que os donos de restaurante detestam: com esse dinheiro é possível comprar onze caixas da fruta, com 330 moranguinhos. Ou um filé com fritas num restaurante médio.

    No Le Champs Elisées, no Rio, uma torta de maçã sai por 15 reais, mesmo preço da torta de figo do Le Saint Honoré. “Nossos doces são elaborados e não estão na geladeira há dois dias, como os de outros lugares”, justifica o chef Alain Raymond, do Champs Elisées.

Disponível em: http://veja.abril.com.br/150999/p_106a.html. Acesso em: 25 mar. 2010.

No trecho “... os doces podem ser a parte mais salgada da notinha.” (2° paragráfo), a expressão em destaque foi utilizada no intuito de

A
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03
(PAEBES). Leia o texto abaixo.

Dente de coelho

    Quando um problema é muito intrincado, exige habilidade para ser solucionado e parece esconder alguma artimanha, diz-se que ali “tem dente de coelho”. A expressão lembra o que acontece com os dentes desse animal: por mais que tente, não os consegue esconder. Aparecem, mesmo estando o bicho de boca fechada e lábios cerrados.

    O coelho é um mamífero roedor. Como tal, os dentes lhe são essenciais para subsistência e também notório símbolo de identificação.

    Esperteza e espírito arguto também o caracterizam. Essa sugestiva condição inspirou a criação de desenhos animados no cinema celebrando as façanhas de coelhos. Dentre eles, o Pernalonga, que, desde os anos 50, nos quadrinhos publicados pela revista Mindinho, tem encantado adultos e crianças.

    Sempre na dianteira de quem o persegue, a natureza dotou o coelho de orelhas grandes e olhos aguçados que o ajudam a distinguir o inimigo com facilidade e necessária antecedência, e ao correr em zigue-zague desequilibra o perseguidor. [...]

COTRIM, Márcio. Língua Portuguesa. Ano 3, nº 43, maio 2009, p. 62. Fragmento.

Esse texto tem como tema

A
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D
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04
(PAEBES). Leia o texto abaixo.

O segredo dos inovadores

    Não é dinheiro, nem status, nem reconhecimento o que motiva, em primeiro lugar, os inovadores. Muito menos pressão. Mas o prazer da descoberta: a sensação de aprender e vencer desafios.

    Está aí a condição essencial para as empresas conseguirem atrair e reter talentos para gerar inovação dos negócios, segundo um estudo intitulado “O Princípio do Progresso”, que acaba de ser lançado pela editora da escola de negócios de Harvard.

    A forma como se chegou a essa conclusão foi “inusual”. Os pesquisadores conseguiram que centenas de empregados, todos envolvidos em processos de inovação em suas empresas, escrevessem diários sobre seus sentimentos no trabalho. Daí saíram 64 mil comentários.

    Com base nesse material, viu-se que quanto mais as empresas geravam em seus funcionários a sensação de progresso individual, mesmo em pequenas coisas, mais fácil era ter equipes engajadas para inovar e não cair na aposentadoria mental.

    Em poucas palavras, a empresa que inova é um misto de escola com laboratório, onde se mantém sempre o prazer de aprender.

    O que os pesquisadores de Harvard alertam é o seguinte: num mundo cada vez mais competitivo e veloz, quem não tiver um ambiente inovador – e, portanto, empregados engajados – está condenado.

    Não é à toa que as grandes empresas têm cada vez mais dificuldades de atrair talentos inovadores que, muitas vezes, preferem correr riscos e abrir seus próprios negócios.

DIMENSTEIN, Gilberto. Disponível em: http://portal.aprendiz.uol.com.br /2011/09/14/o-segredo-dos-inovadores/. Acesso em: 22 nov. 2011.Fragmento.

O argumento que comprova a tese de que a motivação do profissional está na sensação de aprender e vencer desafios é:

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C
D
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05
(SAERJ). Leia o texto abaixo.

    Este livro feito sob medida para você, com histórias que retratam o universo dos adolescentes e que, na maioria das vezes, são contadas pelos próprios adolescentes. Você vai rir e chorar ao ler sobre a descoberta da verdadeira amizade, a perda do primeiro amor e as delicadas relações entre pais e filhos.

    Cada uma das histórias contém algum significado especial. Elas falam da luta dos jovens para crescer e realizar seus sonhos, superando a timidez, o medo do julgamento dos outros e seus próprios limites. Também alegram, comovem, reacendem a esperança e estimulam o desejo de empenhar-se para amar e viver plenamente.

    Esperamos que este livro se torne seu melhor amigo, disponível sempre que você precisar e pronto para contar uma história que vai aquecer o seu coração.

Disponível em: www.saraiva.com.br.

O objetivo desse texto é

A
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C
D
E


06
(PAEBES). Leia o texto abaixo.

A hora do planeta

    Apagar a luz de casa pode ser um ato corriqueiro, mas, no dia 26 de março passado, a iniciativa tinha um significado maior. Ao todo, 123 cidades brasileiras ficaram às escuras por uma hora, solidárias à campanha A hora do planeta. Criada pela WWF-Austrália em 2007, a iniciativa foi uma maneira simbólica que a organização não governamental – comprometida com a conservação da natureza – encontrou para mobilizar a sociedade e seus governantes quanto ao aquecimento global. É um exemplo de que é possível trazer para a prática uma ideia que começou na internet, defende a superintendente do WWF-Brasil, Regina Cavini, coordenadora nacional da campanha. “As redes sociais hoje abrem espaço para as pessoas se mostrarem proativas e exercerem o ativismo nas redes. No entanto, a internet ainda é uma ferramenta nova e não aprendemos a usá-la em todo seu potencial”, diz Regina [...].

    Apesar de investir nesse enfoque, a ativista não acredita que a internet seja o futuro do ativismo ambiental. “A ferramenta não vai substituir [...] a prática, mas fazer parte do dia a dia, como um importante aliado [...]”. No próximo ano, A hora do planeta está prevista para o dia 28 de março, das 20h às 21h. Fique ligado! Ou melhor, desligado.

LEDÓ, Maria Júlia. Revista do Correio, 27 nov. 2011.

Nesse texto, o trecho em que o autor estabelece contato direto com o leitor é:

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07
(SAEMS). Leia o texto abaixo.

O vaivém

    Era um dia um velho chamado Zusa, que trabalhava pelo ofício de carapina. A sua oficina era um brinco, sempre muito asseada, a ferramenta muito limpa, tudo nos seus lugares.

    Mas a mania do velho era batizar cada ferramenta com um nome apropriado. O martelo chamava-se Toc Toc, o formão, Rompe-Ferro, o serrote, Vaivém.

    Quando um carapina do lugar precisava de uma ferramenta corria logo à oficina do Zusa, a pedir-lhe de empréstimo.

    Mas, tantas lhe fizeram, demorando a entrega ou ficando com as ferramentas algumas vezes, que o velho resolveu parar com os empréstimos.

    Certo dia foi à oficina um menino, de mando do pai, e disse:

    – Papai manda-lhe muitas lembranças e também pedir-lhe emprestado o Vaivém.

    Mestre Zusa pôs as cangalhas no nariz e respondeu:

    – Menino, volta e diz a teu pai que se Vaivém fosse e viesse, Vaivém ia, mas, como Vaivém vai e não vem, Vaivém não vai. GOMES, Lindolfo.

Disponível em: http://www.webartigos.com/articles /46608/1/OS-DIVERSOS-TIPOS- DTEXTOS/pagina1.html. Acesso em: 25 abr. 2011.

O trecho que apresenta marcas de opinião do narrador é:

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08
(SAEGO). Leia o texto abaixo.

Dr. Google e seus bilhões de pacientes

    Regina Elizabeth Bisaglia, em mais uma consulta de rotina, indicava ao paciente a melhor maneira de cuidar da pressão. Ao mesmo tempo, observava a expressão introspectiva do homem a sua frente. A cardiologista não entendia ao certo a desconfiança em seu olhar, mas começava a presumir o motivo. Logo, entenderia o porquê.

    Depois de uma explicação um pouco mais técnica, o senhor abriu um sorriso e o olhar tornou-se mais afável. A médica acabara de falar o que o paciente queria ouvir e, por isso, passava a ser merecedora de sua confiança.

    “Entendi. O senhor andou consultando o doutor Google, certo?”, disse, de modo espirituoso, Bisaglia.

    A médica atesta: muitas vezes os pacientes chegam ao consultório com o diagnóstico já pronto e buscam apenas uma confirmação. Ou mais: vão ao médico dispostos a testar e aprovar (ou não) o especialista.

    “Não adianta os médicos reclamarem. Os pacientes vão à internet pesquisar e isso é um caminho sem volta. Informação errada existe em todos os meios, mas eu diria que muitas vezes é interessante que a pessoa procure se informar melhor”, diz a cardiologista, com mais de 30 anos de profissão.

    “Há momentos em que o paciente não confia no que o médico diz ou se faz de desentendido. Nessas horas, é muito importante que ele perceba que existem mais pessoas falando a mesma coisa e passando pelo mesmo problema e que, portanto, é fundamental se cuidar. Nada melhor do que a conversa na rede para isso”, completa a médica.

CAMELO, Thiago. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br /noticias/2011/02/dr. -google-e-seus-sete-bilhoes-de-pacientes. Acesso em: 16 fev. 2011.

No trecho “... portanto, é fundamental se cuidar.” (último parágrafo), a conjunção destacada introduz uma informação

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09
(SPAECE). Leia o texto abaixo.

O eco e a vida: um conto de paz

    Certo dia os inimigos se encontraram em uma esquina da vida. Eram dois e viviam batendo de frente. Raiva, impasse e intriga.

    O primeiro dobrou uma rua. O outro, curvou na que estava, deu uns poucos passos e pensou:

    – Não é possível que isso vá ficar assim... Não, não vou deixar barato. Deu meia volta e começou a seguir o outro, até que este saiu fora da cidade, que ficava entre árvores e montes, ladeada por serras. Queria pegá-lo só para que não houvesse testemunhas.

    E o outro gritou enraivecido:

    – Ei, rapaz!

    E o eco ecoou:

    – Paz... Paz... Paz...

    O primeiro olhou para traz com um sorriso nos lábios e outro no coração. Avistou, ao longe, aquele que lhe interveio e, querendo confirmar o que seus ouvidos ouviram, perguntou em tom ameno, coisa que há muito tempo não existia entre os dois.

    – Tá falando comigo?

    E o eco ecoou:

    – Amigo... migo... migo...

    E o outro, perdido naquilo que seria o seu elemento surpresa, respondeu brandamente e com certa comoção:

    – Não, é que eu te vi agora há pouco e queria te perguntar...

    E começaram a dialogar, como há muito tempo não faziam.

MOREIRA, Maria Aparecida Antunes. Disponível em: http://www.mundojovem.com.br/ datas-comemorativas/amizade/artigo- amizade-o-eco-e-a-vida-um-conto-de-paz.php. Acesso em: 13 mar. 2011.

No trecho “– Paz... Paz... Paz...” (7° parágrafo), as reticências foram usadas para

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10
(SADEAM). Leia o texto abaixo.

Antes que elas cresçam

    Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

    É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. [...]

    Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem de repente.

    Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.

    Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?

    Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, [...].

    Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou então com a suéter amarrada na cintura.

    Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.

SANT’ANNA, Affonso Romano de. Disponível em: http://www.releituras.com/arsant_antes.asp. Acesso em: 24 fev. 2011. Fragmento.

No trecho “Cadê [...] festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos...” (5° paragráfo), o uso do diminutivo nas palavras destacadas sugere

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11
(SAERO). Leia o texto abaixo e responda.

Texto 1

O que é Diabetes

    Existem 2 tipos básicos de diabetes:

    Diabetes tipo 1 ocorre quando o sistema imunológico destrói as células beta no pâncreas, que são as células que produzem insulina. Como resultado, o corpo produz muito pouco ou nenhuma insulina. Pessoas com diabetes tipo 1 devem tomar insulina diariamente. Às vezes o diabetes tipo 1 é chamado de diabetes juvenil ou diabetes insulino-dependente.

    Diabetes tipo 2 ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou o corpo não pode usar adequadamente a insulina que ele produz. Eventualmente, o pâncreas pode parar completamente de produzir insulina. O diabetes tipo 2 pode afetar pessoas de qualquer idade. Em homens e mulheres, quanto mais excesso de peso o indivíduo tiver, maior o risco de desenvolver o diabetes tipo 2.

Disponível em: http://www.accu-chek.com.br/br /entendendo-o-diabetes/o-que-e-diabete.html. Acesso em: 20 dez.2011. Fragmento.

Texto 2

Diabéticos treinados para cuidar de si próprios têm menos riscos de sofrer complicações

    [...] O autocuidado é a chave para prevenir o diabetes tipo 2, que responde por 90% dos casos que atinge principalmente adultos. Seu desenvolvimento está associado ao ganho de gordura abdominal, e a gordura afeta a ação da insulina, tornando-a menos eficiente na função de transportar a glicose do sangue para dentro das células.

    Para compensar essa redução de eficiência, o pâncreas produz mais insulina e acaba sobrecarregando suas células, que morrem precocemente. Após 10 anos, em média, o organismo perderá perto de 50% destas células e com elas a capacidade de processar a glicose, elevando sua concentração no sangue até caracterizar o diabetes.

NETO, Dr. Miguel Cendorógio. !n: Veja. Nov. 2010. Fragmento.

Sobre o diabetes, um aspecto comum a esses dois textos é

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B
C
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12
(AREAL). Leia o texto abaixo.

Capítulo 26 – O autor hesita

    Súbito, ouço uma voz: – Olá, meu rapaz, isto não é vida! Era meu pai, que chegava com duas propostas na algibeira. Sentei-me no baú e recebi-o sem alvoroço. [...]

    – [...] Demais, trago comigo uma ideia, um projeto, ou... sim, digo-te tudo; trago dois projetos, um lugar de deputado e um casamento. Meu pai disse isto com pausa, e não no mesmo tom, mas dando às palavras um jeito e disposição, cujo fim era cavá-las mais profundamente no meu espírito. A proposta, porém, desdizia tanto das minhas sensações últimas, que eu cheguei a não entendê-la bem.

    Meu pai não fraqueou e repetiu-a; encareceu o lugar e a noiva.

    – Aceitas?

    – Não entendo de política, disse eu depois de um instante; quanto à noiva... deixe-me viver como um urso, que sou.

    – Pois traga-me uma ursa. Olhe, a Ursa Maior... Riu-se meu pai, e depois de rir, tornou a falar sério. Era-me necessária a carreira política, dizia ele por vinte e tantas razões, que deduziu com singular volubilidade, ilustrando-as com exemplos de pessoas do nosso conhecimento. Quanto à noiva, bastava que eu a visse, iria logo pedi-la ao pai, logo, sem demora de um dia. [...]

    – Não vou daqui sem uma resposta definitiva, disse meu pai. De-fi-ni-ti-va! Repetiu, batendo as sílabas com o dedo. [...]

ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 6ª Ed. São Paulo: Ática, 1977. *Adaptado: Reforma Ortográfica. Fragmento.

O conflito dessa história tem início quando

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