domingo, 26 de março de 2017

Quiz 36: PORT. - 3ª Série (Ens. Médio)

Quiz 36: PORTUGUÊS - 3ª Série - Ensino Médio
Quiz 36: PORTUGUÊS - 3ª Série - Ensino Médio

Leia o texto abaixo e responda as questões 01, 02, 03 e 04.

“Storm Video” retrata locadora que resiste em tempos de streaming

Rotina do estabelecimento em Copacabana mostra revolução do modo de consumir filmes e outras mídias

    “Não trate de assuntos generalizados: você pode escrever um artigo sobre os correios, mas deve fazer um filme sobre uma carta.” Este é o primeiro item da lista escrita pelo cineasta Alberto Cavalcanti em 1948.

    E esse é o mérito de “Storm Video”, um documentário que se passa exclusivamente dentro de uma locadora de filmes. Mas está tudo ali. Não só a crônica de um modelo de negócio que foi suplantado pela tecnologia. Também estão ali as relações humanas, as relações de classe, de trabalho. A inevitável decadência que vem com a passagem do tempo. O desgaste diário de uma rotina repetitiva em que quase todos estamos inseridos.

    A locadora é uma das últimas que estão abertas no Rio de Janeiro. Zé Carlos, seu dono há 25 anos, trabalha sozinho, quase sempre de camisa regata. [...] Sylvio, que trabalhava como entregador, continua frequentando a locadora todos os dias.

    Cercados por DVDs, CDs e livros por todos os lados, Zé Carlos e Sylvio se revelam personagens extraordinários. É linda a cena em que Sylvio, o ex-entregador, pede para o dono da locadora colocar a trilha sonora de “Paris, Texas”. “Olha o vibrato¹. É um som divino”, diz Sylvio. Zé Carlos [...] pede pra voltar no noticiário. Sylvio insiste. “Ouve o baixo que ele mesmo faz no violão.” Inquieto e um tanto cético, Zé Carlos pergunta: “Essa música te leva às lágrimas?”. Sylvio consente com a cabeça e dedilha um violão imaginário.

    Vez por outra, um cliente aparece. Zé Carlos tenta entender qual filme a pessoa está procurando. Os diálogos revelam as relações humanas que se perderam por trás dos algoritmos dos streamings. A escolha das palavras, a troca de olhares, o tom de voz, a relação entre cliente e vendedor estão ali. Outras vezes, com o telefone fixo colado no ombro, Zé Carlos lê sinopses dos filmes para os clientes. Para o bem e para o mal, o filme capta uma rotina de hábitos anacrônicos². Sem fazer juízo de valor.

    “Storm Video” nos faz pensar na revolução que estamos atravessando. As imagens das conversas jogadas fora, do tempo dilatado, sem a ansiedade das redes sociais [...]. Tudo ali tem um significado, um cheiro, uma lembrança. E a cena final, primorosa, consegue reunir todos esses elementos.

*Vocabulário:

¹vibrato: efeito expressivo ao oscilar uma nota musical.

²anacrônico: fora de sua época.

TERRA, Renato. “Storm Video” retrata locadora que resiste em tempos de streaming. In: Folha de S. Paulo. 2021. Disponível em: https://bit.ly/37pnTNT. Acesso em: 8 abr. 2022. Fragmento.

01
(MEC-CAED - ADF).

Nesse texto, no trecho “‘É um som divino.’” (4º parágrafo), a palavra em destaque foi utilizada para

A
B
C
D
E

    Alternativa "C".

(Créditos da resolução: ??.)


02
(MEC-CAED - ADF).

Nesse texto, no trecho “... o filme capta uma rotina de hábitos...” (5º parágrafo), a palavra em destaque tem o mesmo significado de

A
B
C
D
E

    Alternativa "D".

(Créditos da resolução: ??.)


03
(MEC-CAED - ADF).

Nesse texto, há uma opinião no trecho:

A
B
C
D
E

    Alternativa "E".

(Créditos da resolução: ??.)


04
(MEC-CAED - ADF).

Nesse texto, é possível inferir que o autor

A
B
C
D
E

    Alternativa "A".

(Créditos da resolução: ??.)


Leia o texto abaixo e responda as questões 05, 06 e 07.

Jogador de futebol e banco de dados

    Quando a gente pensa que viu tudo, não enxergou nem a metade.

    As novidades deixam a minha “porção matuto” bastante assustada.

    Igual a Tim Maia quando, pela primeira vez, viu João Gilberto tocar o seu violão, com a batida revolucionária: “São acordes demais, meu irmão!”

    Leio que, além de suas obrigações de treinamento no clube que lhe paga, o jogador de futebol profissional acrescenta, por conta própria, outra carga de preparação.

    Tem academia montada em casa, um estafe¹ formado por nutricionista, psicólogo, preparadores pessoais [...].

    Serviço de análise tática à domicílio consta, também, do cipoal² particular dos profissionais da bola.

    Calcula-se, pasmem, até o tempo que o jogador tem que ficar com a bola, quantos metros percorrer, além da saída de bola, perfil corporal [...].

    Mente e corpo levados ao extremo e, de quebra, consultoria para saber qual clube escolher dentro de suas conveniências.

    Não são poucos os que defendem e acham tudo isso muito natural para o alto rendimento.

    Na minha opinião, isso se parece mais com linha de produção [...] e o jogador se assemelhando a um banco de dados.

    Convenço-me, cada vez mais, de que o meu olhar lúdico sobre futebol, mais do que uma ilusão, é inteiramente ultrapassado.

*Vocabulário:

¹estafe: equipe.

²cipoal: rede operacional e administrativa.

BEZERRA, Wilton. Jogador de futebol e banco de dados. In: Diário do Nordeste. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3JJZOyB. Acesso em: 13 abr. 2022. Fragmento.

05
(MEC-CAED - ADF).

Nesse texto, no trecho “Calcula-se, pasmem, até o tempo que o jogador tem que ficar com a bola...” (7º parágrafo), a palavra em destaque foi utilizada para

A
B
C
D
E

    Alternativa "D".

(Créditos da resolução: ??.)


06
(MEC-CAED - ADF).

Infere-se desse texto que o autor

A
B
C
D
E

    Alternativa "A".

(Créditos da resolução: ??.)


07
(MEC-CAED - ADF).

Nesse texto, no trecho “... além de suas obrigações de treinamento...” (4º parágrafo), a expressão em destaque foi utilizada para

A
B
C
D
E

    Alternativa "B".

(Créditos da resolução: ??.)


08
(MEC-CAED - ADF).

Leia o texto abaixo.

Disponível em: https://bit.ly/3yVJPdM. Acesso em: 14 jul. 2022.

Infere-se desse texto que

A
B
C
D
E

    Alternativa "E".

(Créditos da resolução: ??.)


Leia o texto abaixo e responda as questões 09, 10 e 11.

O silêncio presente

    Eu preciso do silêncio, às vezes. Da agitação da vida, da correria diária, do mundo urbano, eu gosto também. Mas a calma que o silêncio dá, preenche certos vazios, afasta alguns temores, inspira. O melhor silêncio é o da beira de algum mato, nas madrugadas de um dia sem trabalho, desobrigado. Gosto de acordar bem cedo para ouvir mais tempo aquele nada. E quem prestar atenção, ouvirá todos os sons que estão escondidos: um pio de alguma ave mais matinal, o último ser da noite se recolhendo, o vento que bate na árvore. Apurados os sentidos, você percebe que está tudo em sintonia.

    Hoje mais do que nunca eu queria o silêncio e, se o tivesse, ofereceria aos que amo, aos amigos, aos leitores, aos colegas com quem cruzo correndo e dou apenas a gentileza do bom dia. Estamos todos precisando de uma paz assim como a que vi, certa vez, no amanhecer do Pantanal. Uma paz viva.

    Era escuro ainda, quando saí com o barqueiro na pequena embarcação que deslizava pelo belo rio Negro. Por que todos os rios negros são lindos? O do Pantanal e o da Amazônia. Paramos e ficamos no doce balanço do barco, bem perto de um santuário de pássaros. Eles foram acordando, dando voos inaugurais do dia, pousando vindos de não sei onde. Aquele lugar parecia um ponto de encontro de uma convocação alada. O sol começava a nascer e o espetáculo preencheu o silêncio com sons vivos. A água duplicava a beleza e era difícil saber o que era mais bonito: o real ou sua imagem refletida.

    Pensei naquele amanhecer — que lembrava o início da vida — ao começar a escrever a primeira crônica [...]. Quem já visitou este espaço virtual sabe que aqui eu me abrigo contra certos ruídos inevitáveis dos quais eu vivo: [...] o relatório das agências de risco, o panorama da economia mundial do FMI, a volatilidade dos índices. Não é que não tenham graça. São importantes. É meu ofício achar ali, naquele mundo de palavras feiosas, [...] o que é do interesse de quem me lê ou assiste. Atravesso esses desertos de estilo atrás da chamada notícia.

    Não aqui. Neste refúgio escrevo crônicas. Elas têm a vantagem de começar em qualquer ponto, inventar seu próprio trajeto e desaguar na ideia que escolhe. É conversa descosida com o leitor. É pura intimidade. Numa parte do jornalismo eu digo o que penso; aqui, o que sinto.

    Hoje há essa vontade de achar a síntese do silêncio, embrulhá-la em papel colorido e oferecer a quem me lê. Como um mimo. [...] Na excessiva agitação urbana, nas inconveniências dos vizinhos, nos motores dos carros, vamos nos acostumando com a falta do silêncio. Por isso eu gostaria de oferecê-lo a você leitor para que ele seja aconchego e proteção. Para que se recoste nele e esqueça os momentos difíceis da semana. Para que no silêncio você encontre a música que precisa ouvir. E então, descanse.

LEITÃO, Miriam. O silêncio presente. In: G1. 2015. Disponível em: https://bityli.com/jcMke. Acesso em: 14 jul. 2022. Fragmento.

09
(MEC-CAED - ADF).

Nesse texto, o trecho que apresenta uma opinião do narrador é:

A
B
C
D
E

    Alternativa "A".

(Créditos da resolução: ??.)


10
(MEC-CAED - ADF).

Nesse texto, no trecho “... que estão escondidos:...” (1º parágrafo), a palavra destacada substitui

A
B
C
D
E

    Alternativa "E".

(Créditos da resolução: ??.)


11
(MEC-CAED - ADF).

Nesse texto, no trecho “Por isso eu gostaria de oferecê-lo a você leitor para que ele seja aconchego e proteção.” (6º parágrafo), foi utilizada a linguagem

A
B
C
D
E

    Alternativa "C".

(Créditos da resolução: ??.)


12
(MEC-CAED - ADF).

Leia o texto abaixo.

Há mais de 130 anos, Van Gogh escondeu um autorretrato com papelão e cola

    Às vezes você fica um pouco frustrado com o resultado de seu trabalho? Bem, isso acontecia até com Van Gogh.

    O pintor holandês escondeu um autorretrato no verso da pintura Retrato de Mulher (Cabeça de Camponesa), de 1885, com camadas de cola e papelão. A imagem só foi encontrada recentemente por uma equipe técnica das Galerias Nacionais da Escócia (NGS, na sigla em inglês).

    A descoberta aconteceu por acaso quando Retrato de Mulher passou por uma radiografia antes de aparecer em uma exposição da Academia Real Escocesa (“A Taste for Impressionism”, que ocorre neste mês de julho).

    Esse é um procedimento comum para quem trabalha com conservação de arte, porque ajuda a criar um plano para limpeza ou preservação de uma obra. Quando se faz uma radiografia, a imagem resultante mostra como a radiação foi absorvida ou espalhada — assim, fornece informações sobre a composição e condição do objeto de estudo.

    Mas, neste caso, o raio X acabou revelando camadas de pintura escondidas. “Momentos como esse são incrivelmente raros”, afirmou Frances Fowle, curadora sênior de arte francesa na NGS, em comunicado. [...]

COSTA, Luisa. Há mais de 130 anos, Van Gogh escondeu um autorretrato com papelão e cola. In: Superinteressante. 2022. Disponível em: https://bit.ly/3PIqKlT. Acesso em: 20 jul. 2022. Fragmento.

O assunto desse texto é

A
B
C
D
E

    Alternativa "D".

(Créditos da resolução: ??.)






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