D13: PORTUGUÊS - 3º Série - Ensino Médio
D13: Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.
01
(SEDUC-GO).
Leia o texto e, a seguir, responda.
Luz sob a porta
— E sabem que que o cara fez? Imaginem só: me deu a maior cantada! Lá, gente, na porta de minha casa! Não é ousadia demais?
— E você?
— Eu? Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho, quem ele pensou que eu era?
— Que eu fosse.
— Quem tá de copo vazio aí?
— Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?
(VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1998. p. 62.)
O padrão de linguagem usado no texto sugere que se trata de um falante
02
(SEDUC-GO).
Leia o texto e, a seguir, responda.
Estudo realizado este ano com 600 pessoas de gênero, idade, instrução, renda e região diferentes espelha o seguinte: 81% dos entrevistados responderam que podem viver com civilidade na cidade, outros 15% disseram que não é possível e 5% não responderam. "Quem ganha 10 salários mínimos percebe a civilidade de um jeito diferente de quem recebe até um salário mínimo mensalmente", observa o professor do Departamento de Ciência Política da UFPE, Marcos Lima. "É interessante que a maioria acredite na civilidade", diz. Civilidade, para a maioria dos entrevistados, é viver com mais segurança. "Combater a violência e a criminalidade" foi a resposta de 33% deles. É também ter oportunidade de trabalho (26%).
Melhorar a educação, saúde e saneamento são pleitos de outros 33%. "Incivilidade e crime estão atrelados, porque o criminoso geralmente não sabe o que é civilidade, tolerância e direitos básicos, pois muitas vezes nasceu à margem disso", justifica o coordenador de pós-graduação em Geografia da UFPE e organizador do estudo Geografias da Violência e do Medo, Alcindo de Sá. Na opinião de 49% dos entrevistados, a educação doméstica é que conduz à civilidade. Já a falta dela, o desemprego e a ausência de solidariedade são os principais estímulos para as incivilidades, como depredar o patrimônio público, degradar o meio ambiente e desrespeitar idosos e pessoas com deficiência. "A questão da falta de ajuda ao próximo tem a ver com o isolamento das pessoas, com a individualização", associa o pesquisador em Geografia Urbana do Departamento de Ciências Geográficas da UFPE, Jan Bittoun. Famílias e escola se comprometem nesse mesmo tabuleiro da civilidade. "Temos que formar cidadãos preocupados com causas sociais e não somente com interesses particulares. Crianças e jovens precisam aprender a gostar do lugar onde vivem e se sentirem responsáveis por ele", afirma a diretora pedagógica do Colégio Apoio. "Mas a escola não ensina tudo. A civilidade começa em família".
DIÁRIO DE PERNAMBUCO. O grande lance da civilidade. Recife, 10 mar. 2010.
Passagens do texto como “... a educação doméstica é que conduz a civilidade. Já a falta dela, o desemprego e a ausência de solidariedade são os principais estímulos para as incivilidades...”, (2° parágrafo), revelam um locutor que faz uso da linguagem predominantemente
03
(SEDUC-GO).
Leia o texto e, a seguir, responda.
Quem vai encarar o Facebook?
Felipe Vicilic
"Sua rede social é controlada por publicitários. Você é o produto comprado e vendido." Assim, com desmedido exagero, a startup americana Ello anunciou o lançamento de uma nova rede social online, de mesmo nome. O site pretende se consolidar como uma espécie de antiFacebook. Nas palavras da equipe: "Livre de propagandas. A Ello não vende dados sobre você". Parece utópico. Google e Facebook nasceram com proposta similar, mas logo abriram as portas para o bem-vindo dinheiro da publicidade, sem o qual ambos não sobreviveriam, muito menos se tornariam empresas bilionárias. Logo que foi lançada, em março, a Ello foi levada ao canto do ringue. A opinião geral era de que cederia. No mês passado, foi além, ao se tornar uma corporação de utilidade pública, categoria que nos Estados Unidos abrange empresas que se comprometem com metas sociais. Com isso, o compromisso de ser livre de anúncios e de não faturar com coleta de dados virou uma obrigação legal. [...]
VILICIC, Felipe. Quem vai encarar o Facebook? In: Revista Veja. Edição 2398. São Paulo: Editora Abril, 2014, p. 106.
A linguagem empregada nesse texto é a
04
(SEDUC-GO).
Leia o texto e, a seguir, responda.
O Bicho
Manuel Bandeira
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Disponível em: http://literaturaemcontagotas.wordpress .Com/2008/11/25/o-bicho-de-manuel-bandeira//>. Acesso em: 23 jan. 2017.
A linguagem que predomina no texto é
05
(BPW).
Leia o texto a seguir e responda.
O fazendeiro para o caipira:
— Nessa terra dá arroz?
— Num dá não, sinhô.
— E feijão dá?
— De jeito nenhum!
— Dá frutas e verduras?
— Tamém num dá não, sinhô.
— Soja, café, amendoim, não dá?
— Já disse, dotô, num dá nada!
— Quer dizer que não adianta eu plantar, que não dá nada mesmo?
— Bom... Prantano é outra coisa...
www.charges.com.br
Sobre o texto acima é correto afirmar.
06
(SAERO).
Leia o texto abaixo e responda.
Perda da biodiversidade
Ao redor do mundo, a biodiversidade (definida como o total da variedade da vida) está diminuindo. Ainda que não se saiba com exatidão quantas espécies existem na Terra, calcula-se que haja de 5 a 50 milhões de espécies, das quais só se tem registro de 1.750.000, aproximadamente. Baseando-se na atual taxa de perda de espécies no planeta, estima-se que no ano 2000 um décimo de todas as espécies já havia desaparecido e essa proporção ascenderia a um terço em 2020.
Por isso, a perda da biodiversidade é um dos problemas ambientais mais graves do planeta. Além das considerações em termos éticos e estéticos da conservação das espécies, da sua preservação e dos ecossistemas, o presente e o futuro do ser humano também dependem da obtenção de alimento, matéria-prima e compostos químicos para medicamentos, assim como a manutenção de processos como o equilíbrio dos gases atmosféricos, o clima e a conservação de solos. De fato, foi demonstrado que a alteração e a perda de biodiversidade dos habitats naturais, ocasionadas por atividades antropogênicas, afetam negativamente as funções dos ecossistemas, que são encarregadas de prover serviços ambientais, tanto das demais espécies silvestres como do ser humano.
Disponível em: http://www.micromacro.tv/pdfs/saber _mas_portugues/biodiversidade/ 27perda_de_biodiversidade.pdf>. Acesso em: 29 jun.2011. Fragmento.
No Texto, no trecho “... foi demonstrado que a alteração e a perda de biodiversidade dos habitats naturais, ocasionadas por atividades antropogênicas,...”, predomina a linguagem representativa da área
07
(SAEPE).
Leia o texto abaixo.
Pela janela
Quando eu percebi que a Milena estava olhando para mim, lá do outro lado da classe, virei o rosto para a lousa, onde a professora acabava de escrever uma pergunta. Antes do recreio, a gente tinha assistido A guerra do fogo e agora estávamos em grupos de quatro, fazendo um trabalho sobre o filme.
A história se passava na Idade da Pedra, não tinha falas, só grunhidos saindo das bocas dos homens das cavernas. [...]
Em torno da minha mesa estavam Geandré, o Walter, o Duílio e eu. Estávamos sentados próximos à janela, de onde eu podia ver os menores correndo, lá embaixo. [...] Olhei para Milena, bem rápido, ela estava me olhando, de novo, mas virou o rosto, quando me viu.
No dia anterior, a Milena passou por mim, na saída e, sem me olhar, pôs um papel dobrado na minha mão. De um lado estava escrito “De Milena” e no outro “Para Rodrigo”.
Eu coloquei o papel no bolso e só tive coragem de ler quando cheguei em casa, depois de mais de uma hora na perua, com ele queimando no meu bolso.
PRATA, Antônio. Carta fundamental. Set. 2009. Fragmento.
No trecho “Antes do recreio, a gente tinha assistido...” (1° parágrafo), a expressão destacada é característica da linguagem
08
(SAEPE).
Leia o texto abaixo.
Tanto faz
Quando você for sair da sua casa
Não se esqueça de levar coragem
Sempre equipe sua alma com asas
Cada dia é uma nova viagem
Todo mundo gosta de viajar
A saudade muitas vezes faz bem [...]
Ame demais, sofra demais
Consequentemente é assim, entendeu?
Só quem sofreu poderá dizer que já sentiu o amor
E aí, já sofreu?
Tanto faz, tanto fez
Não dá nada, dessa vez
Vou lutar por vocês
E quando tudo for melhor
Eu vou ligar pra ela [...]
PROJOTA. Disponível em: http://www.somusica10.com.br/ 2015/08/projota-tanto-faz- malhacao.html#ixzz3oT3mtTYl>. Acesso em: 13 out. 2015. Fragmento.
Um verso desse texto que apresenta marcas típicas da oralidade é:
09
(SAEPE).
Leia o texto abaixo e responda.
Quanta pressa!
Como vc é apressada! Não lembra que eu disse antes de vc viajar que eu ia pra fazenda do meu avô? Quem mandou não dar notícias antes d’eu ir pra lá?!?!?!:-O
Vc sabia. Eu avisei. Vc não presta atenção no que eu falo?
Quando ficar mais calma eu tc mais, tá legal?
:-*
Mônica
PINA, Sandra. Entre e-mails e acontecimentos. São Paulo: Salesiana, 2006. Fragmento.
Nesse texto, predomina a linguagem característica do meio
10
(SAEPE).
Leia o texto abaixo e responda.
Diários
Os livros que mais me falam são os diários. Diários são registros de experiências comuns acontecidas na simplicidade do cotidiano, experiências que provavelmente nunca se transformaram em livros. Não foram registradas para ser dadas a público. Quem as registrou, as registrou para si mesmo — como se desejasse capturar um momento efêmero que, se não fosse registrado, se perderia em meio à avalanche de banalidades que nos enrola e nos leva de roldão. Esse é o caso do Cadernos da Juventude, de Camus, um dos livros que mais amo, e que leio e releio sem nunca me cansar. Um “diário” é uma tentativa de preservar para a eternidade o que não passou de um momento. Álbuns de retratos da intimidade. Pois eu fiz um “Diário”: pensamentos breves que pensei ao correr da vida e dos quais não me esqueci. Pensamentos são como pássaros que vêm quando querem e pousam em nosso ombro. Não, eles não vêm quando os chamamos. Vêm quando desejam vir. E se não os registramos, voam para nunca mais. Isso acontece com todo mundo. Só que as pessoas, achando que a literatura se faz com pássaros grandes e extraordinários, tucanos e pavões, não ligam para as curruíras e tico-ticos... Mas é precisamente com curruíras e tico-ticos que a vida é feita.
ALVES, Rubem. Quarto de Badulaques. São Paulo: Parábola, 2003, p. 51.
Nesse texto, a linguagem utilizada é
11
(SAEPE).
Leia o texto abaixo e responda.
Onde trabalhar
O perito tem quatro possibilidades de emprego:
• ser contratado por uma empresa de consultoria, que é chamada quando pinta um problema em outra empresa;
• ser perito da Polícia Federal ou Estadual, que mantém seu próprio corpo de especialistas;
• ser autônomo e ser convocado pelo juiz de um tribunal ou por alguma pessoa ou empresa para trabalhar num caso específico;
• trabalhar em uma empresa para fazer segurança virtual preventiva. Ou seja, proteger os sistemas antes de serem atacados por hackers.
Mundo Estranho, São Paulo: Abril, ed.48, fev. 2006, p. 22.
No Texto, há uma palavra representativa de linguagem coloquial em:
12
(SEDUC-GO).
Leia o texto a seguir e responda.
CAPÍTULO XV
(...) Assim foi que um dia, como eu lhe não pudesse dar certo colar, que ela vira num joalheiro, retorquiu-me que era um simples gracejo, que o nosso amor não precisava de tão vulgar estímulo.
— Não lhe perdôo, se você fizer de mim essa triste idéia, conclui ameaçando-me com o dedo.
E logo, súbita como um passarinho, espalmou as mãos, cingiu-me com elas o rosto, puxou-me para si e fez trejeito gracioso, um momo de criança. Depois, reclinada na marquesa, continuou a falar daquilo, com simplicidade e fraqueza. Jamais consentiria que lhe comprassem os afetos (...)
No dia seguinte levei-lhes o colar que havia recusado.
— Para te lembrares de mim, quando nos separarmos, disse eu.
Marcela teve primeiro um silêncio indignado: depois fez um gesto magnífico: tentou atirar o colar à rua. Eu retive-lhe o braço: pedi-lhe muito que não me fizesse tal desfeita, que ficasse com a jóia.
Sorriu e ficou.
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubras. 18 ed. São Paulo, Ática, p. 43. Fragmento.
Passagens do texto como “... como eu lhe não pudesse dar certo colar”, revelam um locutor que faz uso de linguagem predominantemente