Leia o texto a seguir para responder as questões 01, 02, 03, 04 e 05.
De próprio punho
A escrita e suas tecnologias sofrem interessantes metamorfoses, numa ciranda que vai do simples bilhete aos originais de um livro
Estranhei muito na primeira vez que escutei a expressão “de próprio punho”. Parecia que eu ia bater em alguém. Não era bem o caso. Foi numa situação bancária, dessas bem burocráticas, e eu devia escrever algo bem breve, mas com minhas mãos. Na verdade, o que importava era a autenticidade da minha caligrafia, que à época ainda era mais fluente e firme. Depois dos teclados de computador, ela rateia bastante. Minha letra, hoje, tem uma espécie de alternância: dia sim, dia não, trêmula e firme, forte e fraca, mais rotunda e mais cheia de arestas.
É claro que já escrevi muito mais de próprio punho ou, numa palavra mais bonita, manuscrevi (prefiro a mão ao punho, embora ele também seja usado na tarefa). Mas isso não é um feito individual. Em larga medida, é social. Muita gente sente o mesmo que eu, isto é, escreve bem menos usando as mãos, ou melhor, empregando algum tipo de tecnologia (lápis, caneta etc.) para escrever com grafite ou tinta ou giz ou carvão ou sangue e o que mais. É importante lembrar que ainda há gente que não sabe escrever neste país, neste planeta, mas muita gente sabe e tem um combo de tecnologias mais ou menos à disposição para isso. Sou dessas pessoas privilegiadas que têm várias possibilidades, e uma delas nunca deixou de ser o uso das minhas mãos. Ainda hoje, são elas que batucam meu teclado de computador ou que tocam suavemente duas ou três telas sensíveis. Mas não expressam mais a minha letra. No lugar, aparecem Times New Roman, Arial, Calibri e mais uma centena de “letras” à minha escolha. Eu e Deus e o mundo.
A despeito desse rol de chances e ferramentas para escrever, o manuscrito nunca deixou de pintar aqui e ali, muitas vezes como obrigação. Na escola, por exemplo, até hoje ele é soberano. No Enem também. Curioso, não? Fico pensando em que espaços e ocasiões ainda uso minha letra. Olhando ao redor, na minha casa, minha letra está em espaços muito delimitados e específicos: bilhetes. Eles estão principalmente na cozinha, em especial na porta da geladeira, a fim de manter a comunicação com meus coabitantes, sempre muito esquecidos ou relapsos. Mas também há bilhetes em post its na minha mesa do escritório, textinhos em garranchos por meio dos quais me comunico comigo mesma, a evitar um comportamento esquecido e relapso.
No escritório, costumo ser mais suave comigo mesma, mas também muito mais lacônica, a ponto de nem eu me entender, se passar o tempo. Em todos os casos vai minha letra, menos e mais redonda, a lápis e a tinta azul, em post its rosa-choque, colados precariamente, e todos com destino à lixeira, em breve. Justo porque eles funcionam como lembretes de tarefas e coisas que devem ser vencidas e, claro, substituídas por outras, num fluxo infinito, às vezes ansiogênico, com que a maioria dos adultos (e mais ainda as adultas) precisa conviver.
As formas de escrever mudam, as necessidades também, e o resultado é um elenco complexo, em que nada dispensa nada, a depender da tarefa ou da importância das coisas ou de suas funções, claro. A escrita e suas tecnologias incríveis vão se reposicionando, mudando de status, numa ciranda interessante e importante que pode ser vista à luz de certa diversidade que encontra suas oportunidades e seus efeitos, aqui e ali. Não adianta muito pensar sempre como se tudo fosse excludente. Estão aí minha farta comunicação por bilhetes, minha gaveta alegre de post its de toda cor, esperando para serem usados, e o cheque do cartório, em que quase tudo já é digital. “Do punho ao pixel” não é uma frase filosoficamente correta. O negócio é mais “o punho e o pixel”.
RIBEIRO, A. E. Disponível em: https://rascunho.com.br. Acesso em: 16 jan. 2024 (adaptado).
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
No que diz respeito ao gênero bilhete, a autora dessa crônica
A síntese está expressa na frase “o punho e o pixel”, pois as práticas de escrever a mão e a de digitar coexistem apesar das alterações na tecnologia. A permanência está representada pela conjunção aditiva “e”, somando essas duas possibilidades de registrar palavras.
Portanto, alternativa "E".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
O elemento que caracteriza esse texto como uma crônica é a
O gênero textual crônica explora um fato do cotidiano de modo inusitado, revelando a subjetividade do cronista. Nesse texto, o uso da primeira pessoa, as opiniões da cronista sobre sua própria experiência de escrita e sobre os vários processos pelos quais a escrita passou ao longo do tempo configuram a crônica como reflexiva.
Portanto, alternativa "C".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Nesse texto, o que caracteriza a escrita “de próprio punho” é a letra manuscrita, enquanto a escrita digital é ilustrada pelo(a)
No trecho “No lugar, aparecem Times New Roman, Arial, Calibri e mais uma centena de ‘letras’ à minha escolha”. A autora expressa, portanto, que fontes tipográficas representam a escrita digital.
Portanto, alternativa "D".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
A autora conclui que as novas tecnologias de escrita
Nos trechos “nada dispensa nada” e “A escrita e suas tecnologias incríveis vão se reposicionando”, a autora manifesta que as formas manuscrita e digital coexistem.
Portanto, alternativa "C".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
O recurso linguístico usado para marcar a síntese da opinião da autora sobre a temática desenvolvida foi o(a)
A opinião da autora sobre as metamorfoses ocorridas na escrita é a coexistência entre as ferramentas tecnológicas e o texto manuscrito. O recurso utilizado para sintetizar o ponto de vista dela é a expressão “do punho ao pixel” substituída por “o punho e o pixel”, em que o uso da conjunção aditiva “e” evidencia o convívio simultâneo das duas formas de escrita.
Portanto, alternativa "E".
(Créditos da resolução: Poliedro Resolve)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
— Vejo, disse ele com algum acanhamento, que o doutor não é nenhum pé-rapado, mas nunca é bom facilitar... Minha filha Nocência fez 18 anos pelo Natal, e é rapariga que pela feição parece moça de cidade, muito ariscazinha de modos, mas bonita e boa deveras... Coitada, foi criada sem mãe, e aqui nestes fundões. [...]
— Ora muito que bem, continuou Pereira caindo aos poucos na habitual garrulice, quando vi a menina tomar corpo, tratei logo de casá-la.
— Ah! é casada? perguntou Cirino.
— Isto é, é e não é. A coisa está apalavrada. Por aqui costuma labutar no costeio do gado para São Paulo um homem de mão cheia, que talvez o sr. conheça... o Manecão Doca...
— Não, respondeu Cirino abanando a cabeça.
— Pois isso é um homem às direitas, desempenado e trabucador como ele só... fura estes sertões todos e vem tangendo pontes de gado que metem pasmo. Também dizem que tem bichado muito e ajuntado cobre grosso, o que é possível, porque não é gastador nem dado a mulheres. Uma feita que estava aqui de pousada... olhe, mesmo neste lugar onde estava mecê inda agorinha, falei-lhe em casamento... isto é, dei-lhe uns toques... porque os pais devem tomar isso a si para bem de suas famílias; não acha?
— Boa dúvida, aprovou Cirino, dou-lhe toda a razão; era do seu dever.
TAUNAY, A. d’E. Inocência. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 29 fev. 2024.
Nesse trecho, ao se referir à sua filha, o pai de Inocência reproduz os ideais românticos, presentes na
A obra inocência, de Visconde de Taunay, pertence à vertente regionalista do Romantismo Brasileiro e apresenta o pai da moça como um homem rude, autoritário e que valoriza os costumes sertanejos, a pureza e a honra familiar, evidenciando, assim, o ideal romântico sobre o papel da mulher, submetida ao protagonismo masculino patriarcal, que teria o dever de zelar pelo futuro da filha, determinando-lhe o marido.
Portanto, alternativa "B".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
O Ministério do Esporte no Brasil lançou o programa Maré Inclusiva, em 2024, ano dos Jogos Paralímpicos de Paris. Esse programa visa ampliar as oportunidades para pessoas com deficiência que desejam praticar o surf. O parasurf é a prática do surf adaptada para permitir que pessoas com deficiência pratiquem o esporte em todas as suas categorias, modalidades e manifestações. Para a Secretaria Nacional do Paradesporto, a iniciativa é mais do que um programa de esporte, é uma iniciativa que busca transformar vidas e promover a inclusão por meio do parasurf, criando um legado de igualdade e respeito.
Disponível em: www.gov.br/esporte. Acesso em: 6 set. 2024 (adaptado).
De acordo com esse texto, o programa voltado ao estímulo da prática do parasurf evidencia a
O texto aborda o programa do Ministério do Esporte chamado Maré inclusiva, que é voltado a deficientes que desejam praticar surfe.
Portanto, alternativa "C".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).

Disponível em: www.publishnews.com.br. Acesso em: 19 set. 2024.
Nesse cartaz publicitário, os recursos verbais e não verbais constroem um argumento que objetiva
O jogo de palavras entre os períodos “Você entra Fernando. E sai Pessoa” sugere que a leitura é uma ferramenta que faz com que o indivíduo se transforme, ampliando sua visão de mundo.
Essa ideia é reforçada pelo slogan “Todo mundo sai melhor do que entrou.”
Portanto, alternativa "C".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
O retrato como gênero da pintura ocidental ficou vinculado às elites, tornando invisíveis as populações que não faziam parte do círculo dominante. Num país de tradição escravocrata e colonizado por europeus como o Brasil, pouquíssimas pessoas negras e indígenas foram retratadas em pintura, e menos ainda identificadas com seus nomes nos retratos. Daí a importância, para a história da arte e para a história brasileira, dos retratos de Dalton Paula.

Disponível em: www.masp.org.br. Acesso em: 5 maio 2024 (adaptado).
Ao dar protagonismo a Zeferina e a João de Deus Nascimento, o artista Dalton Paula evidencia que a(s)
Dalton Paula utiliza a arte como reparação simbólica e afirmação identitária, ao retratar pessoas negras com nome e sobrenome. Desse modo, o artista rompe com uma postura elitista da arte ocidental, que invisibilizou grupos sociais marginalizados.
Portanto, alternativa "A".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Símbolos
Eu e tu, ante a noite e o amplo desdobramento
do mar, fero, a estourar de encontro à rocha nua...
Um símbolo descubro aqui, neste momento
esta rocha, este mar... a minha vida e a tua.
O mar vem, o mar vai, nele há o gesto violento
de quem maltrata e, após, se arrepende e recua.
Como compreendo bem da rocha o sentimento!
São muito iguais, por certo, a minha mágoa e a sua.
Contemplo neste quadro a nossa triste vida;
tu és dúbio mar que, na sua inconsciência,
tem carinhos de amor e fúrias de demência!
Eu sou a dor estanque, a dor empedernida,
sou rocha a emergir de um côncavo de areia,
imóvel, muda, isenta e alheia ao mar, alheia.
MACHADO, G. Poesia completa. Rio de Janeiro: Cátedra/MEC, 1978.
Nesse soneto, os traços da estética simbolista são resgatados pelo eu lírico ao
O poema de Gilka Machado apresenta elementos simbolistas ao sugerir imagens da natureza (o “mar” e “rocha”) que representam a subjetividade do eu lírico diante da inconstância do ser amado.
Portanto, alternativa "E".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Antes do inverno chegar. Ela tinha olhinhos brilhantes. Os mesmos de antes. Antes da fome. Antes das 17 mudanças de cidade. Dos sete filhos e dos muitos anos de trabalho dentro e fora de casa.
Ela fazia ambrosia, bolo de fubá e pedacinhos de queijo. Antes do inverno, ela plantava flores novas e diferentes para nos esperar nas próximas férias de verão.
Ela tinha o jeito de menina. Menina sapeca, correndo na grama seca do cerrado. O mesmo jeito de antes. Antes do marido (e mesmo com o marido). Antes do cansaço dos anos. Antes da dureza do trato com a terra.
Ela tinha histórias. Compridas, curtas, divertidas e verdadeiras. Mas isso foi antes. Antes das lembranças se bagunçarem feito bolas coloridas de Natal esperando para serem montadas na árvore.
Eu era sua neta. Antes do Alzheimer chegar, eu era sua neta. Mas ela é e sempre será minha avó.
PERSON, C. R. Borboletas no estômago: porque às vezes o título precisa ser adolescente e clichê, já que a vida exige sermos tão adultos. São Paulo: Ed. das Autoras, 2021.
A narradora, ao resgatar memórias da história de vida da avó, faz uso recorrente da locução “antes de”. Esse termo colabora para a progressão temática na medida em que
A narradora usa a locução temporal “antes de” para encadear fatos da história de vida de sua avó, reinterpretados pela ótica da neta, posterior à chegada da doença de Alzheimer na avó.
Portanto, alternativa "C".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Com 20 anos de experiência no futebol de alto rendimento, Marina, ex-jogadora da seleção brasileira de futebol, salienta que, por trás do espetáculo apresentado nas mídias, com mensagens de motivação e superação, o esporte não é tão inclusivo assim. “É esta análise que devemos fazer: aqueles atletas que estão ali estão trazendo uma alta performance a partir dos seus limites”, explica. Para a profissional, é preciso analisar com cautela “a ideia romântica que a mídia passa para os telespectadores”. A realidade é muito mais dura do que as imagens espetaculosas que principalmente a televisão busca transmitir para a audiência. “Por trás existe um ser humano, a gente não pode nunca esquecer isso. Aquela pessoa treinou insistentemente para estar ali, durante meses, semanas e temporadas. Duas vezes ao dia, de duas a quatro horas”, pondera Marina. Atualmente, as crianças e os jovens vislumbram o sucesso profissional e a boa-vida financeira de poucos atletas que se destacam e estampam os meios de comunicação. Tudo parece ser muito mais fácil do que realmente é quando apenas as conquistas são mostradas.
ROSOLEN, N. Disponível em: www.uninter.com. Acesso em: 10 maio 2024 (adaptado).
Nesse texto, a visão crítica de uma ex-atleta de futebol revela que
Por meio da glamorização do futebol, associada ao sucesso profissional e à boa-vida financeira, a mídia transmite a ideia equivocada de que a rotina do atleta não apresenta dificuldades, omitindo a realidade de sacrifícios e treinos constantes.
Portanto, alternativa "A".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
No predomínio das mulheres pretas brasileiras nos Jogos Olímpicos de 2024, uma coisa chamou a atenção no pódio: elas valorizam a parte psicológica. As duas medalhistas de ouro, a judoca Beatriz Souza e a ginasta Rebeca Andrade, ressaltam, em várias entrevistas, a importância da saúde mental. Em uma dessas entrevistas, Rebeca sinaliza: “Acho que não é só sobre vencer a Simone, é sobre vencer a mim mesma. A minha briga está na minha cabeça, não está com outras pessoas. Para conseguir fazer as minhas apresentações, preciso controlar a minha cabeça, o meu corpo, e essa é a briga”. Na mesma linha, a skatista Rayssa Leal exalta a necessidade da terapia, e a Seleção Brasileira de Futebol de Mulheres tem o suporte psicológico como reforço no treinamento.
Disponível em: https://iclnoticias.com.br. Acesso em: 18 set. 2024 (adaptado).
Nesse texto, as atletas brasileiras defendem o(a)
Segundo o texto, a saúde emocional é tão crucial para o desempenho do atleta quanto o seu preparo físico e técnico, portanto, o bem-estar psicológico também é parte integrante de sua prática profissional.
Portanto, alternativa "E".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
A característica fundamental no aprendizado das práticas rituais nos candomblés é o processo iniciático e participante. Durante o período de reclusão em terreiros ou rocas, o iniciado passa por uma série de ritos esotéricos (banhos rituais, raspagem da cabeça etc.), ao mesmo tempo em que começa a adquirir um complexo código de símbolos materiais (substâncias, folhas, frutos, raízes etc.) e de gestos associados a um repertório linguístico específico das cerimônias que se desenrolam nos contextos sagrados em geral e em cada terreiro em particular.
Esse repertório linguístico, genericamente chamado de “língua de santo” na Bahia, compreende uma terminologia religiosa operacional, de caráter mágico-semântico e de aparente forma portuguesa, mas que repousa sobre sistemas lexicais de diferentes línguas africanas que provavelmente foram faladas no Brasil escravocrata, vindo a constituir uma língua ritual, que se acredita pertencer à nação do vodum, do orixá ou do inquice, e não a determinada nação africana política atual.
Disponível em: https://periodicos.ufba.br. Acesso em: 21 jan. 2024 (adaptado).
A “língua de santo” tem sua importância para o patrimônio linguístico brasileiro por
“A língua de santo”, além de ser uma expressão ritualística do candomblé, representa uma forma de resistência negra no Brasil escravocrata e, por ser praticada ainda hoje, integra o patrimônio linguístico brasileiro.
Portanto, alternativa "B".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
O meu medo é entrar na faculdade e tirar zero eu que nunca fui bom de matemática fraco no inglês eu que nunca gostei de química geografia e português o que é que eu faço agora hein mãe não sei. [...] O meu medo é a vida piorar e eu não conseguir arranjar emprego nem de faxineiro nem de porteiro nem de ajudante de pedreiro e o pessoal dizer que o governo já fez o que pôde já pôde o que fez já deu a sua cota de participação hein mãe não sei. O meu medo é que mesmo com diploma debaixo do braço andando por aí desiludido e desempregado o policial me olhe de cara feia e eu acabe fazendo uma burrice sei lá uma besteira será que eu vou ter direito a uma cela especial hein mãe não sei.
FREIRE, M. Contos negreiros. Rio de Janeiro: Record, 2005.
Nesse texto, a reiteração dos medos e das angústias do narrador exprime
O interlocutor, ao seu dirigir à mãe, expressa suas inseguranças em relação ao seu futuro quanto a ingressar em uma faculdade, conseguir um emprego e, mesmo assim, continuar sendo discriminado por sua condição social.
Portanto, alternativa "C".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
TEXTO I
A Ilha do Ferro, situada a 18 km do município de Pão de Açúcar, não é uma ilha, como o nome indica. A história do povoado é semelhante à de inúmeros outros que encontramos às margens do Rio São Francisco, entre Alagoas e Sergipe. O que torna diferente o lugar é sua gente. Hoje, dezenas de artistas populares povoam a Ilha do Ferro, trabalhando principalmente com o entalhe em madeira. Onde pessoas comuns enxergariam apenas troncos e galhos retorcidos, eles vislumbram bancos, bonecos, pássaros, cobras e bailarinas. “Às vezes, você passa por um pedaço de madeira uma vez e não vê nada, passa cinco vezes por ele e não vê nada”, conta um dos artistas, “mas, na décima vez, você consegue enxergar alguma forma nesse pedaço de madeira e transformá-lo em arte”.
Disponível em: www.imaterial.art.br. Acesso em: 5 fev. 2025 (adaptado).
TEXTO II

FARIAS, Y. Bailarino entalhado em gravetos de madeira. Artesanato em madeira, 20 × 13 × 51 cm. Ilha do Ferro (AL). Disponível em: www.nidelins.com.br. Acesso em: 5 fev. 2025.
A originalidade do trabalho dos artistas da Ilha do Ferro se dá pela
A originalidade do trabalho do artista da Ilha do Ferro se dá pela ressignificação que a madeira comum adquire quando usada como matéria-prima em obras de arte. Essa madeira passa a apresentar figuratividade na forma de bonecos que parecem dançar, o que lhe atribui uma função estética e social.
Portanto, alternativa "B".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
TEXTO I
Os trabalhos da exposição Adriana Varejão: suturas, fissuras, ruínas colocam em pauta o exame da história visual, das tradições iconográficas europeias e do fazer artístico ocidental. O corte, a rachadura, o talho e a fissura são elementos de narrativas recorrentes nos trabalhos da artista desde 1992. As produções recentes incluem pinturas tridimensionais de grande escala das séries Ruínas de charque e Línguas.
Disponível em: https://pinacoteca.org.br. Acesso em: 10 jan. 2025 (adaptado).
TEXTO II

VAREJÃO, A. Azulejaria em carne viva. Óleo sobre tela, poliuretano, madeira e alumínio, 160 × 200 × 25 cm. 1999. Disponível em: www.adrianavarejao.net. Acesso em: 10 jan. 2025.
A utilização de recursos visuais como suturas, cortes e ruínas por Adriana Varejão, na obra Azulejaria em carne viva, remete à(s)
A artista mescla, em suas obras, o “fazer artístico ocidental” às “tradições iconográficas europeias”. A influência europeia encontra-se nos azulejos portugueses, que contrastam com a representação da carne ensanguentada, simbolizando a violência da colonização.
Portanto, alternativa "C".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).

Disponível em: www.unicef.org.br. Acesso em: 15 jan. 2024 (adaptado).
Nesse cartaz, a utilização de frases que projetam a vida profissional de duas crianças tem como objetivo
No cartaz, há a projeção da possibilidade da formação profissional futura de duas crianças, uma negra e uma indígena, caso a sociedade combata o racismo.
Portanto, alternativa "B".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Passando por aqui para lembrar algumas palavras, frases e expressões que nos infernizaram em 2023. Inclusive passando por aqui. Se você for proativo, vai achar que é o novo normal. Estarão na sua zona de conforto. Mas, se for reativo como eu, vai achar que é uma narrativa que precisa ser ressignificada.
É uma questão de empatia. É sobre entregar um discurso mais robusto e empoderado. Sei bem que não tenho lugar de fala para harmonizar certos pontos fora da curva e que preciso aplicar toda a minha resiliência para fazer um realinhamento. O nível de fitness está hoje num sarrafo muito alto.
O fato é que acho cringe essas falas fora da caixinha. Aliás, falar cringe já é meio cringe. Preciso usar a superação para me reinventar e entender que resenha não tem mais a ver com futebol, é qualquer papo, desde que latente.
Pensando bem, não é tão difícil. Frases feitas são aquelas que entram por um ouvido e saem pelo outro sem um estágio intermediário no cérebro. A boca fala por conta própria, dispensando-nos de pensar. E não tem problema nisso. Ou as ditas frases se incorporam à língua ou morrem e nascem outras. A língua é assim. Simples assim.
CASTRO, R. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 fev. 2024 (adaptado).
Nesse texto, a estratégia empregada para criticar a constante exposição a palavras, frases e expressões automatizadas é o(a)
O autor utiliza na linguagem do texto palavras e expressões gíricas que são objeto da sua reflexão, produzindo humor.
Portanto, alternativa "E".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Doce mistura
A canjica – creme amarelo à base de milho – é prova da diversidade do Brasil, pelas variações em seu nome de batismo. Servido polvilhado com canela, o doce confunde: o que lá no norte é “canjica”, lá no sul é “curau”. Os nomes se invertem quando o doce muda. O creme branco com os grãos inteiros de milho, no sul, é “canjica”, e, no norte, “curau”.

Revista Língua Portuguesa, n. 31, maio 2008 (adaptado).
Esse texto, que apresenta um prato da culinária brasileira, evidencia
O texto trata do uso dos termos “canjica” e “curau” em sua variação diatópica, ou seja, em diferentes lugares do Brasil. O mesmo doce recebe nomes distintos, de acordo com a região do país.
Portanto, alternativa "B".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
A diferença entre briga e luta é a existência de juízes e medalhas? A briga desumaniza o outro e pode até matá-lo. Já na luta, as intenções do outro são consideradas sua proposta combativa e suas habilidades, enfim, sua meta de vencer. Na luta, o desenvolvimento passa pelo contato com a agressividade, a raiva, a frustração, o orgulho, a determinação e a fraqueza. Daí também a luta não ser apenas com o outro, mas consigo mesmo, num combate contra as próprias limitações, sobretudo, contra o próprio orgulho.
BARREIRA, C. A briga desumaniza. A luta, não. O Estado de S. Paulo, 22 ago. 2010 (adaptado).
Esse texto apresenta as diferenças entre briga e luta, na medida em que aponta o(a)
O trecho “... mas consigo mesmo ...” evidencia uma prática de autoconhecimento e de transposição de obstáculos no que tange às próprias limitações do indivíduo. É a luta “consigo mesmo”.
Portanto, alternativa "A".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Pequenino morto
Tange o sino, tange, numa voz de choro,
Numa voz de choro... tão desconsolado...
No caixão dourado, como em berço de ouro,
Pequenino, levam-te dormindo... Acorda!
Olha que te levam para o mesmo lado
De onde o sino tange numa voz de choro...
Pequenino, acorda!
Que caminho triste, e que viagem! Alas
De ciprestes negros a gemer no vento;
Tanta boca aberta de famintas valas
A pedir que as fartem, a esperar que as encham...
Pequenino, acorda! Recupera o alento,
Foge da cobiça dessas fundas valas
A pedir que as encham.
CARVALHO, V. Poemas e canções. Rio de Janeiro: Saraiva, 1962 (fragmento).
Nesse fragmento do poema, o sentimento de luto adquire contornos expressivos e é intensificado pela
O trecho “... Pequenino, acorda! Recupera o alento, Foge da cobiça dessas fundas valas...” sugere a negação emocional, por parte do eu lírico, da morte da criança.
Portanto, alternativa "B".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Só entende os corações desse lugar quem mergulha nesse mar a perder de vista e recoberto de cana caiana, cana fita, cana roxa, cana-de-macaco, açúcar, melado, rapadura, aguardente, fumo, mandioca, quiabos, pimentas, moendas, frutas, fruta-pão, sobrados, senzalas, tachos, casa de purgar. Um reino dentro de outro, com tudo o que se tem direito: reis, rainhas, príncipes e princesas, bobos da corte, cortesãos, conselheiros e escravos, muitos escravos. […]
A corte do massapé, como qualquer outra na história da humanidade, fazia tudo para não deixar escapar nenhum mísero grão dos seus domínios para quem estivesse de fora do seu apertado círculo. Os nomes se repetiam de pai para filho, para sobrinho, para netos e bisnetos, de forma concêntrica e repetitiva, para que não pairasse nenhuma dúvida de que são todos da mesma parentela. As farinhas todas num mesmo saco brasonado.
CRUZ, E. A. Água de barrela. Rio de Janeiro: Malê, 2018.
Nesse fragmento, o narrador enumera o resultado do trabalho com a terra, o qual, no contexto em que aparece,
A permanência do privilégio de classe é expressa no trecho, por meio da escolha dos termos “corte”, “reis”, “rainhas”, “príncipe” e “princesas”, em função dos quais todo o processo de exploração escravocrata se desenvolve.
Portanto, alternativa "A".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Uruku
Urucum
Rocou
(Bixa orellana)
Moju, dono da água, não gosta do cheiro de urucum. Mani’ojarã, dono da mandioca, e os donos das outras plantas cultivadas também não. Eles não suportam. Por isso, os Wajãpi se untam de urucum, deixam o rosto vermelho e se perfumam com seu aroma agradável. Além disso, os seres agressores, os jarã (donos) e os espíritos terrestres, gostam do cheiro dos fluidos humanos, do sangue, do suor. Então, o urucum os dissimula, protegendo as pessoas que vão caçar, caminhar pela floresta, que estão sendo perturbadas por espíritos em sonhos ou que estão em resguardo, como os doentes. O seu uso é tão cotidiano que os Wajãpi o plantam na aldeia, para ter sempre pertinho. Como o urucum não tem jarã, não tem problema nenhum em arrancar e usar para pintar.
STRAPPAZZON, A. I.; SIGOLO, R. P. Jardins da história: medicinas indígenas. Recife: ObservaPICS, 2022.
Esse verbete contribui para a preservação do patrimônio linguístico nacional, pois apresenta uma
O gênero verbete de dicionário define as palavras com suas acepções. Sendo assim, esse verbete é construído apenas com um sentido da palavra “Uruku”, apresentado através da perspectiva de uso cotidiano da semente de uruku para o povo indígena Wajãpi. Logo, o verbete contribui para a preservação do patrimônio linguístico dos povos originários.
Portanto, alternativa "B".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).

MURRAY, R.; KLIGERMAN, E. Teias de afeto e poesia. Disponível em: https://roseanamurray.com. Acesso em: 5 maio 2024.
Nesse texto, a autora aborda diferentes sentidos da palavra “rede” para evidenciar
No primeiro período, já se afirma o impacto que as redes digitais exercem sobre as pessoas (“Cada vez mais somos convocados para dentro das Redes”). Esse tipo de comunicação alterou radicalmente o contato humano, ele não é mais de inter-relação com os indivíduos e nem com o ambiente que circunda a conversa, como se nota no segundo parágrafo. O diálogo passou a ser mediado eletronicamente. Embora a palavra rede tenha um significado vasto, conforme se nota no comentário metalinguístico que conclui o texto, os autores discutem recorrentemente a alteração no relacionamento humano devido a esse meio de comunicação, empregando várias vezes formas verbais (“somos convocados”, “levamos” etc.) e o pronome (“nos”) da primeira pessoa do plural, o que corrobora a influência avassaladora de um novo tipo de comunicação na vida das pessoas em geral.
Portanto, alternativa "D".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Muitos pensam que narrativa curta é sinônimo de conto, perdendo de vista gêneros que, por tradição ruim, continuam à margem da nobreza. Acontece que o conto tem uma densidade específica, centrando-se na exemplaridade de um instante da condição humana, sem que essa exemplaridade se refira à valoração moral, já que uma grande mazela pode muito bem exemplificar uma das nossas faces. A crônica não tem essa característica. Conservou a marca do registro circunstancial feito por narrador-repórter que relata um fato para muitos leitores que formam um público determinado.
Mas que público é esse? Sendo a crônica uma soma de jornalismo e literatura (daí a imagem do narrador-repórter), dirige-se a uma classe que tem preferência pelo jornal em que ela é publicada, o que significa uma espécie de censura ou, pelo menos, de limitação: a ideologia do veículo corresponde ao interesse dos seus consumidores, direcionados pelos proprietários dos periódicos e/ou pelos editores--chefes da redação. Ocorre ainda o limite de espaço, uma vez que a página comporta várias matérias, o que impõe a cada uma delas um número restrito de laudas, obrigando o redator a explorar, da maneira mais econômica possível, o pequeno espaço de que dispõe. É dessa economia que nasce sua riqueza estrutural.
SÁ, J. A crônica. São Paulo: Ática, 1987 (adaptado).
De acordo com esse texto, o aspecto tecnológico que influencia a composição do gênero crônica advém da
O aspecto tecnológico que influencia a composição da crônica está expresso no excerto “Ocorre ainda o limite de espaço, um vez que a página comporta várias matérias, o que impõe a cada uma delas um número restrito de laudas”. O texto, portanto, deve ser conciso em razão do espaço oferecido nos periódicos.
Portanto, alternativa "E".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).

Disponível em: www.tjdft.jus.br. Acesso em: 15 out. 2024 (adaptado).
Esse texto trata de um problema social com o propósito de
O cartaz publicitário tem a função de convencer o interlocutor a adotar uma ideia. Assim, seu propósito está associado à promoção do engajamento do setor educacional na luta contra a violência de gênero, tema apresentado a partir de recursos verbais e não verbais.
Portanto, alternativa "B".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).

Disponível em: https://revistagalileu.globo.com. Acesso em: 18 jun. 2024 (adaptado).
Com base na relação dos elementos não verbais com a frase “VOCÊ (NÃO) ESTÁ SOZINHO”, nessa capa de revista, a função poética fica evidente, pois
A função poética, em que a linguagem “possibilita mais de uma interpretação”, dá-se pela organização estética da linguagem que ilustra a solidão das pessoas em pequenos buracos, mas que estão numa proximidade espacial, conforme ilustração na capa da revista. Isso está em consonância com a linguagem verbal, cuja mensagem, com o advérbio “não” entre parênteses, converge com a plurissignificação do texto visual.
Portanto, alternativa "C".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Margot Robbie foi criticada por “não ser bonita o suficiente” para interpretar a Barbie. Recentemente, Paolla Oliveira foi chamada de gorda. Só fico pensando o que serei eu com mais de 50 (também no peso), com a minha aparência comum. O corpo da mulher vive um reality show permanente: é sempre vigiado e fiscalizado, como se fosse domínio público. A mulher que não atender aos estereótipos está sujeita a sofrer penalidades básicas, como distúrbios, obsessões, medo do próprio corpo e, é claro, dietas à base de rúcula. “A dieta é o sedativo político mais potente na história das mulheres”, escreveu Naomi Wolf, em 1991. A regra é não haver singularidade, mascarar a passagem do tempo, imobilizar a beleza (já imaginou como isso seria enfadonho?). O mandamento é obedecer às regras sociais do bom comportamento corporal, “como deve ser”, não nos atos, mas na forma.
KORICH, B. S. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 22 jan. 2024 (adaptado).
Nesse texto, para introduzir a ideia de que a fiscalização permanente sobre o corpo afeta todas as mulheres, a autora
A autora introduz a ideia de fiscalização permanente do corpo feminino como uma prática que se aplica a todas as mulheres. Para isso, vale-se da referência inicial a personalidades tidas como representantes de um ideal estético: nem mesmo elas escapam desse juízo.
Portanto, alternativa "E".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
I: o nome do filme é roupa suja ... eu assisti na minha casa ... com minha mãe ... tinha um ... o filme era sobre um homem que colocaram ... trocaram as bolsas ... daí o homem levou uma bolsa cheia de dinheiro sem ele saber que na mala dele ... pensando que era dele mas era errada ... quando ele chegou onde ele ia trabalhar ... tinha uma moça tentando abrir a porta pra fazer entrevista com uns cantores lá que tinham ... daí ele perguntou ... “você tá tentando abrir a porta?”... daí ele ... “não ... não” ... daí ele disse ... “ah ... tá ... sim” ... daí ela ... “é ... e quero fazer uma entrevista” ... daí ele disse ... “você quer entrar ... então pode entrar” ... daí entraram ... daí ficaram lá ... quando ela entrou e queria fazer a entrevista um homem num deixou ... daí a mulher pegou ... subiu onde o homem tava trabalhando ... rapaz né ... onde ele tava trabalhando e ficou lá e dando o show ...
CUNHA, M. A. F. Corpus discurso & gramática: a língua falada e escrita na cidade de Natal. Disponível em: https://deg.uff.br. Acesso em: 4 dez. 2024 (adaptado).
Nesse texto, a repetição da forma “daí” revela
A repetição da forma “daí” enfatiza a função fática, ou seja, a interação com o interlocutor como um elemento na construção da sequencia da narrativa oral. No contexto da transcrição, as reticências indicam as pausas na fala.
Portanto, alternativa "D".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
TEXTO I
Os Doze Trabalhos de Hércules
Hércules é uma figura lendária da mitologia greco-romana. Ele é frequentemente retratado como um herói de força sobre-humana e coragem, filho de Zeus, o rei dos deuses, e Alcmena, uma mulher mortal. O episódio mais conhecido de Hércules é a realização dos Doze Trabalhos.
Esses trabalhos são impostos a ele como uma forma de expiação pelos crimes cometidos durante um acesso de loucura, causado pela deusa Hera, esposa de Zeus. Os Doze Trabalhos são: matar o Leão de Nemeia; matar a Hidra de Lerna; capturar a corça de Cerineia; capturar o javali de Erimanto; limpar os estábulos de Áugias; matar as aves do lago Estínfalo; matar o touro de Creta; capturar os cavalos de Diomedes; roubar o cinturão de Hipólita, a rainha das Amazonas; capturar o gado de Gerião; capturar os pomos de ouro do Jardim das Hespérides; capturar o cão de Hades, Cérbero.
HERTEL, R. Mitologia. Disponível em: https://osmelhoreslivros.com.br. Acesso em: 4 jun. 2025 (adaptado).
TEXTO II
Os Doze Trabalhos
O que lhe faltava de estudo lhe sobrava de boa vontade e inteligência. No escritório improvisado na salinha da casa, anunciava seus serviços de bombeiro hidráulico e eletricista. Nas horas vagas entregava panfletos e lavava carros. Quando a cidade fervia com alguma festa, postava-se à entrada vendendo cerveja. Se fosse algum show infantil, cocadas. Aos sábados, era pedreiro e, aos domingos, conservava um jardim de uma mansão, além de tratar da piscina e dos cachorros. Nas férias, abrigava-se na fazenda dos donos da mansão, onde trabalhava como caseiro e motorista. Seu nome: João Antonio da Silva. Mas pode chamar de Hércules.
FERREIRA, G. V. Os doze trabalhos. Disponível em: www.minicontos.com.br. Acesso em: 15 jul. 2015 (adaptado).
A comparação entre os textos I e II indica que o(a)
O texto I apresenta Hércules, personagem da mitologia greco-romana, a quem doze trabalhos são impostos. O texto II, por sua vez, atualiza o mito numa realidade contemporânea precária, por meio da figura de um sujeito que desempenha diversas funções para sobreviver. Portanto, há intertextualidade, visto que o texto II paradiou o texto I.
Portanto, alternativa "A".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
1 O mais assustador do meteoro que cruzou o céu da Sibéria e explodiu no ar como
2 várias bombas atômicas é que ele chegou sem ser anunciado. Com todas as atenções
3 voltadas para o outro asteroide, o que passou de raspão, o asteroide da Sibéria entrou pela
4 porta dos fundos sem ser detectado. A desculpa é que era pequeno demais para chamar a
5 atenção e por isso os alarmes não funcionaram. Nossa ilusão, até agora, era que qualquer
6 detrito espacial que se aproximasse de nós seria identificado e rotulado, e sua trajetória
7 calculada até o último milímetro com grande antecedência, o que nos daria tempo para
8 preparar o espírito — ou usar nossos cartões de crédito até o limite — no caso da colisão
9 com a Terra ser inevitável.
VERISSIMO, L. F. Disponível em: www.estadao.com.br. Acesso em: 1 mar. 2013.
Com base na organização coesiva desse texto, o(a)
A expressão “sua trajetória” refere-se anaforicamente à expressão “qualquer detrito espacial”, já que o pronome possessivo “sua” cria relação de sentido entre “detrito” e “trajetória”, ou seja, trata-se do percurso do fragmento espacial.
Em a, na oração “que passou de raspão”, o pronome relativo “o” (aquele) refere-se a “outro asteroide”; em c, “isso” é pronome demonstrativo e recupera a oração anterior “era pequeno demais para chamar atenção”; em d, o pronome “o” (aquilo) refere-se “a sua trajetória calculada até o último milímetro com grande antecedência”; em e, “o asteroide da Sibéria” foi mencionado nas duas primeiras linhas.
Portanto, alternativa "B".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Do rádio ao podcast
Desde a disseminação do rádio no Brasil, entre as décadas de 1920 e 1930, principalmente no governo de Getúlio Vargas, as pessoas passaram a dedicar uma parte de seu dia para escutar notícias, novelas, músicas e eventos esportivos em aparelhos de som. O radiojornalismo, por sua vez, teve seu pontapé inicial durante a Revolução Constitucionalista (1932) e se desenvolveu durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Quando a TV surgiu, esperava-se que o rádio fosse totalmente substituído, porém ele se manteve em alta, pois o sinal de televisão não cobria todos os lugares, diferentemente do rádio. Com o surgimento da internet, dos smartphones e de outros dispositivos móveis, o rádio foi incorporado a essas novas tecnologias até o desenvolvimento da web rádio e do podcast, mostrando-se um meio de comunicação versátil e democrático na área jornalística.
Para um pesquisador da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), o rádio não se tornou obsoleto, visto que não deixou de ser consumido e se reinventou com o tempo. “O podcast é uma continuação, uma evolução natural do rádio”, opina.
ALVES, A.; ALVES, C. Disponível em: https://comunica.ufu.br. Acesso em: 19 abr. 2024 (adaptado).
Ao abordar a trajetória dos meios de comunicação, esse texto propõe uma reflexão sobre a
O texto aborda como o radio surgiu, desenvolveu-se e adaptou-se ao longo do tempo. Atualmente, existe na forma de podcast e web rádio pela internet, mantendo sua importância como meio de informação e entretenimento.
Portanto, alternativa "C".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Desenvolvendo-se nesse meio, é natural que Celina, filha mais velha de D. Adozinda, tivesse seus pequenos flirts com alguns desses rapazes, muito íntimos da casa e trazendo-lhe da cidade presentes de doces, de balas de ovo, de jornais ilustrados ou de frutas.
As irmãs mais novas iam ao colégio; ela ficava, enchendo o tempo com uns crochês vagarosos, costuras leves, a leitura dos folhetins dos jornais; e o Gilberto, que raramente saía, andava sempre ao seu lado, muito caído por esse tipo um pouco mórbido de menina anêmica [...].
O Gilberto não valia nada, mas quem sabe se apareceria outro, simplório e sincero como ele? E a filha, com os seus dezessete anos, começava a embaraçá-la um pouco, nesse difícil papel de virgem numa casa de pensão, cheia de rapazes. Ora, o melhor era esperar, dar tempo ao tempo... E o Gilberto e a Celina continuaram a namorar-se, ele cândido, ela dúbia; enquanto o Coronel Juvenato, que deixara a mulher em Sobral para tratar de uma concessão rendosa com os políticos do Rio, ia agora monopolizando, como protetor mais importante, as alegres visitas matinais da viúva, que já lhe levava sempre o café — mas sem flores colhidas no jardim, ainda rociadas de orvalho, porque o cearense não dava para essas coisas de poesia. Era rápido, prático, e não admitia bobagens. Por isso, todos os sábados à noite, ele dizia a D. Adozinda com um tremor lúbrico nas banhas moles da face, os olhinhos vivos pestanejando:
— A senhora não se esqueça que amanhã é domingo... Leve-me cedo o café, hein?... que eu tenho de ir à missa...
— Pois não, pois não, Coronel! fique descansado — respondia a viúva do Ferreira, muito atenciosamente, tirando-lhe umas caspas da gola do paletó, com a mão repolhuda.
Os outros hóspedes riam-se à socapa; e no domingo o café não faltava, bem cedinho...
DOLORES, C. A luta. Rio de Janeiro: Ímã, s.d.
Nesse trecho, ao explorar a descrição como recurso que demarca impressões e pontos de vista, o narrador cria uma ambiência sugestiva do(a)
As passagens como “O Gilberto não valia nada”, e a referência ao adultério do Coronel Juvenato com a viúva do Ferreira, entre outros trechos, indicam o deboche do narrador em relação à decadência moral das personagens de A luta.
Portanto, alternativa "A".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
TEXTO I
Origem, tradição e resistência
Foi sentada em seu banco de quartzo que a avó do universo, moradora da Maloca do Céu, criou os homens, os animais, a terra e as águas. O banco foi entregue aos ancestrais dos atuais Tukano, que passaram a reproduzi-lo em madeira. O mito Tukano — povo do noroeste da Amazônia que ainda hoje fabrica os bancos em seu estilo tradicional — indica o lugar dos bancos entre os objetos sagrados, ao mesmo tempo parte do universo primitivo e fonte do poder de criação. A presença nos mitos de origem de alguns povos atesta a antiguidade da arte de talhar bancos: os primeiros registros do uso desses objetos entre ameríndios das terras baixas da América do Sul, do Caribe e da América Central datam de, pelo menos, 4 mil anos.
ASSIS, R.; MENDES JR., L. Bancos indígenas do Brasil. São Paulo: BEI Comunicação, 2013.
TEXTO II

KAMAYURÁ, Y. Tatu Kamayurá 1. Madeira, 61 × 24 × 20 cm. Xingu (MT), s.d. Disponível em: www.colecaobei.com.br. Acesso em: 15 out. 2024.
Os textos I e ll demonstram, na confecção dos bancos, uma íntima relação de sacralidade entre o ser humano e a natureza, perceptível por meio da
Nota-se herança cultural da nação Tukano representada por objetos sagrados que já eram esculpidos há “pelo menos, 4 mil anos” e que ressignificam os elementos da fauna.
Portanto, alternativa "B".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
TRADUZINDO O JURIDIQUÊS
“Denego a liminar pleiteada na exordial, inobstante após a oitiva da parte adversa e da dilação probatória possa lograr alcançar um outro epílogo para o deslinde da quaestio sub examine.”
TRADUÇÃO
Não atendo, por ora, a liminar requerida na petição inicial, ainda que possa chegar a uma outra conclusão após ouvir a outra parte e avaliar as provas produzidas.
Proposta de emenda à Constituição 269 de 2013. Aplica-se aos Governadores e Prefeitos o Regime Geral de Previdência Social, vedada a concessão graciosa, após o término do mandato, de vantagem pecuniária, verba de representação, pensão ou subsídio.
TRADUÇÃO
Torna-se proibido pagar benefícios vitalícios para ex-prefeitos e ex-governadores.
Superinteressante, n. 322, ago. 2013 (adaptado).
Nesse texto, contribui para a construção da ironia a tradução das passagens escritas em “juridiquês” para uma variedade
Nesse texto, contribui para a construção da ironia a tradução das passagens escritas em “juridiquês” para uma variedade padrão, que alcança o público em geral. Dessa forma, a ironia está em mostrar que a linguagem técnica jurídica, praticamente incompreendida pelo cidadão, pode ser “traduzida” e entendida numa forma muito mais simples e acessível por todos.
Portanto, alternativa "A".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Em 1995, os Jenipapo-Kanindé quebraram a tradição da sucessão masculina e nomearam Maria de Lourdes da Conceição Alves como sua líder. Desde então, a Cacique Pequena guia o povo em grandes batalhas pelo direito a terra, educação, saúde e cidadania. Hoje, a anciã de 73 anos prepara duas filhas para lhe sucederem quando ela “tombar e pai Tupã a levar”.
Hoje, 129 famílias do município de Aquiraz são reconhecidas pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) como indígenas, principal luta de Pequena para o seu povo desde o início. “Em 1995, fui a Brasília e tive a oportunidade de conversar com o presidente da Funai. Pedi que mandasse o povo dele na aldeia para fazer o estudo da nossa mãe-terra e de nós”. Dois anos depois, vieram os antropólogos, que concluíram: “Nós era índio sim!”, diz ela.
Há cerca de oito anos, Pequena adoeceu e ficou entre a vida e a morte. Nesse momento, precisou escolher, entre os 16 filhos, quem assumiria sua missão quando partisse. Reunida, a família decidiu sobre a sucessão. “Disseram que, como eu era a primeira cacique mulher do Ceará, acharam melhor eu colocar duas filhas”.
Disponível em: www.sesc-ce.com.br. Acesso em: 15 set. 2024 (adaptado).
Ao abordar a realidade da etnia Jenipapo-Kanindé, essa reportagem cumpre uma função social quando destaca o(a)
O protagonismo feminino no comando desse grupo indígena fica evidente já no início do texto (“Em 1995, os Jenipapo-Kanindé quebraram a tradição da sucessão masculina e nomearam Maria de Lourdes da Conceição Alves como sua líder”). A liderança da mulher é corroborada na linha sucessória, como se nota no último período (“Disseram que, como eu era a primeira cacique mulher do Ceará, acharam melhor eu colocar duas filhas”).
Portanto, alternativa "D".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Porque ler para crianças é um ato de amor
Parece que, com o avanço da tecnologia, os livros têm enfrentado cada vez mais concorrência. Por isso, é nossa função lembrar a importância da leitura em todas as fases da vida, mas principalmente na primeira infância (entre 0 e 5 anos), quando o desenvolvimento das crianças acontece de forma mais intensa.
O ato de ler com uma criança ou ler para ela vai muito além de apenas aproveitar uma história em conjunto. É um laço de amorosidade, porque oferece a ela ferramentas que vão ajudá la a crescer forte e independente.
Se você precisa de uma motivação extra para entrar nessa rede de incentivo, fique ligado nos motivos a seguir. Adotar esse hábito em casa:
1 – cria um laço emocional com a criança;
2 – ajuda no desenvolvimento das capacidades cognitivas;
3 – ensina sobre o mundo;
4 – incentiva o processamento de informações e a imaginação.
Disponível em: www.huffpost.com.br. Acesso em: 22 maio 2018 (adaptado).
Para persuadir o interlocutor sobre a importância de ler para as crianças, esse texto recorre à estratégia de
Para persuadir o interlocutor sobre a importância de ler para as crianças, o texto recorre à estratégia de enumerar razões pertinentes ao ato de ler, como “ensinar sobre o mundo” (item 3), além do que se recomenda nos itens 1, 2 e 4.
Portanto, alternativa "D".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
A artista Marija Tiurina criou uma série chamada Palavras intraduzíveis, com diversas ilustrações detalhadas que transmitem o sentido desses vocábulos, que nenhuma palavra única em outras línguas pode descrever.

ROMANZOTI, N. 9 desenhos que ilustram palavras sem tradução para o português. Disponível em: https://hypescience.com. Acesso em: 10 jun. 2019 (adaptado).
O uso do texto verbal nesse desenho assume a função de
Ao descrever o significado da palavra árabe “gufra”, a linguagem verbal cumpre com a função de explica-la, ratificando o que é representado na imagem.
Portanto, alternativa "C".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).
Com 20 anos de experiência no futebol de alto rendimento, Marina, ex-jogadora da seleção brasileira de futebol, salienta que, por trás do espetáculo apresentado nas mídias, com mensagens de motivação e superação, o esporte não é tão inclusivo assim. “É esta análise que devemos fazer: aqueles atletas que estão ali estão trazendo uma alta performance a partir dos seus limites”, explica. Para a profissional, é preciso analisar com cautela “a ideia romântica que a mídia passa para os telespectadores”. A realidade é muito mais dura do que as imagens espetaculosas que principalmente a televisão busca transmitir para a audiência. “Por trás existe um ser humano, a gente não pode nunca esquecer isso. Aquela pessoa treinou insistentemente para estar ali, durante meses, semanas e temporadas. Duas vezes ao dia, de duas a quatro horas”, pondera Marina. Atualmente, as crianças e os jovens vislumbram o sucesso profissional e a boa-vida financeira de poucos atletas que se destacam e estampam os meios de comunicação. Tudo parece ser muito mais fácil do que realmente é quando apenas as conquistas são mostradas.
ROSOLEN, N. Disponível em: www.uninter.com. Acesso em: 10 maio 2024 (adaptado).
Nesse texto, a visão crítica de uma ex-atleta de futebol revela que
Por meio da glamorização do futebol, associada ao sucesso profissional e à boa-vida financeira, a mídia transmite a ideia equivocada de que a rotina do atleta não apresenta dificuldades, omitindo a realidade de sacrifícios e treinos constantes.
Portanto, alternativa "A".
(Créditos da resolução: Curso Objetivo)
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