segunda-feira, 10 de novembro de 2025

ENEM_Linguagens_2025_2ªAp

ENEM 2025 - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS - 2ª APLICAÇÃO (BELÉM)
ENEM 2025 - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS - 2ª APLICAÇÃO (BELÉM)

Texto para as Questões de 01 a 05.

Saudades da secretária eletrônica

Talvez o Vale do Silício queira transformar nossos cérebros em patê para depois comê-lo

    Meu velho pai sabe das coisas. Eu o chamo de “velho pai” não porque seja realmente velho: é como ele se chama ao falar comigo. Às vezes usa o epíteto num modo semi-irônico, como quem põe um cachimbo na boca pra uma foto. Outras vezes é mais a sério — acende o cachimbo. Na semana passada, por exemplo, me escreveu à uma e meia da manhã pedindo para lhe mandar um x-salada: “Alimente seu velho pai”. Meu velho pai não usa Uber Eats, iFood, Rappi ou qualquer uma “dessas coisas”.

    Meu velho pai tá de saco cheio “dessas coisas”. Outro dia ele me ligou. “Recebeu minha mensagem?”. “Por onde?”. Silêncio. “Não aguento mais essas coisas” — e começou a reclamar da dificuldade de nos comunicarmos por tantos canais: “É WhatsApp, SMS, e-mail, DM no Facebook, no Instagram, no Twitter...”. “Qual era a mensagem, pai?”. “Aí é que tá. Eu tive uma ideia muito boa no meio da noite e te escrevi pra não esquecer, agora não lembro nem da ideia e nem por onde escrevi”.

    Segundo meu velho pai, a razão de ele e tantos outros estarmos desmemoriados é “dessas coisas”: aplicativos e plataformas e dispositivos jorrando uma quantidade infinita de informação que de bom grado entuchamos retina abaixo, cada tela um daqueles funis de milho pra transformar fígado de ganso em patê. (Talvez o plano do Zuckerberg e seus comparsas seja esse: transformar nossos cérebros em patê para depois comê-los com cream-crackers-low-carb-glúten-free-ESG-sem-pegadas-de-carbono. A hipótese é absurda, mas não mais que o furdunço global que estamos vivendo).

    Meu velho pai tá injuriado com o furdunço global que estamos vivendo e tem uma proposta bem razoável para minorá-lo. “Cinco anos sem inventarem nada. Nada. Todo mundo fica com o celular que tem, com o Android que tem, o IOS que tem, com os aplicativos que tem e os canais de televisão que tem. Quando a gente aprender a usar tudo, assistir a todas as séries, ler todos os livros, ouvir todos os podcasts, vê se precisa inventar mais alguma coisa ou para por aí mesmo”.

    Concordo. A humanidade precisa de um novo Adobe Reader a cada semana pra quê, exatamente?! De que forma PhDs em física podem “otimizar” um troço que é basicamente um xerox eletrônico?

    Na faculdade eu penava pra entender o que o Marx queria dizer com aquele papo de “a infraestrutura produz a superestrutura”. Mais tarde entendi e era simples e verdadeiro. A nossa maneira de agir molda a nossa maneira de pensar. Um pescador no século 19 se relaciona com o tempo, a comida, o sexo e as unhas dos pés de formas completamente diferentes do que um programador de vinte e dois anos, hoje, no Vale do Silício. É evidente que existe uma ligação direta entre a placa do meu celular e a minha placa para bruxismo. Quando meus dedos aflitos param de digitar, passam o turno pros dentes.

    O supracitado alemão resumiu o que parecia ser o fim dos tempos com a frase “tudo o que é sólido desmancha no ar”. O que diria sobre nossa época em que o próprio ar se desmancha, inundado por dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e sei lá mais o quê? “Tinha que ser geral”, sugere meu velho pai, “com Biden, Merkel, China, ONU, com tudo: cinco anos sem inventarem nada. Nada. Que saudades da secretária eletrônica”.

PRATA, A. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 11 ago. 2024 (adaptado).

01
(ENEM 2025 - 2ª Aplicação - BELÉM).

Nessa crônica, os impactos do desenvolvimento tecnológico na vida das pessoas estão demonstrados pelo(a)

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    Toda a crônica gira em torno da irritação do “velho pai” com a quantidade excessiva de aplicativos, canais, plataformas e recursos digitais, que dificultam a comunicação, aumentam a ansiedade e tornam tudo mais confuso. O narrador reforça essa crítica ao retratar a saturação tecnológica e o “furdunço global” causado pelo excesso de novidades constantes.

    Assim, o impacto do desenvolvimento tecnológico destacado no texto é o descontentamento provocado pelo excesso de recursos digitais, não a troca de aparelhos, nem problemas de memória em si, nem conflito familiar.

    Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


02
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

Dentre os vários aspectos que podem ser elencados como caracterizadores do gênero crônica, nesse texto fica evidente o(a)

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    A crônica apresenta uma reflexão bem-humorada e crítica sobre um tema típico da atualidade: o excesso de tecnologia e seus impactos na memória, na comunicação e no cotidiano das pessoas.

    Esse olhar reflexivo sobre problemas e comportamentos do mundo moderno é uma característica marcante do gênero crônica — especialmente a crônica reflexiva, bastante comum na imprensa.

    Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


03
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

Nesse texto, a estratégia argumentativa utilizada pelo autor para demonstrar que vivemos um “furdunço global” (final do 3ª parágrafo) é o(a)

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    Para ilustrar o “furdunço global”, o autor narra diversas situações vividas pelo pai, que não consegue lidar com o excesso de aplicativos, mensagens em múltiplos canais, atualizações constantes e a sobrecarga informacional.

    Esse relato concreto, cheio de exemplos cotidianos, é a principal estratégia argumentativa usada para mostrar o caos tecnológico da vida moderna.

    Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


04
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

O trecho dessa crônica que reproduz uma marca linguística recorrente na oralidade de muitos brasileiros é:

A
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E

    O uso de “pra” em vez de “para” é uma marca típica da oralidade no português brasileiro, muito usada na fala cotidiana e frequentemente reproduzida em crônicas para dar naturalidade e proximidade ao texto.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


05
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

Esse texto organiza-se pelo encadeamento de sequências textuais diversas. Entre elas, a sequência argumentativa, que está apresentada em:

A
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C
D
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    A sequência argumentativa aparece quando o autor expõe uma opinião e a sustenta com um raciocínio, usando conectores lógicos como “mas”.

    No trecho da alternativa D, o autor apresenta:

   • uma afirmação (“A hipótese é absurda”),

   • seguida de uma justificativa ou contraponto (“mas não mais que o furdunço global que estamos vivendo”).

    Esse movimento de tese + argumento caracteriza claramente uma sequência argumentativa.

    Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


06
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

TEXTO I

Disponível em: https://jangada.online. Acesso em: 9 fev. 2024 (adaptado).

TEXTO II

Índio eu não sou

    Não me chame de “índio” porque

    Esse nome nunca me pertenceu

    Nem como apelido quero levar

    Um erro que Colombo cometeu.

    Por um erro de rota

    Colombo em meu solo desembarcou

    E no desejo de às Índias chegar

    Com o nome de “índio” me apelidou.

    [...]

    Chegou tarde, eu já estava aqui

    Caravela aportou bem ali

    Eu vi “homem branco” subir

    Na minha Uka me escondi.

    [...]

    “Índio” eu não sou.

    Sou Kambeba, sou Tembé

    Sou Kokama, sou Sataré

    Sou Guarani, sou Arawaté

    Sou Tikuna, sou Suruí

    Sou Tupinambá, sou Pataxó

    Sou Terena, sou Tukano

    Resisto com raça e fé.

KAMBEBA, M. Ay Kakyri Tama: eu moro na cidade. São Paulo: Pólen, 2018 (fragmento).

Em relação aos povos originários, os textos I e II aproximam-se ao

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    • Texto I: “Sei de onde eu vim. Terra demarcada, vida garantida.”

   → Afirma orgulho da origem e da identidade indígena, relacionando-a à terra e ao direito de existir.

   • Texto II: O poema rejeita a designação genérica “índio” e afirma identidades específicas (Kambeba, Tembé, Kokama, Guarani, etc.), valorizando a diversidade e a força dos povos originários.

    Embora o Texto I também se relacione ao tema da demarcação, o ponto comum entre os dois é a afirmação e valorização da identidade indígena.

    Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


07
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

    O caso Vinícius Júnior acendeu um alerta em praticamente todo o mundo contra manifestações de preconceito nos campos de futebol. No entanto, as ofensas não ocorrem apenas na Europa, mas também no Brasil — e têm aumentado nos últimos anos. Segundo um levantamento do Observatório da Discriminação Racial do Futebol, o Brasil viveu um aumento no número de ocorrências de racismo nos últimos anos. Em 2021, o Observatório registrou 64 situações de racismo. Já em 2022, foram comprovadas 90 situações — um aumento de 40%. A alta se dá porque os atletas têm tomado consciência da necessidade de fazer denúncias contra as ofensas. “O jogador de futebol compreendeu que aquilo que acontece em campo, que ele dizia que deveria morrer em campo, ele já entende que isso é crime, que o racismo é crime, não pode morrer em campo e precisa ser denunciado”, diz o diretor-executivo do Observatório.

Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 5 fev. 2025.

A medida apontada nesse texto para combater o racismo de forma efetiva no futebol é

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    O texto destaca que o crescimento no número de casos registrados não significa mais racismo, mas mais denúncias. Ou seja, os jogadores tomaram consciência da necessidade de denunciar e expor o crime, deixando de aceitar que “morre em campo”.

    A estratégia apontada como eficaz é justamente tornar público o racismo, denunciando-o para que seja combatido.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


08
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

A importância da leitura de alto nível

    A leitura de alto nível é a nossa ferramenta mais poderosa para o pensamento analítico e crítico. Os signatários deste manifesto pedem o reconhecimento da relevância permanente da leitura de alto nível na era digital.

    Em um ambiente de informação cada vez mais complexo, os cidadãos informados precisam ser capazes de distinguir fontes válidas de não válidas e ajustar de maneira flexível o comportamento de leitura a contextos variados. O ato de leitura de alto nível é um exercício de atenção e paciência cognitiva, expandindo vocabulários e capacidades conceituais, desafiando ativamente as preconcepções dos leitores. São especialmente os textos de formato longo, como livros, que aprimoram nossas habilidades de leitura.

    Portanto, pedimos educação e promoção de leitura, juntamente com avaliação e pesquisa, para reconhecer a importância da leitura de alto nível como uma capacidade de moldar a vida e a sociedade. A educação e a promoção da leitura precisam ir além do ensino de habilidades funcionais e informativas básicas para crianças em idade escolar e focar o processo de desenvolvimento pessoal ao longo da vida, aprimorado pela leitura. O futuro da leitura afeta o futuro das nossas sociedades. Os formuladores de políticas em todas as áreas precisam estar cientes disso.

Disponível em: www.publishnews.com.br. Acesso em: 10 jan. 2024 (adaptado).

Esse manifesto, lançado na Feira do Livro de Frankfurt de 2023, apresenta como marca desse gênero textual um caráter

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   O texto é um manifesto, e manifestos costumam ter caráter reivindicatório, pois fazem um chamado público para que autoridades e a sociedade reconheçam e adotem determinadas medidas.

   No texto:

   • Há um alerta sobre a importância da leitura de alto nível.

   • Há um pedido dirigido a formuladores de políticas e instituições.• Não há ataque à leitura digital (elimina A).

   • O foco não é traçar um perfil ideal de leitor (elimina B).

   • Não há apelo emocional sobre livros impressos (elimina C).

   • O texto até menciona medidas educativas, mas não as define de forma normativa/detalhada (elimina D).

   Assim, o manifesto reivindica ações e consciência social, característica central da alternativa E.

   Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


09
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

Disponível em: https://paralisiainfantil.com.br. Acesso em: 15 jan. 2024 (adaptado).

Essa peça de campanha apresenta características de um gênero do universo infantil no intuito de

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    A campanha utiliza elementos do universo infantil (linguagem, personagens, estética lúdica) como estratégia comunicativa para sensibilizar pais, responsáveis e a sociedade sobre a importância da vacinação contra a poliomielite, doença que afeta principalmente crianças. O foco não é histórico nem institucional, mas preventivo, reforçando a urgência da imunização para evitar a paralisia infantil.

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


10
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

LAERTE. Disponível em: https://x.com/LaerteCoutinho. Acesso em: 16 set. 2024.

Nessa tirinha, a crítica ao uso da Inteligência Artificial na elaboração do gênero discurso se dá em razão da

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    Na tirinha de Laerte, a crítica ao uso da Inteligência Artificial na produção do gênero discursivo está relacionada ao esvaziamento do processo criativo humano. A IA aparece como um recurso que automatiza a criação, reduzindo o espaço da autoria, da reflexão e da inventividade — elementos centrais do trabalho artístico e discursivo.

    As demais alternativas não se sustentam porque a tirinha não enfatiza falta de fontes, imposição do meio digital, mudança formal do gênero ou simplificação textual, mas sim a substituição da criatividade humana por respostas automáticas.

    Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


11
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

Lima Barreto, o fato e a ficção

    Neste volume da Biblioteca Carioca, apresentam-se dois textos de Lima Barreto. O primeiro — Diário do hospício — combina memórias e reflexões acerca da vida no manicômio (e fora dele, algumas vezes), constituindo-se no diário do escritor, relativo ao período de 25 de dezembro de 1919 a 2 de fevereiro de 1920, em que se encontrava internado no Hospício de D. Pedro II, situado na Praia Vermelha. O segundo texto — O cemitério dos vivos — apresenta caráter ficcional e, apesar de centrar-se em um núcleo familiar, remete muitas vezes às observações transcritas no Diário do hospício. Acrescentou-se aos dois textos um conto, Como o homem chegou, em que um episódio ocorrido com o autor, por ocasião de seu primeiro internamento, serve de base à fabulação; e cartas enviadas e recebidas por Lima Barreto quando se encontrava no hospício.

MACHADO, A. L. O.; GENS, R. M. C. ln: BARRETO, L. Diário do hospício; O cemitério dos vivos. Rio de Janeiro: Biblioteca Carioca, 1993 (adaptado).

Esse trecho do prefácio do livro de Lima Barreto cumpre o propósito de

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    O trecho do prefácio tem como finalidade apresentar ao leitor os textos que compõem o livro, explicando sua natureza (memorialística e ficcional), o contexto de produção, o período histórico e a relação entre fato e ficção na escrita de Lima Barreto. Trata-se, portanto, de um texto introdutório, típico de prefácios, e não de crítica, relato pessoal do prefaciador ou divulgação de lançamento.

    Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


12
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

    Quando a porta se abriu, ouvi em tom baixo: “Não saia daí até eu voltar!”. E ela se fechou, me deixando ali, no escuro. [...]

    Até que acabaram os biscoitos e a água que levamos na mochila. Bateu sede, mas eu não podia sair do quartinho. Bateu fome, mas eu não podia sair do quartinho. Bateu vontade de fazer xixi, mas... descobri que tinha um microbanheiro atrás de outra porta branca: um vaso sanitário, um chuveiro que por pouco não estava sobre o vaso e, em frente aos dois, uma pia com um espelho na parede acima dela. Entre o espelho e a pia, uma prateleira com um pote, um tubo de pasta de dentes e uma escova dentro. Tudo no diminutivo.

    Quando ter uma empregada que dorme no trabalho passou a ser algo caro e não de muito bom-tom, os corretores de imóveis chamariam esse local da casa de “quarto reversível”, um nome para não chamar o quartinho de quartinho ou do que ele realmente era: um lugar para serviçais, criadas, babás, domésticas, amas, empregadas. Todos esses nomes que deram e dão até hoje a quem é “quase da família”. Um lugar onde estivessem ao alcance do comando de voz, do olhar, ao alcance das mãos... A tempo e hora, vinte e quatro horas por dia.

CRUZ, E. A. Solitária. São Paulo: Cia. das Letras, 2022.

Nesse fragmento, ao refletir sobre aspectos da rotina de trabalho da mãe, a narradora

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    No fragmento, a narradora reflete criticamente sobre o “quartinho” destinado às trabalhadoras domésticas, evidenciando como, mesmo com mudanças de nomenclatura (“quarto reversível”), mantém-se a lógica de subordinação e desigualdade social. A enumeração de termos para designar essas trabalhadoras e a ironia em torno da expressão “quase da família” reforçam a permanência da divisão de classe no trabalho doméstico, herdada de práticas históricas e ainda naturalizada no cotidiano.

    Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

Disponível em: www.gov.br/saude. Acesso em: 16 jan. 2025 (adaptado).

Os recursos verbais e visuais da campanha veiculada no cartaz têm o objetivo de A sua vontade.

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    Nas campanhas do Ministério da Saúde sobre doação de órgãos, os recursos verbais e visuais costumam enfatizar a mensagem “Avise sua família”, pois, no Brasil, mesmo que a pessoa deseje ser doadora, a decisão final cabe aos familiares. Assim, o cartaz busca convencer o possível doador a comunicar sua vontade à família, garantindo que ela seja respeitada no momento adequado.

    Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


14
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

    “Minhas senhoras e meus senhores (se eventualmente aparecer algum, o que não é provável):

   [...]

   É comovedor, senhoras, esta vossa luta em prol de vossos jovenzinhos que ora sobem degraus na escada do saber. Soube, através de vossa reivindicação, que o assunto a ser debatido seriam as provas, nas quais vossos filhos não se saíram bem. Falaram-me, também, que parecia haver umas faixas onde foram bordadas algumas questões que não foram bem resolvidas. Senhoras, entendei-me: o que queremos, neste templo do saber, é elevar a alma humana aos píncaros do conhecimento e, senhoras, vós não tivestes esta áurea oportunidade, não a subtraiais a vossas crianças [...]. Senhoras, meu apelo especialmente movido do fundo do coração: sede mais severas! Obrigai vossos filhos firmemente a um estudo, tirai-lhes horas de folgança e arremessai-os sobre os livros!

    [...]

    Mais uma vez o meu renovado agradecimento e admiração por mães tão conscientes dos estudos de seus filhos. Enquanto houver mulheres como vós, bastiões de nossa sociedade, o altivo sol da esperança brilhará resplandecente no céu do futuro.”

    [...]

    Com muito vagar, as cabeças foram marcando o assentimento, uma a uma. As faixas jazendo esquecidas.

LACERDA, N. G. Manual de tapeçaria. Rio de Janeiro: Philobiblion; Fundação Rio, 1986.

Nesse texto, que retrata uma reunião com os responsáveis pelos estudantes de uma escola, a diretora usa linguagem rebuscada para

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    A diretora adota uma linguagem excessivamente formal e rebuscada, marcada por ironia e tom de superioridade (“templo do saber”, “píncaros do conhecimento”, “sede mais severas!”), o que cria distanciamento e constrangimento em relação às mães presentes. Esse uso da linguagem funciona como estratégia de intimidação, deslegitimando as reivindicações das responsáveis e impondo autoridade, o que se confirma no desfecho, quando as faixas de protesto são abandonadas e as cabeças assentem em silêncio.

    Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

    Maria Manuela foi bordar no sofá. Ela ainda tinha três filhas para casar, e agora estava sem marido. Ainda bem que Manuela já tinha o Joaquim. Logo que a maldita guerra acabasse, ficavam noivos e casavam sem demora. Era um compromisso a menos. E depois, Antônio, quando voltasse, ajudaria a achar bom partido para as outras duas manas. Mas agora Antônio estava nos arredores de Porto Alegre, naquele sítio interminável que os rebeldes impunham à cidade. E Maria Manuela rezava por ele todos os dias, apegava-se às suas santas, fazia promessas complicadas, jejuava. Tinha perdido o marido, mas seu filho querido, esse, nem que ela tivesse de queimar todas as velas do Rio Grande, esse voltava para casa são e salvo. Pegou a agulha e recomeçou o trabalho de onde o tinha deixado na noite anterior. Era uma toalha de mesa, para o enxoval de Manuela.

WIERZCHOWSKI, L. A casa das sete mulheres. Rio de Janeiro: Record, 2003.

Nesse trecho do romance, o narrador expõe as preocupações de Maria Manuela em relação aos filhos, enfatizando valores relacionados à

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    Nesse trecho do romance, o narrador expõe as preocupações de Maria Manuela em relação aos filhos, enfatizando valores relacionados à visão do matrimônio como garantia de estabilidade financeira.

    Portanto, alternativa "C".

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16
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

    O voleibol se apresenta como um jogo dinâmico, pois as ações realizadas durante a partida não podem ser individualizadas, o que impossibilita que os jogadores executem sucessivos toques na bola. Em virtude de sua habilidade motora básica ser o ato de rebater, torna-se inviável a seus jogadores reter a bola para si e monopolizá-la. Em diferentes situações, justamente por sua dinamicidade e pelas interações de cooperação e/ou oposição estabelecidas entre os momentos do jogo e entre seus participantes, é de suma importância que estes, a todo momento, estejam atentos às ações e ao comportamento de seus companheiros e adversários, para poderem se antecipar e, assim, atingir os objetivos do jogo. Para que o êxito nessas situações seja alcançado, torna-se imprescindível que os participantes realizem, constantemente, a leitura de diferentes elementos, como as ações de companheiros e adversários, seu posicionamento e sua movimentação, para, posteriormente, tomarem as melhores decisões com base nessas percepções.

OLIVEIRA, R. V.; RIBAS, J. F. M. A lógica interna do voleibol sob as lentes da praxiologia motriz. J. Phys. Educ., n. 30, 2019 (adaptado).

Esse texto descreve o voleibol como uma modalidade esportiva que

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    O texto enfatiza que, no voleibol, as ações não podem ser individualizadas, já que não é permitido ao jogador reter ou monopolizar a bola. O sucesso no jogo depende da leitura constante das ações de companheiros e adversários, da cooperação entre os jogadores e da tomada de decisões coletivas. Assim, o voleibol é apresentado como uma modalidade em que a dinâmica do jogo se constrói a partir da interação e da organização coletiva, e não da atuação isolada de um atleta.

    Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


17
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

Coração tição

    Quero me lambuzar nos mares negros

    para não me perder,

    conseguir chegar no meu destino.

   

    Não quero ser parda, mulata

    Sou afro-brasileira-mineira.

    Bisneta

    de uma princesa de Benguela.

   

    Não serei refém de valores

    que não me pertencem.

    Quero sentir meu coração

    como um tição.

   

    Não vou deixar que o mito

    do fogo entre as pernas iluda e desvie

    homens e mulheres

    daqui por diante.

CRUZ, A. E... Feito luz. Florianópolis: ND, 2006.

Nesse poema, o jogo entre afirmações e negações reflete a expressividade de um eu lírico que

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    No poema, o eu lírico constrói sua voz por meio de negações (“Não quero ser parda, mulata”, “Não serei refém de valores que não me pertencem”, “Não vou deixar que o mito…”) e afirmações identitárias (“Sou afro-brasileira-mineira”, “Bisneta de uma princesa de Benguela”). Esse jogo expressivo evidencia a recusa de categorias, estereótipos e valores impostos historicamente, sobretudo aqueles ligados à racialização e à sexualização do corpo da mulher negra.

    As demais alternativas abordam aspectos presentes de forma secundária (memória, herança, gênero), mas não captam o eixo central do poema, que é a negação de imposições sociais e históricas para afirmar uma identidade própria.

    Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


18
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

A borboleta azul

    “Ninguém nasce borboleta”, pensou Breno. Depois disse baixinho: “A borboleta é um presente do tempo”. Lá fora, ela, a borboleta, não pensava nada disso. Ocupava-se em voar pela noite de árvore em árvore. Era azul e sem dúvida um dia havia sido lagarta. Breno tem nove anos e é uma criança, a lagarta é como se fosse uma borboleta criança, mas quando Breno for adulto vira homem e não borboleta, e homens não voam. Sonho de Breno é voar, seja como piloto de avião ou jogador de futebol. Como borboleta, Breno nunca chegou a pensar, tem nove anos, mas sabe que é menino e não lagarta. A avó de Breno sempre diz: “Lagarta queima o dedinho e come planta, mas vira borboleta. Ninguém nasce borboleta”. Agora o menino pensa e olha a borboleta na janela. “De manhã vi um monte de buraquinhos nas folhas”; explicaram a ele: “É coisa de lagarta”. Os buracos nas acerolas e goiabas eram coisa dos passarinhos. Isso ninguém precisou explicar, porque ele sempre viu os passarinhos indo bicar as frutas, menos o beija-flor, que só ia bicar a água no copo de flor pendurado na goiabeira. “O que será que borboleta come? Será que beija-flor só bebe água?”. Pensou muito nisso e sentiu fome. Saiu em direção à cozinha.

MARTINS, G. O sol na cabeça. São Paulo: Cia. das Letras, 2018.

Nesse fragmento, a estratégia que constrói a narração sob a perspectiva do protagonista é a

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    O fragmento é construído por meio do discurso indireto livre, estratégia em que os pensamentos e questionamentos de Breno (“Ninguém nasce borboleta”, “O que será que borboleta come?”) se misturam à voz do narrador, sem marcas formais rígidas de fala. Essa fusão permite que o leitor acompanhe o mundo narrado a partir da perspectiva infantil do protagonista, com sua lógica, curiosidade e associações próprias, constituindo o principal recurso de focalização do texto.

    Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

    Segundo estudiosos do nosso idioma, as gírias e os neologismos contemporâneos originam-se de ambientes segmentados, como o videogame. De vez em quando, alguns desses termos furam a bolha e intrigam quem não circula por esses espaços.

    Um caso em evidência atualmente é “tankar” — eu “tanko”, tu “tankas”. O verbo veio de um tipo de personagem popular em games de combate em equipe: o tank funciona como um escudo, permitindo ao resto do time executar suas tarefas. Em um ano difícil como o de 2022, a palavra se popularizou como sinônimo de “aguentar”, “suportar” (no sentido oposto surgiu “intankável”, aquilo que não pode ser suportado). “Até os anos 1980, as gírias vinham de uma cultura massiva mais forte e dominante, como novelas e programas de humor”, diz uma professora do curso de Estudos de Mídia da Universidade Federal Fluminense. “Havia um solo comum em que elas eram compartilhadas. Hoje as fontes são muito mais específicas e diversas”.

Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 24 jan. 2024 (adaptado).

De acordo com esse texto, o uso da palavra “tankar” e seus derivados

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    O texto explica que “tankar” surge do universo dos games, especificamente de um tipo de personagem (“tank”), e depois extrapola esse ambiente segmentado, passando a circular em outros contextos com o sentido de “aguentar” ou “suportar”. Essa trajetória evidencia como os jogos eletrônicos influenciam a criação e a difusão de gírias e neologismos na língua contemporânea, confirmando o impacto desse universo na linguagem cotidiana.

    Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

VILLAR, P. Disponível em: www.instagram.com/p/C6TtHH7rZUU. Acesso em: 18 set. 2024.

Pela análise de seu conteúdo, constata-se que esse texto tem como função social

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    Pela análise do conteúdo e do contexto de circulação (post em rede social), o texto não tem caráter instrucional nem normativo, tampouco se limita a divulgar projetos específicos. Sua função social é provocar reflexão crítica sobre o papel da escola e as práticas que nela se desenvolvem, convidando o leitor a repensar sentidos, responsabilidades e impactos da atuação escolar na formação dos estudantes.

    Portanto, alternativa "B".

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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

    Os movimentos feministas no mundo e no esporte, incluindo a participação cada vez mais significativa de mulheres no Movimento Olímpico, fizeram com que o número das atletas nas competições aumentasse gradualmente até chegar à tão esperada proporção de 50/50 em 2024. A tabela apresenta os números ao longo dos últimos cem anos.

Fonte: Comitê Olímpico Internacional

    Para tornar possíveis todos os avanços, as mudanças precisaram acontecer também fora das arenas. A representação das mulheres no Conselho Executivo do Comitê Olímpico Internacional aumentou em 6,7% com a Agenda Olímpica de Tóquio 2020, e, desde 2022, 50% dos cargos de membros das comissões do Comitê são ocupados por mulheres.

Disponível em: https://ge.globo.com. Acesso em: 6 set. 2024 (adaptado).

O aumento da participação das mulheres nos Jogos Olímpicos está relacionado ao legado dos movimentos feministas. Essa mudança tem sido possível em razão do(a)

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    O texto destaca que o crescimento da participação feminina nos Jogos Olímpicos não ocorreu apenas nas competições, mas também fora das arenas, com maior presença de mulheres em cargos de decisão no Comitê Olímpico Internacional. Esses avanços estão diretamente ligados ao legado dos movimentos feministas, que impulsionam a igualdade de gênero tanto na prática esportiva quanto nas estruturas de poder e gestão do esporte olímpico.

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

A gravura como obra múltipla

    Na experiência mexicana, a gravura se destacava como meio para ilustrar panfletos e material para mobilizar e informar os trabalhadores rurais e urbanos, de acordo com a luta iniciada na Revolução Mexicana. Inexistindo no Brasil uma “revolução em marcha”, as gravuras, realizadas pelos Clubes de Gravuras, limitavam-se a representar os temas rural e/ou urbano, focalizando o trabalhador e seu ambiente de trabalho, assim como suas lutas reivindicatórias. Além disso, as gravuras circulavam apenas entre os associados do clube e não amplamente, como no caso mexicano, em que eram distribuídas pela cidade e pelo campo.

AMARAL, A. Arte para quê?: a preocupação social na arte brasileira, 1930-1970. São Paulo: Studio Nobel, 2003 (adaptado).

Em relação à produção mexicana, as obras que circulavam pelos Clubes de Gravura no Brasil caracterizam uma produção que

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    O texto mostra que, tanto no México quanto no Brasil, a gravura abordava temas semelhantes, como o trabalhador, o meio rural e urbano e as lutas sociais. No entanto, a função social dessas produções era distinta:

    • no México, a gravura tinha caráter amplo, mobilizador e informativo, circulando pela cidade e pelo campo, ligada diretamente à Revolução Mexicana;

    • no Brasil, as gravuras dos Clubes de Gravura tinham circulação restrita aos associados, sem o mesmo alcance social e político.

    Assim, há proximidade temática, mas diferença clara quanto ao papel social e ao alcance da obra.

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

    Alimentamos tantas expectativas de libertação para falarmos o que bem quisermos e para criarmos tecnologias e mundos novos que nos descuidamos de prestar atenção na ascensão dos monopólios das empresas de tecnologia, na construção de bolhas de informação que confirmam pontos de vista e na cada vez mais real possibilidade de a internet virar uma TV a cabo, com o já proclamado fim da neutralidade da rede. Tomamos um porre de otimismo. E agora estamos na fase de ressaca, reféns dos monopólios da internet, da comercialização de qualquer dado deixado na rede, das fake news chegando de todos os lados. Distopia pura.

    O cerceamento da internet por empresas privadas é um dos elementos principais na construção desse espírito. O que resta da internet hoje senão as plataformas, os softwares e os dispositivos dessas empresas? Para a maioria da população brasileira e mundial, pouco. De acordo com um dos criadores da ideia de realidade virtual, “a cultura digital nascente acreditava que tudo na internet deveria ser público, gratuito. Ao mesmo tempo, amávamos nossos empreendedores de tecnologia”. Como celebrar empreendedorismo se tudo é gratuito? Com um modelo baseado em publicidade. Os sites de busca e as redes sociais nasceram gratuitos. Mas os algoritmos se tornaram mais eficientes. E o que começou como propaganda não pode mais ser chamado de propaganda. Hoje é modificação de comportamento.

Disponível em: https://outraspalavras.net. Acesso em: 24 jan. 2024 (adaptado).

Ao propor uma reflexão sobre a liberdade na internet, esse texto destaca o(a)

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    O texto problematiza a perda da liberdade na internet ao apontar a ascensão dos monopólios das empresas de tecnologia, o fim da neutralidade da rede, a formação de bolhas informacionais e o uso de algoritmos para modificação de comportamento. Esses elementos evidenciam que a liberdade inicialmente idealizada foi comprometida pelo controle crescente das grandes corporações sobre a internet, eixo central da reflexão proposta.

    Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

A escrava

    Senti-me tocada de veneração em presença daquele amor filial, tão singelamente manifestado.

    — Sigamos, então, — tornei eu.

    Gabriel caminhava tão apressadamente que eu mal podia acompanhá-lo.

    Em menos de quinze minutos transpúnhamos o umbral da casinha, que há dois dias apenas eu habitava.

    Eu bem conhecia a gravidade do meu ato: recebia em meu lar dois escravos foragidos, e escravos talvez de algum poderoso senhor; era expor-me à vindita da lei; mas em primeiro lugar o meu dever, e o meu dever era socorrer aqueles infelizes.

    Sim, a vindita da lei; lei que infelizmente ainda perdura, lei que garante ao forte o direito abusivo, e execrando de oprimir o fraco.

    Mas, deixar de prestar auxílio àqueles desgraçados, tão abandonados, tão perseguidos, que nem para a agonia derradeira, nem para transpor esse tremendo portal da Eternidade, tinham sossego, ou tranquilidade! Não.

    Tomei com coragem a responsabilidade do meu ato: a humanidade me impunha esse santo dever.

REIS, M. F. dos. A escrava. In: A escrava: antologia de prosa e versos. São Paulo: Metabiblioteca, 2021.

Nesse fragmento, o ponto de vista da narradora inova na tradição observada no romance romântico, pois

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    O fragmento inova em relação à tradição do romance romântico ao assumir um ponto de vista crítico e explícito contra a escravidão e contra a lei que a sustenta. A narradora não apenas acolhe escravos foragidos, como também denuncia a injustiça da legislação vigente, que “garante ao forte o direito abusivo de oprimir o fraco”.

    Essa postura rompe com o silêncio ou a abordagem idealizada comum em parte da produção romântica, trazendo à cena um posicionamento ético e humanitário direto, o que constitui a principal inovação do ponto de vista narrativo no texto.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

    Em Tiriyó, imenu quer dizer “desenho” ou “pintura”, mas também “jenipapo” (menu), planta que fornece uma das principais matérias-primas utilizadas na produção de tintas e corantes. Imenu diz respeito aos desenhos de formas geométricas que se aplicam sobre os mais variados suportes: da pele ao papel, passando pelos artefatos. A isso que os Tiriyó definem como imenu, em sua própria língua, os Kaxuyana chamam de imenuru.

    Observando as artes gráficas dos povos da região que vai do Amapá ao norte do Pará, é possível observar que muitos dos padrões que compõem o repertório tiriyó são recorrentes entre os Kaxuyana, os Wayana, os Aparai e os Wajãpi. Também encontramos padrões semelhantes entre os Waiwa e outros grupos do norte amazônico.

GRUPIONE, D. F. Arte visual dos povos tiriyó e Kaxuyana: padrões de uma estética ameríndia. São Paulo: lepé, 2009 (adaptado).

Entre os grupos indígenas do norte amazônico, as recorrências nas criações gráficas revelam a

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   O texto destaca que padrões gráficos semelhantes aparecem em diferentes povos indígenas do norte amazônico (Tiriyó, Kaxuyana, Wayana, Aparai, Wajãpi, entre outros). Essa recorrência não é apresentada como competição, dominação ou busca de prestígio, mas como resultado de trocas culturais, circulação de saberes e compartilhamento estético entre esses grupos.

   Assim, as semelhanças nas criações gráficas revelam uma dinâmica cultural de intercâmbio de padrões visuais, característica das relações históricas e culturais entre os povos da região.

    Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

    O lazer é um fenômeno mundial, fruto da modernidade e das relações que se estabelecem entre o tempo do trabalho e o tempo do não trabalho. Os efeitos da industrialização e da globalização foram percebidos pela velocidade das mensagens veiculadas pela mídia, pela explosão das novas tecnologias de informação e comunicação, pela exacerbação do individualismo e da competitividade, além de terem provocado mudanças no contexto social e também uma crise nas relações de trabalho. Desse modo, o lazer apresenta-se como um conjunto de elementos culturais que podem ser vivenciados no tempo livre, seja de forma prática ou contemplativa.

Proposta curricular do estado de Minas Gerais, 6º ao 9º ano. Disponível em: http://crv.educacao.mg.gov.br. Acesso em: 10 jul. 2012 (adaptado).

O texto aborda questões referentes às mudanças na sociedade atual e seus impactos na organização do tempo do trabalho e do não trabalho, reconhecendo o lazer como uma atividade

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    O texto aborda questões referentes às mudanças na sociedade atual e seus impactos na organização do tempo do trabalho e do não trabalho, reconhecendo o lazer como uma atividade esportiva ou intelectual, escolhida pelos indivíduos no seu tempo livre.

    Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

    Falavam-me sempre no perigo de subir à Favela. Nos seus terríveis valentes. Nos seus malandros que assaltam com a mesma facilidade com que se dá bom-dia.

    O maior perigo que eu encontrei na Favela foi o risco, a cada passo, de despencar-me de lá de cima pela pedreira ou pelo morro abaixo.

    Aquela gente, que não tem nada, dá uma profunda lição de alegria àqueles que têm tudo. Sem higiene, sem conforto, naqueles pequeninos casebres [...], que se arriscam, a cada instante, a voar com o vento ou despencar-se lá de cima; aquela população de homens valentes — estivadores, carvoeiros, embarcadiços — e de mulheres anemiadas e fracas, e de crianças mal alimentadas e em trapos, cria porcos, bebe cachaça, toca cavaquinho e canta!...

COSTALLAT, B. Mistérios do Rio. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes, 1990.

Em 1924, quando foi publicada essa crônica, predominava uma visão estigmatizada e preconceituosa sobre as comunidades no Rio de Janeiro da Primeira República. Nesse trecho, essa percepção é

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    Embora o texto parta de um discurso estigmatizado (“terríveis valentes”, “malandros”), o cronista desconstrói parcialmente essa visão ao afirmar que o maior perigo não vem das pessoas, mas do risco físico do morro, e ao reconhecer que aquela população, mesmo em condições extremamente precárias, demonstra alegria, sociabilidade e vitalidade cultural (“toca cavaquinho e canta”).

    Assim, a favela é apresentada de forma ambígua:

    • de um lado, marcada por miséria, falta de higiene e risco;

   • de outro, como espaço de resistência, convivência e alegria.

    Essa coexistência de aspectos negativos e positivos relativiza o olhar preconceituoso predominante na época, em vez de simplesmente reforçá-lo ou romantizá-lo.

    Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

O perguntar e o responder

    O espelho recusou-se a responder a Lavínia que ela é a mais bela mulher do Brasil. Aliás, não respondeu nada. Era um espelho muito silencioso.

    Lavínia retirou-o da parede e colocou outro, que emitia sons ininteligíveis, e foi também substituído.

    O terceiro espelho já fazia uso moderado da palavra, porém não dizia coisa com coisa.

    Um quarto espelho chegou a pronunciar nitidamente esta frase: “Vou pensar”. Ficou pensando a semana inteira, sem chegar à conclusão.

    Lavínia apelou para um quinto espelho, e este, antes que a vaidosa senhora fizesse a interrogação aflita, perguntou-lhe: — Mulher, haverá no Brasil espelho mais belo do que eu?

ANDRADE, C. D. de. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1985.

O recurso usado para construir o sentido desse texto e marcar sua progressão temática é a

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    O recurso usado para construir o sentido desse texto e marcar sua progressão temática é a intertextualidade com uma história infantil.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SENHOR DO BONFIM “DECIDAM”

    No embalo da emoção

    Sanfoneiros pedem aquela sanfona velha

    Que um dia já foi bela

    Hoje ela é castigada, afastada da canção

    Condenada a viver gelada

    No banheiro da prisão

   

    E o sanfoneiro engaiolado

    Sem a voz, os dedos e o pulmão

    Distante da sanfona velha

    Seu maior bem de estimação

    Espera que o Juiz diga qual o querelado

    Que levará a sanfona do povo junto ao seu coração

    […]

   

    Nilvado, o direito é seu, como fiel depositário

    Visto o seu opositor não ter provado o contrário

    Até que se finde a contenda

    Delegado me atenda

    Como da outra vez foi buscar

    A bela sanfona do povo, vá agora entregar

    E para finalizar

   

    Hei por bem declarar

    Que fui competente para buscar

    Sou também para entregar

    Cumpra-se, sem titubear!

   

    Senhor do Bonfim, 23 de março de 2018. JUIZ DE DIREITO

Disponível em: www.migalhas.com.br. Acesso em: 10 jan. 2025 (fragmento).

Esse texto subverte um gênero ao apresentar, na forma de um poema, um(a)

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    O texto subverte o gênero jurídico ao apresentar, em forma de poema, uma decisão típica do Poder Judiciário. Apesar da linguagem poética e metafórica (sanfona, sanfoneiro, emoção), estão presentes elementos próprios de uma sentença:

    • identificação do Poder Judiciário, da Vara e do Juiz de Direito;

   • referência às partes em disputa e à contenda;

    • fundamentação (“visto o seu opositor não ter provado o contrário”);

    • decisão com comando expresso (“Hei por bem declarar”, “Cumpra-se”);

    • data e assinatura da autoridade judicial.

    Assim, o efeito de sentido do texto nasce justamente da transposição de um gênero formal e técnico (sentença judicial) para uma estrutura poética, caracterizando a subversão mencionada no enunciado.

    Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

    Certo sábado, o sinhô José Carlos recebeu visitas, sete ou oito homens da capital. Eram pessoas importantes, pois nós, da cozinha, trabalhamos muito preparando quitutes sob a supervisão da sinhá Ana Felipa, que acompanhava tudo de caderno em punho e língua afiada. Depois de cada prato pronto, ela experimentava e jogava fora o que não ficava bom, no lixo mesmo, não sem antes jogar água ou fazer qualquer outra coisa para que nós não pudéssemos aproveitar.

    Fazia isso dizendo que preto não tinha paladar para apreciar aquele tipo de comida e nem ela queria ser acusada de ter alimentado escravos com comida digna de reis, mesmo que estragada pela nossa incompetência, pelo nosso dom de fazer somente a ração a que estávamos acostumados todos os dias. O Sebastião e a Antônia, que serviriam os pratos, ganharam fardas novas. Ficaram horas com a sinhá Ana Felipa, que mostrou de que lado de cada pessoa deveriam servir à mesa, a ordem em que os pratos sairiam da cozinha e depois seriam retirados, como encher os copos, e outras coisas.

GONÇALVES, A. M. Um defeito de cor. Rio de Janeiro: Record, 2010.

Nesse trecho do romance, as tensões do contexto narrativo refletem-se na

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    O trecho evidencia relações de poder marcadas pela violência simbólica e pelo racismo, como quando a sinhá afirma que “preto não tinha paladar” e impede que os escravizados aproveitem a comida descartada. A tensão do contexto narrativo se manifesta diretamente na forma desumanizante e discriminatória com que as pessoas escravizadas são tratadas, revelando a hierarquia social e racial do período.

    Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

    O livro no Brasil vive seus dias mais difíceis. As editoras já vêm diminuindo o número de livros lançados, deixando autores de venda mais lenta fora de seus planos imediatos, demitindo funcionários em todas as áreas. Com a recuperação judicial de duas grandes livrarias, dezenas de lojas foram fechadas, centenas de livreiros foram despedidos, e as editoras ficaram sem 40% ou mais dos seus recebimentos — gerando um rombo que oferece riscos graves para o mercado editorial no Brasil. Passei por um dos piores momentos da minha vida pessoal e profissional quando, pela primeira vez em 32 anos, tive que demitir seis funcionários que há tempos contribuíam com sua energia para o que construímos no nosso dia a dia.

    Sem querer julgar publicamente erros de terceiros, mas disposto a uma honesta autocrítica da categoria em geral, escrevo mais esta carta aberta para pedir que todos nós, editores, livreiros e autores, procuremos soluções criativas e idealistas neste momento. Cartas, zaps, e-mails, posts nas mídias sociais e vídeos, feitos de coração aberto, nos quais a sinceridade prevaleça, buscando apoiar os parceiros do livro, com especial atenção a seus protagonistas mais frágeis, são mais que bem-vindos: são necessários. O que precisamos agora, entre outras coisas, é de cartas de amor aos livros.

Disponível em: www.blogdacompanhia.com.br. Acesso em: 11 dez. 2018 (adaptado).

Para sensibilizar o público-alvo sobre a necessidade de se escreverem “cartas de amor aos livros”, o autor

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    Para sensibilizar o público, o autor recorre a um relato pessoal, mencionando a experiência dolorosa de ter que demitir funcionários após 32 anos de trabalho, em meio à crise do mercado editorial. Esse testemunho em primeira pessoa cria empatia e envolvimento emocional, fortalecendo o apelo para que editores, livreiros e autores se mobilizem e escrevam “cartas de amor aos livros”.

    As demais alternativas aparecem de forma secundária ou não cumprem a função central de sensibilização pretendida pelo texto.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

Uma vacina para tratar a dependência de drogas

    O Brasil e o mundo enfrentam dificuldades quando se trata de encontrar saídas para o vício em drogas. “Esse é um desafio complexo, multifatorial, que envolve questões biológicas, psicológicas e vulnerabilidades sociais. Por isso, exige diferentes abordagens terapêuticas”, diz um psiquiatra da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele é o responsável pelo desenvolvimento de uma estratégia inovadora contra a dependência que se vale das próprias defesas do organismo do paciente para se blindar dos efeitos da droga. Juntamente com sua equipe, o médico criou uma molécula inteiramente sintética, base de uma vacina terapêutica capaz de interromper o mecanismo que provoca a compulsão. Assim nasceu a Calixcoca, que já é produzida em escala de pesquisa nos laboratórios da faculdade.

    “Não se trata de uma vacina mágica, uma panaceia. A vacina foi elaborada para complementar o tratamento usual”, pondera o especialista. Nos experimentos, o imunizante demonstrou potencial para produzir anticorpos contra a droga, prevenindo sua atuação no cérebro. “A Calixcoca modifica a molécula de cocaína, cessando ou diminuindo sua ação no chamado circuito de recompensa. Assim, é possível interromper a série de recaídas comuns na dependência”, explica o pesquisador. Agora os cientistas esperam continuar a sequência de estudos clínicos para avaliar a eficácia e a segurança do produto, assim como identificar quais perfis de pacientes poderão ser mais beneficiados com a vacina.

TENÓRIO, G.; PEREIRA, R. C. Vitórias da ciência brasileira. Veja Saúde, n. 449, jan. 2024 (adaptado).

Nesse texto, a estratégia argumentativa utilizada para destacar a inovação desenvolvida foi a

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    Para destacar o caráter inovador da vacina, o texto explica como ela age no corpo do paciente, descrevendo seu mecanismo de funcionamento: a produção de anticorpos que impedem a ação da droga no cérebro, especialmente no circuito de recompensa, reduzindo a compulsão e as recaídas. Essa explicação científica do modo de ação do imunizante é a principal estratégia argumentativa usada para evidenciar a novidade da pesquisa.

   Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

Disponível em: www.instagram.com/quebrandootabu. Acesso em: 2 fev. 2024 (adaptado).

De acordo com esse texto, as tendências atuais no uso da internet por pessoas entre 19 e 25 anos são caracterizadas pelo(a)

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    O texto indica que, entre jovens de 19 a 25 anos, o uso da internet tem se orientado menos pela busca de grande visibilidade e mais por relações significativas, baseadas em afinidades, autenticidade e confiança. Essa tendência se manifesta na valorização de espaços digitais mais transparentes, interações genuínas e comunidades em que os usuários se reconhecem, em contraste com a lógica tradicional do engajamento massivo.

    Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

“Adjudicar?”: filme de Claudinho e Buchecha revela significado do termo em Nosso sonho

    O filme Nosso sonho, a cinebiografia de Claudinho e Buchecha, abordou uma dúvida carregada por muitos fãs da dupla. Afinal, o que significa a palavra “adjudicar”? O termo está presente na letra da canção Nosso sonho — que dá nome ao longa —, um dos maiores sucessos dos artistas.

    De acordo com o dicionário Aurélio, “adjudicar” é “conceder a posse de (algo), por decisão ou sentença judicial ou administrativa”. O termo também pode significar “considerar como autor, causa ou origem”.

    Uma das interpretações da música pode sugerir que “o sonho não vai acabar” se o “destino” conceder a posse do amor ao casal em questão. No filme, o assunto é abordado de uma forma muito bem-humorada. Ao levarem a letra de Nosso sonho para a gravadora, os produtores veem com estranheza o termo e afirmam que ele é “inventado”. Na sequência, Claudinho saca um dicionário gigantesco e lê o significado literal da palavra para provar sua existência.

Disponível em: https://cultura.uol.com.br. Acesso em: 8 jan. 2024 (adaptado).

De acordo com esse texto, o estranhamento em torno do vocábulo “adjudicar” se deve ao fato de a letra de canção

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    O texto explica que o estranhamento em torno da palavra “adjudicar” ocorre porque ela é um termo técnico e formal, associado ao vocabulário jurídico, e aparece de forma inesperada em uma canção popular de funk melody, gênero marcado pela linguagem coloquial. A reação dos produtores no filme — achando que o termo era “inventado” — reforça esse contraste entre o registro formal da palavra e o contexto informal da música.

    Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

    A literatura indígena, por sua vinculação à tradição oral e construção multimodal, entre outros aspectos, desafia o leitor. Os textos indígenas apresentam uma complexidade em termos de gênero, autoria, multimodalidades, além de percepções culturais da realidade, que exigem do leitor um reposicionamento cultural, ao mesmo tempo em que motivam a interação com o outro por meio da literatura. Como mediadores de leitura, os professores exercem um papel essencial na formação de leitores competentes. A leitura de obras literárias, em especial, promove a percepção não só de temas variados, mas também de como esses temas são abordados.

    Quando falamos sobre o contato de crianças e jovens com a literatura indígena brasileira, estamos falando de muitas literaturas, culturas e vozes, criadas não só em língua portuguesa, mas também em idiomas originários. Os educadores voltam-se para a questão da inclusão social e cultural de grupos cuja literatura foi vista como inexistente por séculos. Isso se deve à visão de uma tradição literária ocidental cujos parâmetros de produção e divulgação divergem de culturas ainda muito ligadas à tradição oral e de performance.

Disponível em: www.revista.usp.br. Acesso em: 25 jan. 2024 (adaptado).

A abordagem da literatura indígena brasileira nas escolas é importante para a preservação da memória nacional por

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    O texto destaca que a literatura indígena expressa múltiplas culturas, vozes e percepções de realidade, muitas vezes vinculadas à tradição oral e a formas próprias de produção artística. Ao ser trabalhada na escola, ela contribui para a preservação da memória nacional justamente porque possibilita o reconhecimento e a valorização das culturas dos povos originários, historicamente invisibilizadas pela tradição literária ocidental dominante.

    As demais alternativas mencionam aspectos relevantes (diversidade linguística, multimodalidade, prática docente), mas não alcançam o objetivo central apontado no texto: compreender e incluir culturalmente os povos indígenas na formação literária e histórica do país.

    Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

    Quando não estou escrevendo, eu simplesmente não sei como se escreve. E se não soasse infantil e falsa a pergunta das mais sinceras, eu escolheria um amigo escritor e lhe perguntaria: como é que se escreve? Por que, realmente, como é que se escreve? que é que se diz? e como dizer? e como é que se começa? e que é que se faz com o papel em branco nos defrontando tranquilo? Sei que a resposta, por mais que intrigue, é a única: escrevendo. Sou a pessoa que mais se surpreende ao escrever. Porque, fora das horas em que escrevo, não sei absolutamente escrever. Será que escrever não é um ofício? Não há aprendizagem, então? O que é? Só me considerarei escritora no dia em que eu disser: sei como se escreve.

LISPECTOR, C. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nessa crônica, os questionamentos da autora evidenciam uma

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    Na crônica, Clarice Lispector constrói uma metalinguagem, isto é, escreve sobre o próprio processo de escrita. Os questionamentos (“como é que se escreve?”, “o que é escrever?”) revelam uma reflexão existencial e estética sobre o fazer literário, o aprendizado, a surpresa e a insegurança diante do ato de escrever.

    Não há preferência por escrita tradicional, nem crítica ao empobrecimento da linguagem ou insatisfação com resultados; o foco está na investigação do próprio ofício da escrita.

    Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

CARTIER-BRESSON, H. Atrás da estação de Saint-Lazare. Fotografia em preto e branco (lente 35 mm), 44,8 × 29,8 cm. Paris, 1932. Disponível em: http://100photos.time.com. Acesso em: 19 jun. 2019.

Nessa fotografia, há um diálogo visual entre diversos elementos da cena. Com esse tipo de composição, Henri Cartier-Bresson revolucionou a fotografia do século XX ao

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    Nessa fotografia, há um diálogo visual entre diversos elementos da cena. Com esse tipo de composição, Henri Cartier-Bresson revolucionou a fotografia do século XX ao transformar paisagens e pessoas comuns em composições artísticas.

    Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

Voldemort: um vilão fictício?

    Imagine um personagem cuja simples menção nos provoque um arrepio na espinha, nos cause ódio, medo, repulsa; um personagem que nos faça questionar os limites da maldade e refletir: será que existe alguém assim no mundo real? Imagine um personagem que seja apresentado de forma superficial, sem que possamos conhecer sua história e suas motivações; que seja apresentado como alguém puramente mau e que pareça existir apenas para causar destruição e terror. Esse personagem é um vilão.

    Muitos vilões da ficção são tão caricatos, têm características tão exageradas e estão tão distantes daquilo que consideramos “humano”, que visivelmente não possuem qualquer relação com pessoas do mundo real. Mas há aqueles vilões que fazem você pensar: será que isso está tão distante da realidade assim?

    Lord Voldemort é um poderoso bruxo da série de livros e filmes Harry Potter. O vilão, que é o principal antagonista na narrativa, realiza tantos atos de crueldade e destruição, que torna impossível enxergarmos nele qualquer traço de humanidade.

    Mas será que essa figura tão sinistra não tem qualquer similaridade com alguém no mundo real?

Ciência Hoje, n. 408, abr. 2024 (adaptado).

Nesse texto, a função apelativa opera estrategicamente junto à função referencial da linguagem para

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    O texto combina função referencial (apresenta informações sobre o personagem Voldemort e seu papel na narrativa de Harry Potter) com a função apelativa, visível no uso de perguntas diretas e convites ao leitor (“Imagine um personagem…”, “Mas será que…?”).

    Essa estratégia busca engajar o leitor, despertando curiosidade e reflexão, conduzindo-o a se envolver com o tema proposto — a relação entre vilões da ficção e a realidade — e não apenas informar de forma neutra.

    Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


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(ENEM 2025 - 1ª Aplicação - BELÉM).

TEXTO I

    Em casa, Iberê menino traçava a memória da infância. A mãe, concentrada no coser das roupas, mal escutava o lápis de ponta grossa riscar a vida por baixo da mesa. Os carretéis sem linhas ficavam ali, amontoados de solidão. Quando perdiam sua razão de ser para a realidade da mãe, eles desenrolavam longos fios no ar do olhar menino de lberê.

NEVES, A.; DIAS, C. Iberê Camargo: menino. São Paulo: DCL, 2007 (adaptado).

TEXTO II

CAMARGO, I. Carretéis 4. Serigrafia, 13,4 × 23,4 cm. Fundação lberê Camargo, Porto Alegre, 1959. Disponível em: www.bolsadearte.com. Acesso em: 15 out. 2024.

A multiplicidade das formas, presente em Carretéis 4, de Iberê Camargo, sugere que

A
B
C
D
E

    O Texto I constrói uma memória poética da infância de Iberê Camargo, em que os carretéis, objetos simples do cotidiano da mãe (costura), ganham um sentido lúdico e imaginativo pelo olhar da criança. Eles deixam de ser apenas objetos utilitários e passam a existir como imagens carregadas de afeto, memória e invenção.

    No Texto II, a obra Carretéis 4 apresenta esses objetos reelaborados artisticamente, não de forma realista, mas por meio de formas simplificadas, repetidas e abstratizadas, resultado de um processo criativo que transforma memória e brincadeira em linguagem visual.

    Assim, a multiplicidade das formas sugere que:

   • o objeto cotidiano (carretel),

   • a memória da infância,

   • e o lúdico

são convertidos em fonte criativa, expressos por formas simplificadas, próprias da poética de Iberê Camargo.

    Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Chatgpt)


40
(ENEM 2025 - 1ª Aplicação).

   A Língua Brasileira de Sinais (Libras) passou a ser “reconhecida como meio legal de comunicação e expressão” há 21 anos e, segundo dados da World Federation of the Deaf (WFD), o Brasil é um entre os 76 países que têm sua língua de sinais nacional

    Ainda que a Libras seja considerada a língua oficial da comunidade surda no Brasil, outras línguas de sinais se desenvolveram em pequenas comunidades espalhadas pelo país. “A gente chama de línguas minoritárias, línguas familiares, línguas de microcomunidades surdas. Um exemplo são as línguas de sinais indígenas. Nas comunidades indígenas que têm muitos surdos, a gente tem documentado línguas de sinais, como os Ka’apor no Maranhão”, explica uma pesquisadora da Unesp. Ela destaca, no entanto, que essas línguas correm o risco de desaparecer à medida que a comunidade que as utiliza deixa de crescer ou passa a utilizar a Libras. “Toda língua que se extingue é uma riqueza da nossa diversidade que se perde, porque, quando uma língua morre, morre com ela algum tipo de conhecimento, uma tecnologia”.

    A pesquisadora lembra, ainda, a importância de se desenvolverem pesquisas para a identificação e a compreensão tanto das línguas de sinais de microcomunidades surdas como das variações da Libras.

Disponível em: https://jornal.unesp.br. Acesso em: 21 jan. 2024 (adaptado).

De acordo com esse texto, pesquisas sobre as línguas de sinais são importantes porque

A
B
C
D
E

    O texto destaca que, além da Libras, existem outras línguas de sinais desenvolvidas em microcomunidades surdas, como as línguas de sinais indígenas. A pesquisadora enfatiza que essas línguas correm risco de desaparecer e que, quando uma língua se extingue, perde-se também conhecimento, cultura e tecnologia, o que evidencia seu valor para a diversidade cultural e linguística.

    Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Chatgpt)




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