sexta-feira, 3 de julho de 2020

D19 - Quiz por descritor - Port. 3ª Série

Quiz D19: PORTUGUÊS - ENSINO MÉDIO
D19: PORTUGUÊS - 3º Série - Ensino Médio

D19: Reconhecer o efeito decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.

01
(SEDUC-GO).

Leia o texto e, a seguir, responda.

Canção do exílio

Gonçalves Dias

    Minha terra tem palmeiras,

    Onde canta o Sabiá;

    As aves, que aqui gorjeiam,

    Não gorjeiam como lá.

    Nosso céu tem mais estrelas,

    Nossas várzeas têm mais flores,

    Nossos bosques têm mais vida,

    Nossa vida mais amores.

    Em cismar, sozinho, à noite,

    Mais prazer eu encontro lá;

    [...]

    Não permita Deus que eu morra,

    Sem que eu volte para lá;

    Sem que disfrute os primores

    Que não encontro por cá;

    Sem qu’inda aviste as palmeiras,

    Onde canta o Sabiá.

Disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/ relacao-intertextual-a-parodia-entre- cancao-do-exilio-de-goncalves-dias-e- canto-de-regresso-a-patria-de-oswald-de-andrade /42327#ixzz57w6Vrp8h>. Acesso em: 22 fev. 2018.

O texto, Canção do exílio, sugere uma ideia de oposição em

A
B
C
D
E


02
(SEDUC-GO).

Leia o texto e, a seguir, responda.

A Estrela

Manuel Bandeira

    Vi uma estrela tão alta,

    Vi uma estrela tão fria!

    Vi uma estrela luzindo

    Na minha vida vazia.

   

    Era uma estrela tão alta!

    Era uma estrela tão fria!

    Era uma estrela sozinha

    Luzindo no fim do dia.

   

    Por que da sua distância

    Para a minha companhia

    Não baixava aquela estrela?

    Por que tão alto luzia?

   

    E ouvi-a na sombra funda

    Responder que assim fazia

    Para dar uma esperança

    Mais triste ao fim do meu dia.

Manuel Bandeira BANDEIRA, M., Estrela da Vida Inteira, Poesias Reunidas. Rio de Janeiro: Jose Olympio, 1973.

A repetição do verbo “ver” no início do poema é um recurso utilizado para

A
B
C
D
E


03
(BPW).

Leia o texto a seguir e responda.

Soneto CCXXLV

    Seus lábios feitos pela mão do Amor

    O som lançaram que dizia “Odeio”;

    Mas quando ela notou a minha dor,

    — Ela, toda a razão do meu anseio —

    A piedade tomou-lhe o coração,

    E repreendendo a língua que jamais

    Proferira cruel condenação,

    Ensinou-a a alegrar-me uma vez mais:

    O “Odeio” ela alterou com um final

    Que o seguiu como à noite o dia terno,

    Quando a sombra, imitando o Anjo do Mal,

    Do céu se precipita para o inferno:

    — Salvando a minha vida, logo a ouvi

    Acrescentar: “um outro, não a ti”.

(William Shakespeare, trad. Péricles Eugênio da Silva Ramos. Sonetos de Shakespeare. São Paulo, Saraiva, 1953, p.163)

Há diversos jogos de sentido no poema. O principal é a oposição

A
B
C
D


04

Neste poema de gênero lírico, há linguagem figurada em todos os versos abaixo, EXCETO em:

A
B
C
D


05
(BPW).

Leia o texto, abaixo, para responder.

O cortiço

    Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.

    Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia.

    [...]

    Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pelo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão.

AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 15 ed. São Paulo: Ática, 1984. p. 24-25.

A prosopopeia, ou personificação, é uma figura de linguagem que consiste em dar características humanas a outros seres. Em qual dos fragmentos desse texto o autor faz uso desse recurso?

A
B
C
D


06
(BPW).

Leia o texto abaixo e responda.

A raposa e as uvas

    Certa raposa esfaimada encontrou uma parreira carregadinha de lindos cachos maduros, coisas de fazer vir água à boca. Mas tão altos que nem pulando.

    O matreiro bicho torceu o focinho:

    — Estão verdes — murmurou — Uvas verdes, só para cachorros.

    E foi-se.

    Nisto deu um vento e uma folha caiu.

    A raposa, ouvindo o barulhinho, voltou depressa e pôs-se a farejar...

    Quem desdenha quer comprar.

LOBATO, Monteiro. Fábulas. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1973. p. 47.

Nesse texto, a palavra “carregadinha” tem a ver com

A
B
C
D
E


07
(SAEPE).

Leia o texto abaixo.

A namorada

    Havia um muro alto entre nossas casas.

    Difícil de mandar recado para ela.

    Não havia e-mail.

    O pai era uma onça.

    A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão

    E pinchava a pedra no quintal da casa dela.

    Se a namorada respondesse pela mesma pedra

    Era uma glória!

    Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira

    E então era agonia.

    No tempo do onça era assim.

BARROS, Manoel de. Tratado geral das grandezas do ínfimo. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 17.

Nos versos “Era uma glória!” (v. 9) e “E então era agonia.” (v. 12), o emprego das palavras destacadas sugere

A
B
C
D
E


08
(PAEBES).

Leia o texto abaixo.

Helena – Capítulo XIII

    Dissolvida a reunião, Helena recolheu-se à pressa com o pretexto de que estava a cair de sono, mas realmente para dar à natureza o tributo de suas lágrimas. O desespero comprimido tumultuava no coração, prestes a irromper. Helena entrou no quarto, fechou a porta, soltou um grito e lançou-se de golpe à cama, a chorar e a soluçar.

    A beleza dolorida é dos mais patéticos espetáculos que a natureza e a fortuna podem oferecer à contemplação do homem. Helena torcia-se no leito como se todos os ventos do infortúnio se houvessem desencadeado sobre ela. Em vão tentava abafar os soluços, cravando os dentes no travesseiro. Gemia, entrecortava o pranto com exclamações soltas, enrolava no pescoço os cabelos deslaçados pela violência da aflição, buscando na morte o mais pronto dos remédios. Colérica, rompeu com as mãos o corpinho do vestido; e pôde à larga desafogar-se dos suspiros que o enchiam. Chorou muito; chorou todas as lágrimas poupadas durante aqueles meses plácidos e felizes, leite da alma com que fez calar a pouco e pouco os vagidos de sua dor.

ASSIS, Machado. Helena. São Paulo: Ática, 1997. Fragmento.

Nesse texto, no trecho “Helena entrou no quarto, fechou a porta, soltou um grito e lançou-se de golpe à cama,...” (1° parágrafo), as formas verbais destacadas indicam que as ações

A
B
C
D
E


09
(SADEAM).

Leia o texto abaixo.

Antes que elas cresçam

    Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

    É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. [...]

    Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem de repente.

    Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.

    Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?

    Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, [...].

    Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou então com a suéter amarrada na cintura.

    Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.

SANT’ANNA, Affonso Romano de. Disponível em: http://www.releituras. com/arsant_antes.asp>. Acesso em: 24 fev. 2011. Fragmento.

No trecho “Cadê [...] festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos...” (5° parágrafo), o uso do diminutivo nas palavras destacadas sugere

A
B
C
D
E


10
(PROEB).

Leia o texto abaixo.

O encontro

    O telefone tocou, ele atendeu, marcaram encontro. Fez a barba, tomou banho, vestiu-se. Há uma semana que não via a noiva e hoje era domingo, dia de ir ao cinema com ela. Apertou o botão, esperou o elevador, desceu, alcançou a rua e foi esperar o ônibus. Fez baldeação e chegou lá duas horas depois. Meyer. [...] O cinema era logo ali na esquina. Foram correndo. Ele entrou na fila e ela ficou esperando perto da portaria. Entraram.

ELIACHAR, Leon. O homem ao quadrado. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1960.

Nesse texto, o uso de orações curtas seguidas de ponto final serve para

A
B
C
D
E


11
(SEAPE).

Leia o texto abaixo.

Sobre o milho

    No Brasil, a venda do vegetal tem força principalmente no caso dos enlatados, que são utilizados, sobretudo, em saladas ou pizzas (cuidado com o sódio, inimigo do coração). Além disso, no entanto, as grandes empresas de distribuição oferecem o alimento na espiga, que é destinado à produção de curau ou pamonha, segundo o Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo da Embrapa, órgão ligado ao governo federal.

    Do ponto de vista nutricional, o milho é riquíssimo em cálcio, entre outros minerais. No contato com o fogo (pipoca), parte dos nutrientes são perdidos.

    Outra função importante do milho à alimentação diária: dele, os produtores conseguem extrair a farinha de milho e fubá, utilizados para preparo de pratos típicos brasileiros. Ambos são ricos em amido e polissacarídeo que ajudam a fortalecer o sistema imunológico.

    O ideal é que as substâncias encontradas no milho façam parte do cardápio, mesmo que seja de forma indireta, como na polenta ou na pamonha caseira.

Vida Natural e equilíbrio. Escala, n. 19. p. 25.

No fragmento “Do ponto de vista nutricional, o milho é riquíssimo em cálcio, entre outros minerais.” (2° parágrafo), o uso da palavra destacada

A
B
C
D
E


12
(2ª P.D – Seduc-GO).

Leia o texto abaixo e responda.

Trem de ferro

    Café com pão

    Café com pão

    Café com pão

    Virge maria que foi isso maquinista?

    Agora sim

    Café com pão

    Agora sim

    Voa, fumaça

    Corre, cerca

    Ai seu foguista

    Bota fogo

    Na fornalha

    Que eu preciso

    Muita força

    Muita força

    Muita força

    Oô...

    Menina bonita

    Do vestido verde

    Me dá tua boca

    Pra matá minha sede

    Oô...

    Vou mimbora

    Vou mimbora

    Não gosto daqui

    Nasci no sertão

    Sou de Ouricuri

    Oô...

    Vou depressa

    Vou correndo

    Vou na toda

    Que só levo

    Pouca gente

    Pouca gente

    Pouca gente...

BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.

A expressão “café com pão”, repetida por três vezes no início do poema, sugere

A
B
C
D
E






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