Quiz 06: PORTUGUÊS - 2ª Série - Ensino Médio
Leia o texto e, a seguir, responda as questões 1 e 2.
A cartomante
Machado de Assis
Hamlet observa a Horácio que há mais cousas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de novembro de 1869, quando este ria dela, por ter ido na véspera consultar uma cartomante; a diferença é que o fazia por outras palavras.
— Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas começou a botar as cartas, disse-me: "A senhora gosta de uma pessoa..." Confessei que sim, e então ela continuou a botar as cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse, mas que não era verdade...
— Errou! Interrompeu Camilo, rindo.
— Não diga isso, Camilo. Se você soubesse como eu tenho andado, por sua causa. Você sabe; já lhe disse. Não ria de mim, não ria...
Camilo pegou-lhe nas mãos, e olhou para ela sério e fixo. Jurou que lhe queria muito, que os seus sustos pareciam de criança; em todo o caso, quando tivesse algum receio, a melhor cartomante era ele mesmo. Depois, repreendeu-a; disse-lhe que era imprudente andar por essas casas. Vilela podia sabê-lo, e depois...
— Qual saber! Tive muita cautela, ao entrar na casa.
— Onde é a casa?
— Aqui perto, na rua da Guarda Velha; não passava ninguém nessa ocasião. Descansa; eu não sou maluca.
Camilo riu outra vez:
— Tu crês deveras nessas coisas? perguntou-lhe.
Foi então que ela, sem saber que traduzia Hamlet em vulgar, disse-lhe que havia muita cousa misteriosa e verdadeira neste mundo. Se ele não acreditava, paciência; mas o certo é que a cartomante adivinhara tudo. Que mais? A prova é que ela agora estava tranquila e satisfeita.
[...]
Disponível em: http://www.releituras.com/ machadodeass_ cartomante.asp/. Acesso em: 23 mar. 2017.
01
(SEDUCE-GO).
No trecho “— Qual saber! Tive muita cautela, ao entrar na casa.”, (6º parágrafo), o ponto de exclamação indica o/a
Alternativa "B".
(Créditos da resolução: ??.)
Leia o texto e, a seguir, responda as questões 3, 4 e 5.
Estudos mostram o que passa pela cabeça dos animais [...]
O Homo sapiens é o único animal capaz de dominar sintaxe, formar frases complexas e registrar o que pensa. Fato. Mas alguns bichos podem compreender a nossa linguagem quase como se fossem uma pessoa — embora não consigam reproduzi-la com a desenvoltura de um papagaio.
Que o diga Kanzi, um bonobo (parente do chimpanzé) criado pela pesquisadora americana Sue Savage-Rumbaugh. Ele cresceu exposto ao nosso vocabulário e domina 400 palavras. Como não pode falar, Kanzi forma frases apontando para um glossário com símbolos. Eles representam de substantivos e verbos simples, como “banana” e “pular”, a conceitos complexos, como “antes” e “depois”. Kanzi pode até conjugar verbos — inclusive no passado e no gerúndio. É mais ou menos como você tentando se virar numa viagem para o Camboja. Você pode até voltar entendendo algumas palavras do cambojano, mas dificilmente vai ter aprendido a conjugar algum verbo. É bem mais difícil. E olha que cambojanos e brasileiros são todos animais da mesma espécie. Ponto para Kanzi, então.
Golfinhos aprendem linguagens artificiais, como demonstrou o psicólogo Louis Herman, da Universidade do Havaí, EUA. Numa delas, palavras representadas por sons de computador formavam 2 mil frases. Quando os golfinhos ouviam “ESQUERDO BOLA BATER”, por exemplo, entendiam que era para bater na bola do lado esquerdo. E também compreendiam a ordem das palavras. Sabiam que o pedido “PRANCHA PESA ÁGUA” era para que levassem uma prancha a uma pessoa que estava na água. Já “PESA PRANCHA ÁGUA” era para levar a pessoa à prancha na água. Não existe diferença entre fazer isso e aprender um idioma. Ponto para os golfos.
Mas talvez nem eles sejam páreo para Chaser, uma border collie. A cadela aprendeu o nome de mais de mil objetos — a maioria brinquedos, mas tudo bem. Seu dono, um psicólogo, já nem conta mais quantas palavras ela sabe. Agora ele prefere lhe ensinar rudimentos de gramática.
Então estamos de acordo: certos animais, quando treinados, conseguem compreender parte da linguagem humana. Mas o que isso importa para os outros animais de sua espécie? Kanzi não vai usar seu glossário com bonobos que vivem na floresta. E Chaser pode até aprender versos de Shakespeare, mas será inútil tentar esbanjar seu intelecto com outros cães. Mas a ideia de que eles praticamente não se comunicam entre si morreu faz tempo. Até as abelhas fazem isso: elas dançam para informar a distância e a direção das fontes de alimentos.
Golfinhos têm uma linguagem interna. Eles se comunicam por assobios e sinais corporais como saltos, tapas da cauda na água e fricção da mandíbula. Cada animal tem uma modulação única, o que lhe confere uma voz individual.
Kathleen Dudzinski, diretora do Dolphin Communication Project, escuta esses animais há quase 20 anos com aparelhos que registram a frequência e as nuances de sua linguagem. Mas admite que ainda falta muito para decifrá-la, sobretudo porque golfinhos nadam rápido e é difícil captar uma conversa entre vários animais debaixo d’água. Além disso, cada sinal varia conforme o contexto. Com os humanos é igual: dependendo da situação, uma pessoa que levanta a mão aberta quer dizer “tchau”, “pare” ou “custa R$ 5”.
O mistério sobre a língua dos golfinhos — e a das baleias, que se comunicam de um jeito parecido com o de seus primos — continua. Mas a tecnologia pode dar uma força. Merlin, um golfinho nariz-de-tesoura que vive em Puerto Aventuras, no Caribe mexicano, é o primeiro de sua espécie a usar iPad. Seu treinador, Jack Kassewitz, espera que a tela sensível ao toque do focinho comece a facilitar a comunicação entre humanos e cetáceos. Bom, tomara que eles não fiquem só jogando Angry Birds, como fazem os humanos quanto colocados diante do tablet.
[...]
SZKLARZ, Eduardo; VERSIGNASSI, Alexandre. Estudos mostram o que passa pela cabeça dos animais. Superinteressante. Edição 289 mar. 2011. Disponível em: http://super.abril.com.br/ciencia/estudos- mostrampassapela-cabeca-animais-623040.shtml . Acesso em: 31 mar. 2017.
03
(SEDUCE-GO).
O texto tem como tema a
Alternativa "D".
(Créditos da resolução: ??.)
06
(SEDUCE-GO). Leia o texto e, a seguir, responda a questão 06.
Antes da partida
─ Antes de sair de casa, certifique-se de que a bagagem não contém objetos ou substâncias que representam perigo.
─ Para evitar o risco de assaltos, tenha cuidado em lugares onde existam grandes concentrações de pessoas, como transportes públicos, estações e aeroportos.
─ Tome cuidado especial ao entrar e sair de um ônibus ou trem lotado.
─ Para reduzir o risco de roubo, use mochilas ou bolsas na sua frente ou embaixo do braço, com a fechadura virada para você. Cuidado para não deixar nada aberto.
─ Se vir no saguão do aeroporto uma bagagem ou pacote sem dono, informe os funcionários do aeroporto sobre esse fato.
─ Não aceite pacotes ou bagagens de outras pessoas para transportar, se não sabe o que está dentro. Todo cuidado é pouco nesses casos.
─ Armazene objetos de valor, dinheiro e documentos em locais seguros, com cuidado.
─ Durante a viagem, leve apenas a quantidade necessária de dinheiro. Se for uma grande quantia, tenha cuidado para não mantê-la toda no mesmo lugar, reduzindo o risco de uma possível perda de todo o valor.
Disponível em: https://www.edestinos.com.br/dicas -de-viagem/passagens-aereas/faq/ riscos-e-cuidados-durante-a-viagem . Acesso em: 20 jun. 2016.
A finalidade desse texto é
Alternativa "D".
(Créditos da resolução: ??.)
Leia o texto e, a seguir, responda as questões 7, 8 e 9.
Você ainda se mantém vivo?
Ana Paula Padrão
Algumas coisas nesse nosso Brasil ficam tão corriqueiras que já não nos atingem mais. Por isso, presto muita atenção na minha capacidade de ainda me revoltar. Preservo e alimento os momentos em que me sinto indignada para não virar uma besta isolacionista, dessas que não leem mais os jornais porque eles estampam mais tragédias do que nossa disposição em digeri-las. Não quero entrar para o time dos que não ligam mais, dos que torcem pra que se exploda tudo.
A menina de 11 anos, grávida de 25 semanas do próprio padrasto que a estuprava há meses é um desses casos que me chocam. Tudo nessa história é deprimente. Os constantes abusos a que ela e a mãe eram submetidas, o fato de que ninguém fez nada para mudar essa situação, a perda tão precoce da inocência e o fato de a menina só ter chegado a um hospital com mais de seis meses de gestação! Fui atrás de mais detalhes. Escrevi no Google a expressão “menina de 11 anos grávida” e “estupro de menina de 11 anos”. Foi quando confirmei nossa anestesia coletiva. Minha pesquisa trouxe uma lista gigante de histórias parecidas. Praticamente todo dia a mídia publica que uma criança dessa idade é estuprada, em geral por alguém que a conhece. E muitas ficam grávidas. E isso não choca mais a média da população.
É bem verdade que de uns tempos para cá a discussão dos direitos da mulher ganhou espaço nas conversas. Quando isso acontece a mídia se vê obrigada a refletir esse interesse do consumidor de notícias. O que é ótimo. Mas o destaque dado a casos de evidente violência contra a mulher também traz à tona o horror de que somos capazes. O pior do ser humano pode ser lido em comentários como “pensem bem, estupro não é ruim, pra muitas meninas é uma oportunidade de conhecer alguém”, ou “ela devia gostar muito pra ser estuprada por dois anos seguidos e não falar nada”. Ficou enojado? Que bom, era o que eu queria, que você se indignasse.
Esse é o mês da mulher. A menina de 11 anos que foi estuprada pelo padrasto e está grávida de 25 semanas vai ter o bebê. A ministra do STF Rosa Weber foi sorteada para ser a relatora da ação que pede a legalização do aborto para gestações de até 12 semanas. Espero que temas assim motivem você a discutir, brigar e se posicionar. Só assim mostraremos que ainda estamos vivos.
Disponível em: http://istoe.com.br/voce-ainda-se-mantem-vivo/. Acesso em: 23 mar. 2017
07
(SEDUCE-GO).
O principal objetivo desse texto é
Alternativa "B".
(Créditos da resolução: ??.)
Para responder as questões 11 e 12, leia o conto abaixo.
Boi na linha
Colégios criam regras para disciplinar o uso do celular na sala de aula.
Segundo Érika Sallum, autora do artigo "Boi na linha", publicado na Revista Veja São Paulo, em 03/09/2003, "em quase todas as escolas particulares é cada vez mais comum a cena de meninos e meninas empunhando o aparelhinho.
Se há alguns anos ele era quase restrito a adolescentes do ensino médio, hoje pode ser visto nas mãos de crianças de 9 anos ou menos." Para minimizar o problema do uso indevido do celular pelos alunos, "as escolas recomendam: — Jamais deixar o aparelho ligado em sala de aula, nem mesmo no vibracall; — Lembrar sempre ao aluno que ele faz parte de um grupo e que o uso inadequado do celular pode atrapalhar toda a classe; — Fazer ligações só na hora da saída, já que o intervalo é feito para brincar e conviver com os colegas; — Atender a uma ligação somente em caso de emergência, sempre avisando os coordenadores."
SALLUM, Érika. Revista Veja São Paulo, 03/09/2003 15.
11
(CREDE).
Assinale a alternativa que contém a tese defendida no texto.
Alternativa "B".
(Créditos da resolução: ??.)
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