QUIZ 04: PORTUGUÊS 7° ANO
(SEDUCE-GO - 1ª P.D - 2016). Leia o texto abaixo e, a seguir, responda as questões 01, 02, 03 e 04.
O Bisavô e a Dentadura
Sylvia Orthof
[...]
Naturalmente, cada integrante tinha à sua frente o seu saboroso prato de tutu, couve, torresmo, feijão-tropeiro, carninha de porco, linguiça, etc. e tal. E todos mastigavam e repetiam porque a fartura, ali, em Montes Claros, naquele tempo, era um espanto, de tanta! E cada um, evidentemente, tinha o seu copo. Pois os copos e o bisavô Arquimedes, diariamente, sofriam a seguinte brincadeira:
— Toninho, ocê vai beber desse copo aí, na sua frente? Olha que o bisavô deixou a dentadura dele de molho, bem no seu copo, Toninho, na noite passada!
— Num foi no meu, não: foi no copo da Maroca! O bisavô deixou a dentadura dentro do copo da Maroquinha!
— Ó gente, num brinca assim que eu fico cum nojo, uai!
O velho bisavô Arquimedes ouvia, sorria, mostrando a dentadura.
Quando chegava o doce de leite, o queijinho, a goiabada e uma tal de sobremesa que tem o nome de "mineiro-de-botas", que tem queijo derretido, banana, canela, cravo, sei lá mais que gostosuras, o pessoal comia, comia. E depois de comer tanto doce, a sede vinha forte, e a chateação começava, ou recomeçava, ou não terminava.
— Tia Santinha, não beba do copo da dentadura do bisavô, cuidado! Tenho certeza de que a dentadura ficou no seu copo, de molho, a noite inteira!
O bisavô ouvia e ia mastigando, o olhinho malicioso, nem te ligo para a brincadeira, comendo a goiabadinha, o "mineiro-de-botas", o doce de leite, o queijinho... e mexendo a dentadura pra lá e pra cá, pois a gengiva era velha e a dentadura já estava sem apoio. Mas o bisavô tinha senso de humor... e falava pouco. O pessoal cochichava que ele era mais surdo do que uma porta. Bestagem, porque se existe coisa que não é surda, é porta: mesmo fechada, deixa passar cada coisa...
Um dia, de repente, o bisavô apareceu sem a dentadura. E como todos perguntaram para ele o que tinha havido, o velho Arquimedes sorriu, um sorriso banguela, dizendo:
— Ocês tavam perturbando demais, todos com nojo dela, resolvi não usar, uai!
Aí, a família ficou sem jeito, jurando que não iria falar mais da dentadura, que tudo fora brincadeira, que todos adoravam o velho Arquimedes, que ele desculpasse.
— Tá desculpado, num tem importância. Eu já tava me aborrecendo com a história, mas tão desculpados. Mas até que tô achando bom ficar banguela: vou comer tutu e sopa... e doce de leite mole, ora! A família insistiu, pediu perdão, mas o bisavô botou fim à conversa, dizendo:
— Ocês num insistam. Resolvi e tá resolvido. O dia que eu deixar de resolver, boto a dentadura outra vez!
[...]
Um dia, de repente, o bisavô voltou a usar a dentadura. Todos na mesa se cutucaram e começaram a rir, muito disfarçado, quando bebiam água, pensando... sem dizer, pois haviam prometido.
Depois da sobremesa, boca pedindo água depois de tanto doce caseiro, o velho Arquimedes disse:
— Ocês tão bebendo tanta água, sem nojo...
— Bisavô, era brincadeira!
— Eu também fiz uma brincadeira: durante todo esse tempo que fiquei banguela, minha dentadura ficou de molho, dentro do filtro.
ORTHOF, Sylvia et al. Quem conta um conto?. São Paulo: FTD, 2001.v.2.p.53-58.
01
No trecho “Tá desculpado, num tem importância. Eu já tava me aborrecendo com a história, mas tão desculpados.”, os termos destacados são próprios de uma linguagem utilizada
05
(SEDUCE-GO - 1ª P.D - 2016). Leia os textos abaixo e, a seguir, responda.
Texto I
Queimadas afetam meio ambiente e saúde de moradores em Redenção
Produtores estariam fazendo queimadas sem consultar órgão ambiental.
Crianças e idosos sofrem com problemas respiratórios nesse tempo seco.
Durante o mês de agosto, com o clima seco, o número de queimadas costuma aumentar na região sudeste do Pará, o que afeta o meio ambiente e prejudica a saúde da população. Em uma fazenda no município de Redenção, cerca de 80 hectares de terras estão com focos de incêndio desde sexta-feira (7).
O fogo começou em uma montanha e se espalhou rapidamente. Os funcionários da fazenda chegaram a tempo de evitar a destruição de alguns equipamentos, mas não conseguiram salvar as 400 mudas de árvores frutíferas recém-plantadas no local.
"Vai queimar tudo, é um prejuízo grande. Desde sexta-feira começou a atear fogo na estrada e já desceu pra cá”, conta o funcionário da fazenda, Gleidson Moreira.
Os produtores aproveitam o tempo seco para limpar áreas para novos plantios e controlar pragas. O problema é que alguns produtores rurais não procuram o órgão ambiental competente para realizar a queima controlada, como manda a lei.
Além de acabar com a biodiversidade local, matando animais e plantas, as queimadas também comprometem a fertilidade dos solos, tornando as lavouras menos produtivas. "Pegar um solo e queimar uma vez, você vai deixá-lo ruim. Se você queimar ele dez vezes, você estará eliminando seu solo, esterilizando seu solo, deixando sem micronutrientes e sem macro nutrientes que as plantas usam para crescer e se desenvolver”, afirma o engenheiro agrônomo Fernando Vilela.
As queimadas afetam também a saúde da população. De acordo com os médicos, a fumaça e a fuligem diminuem a qualidade do ar, provocando doenças respiratórias como asma e rinite, atingindo principalmente idosos e crianças.
O hospital materno-infantil de Redenção fica lotado nesta época do ano. “A gente pede para as pessoas terem mais cuidado com as queimadas, porque vai prejudicar tantas crianças e idosos com problemas respiratórios nesse tempo seco”, disse o diretor do hospital, Antônio Nilton de Souza.
Disponível em: http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2015/08/ queimadas-afetam-meio-ambiente-e-saude-de -moradores-em-redencao.html. Acesso em: 09 nov. 2015.
Texto II
AS QUEIMADAS
Rogaciano Oliveira
Todo ano as queimadas
Devastam nosso sertão
A madeira é devorada
Virando cinza e carvão
Morrem muitos animais
É grande a destruição.
E toda queimada deixa
A natureza arrasada
Queima a terra, queima plantas;
A nambu em disparada
Corre com a codorniz
Pra não morrer sapecada.
Quem não fugir na carreira
Do fogo feroz e quente
Morre queimado na hora
Tatu, insetos, serpente.
Os passarinhos nos ninhos
São queimados de repente.
A madeira que é queimada
Numa broca violenta
Faz falta a natureza
Que quase não aguenta
Desmatamento e fogo
Na nossa mata cinzenta.
O fogo destrói ali
Planta arbustiva e rasteira
Queimando angico e jucá,
Umburana e aroeira,
Mandacaru, xique-xique,
Mufumbo e catingueira.
[...]
A camada de ozônio
É bastante afetada
Pelos gases produzidos
Por uma grande queimada
Que causa o efeito estufa
E deixa a vida ameaçada
As queimadas interferem
No equilíbrio natural
Altera o ciclo da água
De forma descomunal
Além de contribuir
Pro aquecimento global.
[...]
Disponível em: http://iconacional.blogspot.com.br /2009/08/poesia-as-queimadas.html. Acesso em: 10 dez. 2015.
Os dois textos falam sobre as queimadas. O aspecto que é tratado apenas no texto II é o fato de
(SEDUCE-GO - 1ª P.D - 2016). Releia o texto - "Queimadas afetam meio ambiente e saúde de moradores em Redenção" e, a seguir, responda aos questões 06, 07, 08 e 09.
Queimadas afetam meio ambiente e saúde de moradores em Redenção
Produtores estariam fazendo queimadas sem consultar órgão ambiental.
Crianças e idosos sofrem com problemas respiratórios nesse tempo seco.
Durante o mês de agosto, com o clima seco, o número de queimadas costuma aumentar na região sudeste do Pará, o que afeta o meio ambiente e prejudica a saúde da população. Em uma fazenda no município de Redenção, cerca de 80 hectares de terras estão com focos de incêndio desde sexta-feira (7).
O fogo começou em uma montanha e se espalhou rapidamente. Os funcionários da fazenda chegaram a tempo de evitar a destruição de alguns equipamentos, mas não conseguiram salvar as 400 mudas de árvores frutíferas recém-plantadas no local.
"Vai queimar tudo, é um prejuízo grande. Desde sexta-feira começou a atear fogo na estrada e já desceu pra cá”, conta o funcionário da fazenda, Gleidson Moreira.
Os produtores aproveitam o tempo seco para limpar áreas para novos plantios e controlar pragas. O problema é que alguns produtores rurais não procuram o órgão ambiental competente para realizar a queima controlada, como manda a lei.
Além de acabar com a biodiversidade local, matando animais e plantas, as queimadas também comprometem a fertilidade dos solos, tornando as lavouras menos produtivas. "Pegar um solo e queimar uma vez, você vai deixá-lo ruim. Se você queimar ele dez vezes, você estará eliminando seu solo, esterilizando seu solo, deixando sem micronutrientes e sem macro nutrientes que as plantas usam para crescer e se desenvolver”, afirma o engenheiro agrônomo Fernando Vilela.
As queimadas afetam também a saúde da população. De acordo com os médicos, a fumaça e a fuligem diminuem a qualidade do ar, provocando doenças respiratórias como asma e rinite, atingindo principalmente idosos e crianças.
O hospital materno-infantil de Redenção fica lotado nesta época do ano. “A gente pede para as pessoas terem mais cuidado com as queimadas, porque vai prejudicar tantas crianças e idosos com problemas respiratórios nesse tempo seco”, disse o diretor do hospital, Antônio Nilton de Souza.
Disponível em: http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2015/08/ queimadas-afetam-meio-ambiente-e-saude-de -moradores-em-redencao.html. Acesso em: 09 nov. 2015.
06
A finalidade desse texto é
10
(SEDUCE-GO - 1ª P.D - 2016). Leia o texto abaixo e, a seguir, responda.
Se Puder Sem Medo
Oswaldo Montenegro
Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava
Pr'eu pensar que o teu sorriso
Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava
Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha
Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo
Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta
O lençol amarrotado mesmo que vazio
Deixa a toalha na mesa e a comida pronta
Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio
Deixa o coração falar o que eu calei um dia
Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia
Deixa tudo como está e se puder, sem medo
Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço
Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito
Pra dizer te vendo ir fechando atrás da porta
Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso
Deixa o meu olhar doente pousado na mesa
Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso
Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo
Se o adeus demora a dor no coração se expande
Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa
Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência
Deixa a minha insanidade é tudo que me resta
Deixa eu por à prova toda minha resistência
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila
Deixa pendurada a calça de brim desbotado
Que como esse nosso amor ao menor vento oscila
Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa
Deixa um último recado na casa vizinha
Deixa de sofisma e vamos ao que interessa
Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha
Deixa tudo que eu não disse mas você sabia
Deixa o que você calou e eu tanto precisava
Deixa o que era inexistente e eu pensei que havia
Deixa tudo o que eu pedia mas pensei que dava
Disponível em: https://letras.mus.br/oswaldo-montenegro/189454/.. Acesso em: 11 nov. 2015.
Em toda a canção há a repetição da palavra “deixa”, esse recurso foi usado pelo eu lírico para
11
(SARESP-2011). Leia o texto abaixo.
A INCAPACIDADE DE SER VERDADEIRO
Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
– Não há nada a fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.
(Carlos Drummond de Andrade, Deixa que eu conto)
No texto, o enunciado “Este menino é mesmo um caso de poesia” é uma fala
12
(SARESP-2011). Leia o texto abaixo.
CONFERÊNCIA CONFIRMA QUE PLUTÃO DEIXA DE SER PLANETA
da Folha Online
A União Astronômica Internacional excluiu, nesta quinta-feira, Plutão como um planeta do Sistema Solar, após longas e intensas controvérsias sobre a resolução. A decisão foi votada hoje no plenário da 26ª Assembleia Geral da entidade, realizada em Praga. O Sistema Solar passa assim a ter oito planetas em vez de nove.
Segundo a definição estabelecida pela União Astronômica Internacional, um planeta é aquele que tem massa suficiente para ficar isolado em sua órbita, o trajeto que percorre em volta do Sol.
“Em sua formação e evolução o planeta ‘limpa’ a região a sua volta”, explica o astrônomo do Laboratório Nacional de Astrofísica, Carlos Torres. “Em torno da órbita de Plutão há vários outros corpos, por isso ele não é mais um planeta”, acrescenta.
Especialistas afirmam que em poucos anos deverão ser catalogados vários planetas anões no Sistema Solar.
(Folha de S. Paulo. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ ciencia/ult306u15073.shtml. Acesso ago. 2008)
Segundo o texto, Plutão foi excluído do Sistema Solar porque