D17: PORTUGUÊS - 9° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL
D17: Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
01
(A.D.A - SEDUC-GO).
Leia o texto a seguir e responda.
Furto de flor
Carlos Drummond de Andrade
Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor.
Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida.
Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem.
Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la no jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer.
Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me.
— Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!
Disponível em: https://www.contioutra.com/furto -de-flor-uma-cronica-de-carlos -drummond-de-andrade/. Acesso em: 04 jan. 2019.
O uso do ponto de exclamação no trecho “— Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!”, sugere que o porteiro ficou
03
(A.D.A - SEDUC-GO).
Leia o texto abaixo e, a seguir, responda.
Transplante de menina
Tatiana Belinky
[...] Na Avenida Rio Branco, reta, larga e imponente, embicando no cais do porto [...] tivemos a nossa primeira impressão — e que impressão! — do carnaval brasileiro. [...] O que nós vimos, no Rio de Janeiro, não se parecia com nada que eu pudesse sequer imaginar nos meus sonhos mais desvairados.
Aquelas multidões enchendo toda a avenida, aquele corso — desfile interminável e lento de carros, pára-choque com pára-choque, capotas arriadas, apinhados de gente fantasiada e animadíssima. Todo aquele mundaréu de homens, mulheres, crianças de todos os tipos, de todas as cores, de todos os trajes — todos dançando e cantando, pulando e saracoteando, jogando confetes e serpentinas que chegavam literalmente a entupir a rua e se enroscar nas rodas dos carros... E os lança-perfumes, que que é isso minha gente! E os "cordões", os "ranchos", os "blocos de sujos" — e todo o mundo se comunicando, como se fossem velhos conhecidos, se tocando, brincando, flertando — era assim que se chamavam os namoricos fortuitos,. a paquera da época —, tudo numa liberdade e descontração incríveis, especialmente para aqueles tempos tão recatados e comportados...
[...] Vi muitos carnavais daquele, participei mesmo de vários, e curti-os muito. Mas nada, nunca mais, se comparou com aquele primeiro carnaval no Rio de Janeiro, um banho de Brasil, inesquecível...
Transplante de menina, São Paulo, Moderna, 2003
No trecho “... tivemos a nossa primeira impressão — e que impressão! — do carnaval brasileiro.”, o uso do ponto de exclamação expressa
05
(BPW).
Leia o texto, abaixo e responda.
É bom dormir depois do almoço?
Depende. Pessoas que têm problemas de estômago ou sofrem de insônia e apneia do sono (interrupção da respiração por mais de 10 segundos enquanto dormem) não devem cochilar depois do almoço, pois esse descanso pode, respectivamente, prejudicar a digestão e comprometer o sono da noite. Fora isso, a sesta, comum em países como Espanha e Itália, não tem qualquer contraindicação e pode ser uma forma eficiente de recarregar as baterias. “Sem ela, o organismo de muita gente não funciona bem”, afirma a neurologista Dalva Poyares, coordenadora do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo os especialistas, além de tornar a pessoa mais ativa e produtiva, a sesta pode melhorar a digestão, pois deixa o organismo livre para concentrar suas energias no funcionamento do sistema digestor. Pesquisa realizada pela Nasa, a agência espacial norte-americana, revelou que 40 minutos de sono depois de uma refeição, no meio de uma jornada de trabalho, aumentam em 34% a capacidade produtiva. A única ressalva é quanto ao tempo de duração e ao horário do cochilo. “Para não perturbar o sono noturno, ele não pode ser superior a uma hora e deve ocorrer preferencialmente entre 13 e 17 horas, conforme o relógio biológico de cada um”, explica Dalva.
Disponível em: http://vidasimples.abril.com.br/100respostas/ conteudo_258554.shtml>. Acesso em: 08 set. 2010.
No trecho “...(interrupção da respiração por mais de 10 segundos enquanto dormem)...”, os parênteses foram usados com a finalidade de
06
(SAEPE).
Leia o texto abaixo.
O dente mágico
Um dia, nas profundezas do oceano, Pirata, o terrível tubarão, perdeu o dente em uma batalha com outros tubarões. Era um dente especial, um dente mágico e, sem ele, perdeu também toda a sua força. Então, Pirata ficou medroso e inofensivo, apenas a sua reputação de predador feroz e cruel permanecia, mas, por quanto tempo? Ele tinha que encontrar seu dente mágico rapidamente, porque, se a notícia se espalhasse, alguns moradores do oceano não hesitariam em desafiá-lo. Mas, como?
Durante a luta, Pirata tinha visto os dentes desaparecerem em um buraco no fundo do mar. Ele hesitou um pouco, mas não havia outra alternativa: aventurou-se pela fenda, que parecia iluminada de dentro para fora. Lá embaixo, a luz era deslumbrante! Chegando ao fundo, ele viu um mundo belo, cheio de animais marinhos desconhecidos. Em um canto, um animal estranho sorriu. A fera tinha o dente mágico do tubarão em suas garras.
Pirata foi lá para tentar recuperar o seu bem precioso, mas o estranho animal se recusou a lhe dar. “Esse dente é meu” — disse Thor, em tom não muito amigável — “Mas posso fazer um acordo com você. Eu vou devolver o seu dente, tubarão, mas com uma condição: no futuro, quero que você use a sua força para uma boa causa.” “Mas como vou comer?” — perguntou o tubarão. A fera insistiu: “Prometa-me, e devolvo o seu dente, senão você vai ficar pior do que uma sardinha!”. O tubarão, é claro, aceitou a oferta para recuperar o seu dente. Depois desse susto, o tubarão nunca mais foi cruel. Ele cumpriu a promessa que fez ao estranho ser das profundezas do mar.
MURAT. D’Annie. 365 histórias – uma para cada dia do ano! Martim G. Wollstein (Trad.). Blumenau: Blu editora, 2010. p.105. Fragmento.
No trecho “... a luz era deslumbrante!” (2° parágrafo), o ponto de exclamação indica
08
(BPW).
Leia o texto para responder a questão abaixo:
Boa Ação
(...) De repente, zapt, a cusparada veio lá do alto do edifício e varreu-lhe o braço direito que nem onda de ressaca. Horror, nojo, revolta: no meio das três sensações, o triste consolo de não ter sido no rosto, nem mesmo no vestido.
Como limpar “aquilo” sem se sujar mais? Teve ímpeto de atravessar a rua, a praia, meter-se de ponta cabeça no mar. Depois veio a ideia de entrar no primeiro edifício, apertar a primeira campainha, rogar em pranto à dona da casa: “Me salve desta imundície!”
ANDRADE, Carlos Drummond de. Boa ação. In: Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.
O uso das aspas no trecho “Me salve desta imundície!” revela
09
(SAERJ).
Leia o texto abaixo.
Pico da Neblina, Monte Pascoal, Dedo de Deus, Pico das Agulhas Negras... São muitos os nomes das montanhas. Estas que citamos são apenas uma amostra das mais famosas que estão espalhadas pelo Brasil.
Os nomes dados aos elementos da paisagem tinham função semelhante à de um mapa: serviam para indicar rotas de caça, de água, de tipos de alimentos ou mesmo de abrigos referentes aos lugares por onde precisariam tornar a passar.
FARIA, Antonio Paulo. Ciência Hoje. 2 ed, n. 180, p. 07, jul. 2007. Fragmento.
Na primeira linha, as reticências (...) foram usadas para
10
(SAVEAL).
Leia o texto e responda.
Tintura milionária
A apresentadora Angélica recebeu uma proposta de 1,5 milhões de reais de uma gigante de tinturas para cabelos para pintar de ruivo suas louras melenas. Não topou. Não porque se importe de ficar ruiva — mas é que achou pouco.
(VEJA, nº19, 12 de maio de 2004, p. 37)
O travessão foi usado no texto para
11
(Saerj).
Leia o texto abaixo.
SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ª feira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem — um dia — uma outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. São Paulo: Moderna, 1984. p. 40.
Nesse texto, o uso das reticências sugere que o eu lírico está