D2: PORTUGUÊS - 3º Série - Ensino Médio
D2: Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
01
(SEDUC-GO).
Leia o texto e, a seguir, responda.
A CIÊNCIA É MASCULINA?
Attico Chassot
Editora Unisinos, RS (51) 590-8239. 104 págs. R$ 12,00
O autor procura mostrar que a ciência não é feminina. Um dos maiores exemplos que se pode dar dessa situação é o prêmio Nobel, em que apenas 11 mulheres de ciências foram laureadas em 202 anos de premiação. O livro apresenta duas hipóteses, uma histórica e outra biológica, para a possível superação do machismo em frase como a de Hipócrates (460-400 a.C.) considerado o pai da medicina, que escreveu: “A língua é a última coisa que morre em uma mulher”.
Revista GALILEU, Fevereiro de 2004
A expressão “dessa situação”, refere-se ao fato de
02
(SEDUC-GO).
Leia o texto e, a seguir, responda.
GOLS DE COCURUTO
L. F. Veríssimo
O melhor momento do futebol para um tático é o minuto de silêncio. É quando os times ficam perfilados, cada jogador com as mãos nas costas e mais ou menos no lugar que lhes foi designado no esquema — e parados. Então o tático pode olhar o campo como se fosse um quadro negro e pensar no futebol como alguma coisa lógica e diagramável. Mas aí começa o jogo e tudo desanda. Os jogadores se movimentam e o futebol passa a ser regido pelo imponderável, esse inimigo mortal de qualquer estrategista. O futebol brasileiro já teve grandes estrategistas cruelmente traídos pela dinâmica do jogo. O Tim, por exemplo. Tático exemplar, planejava todo o jogo numa mesa de botão. Da entrada em campo até a troca de camisetas, incluindo o minuto de silêncio. Foi um técnico de sucesso mas nunca conseguiu uma reputação no campo à altura de sua reputação no vestiário. Falava um jogo e o time jogava outro. O problema do Tim, diziam todos, era que seus botões eram mais inteligentes do que seus jogadores.
(L. F. Veríssimo, O Estado de São Paulo.)
A expressão é quando retoma, no texto, o segmento
03
(SEDUC-GO).
Leia o texto abaixo e, a seguir, responda.
Nhengaçu Verde-Amarelo - Manifesto do Verde-Amarelismo
"O grupo 'verdamarelo', cuja regra é a liberdade plena de cada um ser brasileiro como quiser e puder; cuja condição é cada um interpretar o seu país e o seu povo através de si mesmo, da própria determinação instintiva; — o grupo ‘verdamarelo’, à tirania das sistematizações ideológicas, responde com a sua alforria e a amplitude sem obstáculo de sua ação brasileira (...)
Aceitamos todas as instituições conservadoras, pois é dentro delas mesmo que faremos a inevitável renovação do Brasil, como o fez, através de quatro séculos, a alma da nossa gente, através de todas as expressões históricas.
Nosso nacionalismo é ‘verdamarelo’ e tupi. (...)"
Disponível em: http://modernismoepaminondas.blogspot .com.br/p/movimento-anta-e.html>. Acesso em: 28 de nov. 2015.
No trecho "O grupo 'verdamarelo', cuja regra é a liberdade plena de cada um ser brasileiro como quiser e puder; cuja condição é cada um interpretar o seu país e o seu povo através de si mesmo, da própria determinação instintiva;...”, a expressão sublinhada substitui
04
(SEDUC-GO).
Leia o texto e, a seguir, e respondam as questões 04, 05 e 06.
[Resenha] O Pequeno Príncipe
Antoine de Saint Exupéry
O Pequeno Príncipe é uma bela história de reflexão e aprendizado. Com uma escrita fluída e simples, que envolve desde o público infantil até o mais maduro, o autor incita o leitor a reavaliar seus valores, levando-o a repensar as verdadeiras riquezas da vida. Amor, amizade, trabalho, dinheiro, política... O quanto esses itens são fundamentais em nossas vidas? Quais deles são — ou devem ser — nossas reais prioridades? Guiados pelo coração bondoso de uma criança, um pequeno príncipe que veio de muito longe, reaprendemos que o sentido da vida está nas pequenas coisas; que o essencial é invisível aos olhos.
A trama gira em torno das experiências do Pequeno Príncipe, um jovem que sai de seu planeta e segue viajando em busca de novos mundos e de inúmeras descobertas. — Ele quer saber e aprender cada vez mais! Em uma de suas andanças o jovenzinho vai parar na Terra, mais especificamente no meio do deserto, local em que encontra um piloto perdido após um pouso complicado. Enquanto o piloto tenta consertar seu avião, ele e o pequeno príncipe criam um forte laço de amizade, compartilhando histórias e aprendizagens. O pequenino, com seu coração puro e seu instinto curioso, leva o piloto — e o próprio leitor — a pensar sobre as certezas da vida. É na simplicidade dessa criança, que compreende a beleza de uma estrela e o valor de uma única flor, que aprendemos a enxergar a vida sob um novo olhar.
O que torna o livro O Pequeno Príncipe um clássico que perpetua entre gerações é sua atemporalidade. As mensagens por trás da leitura não são apenas frutos da escrita do autor, mas sim da interpretação do leitor, que dependendo da fase que está vivendo encarará a leitura de uma maneira diferente. Trata-se de uma história poética que fala sobre nosso dia a dia, sobre nossos amores, nossas amizades, nossa ganância e nossos erros tão comuns e repetitivos: o homem que não vê com o coração, que só se importa com o trabalho, que só cultiva o dinheiro, que não tem bons amigos e, principalmente, o homem que não é capaz de manter viva a criança dentro de si. São infinitas as passagens reflexivas da obra. (...)
É impossível não amar esse livro por causa das reflexões que ele gera. Mas é inegável que o grande diferencial da obra está no fato de cada leitor interpretá-la de uma maneira, de cada um ser tocado de uma forma única. Ouso dizer que a leitura nos faz refletir exatamente a respeito daquilo que mais duvidamos, é como se o livro falasse com o leitor. Portanto, só lendo para saber o quão valiosa é essa obra. Outro ponto importante é lê-la de coração aberto. Esse é o tipo de livro que precisa ser degustado aos poucos, só assim a leitura será completa e nenhum pouco superficial. Além de um texto rico a edição luxo publicada pela Geração Editorial está lindíssima. Fiquei encantada com o capricho das ilustrações e os detalhes que acompanham cada página. (...)
Ela foi escrita em meio à segunda guerra mundial e, antes de qualquer coisa, é um reflexo das experiências, dos medos e das esperanças do autor e piloto Antoine de Saint-Exupéry. Fiquei completamente apaixonada por suas palavras e pela maneira como elas refletem, mesmo sem querer, um cenário mundial devastado pela podridão dos homens. Eis um livro completamente apaixonante! Sem dúvida o indico para todos os amantes das palavras que aquecem e acalmam o coração.
Disponível em: http:www.livrosefuxicos.com/2015/03/ resenha-o-pequeno-principe- antoine-de.html#.WC42u7IrLIU>. Acesso em: 10 nov. 2016 (adaptado).
No fragmento “ – Ele quer saber e aprender cada vez mais!”, (2º parágrafo), a palavra destacada refere-se a
07
(MAISIDEB).
Leia o texto a seguir e responda:
Verdade
A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar.
Cada um optou conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
http://www.analisedetextos.com.br/2010/09 /analise-do-poema-verdade-de-carlos.html.
Nos versos: “E sua segunda metade / voltava igualmente com meio perfil” (v. 7-8). A palavra destacada refere-se à
08
(SAEPI).
Leia o texto abaixo.
Os ipês-amarelos
Uma professora me contou esta coisa deliciosa. Um inspetor visitava uma escola. Numa sala ele viu, colados nas paredes, trabalhos dos alunos acerca de alguns dos meus livros infantis. Como que num desafio, ele perguntou à criançada: “E quem é Rubem Alves?”. Um menininho respondeu: “O Rubem Alves é um homem que gosta de ipês-amarelos...”. A resposta do menininho me deu grande felicidade. Ele sabia das coisas. As pessoas são aquilo que elas amam.
Mas o menininho não sabia que sou um homem de muitos amores... Amo os ipês, mas amo também caminhar sozinho. Muitas pessoas levam seus cães a passear. Eu levo meus olhos a passear. E como eles gostam! Encantam-se com tudo. Para eles o mundo é assombroso. Gosto também de banho de cachoeira (no verão...), da sensação do vento na cara, do barulho das folhas dos eucaliptos, do cheiro das magnólias, de música clássica, de canto gregoriano, do som metálico da viola, de poesia, de olhar as estrelas, de cachorro, das pinturas de Vermeer (o pintor do filme “Moça com Brinco de Pérola”), de Monet... [...]
Diz Alberto Caeiro que o mundo é para ser visto, e não para pensarmos nele. Nos poemas bíblicos da criação, está relatado que Deus, ao fi m de cada dia de trabalho, sorria ao contemplar o mundo que estava criando: tudo era muito bonito. Os olhos são a porta pela qual a beleza entra na alma. Meus olhos se espantam com tudo que veem. [...] Vejo e quero que os outros vejam comigo. Por isso escrevo. Faço fotografias com palavras. ALVES, Rubem.
Disponível em: http://www.stellabortoni.com.br/index>. Acesso em: 23 maio 2011. Fragmento.
No trecho “Para eles o mundo é assombroso.” (2° parágrafo), o pronome destacado retoma
09
(SAEGO).
Leia o texto abaixo.
Civilização play center
De acordo com o princípio da difusão dos sistemas técnicos, dos aparelhos e dos computadores e de acordo também com o princípio da realidade virtual e das possibilidades de o homem ter hoje mais acesso a ela, todas as experiências de emoção podem ser submetidas a sistemas de programação. Não me ocorre nenhuma outra analogia para descrever esta realidade que não seja a do parque de diversões. Nossa sociedade atual transformou-se num grande complexo de play centers, e isso não só pelo princípio de que tudo pode ser comprado, mas também pelo fato de que as emoções se tornam hoje administráveis.
Assim, tanto na sociedade em geral quanto no play center, tem-se emoções marcadas por tensão, medo, violência, angústia, aflição, mas ao mesmo tempo, seguras, rapidamente esquecíveis, sem reflexos traumáticos, sem desdobramentos psíquicos, que podem ser previamente adquiridas e sentidas no momento desejado.
FILHO, Ciro Marcondes. Sociedade tecnológica. São Paulo: Scipione, 1994, p. 92-93.
No trecho “... e das possibilidades de o homem ter hoje mais acesso a ela,...”, (1° parágrafo), o termo em destaque retoma
10
(SAERO).
Leia o texto abaixo e responda.
Por que todo mundo usava peruca na Europa dos séculos XVII e XVIII?
Não era todo mundo, apenas os aristocratas. A moda começou com Luís XIV (1638-1715), rei da França. Durante seu governo, o monarca adotou a peruca pelo mesmo motivo que muita gente usa o acessório ainda hoje: esconder a calvície. O resto da nobreza gostou da ideia e o costume pegou. A peruca passou a indicar, então, as diferenças sociais entre as classes, tornando-se sinal de status e prestígio. Também era comum espalhar talco ou farinha de trigo sobre as cabeleiras falsas para imitar o cabelo branco dos idosos. Mas, por mais elegante que parecesse ao pessoal da época, a moda das perucas também era nojenta.
“Proliferava todo tipo de bicho, de baratas a camundongos, nesses cabelos postiços”, afirma o estilista João Braga, professor de História da Moda das Faculdades SENAC, em São Paulo. Em 1789, com a Revolução Francesa, veio a guilhotina, que extirpou a maioria das cabeças com perucas. Símbolo de uma nobreza que se desejava exterminar, elas logo caíram em desuso. Sua origem, porém, era muito mais velha do que a monarquia francesa.
No Egito antigo, homens e mulheres de todas as classes sociais já exibiam adornos de fibra de papiro — na verdade, disfarce para as cabeças raspadas por causa de uma epidemia de piolhos. Hoje, as perucas de cachos brancos, típicas da nobreza europeia, sobrevivem apenas nos tribunais ingleses, onde compõem a indumentária oficial dos juízes.
Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br /historia/pergunta_285920.shtml>. Acesso em: 27 mar. 2010. * Adaptado: Reforma Ortográfica.
No techo “... elas logo caíram em desuso.”, (final do 2° parágrafo), o pronome em destaque retoma
11
(SPAECE).
Leia o texto abaixo.
Das negativas
Entre a morte de Quincas Borba e a minha, mediaram os sucessos narrados na primeira parte do livro. O principal deles foi a invenção do emplasto Brás Cubas, que morreu comigo, por causa da moléstia que apanhei. Divino emplasto, tu me darias o primeiro lugar entre os homens, acima da ciência e da riqueza, porque eras a genuína e direta inspiração do céu. O acaso determinou o contrário: e aí vos ficais eternamente hipocondríacos.
Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de D. Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas cousas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado de mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: — Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.
Assis, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. 18. ed. São Paulo: Ática, 1992, p. 176. Fragmento.
No trecho “O principal deles foi a invenção do emplasto Brás Cubas, que morreu comigo ...”, (1° parágrafo), o pronome destacado substitui
12
(SAEPE).
Leia os textos abaixo e responda.
Wall-E
Definitivamente, Wall-E não deve ser ‘vendido’ como um filme para crianças. Não que não possa agradá-las, mas certamente é um filme mais interessante para os adultos.
Numa animação muito bem-feita, o pequeno Wall-E mostra suas aventuras entre a solidão e o amor, e nos leva a pensar sobre os destinos da humanidade talvez muito mais próximos que os 700 anos que nos distanciam da época retratada no filme. Mesmo que não soe muito inédito ou tão profundo, é muito boa a crítica ao comportamento dos humanos (e “não humanos”) confinados numa grande espaçonave onde o que mais importa são robôs e consumo — não necessariamente nesta ordem.
A produção é supercaprichada, o filme tem excelentes cenas (em especial as sequências que citam — e mostram — “Hello, Dolly”) e até emociona. Mas não “arrebata”. Saí do cinema muito feliz com o que vi, mas não consegui “abraçar” o filme ao ponto de inseri-lo no rol de minhas animações favoritas. Mas talvez seja necessário revê-lo para “mastigá-lo” melhor ...
De qualquer forma, fica a recomendação. Mesmo com tantas aspas e sem tantos elogios efusivos, tanto o filme quanto o Wall-E personagem merecem ser assistidos. Um belo filme.
BERESFORD, Tommy. Disponível em: http://cinemagia.wordpress.com/ 2008/07/02/resenhas-wall-e/>. Acesso em: 31 nov. 2011.
No Texto, no trecho “... talvez seja necessário revê-lo para ‘mastigá-lo’ melhor…” (final do 3° parágrafo), a expressão em destaque tem o mesmo sentido de