quinta-feira, 1 de setembro de 2022

ENEM_Linguagens_2022_1ªAp

ENEM 2022 - 1ª APLICAÇÃO
ENEM 2022 - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS - 1ª APLICAÇÃO

01
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

   10 de maio

   Fui na delegacia e falei com o tenente. Que homem amável! Se eu soubesse que ele era tão amável, eu teria ido na delegacia na primeira intimação. [...] O tenente interessou-se pela educação dos meus filhos. Disse-me que a favela é um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidade de delinquir do que tornar-se útil a pátria e ao país. Pensei: se ele sabe disto, porque não faz um relatório e envia para os políticos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr. Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. Não posso resolver nem as minhas dificuldades. ... O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome também é professora. Quem passa fome aprende a pensar no próximo, e nas crianças.

JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014.

A partir da intimação recebida pelo filho de 9 anos, a autora faz uma reflexão em que transparece a

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   A autora, ante as explanações do delegado — “a favela é um ambiente propenso [à violência]” —, indaga-se sobre a razão pela qual tais explanações não são levadas às autoridades competentes. Esse questionamento é irônico, pois repõe o problema da violência no âmbito político.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


02
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

Firmo, o vaqueiro

   No dia seguinte, à hora em que saía o gado, estava eu debruçado à varanda quando vi o cafuzo que preparava o animal viajeiro:

   — Raimundinho, como vai ele?...

   De longe apontou a palhoça.

   — Sim.

    O braço caiu-lhe, olhou-me algum tempo comovido; depois, saltando para o animal, levou o polegar à boca fazendo estalar a unha nos dentes: “Às quatro da manhã... Atirei um verso e disse, para bulir com ele: Pega, velho! Não respondeu. Tio Firmo, mesmo velho e doente, não era homem para deixar um verso no chão... Fui ver, coitado!... estava morto. E deu de esporas para que eu não lhe visse as lágrimas.

NETTO, C. In: MARCHEZAN, L. G. (Org.). O conto regionalista. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

A passagem registra um momento em que a expressividade lírica é reforçada pela

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   A expressividade lírica decorre da maneira pela qual a morte de tio Firmo é relatada: os versos lançados e não respondidos pelo velho; as lágrimas contidas de Raimundinho.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


03
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

O bebê de tarlatana rosa

    — [...] Na terça desliguei-me do grupo e caí no mar alto da depravação, só, com uma roupa leve por cima da pele e todos os maus instintos fustigados. De resto a cidade inteira estava assim. É o momento em que por trás das máscaras as meninas confessam paixões aos rapazes, é o instante em que as ligações mais secretas transparecem, em que a virgindade é dúbia e todos nós a achamos inútil, a honra uma caceteação, o bom senso uma fadiga. Nesse momento tudo é possível, os maiores absurdos, os maiores crimes; nesse momento há um riso que galvaniza os sentidos e o beijo se desata naturalmente.

    Eu estava trepidante, com uma ânsia de acanalhar-me, quase mórbida. Nada de raparigas do galarim perfumadas e por demais conhecidas, nada do contato familiar, mas o deboche anônimo, o deboche ritual de chegar, pegar, acabar, continuar. Era ignóbil. Felizmente muita gente sofre do mesmo mal no carnaval.

RIO, J. Dentro da noite. São Paulo: Antíqua, 2002.

No texto, o personagem vincula ao carnaval atitudes e reações coletivas diante das quais expressa

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    A atitude da personagem é de atração — como fica evidente no trecho “Eu estava trepidante, com uma ânsia de acanalhar-me” —, mas também de repulsa — como em “o deboche ritual de chegar, pegar, acabar, continuar. Era ignóbil”.

    Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


04
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    A conquista da medalha de prata por Rayssa Leal, no skate street nos Jogos Olímpicos, é exemplo da representatividade feminina no esporte, avalia a âncora do jornal da rede de televisão da CNN. A apresentadora, que também anda de skate, celebrou a vitória da brasileira, que entrou para a história como a atleta mais nova a subir num pódio defendendo o Brasil. “Essa representatividade do esporte nos Jogos faz pensarmos que não temos que ficar nos encaixando em nenhum lugar. Posso gostar de passar notícia e, mesmo assim, gostar de skate, subir montanha, mergulhar, andar de bike, fazer yoga”. Temos que parar de ficar enquadrando as pessoas dentro das regras. A gente vive num padrão no qual a menina ganha boneca, mas por que também não fazer um esporte de aventura? Por que o homem pode se machucar, cair de joelhos, e a menina tem que estar sempre lindinha dentro de um padrão? Acabamos limitando os talentos das pessoas”, afirmou a jornalista, sobre a prática do skate por mulheres.

Disponível em: www.cnnbrasil.com.br. Acesso em: 31 out. 2021 (adaptado).

O discurso da jornalista traz questionamentos sobre a relação da conquista da skatista com a

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   Ao abordar a conquista da medalha de prata por Rayssa Leal, no skate street, e ao indagar certos padrões de gênero — “menina ganha boneca, mas por que também não fazer um esporte de aventura?” —, a jornalista promove “desconstrução da noção de skate como modalidade masculina”.

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


05
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

“Vida perfeita” em redes sociais pode afetar a saúde mental

    Nas várias redes sociais que povoam a internet, os chamados digital influencers estão sempre felizes e pregam a felicidade como um estilo de vida. Essas pessoas espalham conteúdo para milhares de seguidores, ditando tendências e mostrando um estilo de vida sonhando por muitos, como o corpo esbelto, viagens incríveis, casas deslumbrantes, carros novos e alegria em tempo integral, algo bem improvável de ocorrer o tempo todo, aponta Carla Furtado, mestre em psicologia e fundadora do Instituto Feliciência.

    A problemática pode surgir com a busca incessante por essa felicidade, que gera efeitos colaterais em quem consome diariamente a “vida perfeita” de outros. Daí vem o conceito de positividade tóxica: a expressão tem sido usada para abordar uma espécie de pressão pela adoção de um discurso positivo, aliada a uma vida editada para as redes sociais. Para manter a saúde mental e evitar ser atingido pela positividade tóxica, o uso racional das redes sociais é o mais indicado, aconselha a médica psiquiatra Renata Nayara Figueiredo, presidente da Associação Psiquiatra de Brasília (APBr).

Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 21 nov. 2021 (adaptado).

Associada ao ideário de uma “vida perfeita”, a positividade tóxica mencionada no texto é um fenômeno social recente, que se constitui com base em

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   A felicidade proveniente das redes sociais dos digital influencers é estereotipada, superficial, e afeta negativamente o internauta sem senso crítico.

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


06
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

TEXTO I

EL GRECO. Laocoonte. Óleo sobre tela, 1,37cm x 1,72cm. National Gallery of Art, Washington, Estados Unidos, circa 1610- 1614. Disponível em: https://images.nga.gov. Acesso em: 28 jun 2019 (adaptado).

TEXTO II

    Essa impressionante obra apresenta o sacerdote Laocoonte sendo punido pelos deuses por tentar alertar os troianos da ameaça do Cavalo de Troia, que escondia um grupo de soldados gregos. Enviadas pelos deuses, serpentes marinhas são vistas matando Laocoonte e seus dois filhos como forma de punição.

KAY, A. In: FARTHING, S. (Org.). Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011 (adaptado).

Produzida no início do século XVII, a obra maneirista distingue-se pela

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   Trata-se de uma obra que apresenta deformação ao representar as figuras humanas. Embora El Greco tenha-se baseado num tema da Antiguidade Clássica, esse quadro maneirista se caracteriza por apresentar figuras alongadas e deformadas.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


07
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

TEXTO I

JUDD, D. Sem título. 1969. Disponível em: https://dasartes.com.br. Acesso em: 16 jun. 2022.

TEXTO II

    Embora não fosse um grupo ou um movimento organizado, o Minimalismo foi um dos muitos rótulos (incluindo estruturas primárias, objetos unitários, arte ABC e Cool Art) aplicados pelos críticos para descrever estruturas aparentemente simples que alguns artistas estavam criando. Quando a arte minimalista começou a surgir, muitos críticos e um público opinativo julgaram na fria, anônima e imperdoável. Os materiais industriais pré-fabricados frequentemente usados não pareciam “arte”.

DEMPSEY, A. Estilos, escolhas e movimentos. São Paulo: Cosac & Naify, 2003 (adaptado).

De acordo com os textos I e II, compreende-se que a obra minimalista é uma

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   As obras minimalistas contêm um mínimo de recursos e elementos. A escultura de Judd busca explorar as possibilidades estéticas a partir de estruturas tridimensionais. Trata-se de combinação de formas sintéticas, evidenciando a coesão entre todos os elementos desse objeto artístico.

    Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


08
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

Esaú e Jacó

    Bárbara entrou, enquanto o pai pegou da viola e passou ao patamar de pedra, à porta da esquerda. Era uma criaturinha leve e breve, saia bordada, chinelinha no pé. Não se lhe podia negar um corpo airoso. Os cabelos, apanhados no alto da cabeça por um pedaço de fita enxovalhada, faziam-lhe um solidéu natural, cuja borla era suprida por um raminho de arruda. Já vai nisto um pouco de sacerdotisa. O mistério estava nos olhos. Estes eram opacos, não sempre nem tanto que não fossem também lúcidos e agudos, e neste último estado eram igualmente compridos; tão compridos e tão agudos que entravam pela gente abaixo, revolviam o coração e tornavam cá fora, prontos para nova entrada e outro revolvimento. Não te minto dizendo que as duas sentiram tal ou qual fascinação. Bárbara interrogou-as; Natividade disse ao que vinha e entregou-lhe os retratos dos filhos e os cabelos cortados, por lhe haverem dito que bastava.

    — Basta, confirmou Bárbara. Os meninos são seus filhos?

    — São.

ASSIS, M. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

No relato da visita de duas mulheres ricas a uma vidente no Morro do Castelo, a ironia — um dos traços mais representativos da narrativa machadiana — consiste no

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   A apresentação da personagem consiste em um misto de traços singelos (“criaturinha leve e breve, saia bordada, chinelinha no pé”) e aspectos mais astutos (“O mistério estava nos olhos. Estes eram opacos, não sempre nem tanto que não fossem também lúcidos e agudos…”), constituindo o caráter irônico na narrativa.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Equipe Descomplica.)


09
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    A senhora manifestava-se por atos, por gestos, e sobretudo por um certo silêncio, que amargava, que esfolava. Porém desmoralizar escancaradamente o marido, não era com ela.[...]

    As negras receberam ordem para meter no serviço a gente do tal compadre Silveira: as cunhadas, ao fuso; os cunhados, ao campo, tratar do gado com os vaqueiros; a mulher e as irmãs, que se ocupassem da ninhada. Margarida não tivera filhos, e como os desejasse com a força de suas vontades, tratava sempre bem aos pequenitos e às mães que os estavam criando. Não era isso uma sentimentalidade cristã, uma ternura, era o egoísta e cru instinto da maternidade, obrando por mera simpatia carnal. Quanto ao pai do lote (referia-se ao Antônio), esse que fosse ajudar ao vaqueiro das bestas.

    Ordens dadas, o Quinquim referendava. Cada um moralizava o outro, para moralizar-se.

PAIVA, M. O. Dona Guidinha do Poço. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d.

No trecho do romance naturalista, a forma como o narrador julga comportamentos e emoções das personagens femininas revela influência do pensamento

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   O narrador dos romances naturalistas é influenciado pelas teorias científicas do final do século XIX. No excerto do romance Dona Guidinha do Poço, a referência ao “cru instinto da maternidade, obrando por mera simpatia carnal” evidencia o cientifiscismo, o “fenômeno biológico” presente nessa estética.

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


10
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    Era o êxodo da seca de 1898. Uma ressurreição de cemitérios antigos — esqueletos redivivos, com o aspecto terroso e o fedor das covas podres.

    Os fantasmas estropiados como que iam dançando, de tão trôpegos e trêmulos, num passo arrastado de quem leva as pernas, em vez de ser levado por elas.

    Andavam devagar, olhando para trás, como quem quer voltar. Não tinham pressa em chegar, porque não sabiam aonde iam. Expulsos de seu paraíso por espadas de fogo, iam, ao acaso, em descaminhos, no arrastão dos maus fados.

    Fugiam do sol e o sol guiava-os nesse forçado nomadismo.

    Adelgaçados na magreira cômica, cresciam, como se o vento os levantasse. E os braços afinados desciam-lhes aos joelhos, de mãos abanando.

    Vinham escoteiros. Menos os hidrópicos — de ascite consecutiva à alimentação tóxica — com os fardos das barrigas alarmantes.

   Não tinham sexo, nem idade, nem condição nenhuma. Eram os retirantes. Nada mais.

ALMEIDA, J. A. A bagaceira. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1978.

Os recursos composicionais que inserem a obra no chamado “Romance de 30” da literatura brasileira manifestam-se aqui no(a)

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   O regionalismo, pertencente à Segunda Geração Modernista, denuncia situações trágicas da realidade nordestina, marcada pela miséria, pela migração forçada, pela fome e pelo desespero. Os recursos composicionais do trecho ressaltam isso, como se nota em “Fugiam do sol”, “no arrastão dos maus fados”, “andaram devagar.”

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


11
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

Disponível em: https://tab.uol.com.br. Acesso em: 25 ago. 2017 (adaptado).

O texto sobre os chamados nativos digitais traz informações com a função de

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   As orientações são sugeridas para ajudar pais e pediatras. Em momento algum, o texto apresenta como impositivas. Assim, há propostas educacionais para auxiliar familiares e/ou responsáveis pelos nativos digitais.

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


12
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    Soluços, lágrimas, casa armada, veludo preto nos portais, um homem que veio vestir o cadáver, outro que tomou a medida do caixão, caixão, essa, tocheiros, convites, convidados que entravam, lentamente, a passo surdo, e apertavam a mão à família, alguns tristes, todos sérios e calados, padre e sacristão, rezas, aspersões d’água benta, o fechar do caixão, a prego e martelo, seis pessoas que o tomam da essa, e o levantam, e o descem a custo pela escada, não obstante os gritos, soluços e novas lágrimas da família, e vão até o coche fúnebre, e o colocam em cima e traspassam e apertam as correias, o rodar do coche, o rodar dos carros, um a um... Isto que parece um simples inventário eram notas que eu havia tomado para um capítulo triste e vulgar que não escrevo.

ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 25 jul. 2022.

O recurso linguístico que permite a Machado de Assis considerar um capítulo de Memórias póstumas de Brás Cubas como inventário é a

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   Neste trecho, o narrador faz uma enumeração que abrange situações, gestos e objetos. Esse gênero denomina-se inventário.

    Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


13
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

Criado há cerca de 20 anos na Califórnia, o mountainboard é um esporte de aventura que utiliza uma espécie de skate off-road para realizar manobras similares às das modalidades de snowboard, surf e do próprio skate. A atividade chegou ao Brasil em 1997 e hoje possui centenas de praticantes, um circuito nacional respeitável e mais de uma dezena de pistas espalhadas pelo país. Segundo consta na história oficial, o mountainboard foi criado por praticantes de snowboard que sentiam falta de praticar o esporte nos períodos sem neve. Para isso, eles desenvolveram um equipamento bem simples: uma prancha semelhante ao modelo utilizado na neve (menor e um pouco menos flexível), com dois eixos bem resistentes, alças para encaixar os pés e quatro pneus com câmaras de ar para regular a velocidade que pode ser alcançada em diferentes condições. Com essa configuração, o esporte se mostrou possível em diversos tipos de terreno: grama, terra, pedras, asfalto e areia. Além desses pisos, também é possível procurar pelas próprias trilhas para treinar as manobras.

Disponível em: www.webventure.com.br. Acesso em: 19 jun. 2019.

A história da prática do mountainboard representa uma das principais marcas das atividades de aventura, caracterizada pela

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   Os praticantes do mountainboard desenvolveram equipamentos esportivos para superar os obstáculos para a prática dessa modalidade.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    Ser cronista Sei que não sou, mas tenho meditado ligeiramente no assunto.

    Crônica é um relato? É uma conversa? É um resumo de um estado de espírito? Não sei, pois antes de começar a escrever para o Jornal do Brasil, eu só tinha escrito romances e contos.

    E também sem perceber, à medida que escrevia para aqui, ia me tornando pessoal demais, correndo o risco de em breve publicar minha vida passada e presente, o que não pretendo. Outra coisa notei: basta eu saber que estou escrevendo para jornal, isto é, para algo aberto facilmente por todo o mundo, e não para um livro, que só é aberto por quem realmente quer, para que, sem mesmo sentir, o modo de escrever se transforme. Não é que me desagrade mudar, pelo contrário. Mas queria que fossem mudanças mais profundas e interiores que não viessem a se refletir no escrever. Mas mudar só porque isso é uma coluna ou uma crônica? Ser mais leve só porque o leitor assim o quer? Divertir? Fazer passar uns minutos de leitura? E outra coisa: nos meus livros quero profundamente a comunicação profunda comigo e com o leitor. Aqui no Jornal apenas falo com o leitor e agrada-me que ele fique agradado. Vou dizer a verdade: não estou contente.

LISPECTOR, C. In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

No texto, ao refletir sobre a atividade de cronista, a autora questiona características do gênero crônica, como

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   Clarice Lispector, ao refletir sobre a escrita da crônica, demonstra descontentamento por não conseguir aprofundar a temática, como evidenciado em “Fazer passar uns minutos de leitura? E outra coisa: nos meus livros quero profundamente a comunicação profunda comigo e com o leitor”. Logo, ela questiona a brevidade no tratamento de um tema, no gênero crônica.

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

Projeto na Câmara de BH quer a vacinação gratuita de cães contra a leishmaniose

A doença é grave e vem causando preocupação na região metropolitana da capital mineira

    Ela é uma doença grave, transmitida pela picada do mosquito-palha, e afeta tanto os seres humanos quanto os cachorros: a leishmaniose. Por ser um problema de saúde pública, a doença pode ganhar uma ação preventiva importante, caso um projeto de lei seja aprovado na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). Diante do alto número de casos da doença na Grande BH, a Comissão de Saúde e Saneamento da CMBH aprovou a proposta de realização de campanhas públicas de vacinação gratuita de cães contra a leishmaniose, tema do PL 404/17, apreciado pelo colegiado em reunião ordinária, no dia 6 de dezembro.

Disponível em: https://revistaencontro.com.br. Acesso em: 11 dez. 2017.

Essa notícia, além de cumprir sua função informativa, assume o papel de

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   O texto informa sobre a leishmaniose, grave doença que afeta humanos e cachorros, e sobre a aprovação do projeto de lei que torna a vacinação gratuita contra a doença. Logo, a notícia tem o papel de conscientizar sobre esse “grave problema de saúde pública”.

    Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    Vanda vinha do interior de Minas Gerais e de dentro de um livro de Charles Dickens. Sem dinheiro para criá-la, sua mãe a dera, com seus sete anos, a uma conhecida. Ao recebê-la, a mulher perguntou o que a garotinha gostava de comer. Anotou tudo num papel. Mal a mãe virou as costas, no entanto, a fulana amassou a lista e, como uma vilã de folhetim, decretou: “A partir de hoje, você não vai mais nem sentir o cheiro dessas comidas!”.

    Vanda trabalhou lá até os quinze anos, quando recebeu a carta de uma prima com uma nota de cem cruzeiros, saiu de casa com a roupa do corpo e fugiu num ônibus para São Paulo.

    Todas as vezes que eu e minha irmã a importunávamos com nossas demandas de criança mimada, ela nos contava histórias da infância de gata-borralheira, fazia-nos apertar seu nariz quebrado por uma das filhas da “patroa” com um rolo de amassar pão e nos expulsava da cozinha: “Sai pra lá, peste, e me deixa acabar essa janta”.

PRATA, A. Nu de botas. São Paulo: Cia. das Letras, 2013 (adaptado).

Pela ótica do narrador, a trajetória da empregada de sua casa assume um efeito expressivo decorrente da

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   A expressividade acerca da trajetória da empregada é garantida pela representação anedótica (definida por uma narrativa breve de fatos jocosos) de atos de violência, conforme apresentado pelo trecho “… fazia-nos apertar seu nariz quebrado por uma das filhas da ‘patroa’…”. Porém, a questão apresenta uma ambiguidade que permite que o gabarito seja a letra A, pois há expressividade por meio das referências literárias tradicionais no texto, como a menção ao livro de Charles Dickens, a frase ‘vilã de folhetim’ e o trecho ‘histórias de infância de gata-borralheira’.

   Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Equipe Descomplica.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

TEXTO I

SILVEIRA, R. In absentia, 1983. Instalação, 17ª Bienal de São Paulo. Disponível em: www.bienal.org.br. Acesso em: 1 set. 2016 (adaptado).

TEXTO II

    O termo ready-made foi criado por Marcel Duchamp (1887-1968) para designar um tipo de objeto, por ele inventado, que consiste em um ou mais artigos de uso cotidiano, produzidos em massa, selecionados sem critérios estéticos e expostos como obras de arte em espaços especializados (museus e galerias). Seu primeiro ready-made, de 1912, é uma roda de bicicleta montada sobre um banquinho (Roda de bicicleta). Ao transformar qualquer objeto em obra de arte, o artista realiza uma crítica radical ao sistema da arte.

Disponível em: www.bienal.org.br. Acesso em: 1 set. 2016 (adaptado).

A instalação In absentia propõe um diálogo com o ready-made Roda de bicicleta, demonstrando que

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   O ready-made foi criado com o intuito de criticar as convenções estéticas. “In absentia”, que projeta a sombra da obra “Roda de bicicleta”, em um espaço vazio, evidencia a continuidade do questionamento artístico. Logo, ambas as criações “desmistificam os valores estéticos estabelecidos”.

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    O Recife fervilhava no começo da década de 1990, e os artistas trabalhavam para resgatar o prestígio da cultura pernambucana. Era preciso se inspirar, literalmente, nas raízes sobre as quais a cidade se construiu. Foi aí que, em 1992, com a publicação de um manifesto escrito pelo músico e jornalista Fred Zero Quatro, da banda Mundo Livre S/A, nasceu o manguebeat. O nome vem de “mangue”, vegetação típica da região, e “beat”, para representar as batidas e as influências musicais que o movimento abraçaria a partir dali. Era a hora e a vez de os caranguejos — aos quais os músicos recifenses gostavam de se comparar — mostrarem as caras: o maracatu e suas alfaias se misturaram com as batidas do hip-hop, as guitarras do rock, elementos eletrônicos e o sotaque recifense de Chico Science. A busca pelo novo rendeu uma perspectiva diferente do Brasil ao olhar para o Recife. A cidade deixou de ser o lugar apenas do frevo e do carnaval, transformando-se na ebulição musical que continua a acontecer mesmo após os 25 anos do lançamento do primeiro disco da Nação Zumbi, Da lama ao caos.

FORCIONI, G. et al. O mangue está de volta. Revista Esquinas, n. 87, set 2019 (adaptado).

Chico Science foi fundamental para a renovação da música pernambucana, fato que se deu pela

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   A renovação da música pernambucana ocorre em função dos diferentes referenciais culturais integrados por Chico Science, conforme exposto em “o maracatu e suas alfaias se misturam com as batidas do hip-hop, as guitarras do rock, elementos eletrônicos e o sotaque recifense de Chico Sciense”.

    Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


19
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    Ela era linda. Gostava de dançar, fazia teatro em São Paulo e sonhava ser atriz em Hollywood. Tinha 13 anos quando ganhou uma câmera de vídeo — e uma irmã. As duas se tornaram suas companheiras de experimentações. Adolescente, Elena vivia a criar filminhos e se empenhava em dirigir a pequena Petra nas cenas que inventava. Era exigente com a irmã. E acreditava no potencial da menina para satisfazer seus arroubos de diretora precoce. Por cinco anos, integrou algumas das melhores companhias paulistanas de teatro e participou de preleções para filmes e trabalhos na TV. Nunca foi chamada. No início de 1990, Elena tinha 20 anos quando se mudou para Nova York para cursar artes cênicas e batalhar uma chance no mercado americano. Deslocada, ansiosa, frustrada após alguns testes de elenco malsucedidos, decepcionada com a ausência de reconheci mento e vitimada por uma depressão que se agravava com a falta de perspectivas, Elena pôs fim à vida no segundo semestre. Petra tinha 7 anos. Vinte anos depois, é ela, a irmã caçula, que volta a Nova York para percorrer os últimos passos da irmã, vasculhar seus arquivos e transformar suas memórias em imagem e poesia. Elena é um filme sobre a irmã que parte e sobre a irmã que fica. É um filme sobre a busca, a perda, a saudade, mas também sobre o encontro, o legado, a memória. Um filme sobre a Elena de Petra e sobre a Petra de Elena, sobre o que ficou de uma na outra e, essencialmente, um filme sobre a delicadeza.

VANUCHI, C. Época, 19 out. 2012 (adaptado).

O texto é exemplar de um gênero discursivo que cumpre a função social de

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   Nota-se que o texto é uma resenha, visto que analisa criticamente o filme “Elena”. Isso fica evidente, principalmente, no último parágrafo, com posicionamento explícito do autor em “um filme sobre a delicadeza”.

    Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    PALAVRA – As gramáticas classificam as palavras em substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, conjunção, pronome, numeral, artigo e preposição. Os poetas classificam as palavras pela alma porque gostam de brincar com elas, e para brincar com elas é preciso ter intimidade primeiro. É a alma da palavra que define, explica, ofende ou elogia, se coloca entre o significante e o significado para dizer o que quer, dar sentimento às coisas, fazer sentido. A palavra nuvem chove. A palavra triste chora. A palavra sono dorme. A palavra tempo passa. A palavra fogo queima. A palavra faca corta. A palavra carro corre. A palavra “palavra” diz. O que quer. E nunca desdiz depois. As palavras têm corpo e alma, mas são diferentes das pessoas em vários pontos. As palavras dizem o que querem, está dito, e pronto.

FALCÃO, A. Pequeno dicionário de palavras ao vento. São Paulo: Salamandra, 2013 (adaptado).

Esse texto, que simula um verbete para a palavra “palavra”, constitui-se como um poema porque

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  O verbete constitui um poema, pois define o termo “palavra”, por meio de uma sequência metafórica em que o termo “palavra” é sujeito de verbos como “dorme”, “queima”, “corta”, “corre”. Assim, predomina a conotação, recurso típico da poesia ou do gênero lírico.

Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    Morte lenta ao luso infame que inventou a calçada portuguesa. Maldito D. Manuel I e sua corja de tenentes Eusébios. Quadrados de pedregulho irregular socados à mão. À mão! É claro que ia soltar, ninguém reparou que ia soltar? Branco, preto, branco, preto, as ondas do mar de Copacabana. De que me servem as ondas do mar de Copacabana? Me deem chão liso, sem protuberâncias calcárias. Mosaico estúpido. Mania de mosaico. Joga concreto em cima e aplaina. Buraco, cratera, pedra solta, bueiro-bomba. Depois dos setenta, a vida se transforma numa interminável corrida de obstáculos. A queda é a maior ameaça para o idoso. “Idoso”, palavra odienta. Pior, só “terceira idade”. A queda separa a velhice da senilidade extrema. O tombo destrói a cadeia que liga a cabeça aos pés. Adeus, corpo. Em casa, vou de corrimão em corrimão, tateio móveis e paredes, e tomo banho sentado. Da poltrona para a janela, da janela para a cama, da cama para a poltrona, da poltrona para a janela. Olha aí, outra vez, a pedrinha traiçoeira atrás de me pegar. Um dia eu caio, hoje não.

TORRES, F. Fim. São Paulo: Cia. das Letras, 2013.

O recurso que caracteriza a organização estrutural desse texto é o(a)

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   O texto de Fernanda Torres estrutura-se a partir de sequências verbais, como “De que me servem as ondas do mar de Copacabana” ou “Joga concreto em cima e aplaina”, justapostas ou seguidas de sequências nominais como “Branco, preto, branco, preto, as ondas do mar de Copaca bana” ou “Mosaico estúpido”.

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


22
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

A escrava

    — Admira-me —, disse uma senhora de sentimentos sinceramente abolicionistas —; faz-me até pasmar como se possa sentir, e expressar sentimentos escravocratas, no presente século, no século dezenove! A moral religiosa e a moral cívica aí se erguem, e falam bem alto esmagando a hidra que envenena a família no mais sagrado santuário seu, e desmoraliza, e avilta a nação inteira! Levantai os olhos ao Gólgota, ou percorrei-os em torno da sociedade, e dizei-me:

    — Para que se deu em sacrifício, o Homem Deus, que ali exalou seu derradeiro alento? Ah! Então não era verdade que seu sangue era o resgate do homem! É então uma mentira abominável ter esse sangue comprado a liberdade!? E depois, olhai a sociedade... Não vedes o abutre que a corrói constantemente!... Não sentis a desmoralização que a enerva, o cancro que a destrói?

    Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela é, e sempre será um grande mal. Dela a decadência do comércio; porque o comércio e a lavoura caminham de mãos dadas, e o escravo não pode fazer florescer a lavoura; porque o seu trabalho é forçado.

REIS, M. F. Úrsula outras obras. Brasília: Câmara dos Deputados, 2018.

Inscrito na estética romântica da literatura brasileira, o conto descortina aspectos da realidade nacional no século XIX ao

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   O texto descortina aspectos da realidade nacional do século XIX, revelando que o discurso conservador escravista é hipócrita, pois não se coaduna com uma sociedade que se diz religiosa.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


23
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

TEXTO I

Projeto Mural Eletrônico desenvolvido no INT, semelhante a um totem, promete tornar o acesso à informação disponível para todos

    A inclusão de pessoas com deficiência se constituiu um dos principais desafios e preocupações para a sociedade ao longo das últimas décadas. E o uso da tecnologia tem se revelado um aliado fundamental em muitas iniciativas voltadas para essa área. Exemplo disso é uma das recentes criações do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) — unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Ali, com o objetivo de que as diferenças entre pessoas não sejam sinônimo de obstáculos no acesso à informação ou na comunicação, engenheiros e tecnólogos vêm trabalhando no desenvolvimento do projeto Mural Eletrônico.

    O Mural Eletrônico nasceu da necessidade de promover a inclusão nas escolas. Com interface multimídia e interativa, todos têm a possibilidade de acessar o Mural Eletrônico. Por meio do equipamento, podem ser disponibilizados vídeos com Libras, leitura sonora de textos, que também estarão acessíveis em uma plataforma de braille dinâmico, ao lado do teclado.

KIFFER, D. Inclusão ampla e Irrestrita. Rio Pesquisa, n. 36, set. 2016 (adaptado).

TEXTO II

Projeto Surdonews, desenvolvido na UFRJ, garante acesso de surdos à informação e contribui para sua “inclusão científica”

    Para não permitir que a falta de informação seja um fator para o isolamento e a inacessibilidade da comunidade surda, a jornalista e pesquisadora Roberta Savedra Schiaffino criou o projeto “Surdonews: montando os quebra-cabeças das notícias para o surdo”. Trata-se de uma página no Facebook, com notícias constantemente atualizadas e apresentadas por surdos em Libras, e veiculadas por meio de vídeos.

    A ideia de criar o projeto surgiu quando Roberta, ela própria surda profunda, ainda cursava o mestrado. Para isso, ela procurou traçar um diagnóstico do conhecimento informal entre as pessoas com surdez. Ela entrevistou cinquenta alunos surdos do ensino fundamental e viu que eles tinham muita dificuldade de ler, além de não captar a notícia falada. “Isso é muito grave, pois 90% do saber de um indivíduo vem do conhecimento informal, adquirido em feiras científicas, conversas, cinema, teatro, incluindo a mídia, por todas as suas possibilidades disseminadoras”, explica a pesquisadora. “Prezamos pelo conteúdo científico em nossas pautas. Contudo, independentemente disso, nosso principal trabalho é, além de informar e atualizar, fazer com que os textos não sejam empobrecidos no processo de ‘tradução’ e, sim, acessíveis”.

KIFFER, D. Comunicação sem barreiras. Rio Pesquisa, n. 37, dez. 2016 (adaptado).

Considerando-se o tema tecnologias e acessibilidade, os textos I e II aproximam-se porque apresentam projetos que

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   Os textos I e II apresentam, em comum, a função de valorizar a disseminação de conhecimentos voltados à inclusão da população com deficiência. O texto I menciona o Projeto Mural Eletrônico, que traz o propósito de apresentar a inclusão nas escolas. Já o texto II exibe o projeto “surdonews”, que visa à apresentação de notícias por surdos em Libras.

    Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Equipe Descomplica.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    Mas seu olhar verde, inconfundível, impressionante, iluminava com sua luz misteriosa as sombrias arcadas superciliares, que pareciam queimadas por ela, dizia logo a sua origem cruzada e decantada através das misérias e dos orgulhos de homens de aventura, contadores de histórias fantásticas, e de mulheres caladas e sofredoras, que acompanhavam os maridos e amantes através das matas intermináveis, expostas às febres, às feras, às cobras do sertão indecifrável, ameaçador e sem fim, que elas percorriam com a ambição única de um “pouso” onde pudessem viver, por alguns dias, a vida ilusória de família e de lar, sempre no encalço dos homens, enfebrados pela procura do ouro e do diamante.

PENNA, C. Fronteira. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d.

Ao descrever os olhos de Maria Santa, o narrador estabelece correlações que refletem a

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   Ao descrever os olhos de Maria Santa, o narrador estabelece correlações que refletem a "marca de antigos sofrimentos no fluxo de consciência".

   Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: ??.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

TEXTO I

Disponível em: https://amigodobicho.wordpress.com. Acesso em: 10 dez. 2017.

TEXTO II

    Nas ruas, na cidade e no parque Ninguém nunca prendeu o Delegado. O vaivém de rua em rua e sua longa vida são relembrados e recontados. Exemplo de sobrevivência, liderança, inteligência canina, desde pequenininho seu focinho negro e seus olhos delineados desenharam um mapa mental olfativo-visual de Lavras. Corria de quem precisava correr e se aproximava de quem não lhe faria mal, distinguia este daquele. Assim, tornou-se um cão comunitário. Nunca se soube por que escolheu a rua, talvez lhe tenham feito mal dentro de quatro paredes. Idoso, teve câncer e desapareceu. O querido foi procurado pela cidade inteira por duas protetoras, mas nunca encontrado.

COSTA, A. R. N. Viver o amor aos cães: Parque Francisco de Assis. Carmo do Cachoeira: Irdin, 2014 (adaptado).

Os dois textos abordam a temática de animais de rua, porém, em relação ao Texto I, o Texto II

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   O texto II nos traz a história de um cão chamado Delegado, que percorre a cidade procurando sobre - viver “corria de quem precisava e se aproximava de quem não lhe faria mal…”. Segundo o texto, o fato de viver na rua pode ser proveniente de maus-tratos em alguma casa que o acolheu. Há, portanto, a problematização da necessidade de adoção de animais abandonados.

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    É ruivo? Tem olhos azuis? É homem ou mulher? Usa chapéu? Quem jogou Cara a Cara na infância sabe de cor o roteiro de perguntas para adivinhar quem é o personagem misterioso do seu oponente.

    Agora, o jogo está prestes a ganhar uma nova versão. A designer polonesa Zuzia Kozerska-Girard está desenvolvendo uma variação do Guess Who? (nome do Cara a Cara em inglês), em que as personalidades do tabuleiro são, na verdade, mulheres notáveis da história e da atualidade, como a artista Frida Kahlo, a ativista Malala Yousafzai, a astronauta Valentina Tereshkova e a aviadora Amelia Earhart. O Who’s She? (“Quem é ela?”, em português) traz, no total, 28 mulheres que representam diversas profissões, nacionalidades e idades.

    A ideia é que, em vez de perguntar sobre a aparência das personagens, as questões sejam direcionadas aos feitos delas: ganhou algum Nobel, fez alguma descoberta? Para cada personagem há um cartão com fatos divertidos e interessantes sobre sua vida. Uma campanha entrou no ar com o objetivo de arrecadar dinheiro para desenvolver o Who’s She?. A meta inicial era reunir 17 mil dólares. Oito dias antes de a campanha acabar, o projeto já angariou quase 350 mil dólares. A chegada do jogo à casa do comprador varia de acordo com a quantia doada — quanto mais você doou, mais rápido vai poder jogar.

Disponível em: www.super.abril.com.br. Acesso em: 4 dez. 2018 (adaptado).

Ao divulgar a adaptação do jogo para questões relativas a ações e habilidades de mulheres notáveis, o texto busca

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   Ao divulgar a adaptação do jogo para questões relativas a ações e habilidades de mulheres notáveis, o texto busca "contribuir para a formação cidadã dos jogadores.".

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: ??.)


27
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

Disponível em: www.portaldapropaganda.com.br. Acesso em: 14 out. 2022.

Para convencer o público-alvo sobre a necessidade de um trânsito mais seguro, essa peça publicitária apela para o(a)

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   O primeiro quadro da peça publicitária evidencia, tanto pela imagem quanto pelo texto verbal, o sentimento de culpa que acomete o responsável por acidente de trânsito. No segundo quadro, a continuidade dessa estratégia de convencimento é feita com a reiteração de que o arrependimento por dirigir alcoolizado dura por toda a vida.

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    São vários os fatores, internos e externos, que influenciam os hábitos das pessoas no acesso à internet, assim como nas práticas culturais realizadas na rede. A utilização das tecnologias de informação e comunicação está diretamente relacionada aos aspectos como: conhecimento de seu uso, acesso à linguagem letrada, nível de instrução, escolaridade, letramento digital etc. Os que detêm tais recursos (os mais escolarizados) são os que mais acessam a rede e também os que possuem maior índice de acumulatividade das práticas. A análise dos dados nos possibilita dizer que a falta de acesso à rede repete as mesmas adversidades e exclusões já verificadas na sociedade brasileira no que se refere a analfabetos, menos escolarizados, negros, população indígena e desempregados. Isso significa dizer que a internet, se não produz diretamente a exclusão, certamente a reproduz, tendo em vista que os que mais a acessam são justamente os mais jovens, escolarizados, remunerados, trabalha dores qualificados, homens e brancos.

SILVA, F. A. B.; ZIVIANE, P.; GHEZZI, D. R. As tecnologias digitais e seus usos. Brasília; Rio de Janeiro: Ipea, 2019 (adaptado).

Ao analisarem a correlação entre os hábitos e o perfil socioeconômico dos usuários da internet no Brasil, os pesquisadores

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   Os dados apresentados questionam o conceito de que o acesso à internet é democrático. Ocorre o contrário: demonstra-se que a desigualdade social e étnica é fator de exclusão de brasileiros do acesso às tecnologias de informação.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

TEXTO I

    A língua não é uma nomenclatura, que se opõe a uma realidade pré-categorizada, ela é que classifica realidade. No léxico, percebe-se, de maneira mais imediata, o fato de que a língua condensa as experiências de um dado povo.

FIORIN, J. L. Língua, modernidade e tradição. Diversitas, n. 2, mar.-set. 2014.

TEXTO II

    As expressões coloquiais ainda estão impregnadas de discriminação contra os negros. Basta recordar algumas delas, como passar um “dia negro”, ter um “lado negro”, ser a “ovelha negra” da família ou praticar “magia negra”.

Disponível em: https:/brasil.elpais.com. Acesso em: 22 maio 2018.

O Texto II exemplifica o que se afirma no Texto I, na medida em que defende a ideia de que as escolhas lexicais são resultantes de um

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   O texto I defende a ideia de que “a língua condensa as experiências de um dado povo”. O texto II ilustra como as expressões coloquiais estão impregnadas de preconceito étnico. Isso se deve ao racismo estrutural existente no Brasil, decorrente da experiência atroz do longo período escravagista na história do Brasil.

   Portanto, alternativa "D".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


30
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

Disponível em: www.facebook.com/senadofederal. Acesso em: 9 dez. 2017.

Considerando-se a função social dos posts, essa imagem evidencia a apropriação de outro gênero com o objetivo de

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   Embora seja um post do Facebook, a imagem reproduz o gênero outdoor, cuja função é divulgar alguma ideia ou marca, lembrando ao leitor que a propaganda institucional deve conter o valor investido para que haja transparência dos gastos públicos.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    Pisoteamento, arrastão, empurra-empurra, agressões, vandalismo e até furto a um torcedor que estava caído no asfalto após ter sido atropelado nas imediações do estádio do Maracanã. As cenas de selvageria tiveram como estopim a invasão de milhares de torcedores sem ingresso, que furaram o bloqueio policial e transformaram o estádio em terra de ninguém. Um reflexo não só do quadro de insegurança que assola o Rio de Janeiro, mas também de como a violência social se embrenha pelo esporte mais popular do país. Em 2017, foram registrados 104 episódios de violência no futebol brasileiro, que resultaram em 11 mortes de torcedores. Desde 1995, quando 101 torcedores ficaram feridos e um morreu durante uma batalha campal no estádio do Pacaembu, autoridades brasileiras têm focado as ações de enfrentamento à violência no futebol em grupos uniformizados, alguns proibidos de frequentar estádios. Porém, a postura meramente repressiva contra torcidas organizadas é ineficaz em uma sociedade que registra mais de 61000 homicídios por ano. “É impossível dissociar a escalada de violência no futebol do panorama de desordem pública, social, econômica e política vivida pelo país”, de acordo com um doutor em sociologia do esporte.

Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 22 jun. 2019 (adaptado).

Nesse texto, a violência no futebol está caracterizada como um(a)

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   A precariedade da organização social fica evidente nas ações violentas recorrentes envolvendo futebol e que demonstram a desordem pública incapaz de conter essa escalada.

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


32
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    Seis em cada dez pessoas com 15 anos ou mais não praticam esporte ou atividade física. São mais de 100 milhões de sedentários. Esses são dados do estudo Práticas de esporte e atividade física, da Pnad 2015, realizado pelo IBGE. A falta de tempo e de interesse são os principais motivos apontados para o sedentarismo. Paralelamente, 73,3% das pessoas de 15 anos ou mais afirmaram que o poder público deveria investir em esporte ou atividades físicas. Observou-se uma relação direta entre escolaridade e renda na realização de esportes ou atividades físicas. Enquanto 17,3% das pessoas que não tinham instrução realizavam diversas práticas corporais, esse percentual chegava a 56,7% das pessoas com superior completo. Entre as pessoas que têm práticas de esporte e atividade física regulares, o percentual de praticantes ia de 31,1%, na classe sem rendimento, a 65,2%, na classe de cinco salários mínimos ou mais. A falta de tempo foi mais declarada pela população adulta, com destaque entre as pessoas de 25 a 39 anos. Entre os adolescentes de 15 a 17 anos, o principal motivo foi não gostarem ou não quererem. Já o principal motivo para praticar esporte, declarado por 11,2 milhões pessoas, foi relaxar ou se divertir, seguido de melhorar a qualidade de vida ou o bem-estar. A falta de instalação esportiva acessível ou nas proximidades foi um motivo pouco citado, demonstrando que a não prática estaria menos associada à infraestrutura disponível.

Disponível em: www.esporte.gov.br. Acesso em: 9 ago. 2017 (adaptado).

Com base na pesquisa e em uma visão ampliada de saúde, para a prática regular de exercícios ter influência significativa na saúde dos brasileiros, é necessário o desenvolvimento de estratégias que

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   Uma pesquisa, baseada em renda, escolaridade e práticas esportivas, concluiu que os que possuem maior escolaridade e renda praticam mais atividades esportivas regulares. Portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de estratégias que vinculem renda, escolaridade e prática de exercícios.

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    Ciente de que, no campo da criação, as inovações tecnológicas abrem amplo leque de possibilidades — ao permitir, e mesmo estimular, que o artista explore a fundo, em seu processo criativo, questões como a aleatoriedade, o acaso, a não linearidade e a hipermídia —, Leo Cunha comenta que, no que tange ao campo da divulgação, as alternativas são ainda mais evidentes: “Afinal, é imensa a capacidade de reprodução, multiplicação e compartilha - mento das obras artísticas/culturais. Ao mesmo tempo, ganham dimensão os dilemas envolvidos com a questão da autoria, dos direitos autorais, da reprodução e intervenção não autorizadas, entre outras questões”. Já segundo a professora Yacy-Ara Froner, o uso de ferramentas tecnológicas não pode ser visto como um fim em si mesmo. Isso porque computadores, samplers, programas de imersão, internet e intranet, vídeo, televisão, rádio, GPD etc. são apenas suportes com os quais os artistas exercem sua imaginação.

SILVA JR., M. G. Movidas pela dúvida. Minas faz Ciências, n. 52, dez-fev. 2013 (adaptado).

Segundo os autores citados no texto, a expansão de possibilidades no campo das manifestações artísticas promovida pela internet pode pôr em risco o(a)

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   O trecho “ganham dimensão os dilemas envolvidos [na divulgação de arte pela internet] com a questão de autoria, dos direitos autorais, da reprodução e intervenção não autorizadas” permite entender que a dinâmica da web, em que é muito difícil um controle rígido do que é difundido e compartilhado, põe em risco a “proteção da produção estética”.

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


34
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

    Ora, sempre que surge uma nova técnica, ela quer demonstrar que revogará as regras e coerções que presidiram o nascimento de todas as outras invenções do passado. Ela se pretende orgulhosa e única. Como se a nova técnica carreasse com ela, automaticamente, para seus novos usuários, uma propensão natural a fazer economia de qualquer aprendizagem. Como se ela se preparasse para varrer tudo que a precedeu, ao mesmo tempo transformando em analfabetos todos os que ousassem repeli-la.

    Fui testemunha dessa mudança ao longo de toda a minha vida. Ao passo que, na realidade, é o contrário que acontece. Cada nova técnica exige uma longa iniciação numa nova linguagem, ainda mais longa na medida em que nosso espírito é formatado pela utilização das linguagens que precederam o nascimento da recém-chegada.

ECO, U.; CARRIÈRE, J.-C. Não contem com o fim do livro. Rio de Janeiro: Record, 2010 (adaptado).

O texto revela que, quando a sociedade promove o desenvolvimento de uma nova técnica, o que mais impacta seus usuários é a

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   Por meio do texto, entende-se que o desenvolvimento de uma nova técnica exige “longa iniciação numa nova linguagem”, processo dificultado pelo “espírito formatado pela utilização das linguagens que precederam o nascimento da recém-chegada”. O maior impacto decorrente do surgimento de uma nova técnica encontra-se, portanto, na dificuldade dos usuários em se apropriar da nova linguagem.

   Portanto, alternativa "A".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


35
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

Papos

    — Me disseram...

    — Disseram-me.

    — Hein?

    — O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”.

    — Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é “digo-te”?

    — O quê?

    — Digo-te que você...

    — O “te” e o “você” não combinam.

    — Lhe digo? — Também não. O que você ia me dizer?

    — Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. [...]

    — Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender. Mais uma correção e eu...

    — O quê?

    — O mato.

    — Que mato?

    — Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem? Pois esqueça-o e para-te. Pronome no lugar certo é elitismo!

    — Se você prefere falar errado...

    — Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou entenderem-me?

VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (adaptado).

Nesse texto, o uso da norma-padrão defendido por um dos personagens torna-se inadequado em razão do(a)

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   No texto “Papos”, ocorre interlocução entre dois falantes, marcada pela discussão a respeito do uso da norma-padrão. Um deles insiste em defender o uso dessa modalidade, como a colocação pronominal em ênclise no início de frases (Disseram-me) e a referência à mesma pessoa gramatical do discurso (O “te” e o “você” não combinam). No entanto, essas escolhas tornam-se inadequadas em razão do contexto de comunicação em que a conversa se dá, tendo em vista o teor coloquial do diálogo.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

Urgência emocional

    Se tudo é para ontem, se a vida engata uma primeira e sai em disparada, se não há mais tempo para paradas estratégicas, caímos fatalmente no vício de querer que os amores sejam igualmente resolvidos num átimo de segundo. Temos pressa para ouvir “eu te amo”. Não vemos a hora de que fiquem estabelecidas as regras de convívio: somos namorados, ficantes, casados, amantes? Urgência emocional. Uma cilada. Associamos diversas palavras ao AMOR: paixão, romance, sexo, adrenalina, palpitação. Esquecemos, no entanto, da palavra que viabiliza esse sentimento: “paciência”. Amor sem paciência não vinga. Amor não pode ser mastigado e engolido com emergência, com fome desesperada. É uma refeição que pode durar uma vida.

MEDEIROS, M. Disponível em: http:/porumavidasimples. blogspot.com.br. Acesso em: 20 ago. 2017 (adaptado).

Nesse texto de opinião, as marcas linguísticas revelam uma situação distensa e de pouca formalidade, o que se evidencia pelo(a)

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  A texto trata das relações amorosas na contemporaneidade que são criticadas pela autora por seu aspecto emergencial. Para expressar seu ponto de vista, ela lança mão de expressões metafóricas informais como “a vida engata uma primeira e sai em disparada” e “Amor não pode ser mastigado e engolido com emergência”.

Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

O complexo de falar difícil

    O que importa realmente é que o(a) detentor(a) do notável saber jurídico saiba quando e como deve fazer uso desse português versão 2.0, até porque não tem necessidade de alguém entrar numa padaria de manhã com aquela cara de sono falando o seguinte: “Por obséquio, Vossa Senhoria teria a hipotética possibilidade de estabelecer com minha pessoa uma relação de compra e venda, mediante as imposições dos códigos Civil e do Consumidor, para que seja possível a obtenção de 10 pãezinhos em temperatura estável para que a relação pecuniária no valor de R$ 5,00 seja plenamente legítima e capaz de saciar minha fome matinal?”.

    O problema é que temos uma cultura de valorizar quem demonstra ser inteligente ao invés de valorizar quem é. Pela nossa lógica, todo mundo que fala difícil tende a ser mais inteligente do que quem valoriza o simples, e 99,9% das pessoas que estivessem na padaria iriam ficar boquiabertas se alguém fizesse uso das palavras que eu disse acima em plenas 7 da manhã em vez de dizer: “Bom dia! O senhor poderia me vender cinco reais de pão francês?”.

    Agora entramos na parte interessante: o que realmente é falar difícil? Simplesmente fazer uso de palavras que a maioria não faz ideia do que seja é um ato de falar difícil? Eu penso que não, mas é assim que muita gente age. Falar difícil é fazer uso do simples, mas com coerência e coesão, deixar tudo amarradinho gramaticalmente falando. Falar difícil pode fazer alguém parecer inteligente, mas não por muito tempo. É claro que em alguns momentos não temos como fugir do português rebuscado, do juridiquês propriamente dito, como no caso de documentos jurídicos, entre outros.

ARAÚJO, H. Disponível em: www.diariojurista.com. Acesso em: 20 nov. 2021 (adaptado).

Nesse artigo de opinião, ao fazer uso de uma fala rebuscada no exemplo da compra do pão, o autor evidencia a importância de(a)

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   No texto, o articulista opina sobre o uso da linguagem rebuscada em situações que não exigem essa variedade da língua e sobre esse recurso como demonstração de inteligência. Já no primeiro parágrafo, afirma que o importante é saber “quando e como deve fazer uso desse português”. Ao demonstrar o “falar difícil” no exemplo da compra de pão, ele evidencia que a linguagem deve adequar se à situação comunicativa, cumprindo assim a função principal da enunciação, que é transmitir o conteúdo da mensagem ao receptor, nesse caso, de maneira simples e informal.

    Portanto, alternativa "E".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

Assentamento

    Zanza daqui

    Zanza pra acolá

    Fim de feira, periferia afora

    A cidade não mora mais em mim

    Francisco, Serafim

    Vamos embora

   

    Ver o capim

    Ver o baobá

    Vamos ver a campina quando flora

    A piracema, rios contravim

    Binho, Bel, Bia, Quim

    Vamos embora

   

    Quando eu morrer

    Cansado de guerra

    Morro de bem

    Com a minha terra:

    Cana, caqui

    Inhame, abóbora

    Onde só vento se semeava outrora

    Amplidão, nação, sertão sem fim

    Ó Manuel, Miguilim

    Vamos embora

BUARQUE, C. As cidades. Rio de Janeiro: RCA, 1998 (fragmento).

Nesse texto, predomina a função poética da linguagem. Entretanto, a função emotiva pode ser identificada no verso:

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   A função emotiva está centrada no emissor, que expressa seus sentimentos, por meio de um discurso construído na primeira pessoa do singular, o que ocorre em vários trechos da canção.

   Portanto, alternativa "C".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


39
(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

Disponível em: http://viva-porto.pt. Acesso em: 24 nov. 2021 (adaptado).

A articulação entre os elementos verbais e os não verbais do texto tem como propósito desencadear a

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   “Mulher ao volante, perigo constante” e “Os homens não choram” são representações estereotipadas de gênero. Ao alterar essas frases, propõe-se uma reflexão sobre essas expressões preconceituosas.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)


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(ENEM 2022 - 1ª Aplicação).

As línguas silenciadas do Brasil

    Para aprender a língua de seu povo, o professor Txaywa Pataxó, de 29 anos, precisou estudar os fatores que, por diversas vezes, quase provocaram a extinção da língua patxôhã. Mergulhou na história do Brasil e descobriu fatos violentos que dispersaram os pataxós, forçados a abandonar a própria língua para escapar da perseguição. “Os pataxós se espalharam, principalmente, depois do Fogo de 1951. Queimaram tudo e expulsaram a gente das nossas terras. Isso constrange o nosso povo até hoje”, conta Txaywa, estudante da Universidade Federal de Minas Gerais e professor na aldeia Barra Velha, região de Porto Seguro (BA). Mais de quatro décadas depois, membros da etnia retornaram ao antigo local e iniciaram um movimento de recuperação da língua patxôhã. Os filhos de Sameary Pataxó já são fluentes — e ela, que se mudou quando já era adulta para a aldeia, tenta aprender um pouco com eles. “É a nossa identidade. Você diz quem você é por meio da sua língua”, afirma a professora de ensino fundamental sobre a importância de restaurar a língua dos pataxós. O patxôhã está entre as línguas indígenas faladas no Brasil: o IBGE estimou 274 línguas no último censo. A publicação Povos indígenas no Brasil 2011/2016, do Instituto Socioambiental, calcula 160. Antes da chegada dos portugueses, elas totalizavam mais de mil.

Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 11 jun. 2019 (adaptado).

O movimento de recuperação da língua patxôhã assume um caráter identitário peculiar na medida em que

A
B
C
D
E

   A recuperação da língua patxôhã, extinta em razão de uma processo histórico de perseguições, de violências e de movimentos de dispersão, é uma forma de resgatar a identidade do povo pataxó, por meio da resistência étnica e da preservação da memória cultural: “Você diz quem você é por meio da sua língua”.

   Portanto, alternativa "B".

(Créditos da resolução: Curso Objetivo.)