quarta-feira, 1 de março de 2017

Quiz 10: PORT. - 3ª Série (Ens. Médio)

Quiz 10: PORTUGUÊS - 3ª Série (Ens. Médio)
Quiz 10: PORTUGUÊS - 3ª Série (Ens. Médio)

01
(SAERJ). Leia o texto abaixo.

Burro-sem-rabo

    São dez horas da manhã. O carreto que contratei para transportar minhas coisas acaba de chegar.

    Vejo sair a mesa, a cadeira, o arquivo, uma estante, meia dúzia de livros, a máquina de escrever. Quatro retratos de criança emoldurados. Um desenho de Portinari, outro de Pancetti. Levo também este cinzeiro. E este tapete, aqui em casa ele não tem serventia.

    E esta outra fotografia, ela pode fazer falta lá.

    A mesa é velha, me acompanha desde menino: destas antigas, com uma gradinha de madeira em volta, como as do tabelião do interior. Gosto dela: curti na sua superfície muita hora de estudo para fazer prova no ginásio; finquei cotovelos em cima dela noites seguidas, à procura de uma ideia. Foi de meu pai. É austera, simpática, discreta, acolhedora e digna: lembra meu pai.

    Esta cadeira foi de Hélio Pellegrino, que também me acompanha desde menino: é giratória e de palhinha. Velha também, mas confortável como as amizades duradouras.

    Mandei reformá-la e tem prestado serviços, inspirando-me sempre a sábia definição de Sinclair Lewis sobre o ato de escrever: é a arte de sentar-se numa cadeira.

    E lá vai ele, puxando a sua carroça, no cumprimento da humilde profissão que lhe vale o injusto designativo de burro-sem-rabo. Não tenho mais nada a fazer, vou atrás.

    Vou atrás das coisas que ele carrega, as minhas coisas; parte de minha vida, pelo menos parte material, no que sobrou de tanta atividade dispersa: o meu cabedal. [...]

SABINO, Fernando. A mulher do vizinho. Rio de Janeiro: Ed. do autor, 1962, p. 10-12.

No trecho “... que também me acompanha desde menino:...” (5° parágrafo), a palavra destacada refere-se a

A
B
C
D
E


02
Leia o texto a seguir e responda.

DESAPARECIMENTO DE PROFISSÕES ESTIMULA A INFORMALIDADE

    Para os especialistas do trabalho, o desaparecimento de profissões e ocupações vem acompanhado do surgimento de outras novas funções, geralmente mais complexas. Isso faz parte da dinâmica atual da sociedade. Por isso mesmo, muitos trabalhadores ficam sem alternativa e tendem a migrar para o setor informal, por exemplo, quando ficam desempregados. Até porque não há vagas para a maioria.

    “O que temos observado, no avanço da ciência e da tecnologia, é que profissões começaram a desaparecer nos moldes em que funcionavam no início”, explica Sílvia Gusmão, psicóloga especialista em orientação profissional. A questão é que algumas ocupações, como a de telefonista, ainda são possíveis de serem relocadas para as novas demandas – como as de atendentes dos “call centers”, por exemplo. Mas, no caso de funções mais repetitivas, de menor escolaridade, não há muito jeito. São essas as mais ameaçadas. Por isso mesmo, nas grandes empresas e principalmente nas indústrias que se automatizaram, o processo de extinção de funções tem sido muito mais drástico.

    Embora pareça, a tecnologia não é a única razão.

    Os estudiosos mais otimistas acreditam em políticas públicas de requalificação para novos negócios, voltada a quem deixou de ocupar funções obsoletas. Para outros, não há saída. “Trata-se de um diagnóstico sem volta. Só reinventando uma nova sociedade. Não se pode pensar no futuro, baseando-se na garantia de emprego”, analisa o doutor em direito do trabalho Gaspar Andrade, autor do livro Direito e pós-modernidade.

Jornal do Commercio. A Dinâmica da Exclusão. 01 de maio de 2006. p.10.

Após a leitura do Texto, percebe-se que


03
(Seduc-GO). Leia o texto abaixo e, a seguir, responda.

Gregório de Matos

  Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,

  Depois da Luz se segue a noite escura,

  Em tristes sombras morre a formosura,

  Em contínuas tristezas a alegria.

  Porém se acaba o Sol, por que nascia?

  Se formosa a Luz é, por que não dura?

  Como a beleza assim se transfigura?

  Como o gosto da pena assim se fia?

  Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,

  Na formosura não se dê constância,

  E na alegria sinta-se tristeza.

  Começa o mundo enfim pela ignorância,

  E tem qualquer dos bens por natureza

  A firmeza somente na inconstância.

O texto tem como tema


04
(Seduc-GO). Leia o texto abaixo e responda.

A corrida aos exoplanetas

    Seres extraterrestres habitam há décadas as telas do cinema e as páginas dos romances de ficção científica. O tema parece não esgotar sua capacidade de excitar a imaginação de espectadores e leitores. Quando entramos no território objetivo da pesquisa científica, porém vê-se que nenhuma descoberta concreta a respeito da vida fora do nosso planeta foi até agora alcançada. Megaprojetos como o Seti (Search for Extraterrestrial Intelligence) tentam, desde 1960, estabelecer contato com inteligências alienígenas por meio de radiotelescópios gigantescos. (...)

    No entanto, nenhum sinal desses seres distantes foi até agora captado. A boa notícia é que, finalmente, cientistas decidiram focar seus telescópios no outro lado da equação: uma série de projetos e missões de alta tecnologia estão sendo desenhados não mais para ajudar os extraterrestres a nos amedrontar, e sim para nos ajudar a encontrá-los. Ou seja, saímos da postura passiva tipo “por favor, olhem, estamos aqui” para uma postura mais ativa, tipo “não adianta se esconderem, nós vamos descobrir onde vocês estão.” Embora ainda em seus primeiríssimos passos, as evidências circunstanciais desse novo posicionamento sugerem fortemente a probabilidade de que não estamos sós no universo.

Revista Planeta, Nov/2009, ano 37, edição 446, p.44

O argumento que sustenta a tese de que não existe vida em outro planeta é


05
(SEDUC-GO). Leia o texto abaixo e responda.

Os índios descobertos pelo Google Earth

    Duas aldeias de índios que vivem isolados foram fotografadas pela primeira vez, na fronteira entre o Peru e o Acre. O sertanista José Carlos Meirelles, da Funai, havia encontrado ainda em terra vestígios de duas etnias desconhecidas e dos nômades maskos.

    Rieli Franciscato, outra sertanista da Funai, localizou as coordenadas exatas das malocas pelo Google Earth, programa que fornece mapas por satélite. Meirelles, que procurava os povos havia 20 anos, sobrevoou a área e avistou os roçados e as ocas. O avião assustou a tribo, que nunca teve contato com o homem branco. As mulheres e crianças correram, e os homens tentaram flechar o avião. A exploração de madeira no lado peruano pode ter estimulado a migração das etnias para o território brasileiro.

Época, n. 524, 02/06/2008, p.17.

Esse texto aborda, prioritaria


06
Leia o texto a seguir e responda.

O Mato

    Veio o vento frio, e depois o temporal noturno, e depois da lenta chuva que pas¬sou toda a manhã caindo e ainda voltou algumas vezes durante o dia, a cidade entar¬deceu em brumas. Então o homem esqueceu o trabalho e as promissórias, esqueceu a condução e o telefone e o asfalto, e saiu andando lentamente por aquele morro coberto de um mato viçoso, perto de sua casa. O capim cheio de água molhava seu sapato e as pernas da calça; o mato escurecia sem vaga-lumes nem grilos.

    Pôs a mão no tronco de uma árvore pequena, sacudiu um pouco, e recebeu nos cabelos e na cara as gotas de água como se fosse uma bênção. Ali perto mesmo a cidade murmurava, estava com seus ruídos vespertinos, ranger de bondes, buzi¬nar impaciente de carros, vozes indistintas; mas ele via apenas algumas árvores, um canto de mato, uma pedra escura. Ali perto, dentro de uma casa fechada, um telefone batia, silenciava, batia outra vez, interminável, paciente, melancólico. Alguém, com certeza já sem esperança, insistia em querer falar com alguém.

    Por um instante o homem voltou seu pensamento para a cidade e sua vida. Aquele telefone tocando em vão era um dos milhões de atos falhados da vida ur¬bana. Pensou no desgaste nervoso dessa vida, nos desencontros, nas incertezas, no jogo de ambições e vaidades, na procura de amor e de importância, na caça ao dinheiro e aos prazeres. Ainda bem que de todas as grandes cidades do mundo o rio é a única a permitir a evasão fácil para o mar e a floresta. Ele estava ali num desses limites entre a cidade dos homens e a natureza pura; ainda pensava em seus pro-blemas urbanos - mas um camaleão correu de súbito, um passarinho piou triste em algum ramo, e o homem ficou atento àquela humilde vida animal e também à vida silenciosa e úmida das árvores, e à pedra escura, com sua pele de musgo e seu mis¬terioso coração mineral.

ARRIGUCCI, Jr. Os melhores contos de Rubem Braga. São Paulo: Editora Global Ltda, 1985.

No texto, o elemento que gera a história narrada é


07
(SEDUC-GO). Leia o texto abaixo e responda.

Línguas são assunto de Estado

    Diferentes nações escolhem diferentes soluções para o problema da penetração do idioma estrangeiro, dependendo, entre outras coisas, da realidade social do país. Mas, em todas elas, a linguagem é tratada como questão de Estado. As nações procuram normatizar e regular os idiomas que utilizam, visando o processo de identidade nacional.

    A França, por exemplo, possui, além do francês, algumas outras línguas minoritárias faladas pela população como o bretão, o catalão e o basco. Há, na França, várias organizações dedicadas à língua francesa e à sua defesa contra os “estrangeirismos”. A legislação sobre o idioma francês é bastante detalhada. [...]

    Nos Estados Unidos, além do inglês, o espanhol é amplamente falado, em decorrência da forte presença de imigrantes hispano-americanos. [...]

    O tratamento do tema nos Estados Unidos é bem mais flexível que na França. A Constituição norte-americana, por exemplo, não estabelece o inglês como língua oficial [...]

    Isso não impede que haja tentativas de se adotar leis restritivas – como a proposição 227 na Califórnia, que, se aprovada, obrigará todas as escolas daquele estado a ministrar as aulas em inglês.

    O espanhol é hoje a segunda língua mais falada nos Estados Unidos. [...] A mistura entre inglês e espanhol atingiu tal nível que já se cunhou um novo termo para descrevê-la: o spanglish.

www.consciencia.br/reportagena/linguagem. Acesso em 15/12/2006.

A finalidade desse texto é


08
(Seduc-GO). Leia o texto abaixo e, em seguida, responda.

Choro

Rubem Braga

    Eram todos negros: uma viola, um clarinete, um pandeiro e uma cabaça. Juntaram-se na varandinha de uma casa abandonada e ali ficaram chorando valsas, repinicando sambas. E a gente veio se ajuntando, calada, ouvindo. Alguém mandou no botequim da esquina trazer cerveja e cachaça. E em pé na calçada, ou sentados no chão da varanda, ou nos canteiros do jardinzinho, todos ficamos em silêncio ouvindo os negros.

    Os que ouviam não batiam palmas nem pediam música nenhuma; ficavam simplesmente bebendo em silêncio aquele choro, o floreio do clarinete, o repinicado vivo e triste da viola.

    Só essa música que nos arrasta e prende, nos dá alegria e tristeza, nos leva a outras noites de emoções – e grátis. Ainda há boas coisas grátis, nesta cidade de coisas tão caras e de tanta falta de coisas. Grátis – um favor dos negros.

    Alma grátis, poesia grátis, duas horas de felicidade grátis – sim, só da gente do povo podemos esperar uma coisa assim nesta cidade de ganância e de injustiça. Só o pobre tem tanta riqueza para dar de graça.

Texto adaptado de BRAGA, Rubem. Um pé de milho. 5 ed., Rio de Janeiro: Record, 1993, pp. 104-105.

A alternativa que apresenta uma opinião do narrador é


09
(SADEAM). Leia o texto abaixo e responda.

O burro selvagem e o burro doméstico

    Um burro selvagem, como visse um burro doméstico tomando sol, aproximou-se e o felicitou por sua constituição física e pelo proveito que tirava da forragem. Mas depois, ao vê-lo carregando um fardo, tendo atrás o asneiro que lhe batia com um cacete, disse: “Ah! Não mais te felicito, pois vejo que tens coisas em abundância, mas não sem grandes males!”.

    Assim, não é invejável o ganho acompanhado de perigos e sofrimentos.

ESOPO. Fábulas completas. São Paulo: Moderna, 1994.

Nesse texto, a sequência narrativa tem a função de


10
(SAEMS). Leia o texto abaixo.

Eu te amo não diz tudo!

    O cara diz que te ama, então tá! Ele te ama. Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado. Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas.

    Mas ouvir que é amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de quilômetros. A demonstração de amor requer mais do que beijos [...] e palavras, precisa de lealdade, sinceridade, fidelidade...

    Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você quando for preciso.

    Sentir-se amado é ver que ela se lembra de coisas que você contou há dois anos atrás; é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d’água. Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão....

    Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro.

    Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.

    Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

    Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo! “Me ame quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso”.

MEDEIROS, Martha. Disponível em: http:/www.aldeianago.com.br/artigos/6- comportamento/6046-sentir-se-amado-por- martha-medeiros. Acesso em: 26 out. 2012.

Nesse texto, a expressão “tempestade em copo d’água” (4° parágrafo) sugere


11
(PROEB). Leia os textos abaixo.

Texto 1

Identidade (DUPLA) revelada

    O olhar enigmático e o sorriso misterioso da Mona Lisa guardam segredos que permaneceram ocultos por mais de 500 anos. Agora, o maior deles – a identidade da modelo retratada por Leonardo Da Vinci – foi aparentemente desvendado, como anunciaram ontem pesquisadores do Conselho Nacional para Valorização do Patrimônio Histórico, Cultural, Arquitetônico e Ambiental da Itália. Depois de fotografar em altíssima resolução a obra, os cientistas encontraram informações que, garantem, levaram à solução do enigma. E a conclusão é tão surpreendente quanto a genialidade de Da Vinci. O rosto visto por 8,5 milhões de pessoas todos os anos no Museu do Louvre, em Paris, é formado pela fusão dos semblantes de uma mulher e de um homem: Lisa Ghirardini, italiana que encomendou o quadro, e Gian Oreno, servo e aluno do pintor, também conhecido como Salai.

MELO, Max Milliano. Correio Braziliense. Brasília, 3 fev. 2011. Fragmento.


Texto 2

Desvendado o segredo de Mona Lisa

    O enigmático sorriso de “Mona Lisa”, pintado pelo mestre italiano Leonardo Da Vinci, parece ter sido desvendado. Pelo menos é esta a convicção da neurobióloga e professora da Harvard Medical School, Margaret Livingstone. No Congresso Europeu de Percepção Visual, que decorreu na semana passada na Corunha (Galiza), aquela investigadora explicou que o sorriso misterioso de Gioconda não passa de uma ilusão óptica. A enigmática expressão parece desaparecer quando fixamos o quadro de frente e reaparece quando o olhar se fixa noutras partes do quadro. Por esta razão, só conseguimos visualizar o sorriso desde que os lábios da “musa” inspiradora de Da Vinci fiquem no nosso campo da visão periférica.

Disponível em: http://monalisasegredo.blogspot.com/2008/07 /desvendado-o-sorriso-de-mona-lisa.html. Acesso em: 7 fev. 2011. Fragmento.

Uma abordagem do Texto 1 também presente no Texto 2 é


12
Leia o texto a seguir e responda.

A AVENTURA DO COTIDIANO

Parábola da falta d’água:

    Vivia faltando água naquela fábrica. O dono da fábrica tinha de se valer de um sujeito que lhe trazia uma pipa d’água regularmente, ao preço de três mil cruzeiros.

    Um dia o tal sujeito o abordou:

    — O patrão vai me desculpar, mas vamos ter de aumentar o preço. De hoje em diante a pipa vai custar cinco mil cruzeiros.

    — Cinco mil cruzeiros por uma pipa d’água? Você está ficando doido?

    — Não estou não senhor. Doido está é o manobreiro, que recebia dois e agora quer receber três.

    — E posso saber que manobreiro é esse?

    — Manobreiro desta zona, responsável pelo controle da água. Eu vinha pagando dois mil a ele, mas agora ele quer é três. Não sobra quase nada pra mim, que é que há? E está ameaçando de abrir o registro se eu não pagar.

    — Abrir o registro? Que conversa é essa? Me explique isso melhor.

    — Se o senhor não me pagar, eu não pago a ele.

    Ele deixa entrar a água e lá se vai por água abaixo o nosso negocinho.

SABINO, Fernando. Obra reunida. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 740.

Conforme o sentido do texto pode-se afirmar que o dono da fábrica




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