segunda-feira, 20 de março de 2017

Quiz 23: PORT. - 3ª Série (Ens. Médio)

Quiz 23: PORTUGUÊS - 3ª Série - Ensino Médio
Quiz 23: PORTUGUÊS - 3ª Série - Ensino Médio

01
(SAEPE).

Leia o texto abaixo e responda.

Amor

    Um pouco cansada, com as compras deformando o novo saco de tricô, Ana subiu no bonde. Depositou o volume no colo e o bonde começou a andar. Recostou-se então no banco procurando conforto, num suspiro de meia satisfação.

    Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. E cresciam árvores. Crescia sua rápida conversa com o cobrador de luz, crescia a água enchendo o tanque, cresciam seus filhos, crescia a mesa com comidas, o marido chegando com os jornais e sorrindo de fome, o canto importuno das empregadas do edifício. Ana dava a tudo, tranquilamente, sua mão pequena e forte, sua corrente de vida.

    Certa hora da tarde era mais perigosa. Certa hora da tarde as árvores que plantara riam dela. Quando nada mais precisava de sua força, inquietava-se. No entanto sentia-se mais sólida do que nunca, seu corpo engrossara um pouco e era de se ver o modo como cortava blusas para os meninos, a grande tesoura dando estalidos na fazenda. Todo o seu desejo vagamente artístico encaminhara-se há muito no sentido de tornar os dias realizados e belos; com o tempo, seu gosto pelo decorativo se desenvolvera e suplantara a íntima desordem. Parecia ter descoberto que tudo era passível de aperfeiçoamento, a cada coisa se emprestaria uma aparência harmoniosa; a vida podia ser feita pela mão do homem.

LISPECTOR, Clarice. Laços de Família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 19. Fragmento.

No trecho “... deformando o novo saco de tricô,...” (1° parágrafo), a palavra destacada tem o mesmo sentido do verbo

A
B
C
D
E


02
(SAEMS).

Leia o texto abaixo.

Escolha o seu sonho

    Devíamos poder preparar os nossos sonhos como os artistas, as suas composições. Com a matéria sutil da noite e da nossa alma, devíamos poder construir essas pequenas obras-primas incomunicáveis, que, ainda menos que a rosa, duram apenas o instante em que vão sendo sonhadas, e logo se apagam sem outro vestígio que a nossa memória.

    Como quem resolve uma viagem, devíamos poder escolher essas explicações sem veículos nem companhia — por mares, grutas, neves, montanhas e até pelos astros, onde moram desde sempre heróis deuses de todas as mitologias, e os fabulosos animais do Zodíaco.

    Devíamos, à vontade, passear pelas margens do Paraíba, lá onde suas espumas crespas correm com o luar por entre as pedras, ao mesmo tempo cantando e chorando. — Ou habitar uma tarde prateada de Florença, e ir sorrindo para cada estátua dos palácios e das ruas, como quem saúda muitas famílias de mármore...

    — Ou contemplar nos Açores hortênsias da altura de uma casa, lagos de duas cores e cestos de vime nascendo entre fontes, com águas frias de um lado e, do outro, quentes...

    — Ou chegar a Ouro Preto e continuar a ouvir aquela menina que estuda piano há duzentos anos, hesitante e invisível enquanto o cavalo branco escolhe, de olhos baixos, o trevo de quatro folhas que vai comer.

    Quantos lugares, meu Deus, para essas excursões! Lugares recordados ou apenas imaginados. Campos orientais atravessados por nuvens de pavões. Ruas amarelas de pó, amarelas de sol, onde os camelos de perfil de gôndola estacionam, com seus carros.

    Avenidas cor-de-rosa, por onde cavalinhos emplumados, de rosa na testa e colar ao pescoço, conduzem leves e elegantes coches policromos...

    ... E lugares inventados, feitos ao nosso gosto; jardins no meio do usar; pianos brancos que tocam sozinhos; livros que se desarmam, transformados em música. [...]

    Devíamos poder sonhar com as criaturas que nunca vimos e gostaríamos de ter visto: Alexandre, o Grande; São João Batista; o Rei Davi a cantar; o Príncipe Gautama...

    E sonhar com os que amamos e conhecemos, e estão perto ou longe, vivos ou mortos...

    Sonhar com eles no seu melhor momento, quando foram mais merecedores de amor imortal...

    Ah!... — (que gostaria você de sonhar esta noite?).

Meireles, Cecília. Disponível em: http://recantodasletras.uol. com.br/cronicas/1391220 . Acesso em: 15 mar. 2010. Fragmento.

Nesse texto, o trecho em que se verifica a presença de um ser inanimado com ação humana é:

A
B
C
D
E


03
(SAEPE).

Leia o texto abaixo e responda.

Disponível em: http://www.novaserrana.mg.gov.br/ imagens/371/imagens_2720091816350.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2011.

De acordo com esse texto, cães e gatos

A
B
C
D
E


04
(Seduc - GO).

Leia o texto a seguir e responda.

Jovens acabam com evasão escolar em MG

    Elói Marcelo de Oliveira, 18, tinha quase 14 anos quando deu início a uma verdadeira revolução na educação de sua cidade, Lagoa Santa (Minas Gerais). Em quatro anos, ele e a turma de amigos criaram uma ONG, a Pacto Lagoa Santa pela Educação e acabaram com a evasão escolar na região.

    Tudo começou quando o pai de Elói, um economista, chegou em casa com um relatório sobre repetência e evasão escolar no Brasil. Minas Gerais era o Estado com um dos piores índices.

    “Eu sempre me preocupei com a situação social do país.

    Chamei um amigo e decidi fazer um estudo para saber a situação em Lagoa Santa, que tinha 50 mil habitantes”, diz o estudante.

    Os garotos reuniram outros amigos e fizeram um mapeamento das crianças que estavam fora da escola.

    “Fomos de porta em porta e fizemos o que batizamos de arrastão cívico. Procuramos o promotor de Justiça para nos ajudar.” Em 96, a entidade encontrou 120 crianças fora da escola. Conseguiram convencer os pais de 103 delas a fazer a matrícula.

    Além disso, o grupo criou um programa com aulas de reforço escolar dadas pelos próprios estudantes. Aos poucos, a ONG conseguiu o apoio da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), da prefeitura local e até do governo federal.

    Hoje, todas as crianças de Lagoa Santa estão na escola, graças ao trabalho desses estudantes. “Para fazer alguma coisa, basta se sentir revoltado com a situação do país. Dá trabalho, mas vale cada minuto dedicado”, diz Elói.

(Folha de São Paulo, São Paulo, jul. 1999, Caderno Folhateen, p.1-5).

Considerando o tipo do texto, podemos dizer que se trata de um texto:

A
B
C
D
E


05
(BPW).

Leia o texto a seguir e responda.

É difícil superar a tecnologia do livro

    O fundador da Wikipédia diz que ela não causará o fim do saber no papel.

    Um grande sonho da Antiguidade era reunir todo o conhecimento do mundo na Biblioteca de Alexandria, no Egito.

    Depois de 2.300 anos, a empreitada parece ser possível com a Wikipédia, enciclopédia online criada em 2001 pelo norte americano Jimmy Wales, junto com Larry Sanger. Com mais de 10 milhões de artigos em 263 línguas e dialetos, ela pode receber a colaboração de qualquer internauta. Wales lança nesta semana, em São Paulo, o Instituto Wikimedia Brasil, capítulo local da Fundação Wikimedia. O instituto vai incentivar a disseminação de conhecimento gratuito no país. Mesmo com a imensa massa de informação virtual de hoje, Wales diz não acreditar que o livro em papel será um dia substituído como fonte de conhecimento. “Não é tão caro, não precisa de bateria e pode ser levado à praia ou carregado na chuva.”

Entrevista com Jimmy Wales. Época, n.º 547, nov./2008, p. 98-100 (com adaptações)

Assinale a opção correta de acordo com as ideias do texto.

A
B
C
D


06
(Seduce - GO).

Leia o texto e responda.

O AVENTUREIRO ULISSES

(Ulisses Serapião Rodrigues)

    Ainda tinha duzentos réis. E como eram sua única fortuna meteu a mão no bolso e segurou a moeda. Ficou com ela na mão fechada.

    Nesse instante estava na Avenida Celso Garcia. E sentia no peito todo o frio da manha.

    Duzentão. Quer dizer: dois sorvetes de casquinha. Pouco.

    Ah! Muito sofre quem padece. Muito sofre quem padece? É uma canção de Sorocaba. Não. Não é. Então que é? Mui-to so-fre quem pa-de-ce. Alguém dizia isto sempre. Etelvina? Seu Cosme? Com certeza Etelvina que vivia amando toda a gente. Até ele. Sujeitinha impossível. Só vendo o jeito de olhar dela.

    Bobagens. O melhor é ir andando.

    Foi.

    Pé no chão é bom só na roça. Na cidade é uma porcaria. Toda a gente estranha. É verdade. Agora é que ele reparava direito: ninguém andava descalço. Sentiu um mal-estar horrível. As mãos a gente ainda escondia nos bolsos. Mas os pés? Cousa horrorosa. Desafogou a cintura. Puxou as calças para baixo. Escolheu os artelhos. Deu dez passos assim. Pipocas. Não dava jeito mesmo. Pipocas. A gente da cidade que vá bugiar no inferno. Ajustou a cintura. Levantou as calças acima dos tornozelos. Acintosamente. E muito vermelho foi jogando os pés na calçada. Andando duro como se estivesse calçado.

MACHADO, Antônio de A. O aventureiro Ulisses. Contos reunidos. São Paulo. Ática, 2002, p. 122

O enredo se desenvolve a partir da

A
B
C
D
E


07
(PAEBES).

Leio o texto abaixo.

Um olhar para além dos sentidos

    Em dias ensolarados é muito gostoso caminhar pelo campus da universidade onde trabalho [...] para sentir o calor do Sol, observar árvores verdinhas, sentir o perfume das flores e ouvir os pássaros que cantam nas ruas do campus.

    Essas agradáveis sensações, percebidas pelos nossos sentidos, modificam nossos sentimentos e provocam diversas reações.

    A percepção que temos do mundo à nossa volta é decorrente do contato sensorial. Tudo que é percebido pelos nossos sentidos faz com que construamos uma percepção da realidade. Mas os nossos sentidos, embora muito desenvolvidos, percebem apenas uma parte do mundo à nossa volta. [...]

    As sensações que temos são interpretadas pelo cérebro e criam diversas reações, como de paz e tranquilidade, na situação descrita acima; ou de medo e apreensão, se estivermos em lugares sujos e escuros. Entretanto, cada pessoa reage aos mesmos estímulos de maneira completamente diferente.

    Nossos sentidos funcionam em determinadas regiões do nosso corpo a partir de estímulos que recebemos do meio ambiente. Eles são baseados em “sensores” muito sofisticados que foram desenvolvidos ao longo de milhões de anos, fruto da evolução.

    Cada um deles foi se transformando devido aos estímulos do meio ambiente, favorecendo as configurações mais adaptadas aos desafios impostos pelo meio. Estamos aqui hoje graças ao sucesso do nosso projeto. Ele foi vencedor na concorrência imposta pela natureza.

    O nosso olhar para o mundo é influenciado, portanto, pelas nossas experiências, e as nossas experiências são afetadas pelas sensações que nossos sentidos captam. Esse retorno contínuo é de fundamental importância para o nosso desenvolvimento. Tanto os sensores (sentidos) como as sensações (interpretações) são responsáveis por isso. O resultado disso é sempre um individuo único com as suas visões particulares do mundo.

Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/ colunas/fisica-sem-misterio/um -olhar-para-alem-dos-sentidos#>. Acesso em: 27 fev. 2011. Fragmento.

Qual é o trecho desse texto em que há uma relação de causa e consequência?

A
B
C
D
E


08
(SAEPE).

Leia o texto abaixo e responda.

Cinco minutos

Capítulo 5

    Assim ficamos muito tempo imóveis, ela, com a fronte apoiada sobre o meu peito, eu, sob a impressão triste de suas palavras.

    Por fim ergueu a cabeça; e, recobrando a sua serenidade, disse-me com um tom doce e melancólico:

    — Não pensas que melhor é esquecer do que amar assim?

    — Não! Amar, sentir-se amado é sempre [...] um grande consolo para a desgraça. O que é triste, o que é cruel, não é essa viuvez da alma separada de sua irmã, não; aí há um sentimento que vive, apesar da morte, apesar do tempo. É, sim, esse vácuo do coração que não tem uma afeição no mundo e que passa como um estranho por entre os prazeres que o cercam.

    — Que santo amor, meu Deus! Era assim que eu sonhava ser amada! ...

    — E me pedias que te esquecesse!...

    — Não! não! Ama-me; quero que me ames ao menos...

    — Não me fugirás mais?

    — Não. [...]

ALENCAR, José de. Cinco minutos. Rio de Janeiro: Aguilar, 1987. Fragmento.

Nesse texto, a linguagem usada é

A
B
C
D
E


09
(SEDUC-GO).

Leia o texto e, a seguir, responda.

Amor é fogo que arde sem se ver

Luis Vaz de Camões

    Amor é fogo que arde sem se ver,

    é ferida que dói, e não se sente;

    é um contentamento descontente,

    é dor que desatina sem doer.

    É um não querer mais que bem querer;

    é um andar solitário entre a gente;

    é nunca contentar-se de contente;

    é um cuidar que ganha em se perder.

    É querer estar preso por vontade;

    é servir a quem vence, o vencedor;

    é ter com quem nos mata, lealdade.

    Mas como causar pode seu favor

    nos corações humanos amizade,

    se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br /fichaTecnica Aula.html?aula=8202 . Acesso em: 15 maio 2017.

Nos versos: “Mas como causar pode seu favor/ nos corações humanos amizade,/ se tão contrário a si é o mesmo Amor?”, a palavra “Mas” estabelece uma relação de

A
B
C
D
E


10
(SAEPE).

Leia o texto abaixo e responda.

Disponível em: http://www.monica.com.br/comics/tirinhas/tira115.htm. Acesso em: 26 jun. 2010.

No último quadrinho, no trecho “Pensei que você fosse se transformar num pipoqueiro, padeiro...”, as reticências foram usadas para indicar

A
B
C
D
E


11
(SABE).

Leia o texto abaixo.

Exagerado

    Amor da minha vida

    Daqui até a eternidade

    Nossos destinos

    Foram traçados na maternidade

    Paixão cruel desenfreada

    Te trago mil rosas roubadas

    Pra desculpar minhas mentiras

    Minhas mancadas

   

    Exagerado

    Jogado aos teus pés

    Eu sou mesmo exagerado

    Adoro um amor inventado

   

    Eu nunca mais vou respirar

    Se você não me notar

    Eu posso até morrer de fome

    Se você não me amar

   

    E por você eu largo tudo

    Vou mendigar, roubar, matar

    Até nas coisas mais banais

    Prá mim é tudo ou nunca mais

    [...]

Cazuza. Disponível em: http://letras.terra .com.br/cazuza/43861/ . Acesso em: 7 set. 2011. Fragmento.

A proposta romântica do amor colocado em primeiro plano, visto como sentimento essencial à vida e que se apresenta em tom exagerado está presente em:

A
B
C
D
E


12
(3ª P.D – SEDUC-GO).

Leia o texto abaixo e responda.

Texto 1

Entrevista com gari na imundice da cidade

    Entrevista d propósito com um gari de São Paulo J. S., 35, baiano de Jacobina, há três anos veio de lá, onde era ajudante de pedreiro, e trabalha na varreção da cidade. O lugar, perto do Mercado Municipal, no centro, recendia a mijo e resto de comida.

    Pergunta: É humilhante esse trabalho de varrer rua?

    Gari: Não, eu não acho. É um trabalho e é honra. O pior é tirar dos outros, né? Roubar o dos outros é que feio. (...)

    Pergunta: Você trabalha sem luvas?

    Gari: Luvas eles dão. Mas eu não botei hoje porque está muito quente. Mas não dão é bota de borracha. Só esse sapatinho aqui, e a gente nessa água podre, pegando frieira. (...)

    Pergunta: O que você acha que deve ser feito para as pessoas não sujarem as ruas?

    Gari: É aí, olha. Que as pessoas sujam demais as ruas e não têm respeito por nós. Eu acho assim, o pessoal, esse Brasil nosso, eles acham que nós somos obrigados a limpar. A gente acabou de barrer ali, eles vão e sujam. Eu fico olhando assim. Eu digo: dona, eu acabei de barrer aí e a senhora vai sujar de novo bem aí? Eles dizem que a obrigação da gente é limpar mesmo. Eu acho assim, a imundície já é da casa deles pra rua. Porque, que a gente é assim uma pessoa fraca, de pouco dinheiro, mas a gente quer um copo limpinho pra tomar água e tudo. Porque a limpeza é bonita em todo canto, não é?

Folha de S. Paulo, 26 de agosto de 1997, 3º caderno, p. 2.

Texto 2

Cuidando do lugar em que se vive

    Damos o nome de lixo a qualquer resíduo sólido proveniente de trabalhos domésticos, industriais, etc. Dentre os materiais que o compõem, estão o papel, o alumínio, o plástico e o vidro, entre outros, que demoram muito para ser absorvidos pela natureza, causando danos ao meio ambiente.

    Veja, no quadro a seguir, o tempo de decomposição de certos materiais:

Material Decomposição
Lata de conserva100 anos
Plástico450 anos
Alumínio200 a 500 anos
Náilon30 anos
Fralda descartável600 anos
Pneusindeterminado
Tampa de garrafa150 anos
Madeira pintada13 anos
Filtro de cigarro1 a 2 anos
Papel3 meses
Pano6 meses a 1 ano

www.ibge.gov.br/ibgeteen. Disponível em www.klickeducacao.com.br. Acesso em 03/2002 Adaptado

Os Textos 1 e 2 têm em comum o fato de

A
B
C
D
E




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